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Capítulo 14 - Novas sensações?

Hey, lindas!

Eu esqueci de postar hoje mais cedo, mil perdões! Eu prometi que iria postar essa semana, e aqui estou, mesmo uns 10 minutos atrasada. Esse é um capitulo de ponte, não tem muita coisa, mas o próximo será bem mais legal. Prometo!

Lauren Jauregui's point of view. 

Uma manhã ensolarada, bem comum para um dia produtivo em Miami. Por sorte, conhecia bem o clima caloroso, e optei por roupas leves e despojadas para a sessão de compras com Dinah. A loira como uma boa visitante de minha antiga cidade, tratou de utilizar suas horas disponíveis antes do trabalho para passear pelo centro da cidade, na tentativa de conhecer mais um pouco do lugar. Ela caminhava com suas sacolas, enquanto mantinha a atenção entre as vitrines das lojas pelas ruas. Rolei os olhos impaciente, quando ela se aproximou de mais uma, como se já não bastassem às dezenas que entramos há poucos minutos. Suspirei em derrota, e caminhei até uma cafeteria ao lado do estabelecimento para onde ela se dirigiu, fazendo um breve sinal com as mãos para que a loira avistasse para onde eu estava indo. Recebi um aceno positivo, antes de me sentar na primeira mesa que avistei.

Adentrei no interior da cafeteira, ouvindo o barulho dos pequenos sinos pendurados atrás da porta, provavelmente como aviso para chegada de novos clientes. O lugar não era tão grande, mas possuía o tamanho ideal para deixá-lo aconchegante, sem apertar muitas pessoas em seu interior. As paredes se dividiam em tijolos de cerâmica e madeira polida, tudo perfeitamente organizado para criar um clima simples, sem toda luxúria das novas cafeterias de Nova Iorque. Nas paredes, se encontravam quadros, com fotos, pinturas e mapas da bela Paris. E no centro, bem ao fundo, uma placa com letras bem desenhadas, informando o nome do lugar, "Le Café". Ao redor existiam algumas estantes com livros, revistas, e luminárias. Me aproximei do balcão extenso, ainda admirada com a beleza daquele lugar, era um verdadeiro pedaço de Paris no centro de Miami.

- Bom dia, filha! Seja bem vinda ao Le Café, em que posso ajudar? - indagou um senhor de cabelos grisalhos, e uma barriga avantajada em um tom francês bem humorado.

- Bom dia. Veja-me um café, por favor. - murmurei ao ocupar o lugar em um banco próximo ao balcão.

Haviam algumas pessoas distribuídas pelas mesas de madeira, enquanto degustavam de um café de aroma delicioso. Parecia um lugar perfeito para fugir da euforia de dias estressantes, todos ali conversavam tranquilamente, ou se mantinham atentos às folhas amareladas dos livros em suas mãos.

- Posso fazer uma sugestão? Nós temos o melhor chocolate quente de toda Miami! Vale a pena provar. - sugeriu o senhor muito gentil. - E a propósito, me chamo Gerald.

Ele estendeu a mão para que eu o cumprimentasse, e assim eu o fiz, entregando-lhe um sorriso sereno.

- Vou confiar no senhor, pode me servir um chocolate quente.

- Perfeito! Logo trago para você, ok?

Eu assenti para o homem que se retirou, e caminhou até uma mesa mais reservada, no canto próximo a varanda, que dava uma ampla visão do Park ao fundo. Sentou-se ao lado de duas mulheres, e uma pequena garota de cabelos castanhos. Talvez fossem uma família, ao menos pareciam pela forma como elas se comportavam entre si. Desviei a atenção da bela possível família ao fundo, e depositei sobre as letras impressas do jornal em cima do balcão, não queria ser pega observando feito uma idiota o comportamento amoroso da família alheia.

Depois de algumas breves notícias no segundo caderno, voltei para a página principal do jornal daquela manhã, vendo uma foto de Karla Cabello como propaganda de uma grife importante. Era impossível esquecer totalmente a existência daquela mulher, quando seu rosto e nome se alastrava por todos os meios de comunicação existentes. Me permiti observar a bela foto, onde a jovem latina carregava um olhar sedutor, bem típico de sua personalidade atraente. Era uma propaganda para Chanel, onde Camila trabalhava há meses como garota propaganda da marca. Talvez eu tenha ficado mais tempo do que o necessário observando aquela foto, mas acontece que era impossível não admirar. Meus pensamentos voaram para o nosso último encontro no dia anterior, e na forma como tudo parecia estar seguindo bem entre nós. Eu ainda podia sentir a maciez dos lábios de Camila em nosso último beijo, que foi totalmente inesperado por mim. Sentir que mesmo de pouco em pouco, a latina estava abrindo espaço para que eu entrasse novamente em sua vida, fazia-me ter coragem para persistir cada vez mais em nossa historia inacabada.

- É uma bela mulher, não é?

Ergui a cabeça e encarei o olhar sereno de Gerald, que repousou a caneca com chocolate sobre o balcão. A fumaça que emanava do recipiente de porcelana indicava a temperatura elevada da bebida, que tão logo puxei para mim.

- Ah, sim! Bastante. - murmurei sem jeito.

- Você a conhece?

- Mais do que imagina. Nós...bom, ela é minha ex namorada, e nós trabalhamos juntas hoje em dia.

- Ela já veio aqui uma vez. Foi uma confusão tamanha, porque as pessoas queriam fotos e autógrafos. E para uma modelo com a fama que tinha, foi até muito gentil.

- Fama que tinha? - perguntei ao levar a caneca até os lábios, provando do achocolatado em seu interior. Gerald tinha razão, aquilo era divino.

- Sim! Essa mocinha é bem conhecida, uma importante modelo. Vejo nos jornais as notícias sobre ela. Por um longo tempo não eram nada boas, muito pelo contrário. - disse ele ao encostar-se ao balcão, e repousar seu olhar sobre mim.

- Ela é uma pessoa incrível. - sussurrei. - Só um tanto complicada. E tem um belo poder de complicar a vida alheia. – sorri.

- Tenho certeza disso. Pude ver nos olhos dela. Não sei, sou um velho bem observador, e percebi que ela tem um coração bom. Tratou todo mundo aqui muito bem, e não recusou em tirar fotos com todos. Admito que tenho uma com ela. - sussurrou ele, me fazendo rir baixinho.

Gerald era muito gentil, e passava tamanha confiança em suas palavras, que me fazia ter vontade de conversar por horas sobre Camila. Talvez ele não fosse me julgar, e nem iria me taxar de idiota.

- Todos querem um pouco dela mesmo.

- Você também?

Ergui as sobrancelhas enquanto engolia um pouco da bebida quente.

- Talvez...quer dizer, quero mais do que um pouco. – admiti.

O senhor sorriu serenamente, como se pudesse compreender todos meus sentimentos com um simples olhar.

- Vejo que para conseguir isso está tendo certo trabalho, não?

- Tenho, e terei muito. As vezes me pergunto se vou ter o resultado que quero.

- Tenha paciência, tudo tem seu tempo. Faça tudo com o coração, e terá bons resultados.

- Queria que fosse tão fácil assim. - murmurei em meio a um suspiro.

- Não é fácil, filha. Mas você precisa pensar positivo. Sabe, às vezes temos pressa, e acabamos nos perdendo. Seja lá o que deseja, faça com toda sua vontade, e corra atrás do que quer. Se for da vontade de Deus, isso irá se realizar.

- O senhor é muito gentil. - murmurei com um sorriso de canto.

- Gosto de ver as pessoas felizes. E quando vejo alguém entrar em meu café com um semblante como o seu, tenho como missão ajudar.

"E ele faz isso muito bem, aproveite os conselhos."

A mulher que há poucos minutos observei na mesa ao fundo exclamou ao meu lado, com uma expressão serena, e um singelo sorriso, apesar de sua postura séria e imponente. Gerald acariciou a mão da morena de olhos claros em um carinho quase paternal, e ela apenas assentiu.

- Eu farei isso.

- Espero que dê tudo certo. Deu pra mim quando segui.

- Assim espero. - disse ao olhar para foto de Camila no jornal.

"Claire? Filha, chame sua mãe, temos que ir embora!"

Vi ambas as mulheres, juntamente da pequena garotinha se despedirem de Gerald, que as acompanhou até a saída do lugar. Elas eram de fato uma família, e pareciam incrivelmente unidas, atraindo minha atenção e minha admiração. Fiquei por alguns instantes vendo as três saírem, quando Dinah adentrou o lugar com mais sacolas.

- Que lugar maravilhoso! Devia ter me esperado. - exclamou ao se sentar ao meu lado.

- Você demorou uma vida.

- Você viu aquela mulher? Me lembra você.

- Não exagera, ela é linda.

- Assim como você, e esses seus olhos verdes.

A loira sorriu e retirou seus óculos escuros, deixando que seu olhar atento caísse sobre o jornal a minha frente.

- Admirando sua ex futura namorada?

Rolei os olhos e empurrei ela com o ombro, arrancando uma risada baixa da mais alta.

- Tivemos um dia maravilhoso ontem, queria poder agradecer.

- Seja gentil. Mande flores, é uma boa desculpa para falar com ela sem mencionar trabalho.

- Não posso chegar lá com flores. - resmunguei.

- Para isso existe os entregadores, gênio. Mande um cartão. - comentou enquanto puxava meu chocolate quente, para um gole. - Céus, isso é divino. Senhor! Me veja um, por favor.

A idéia de Dinah não era de todo mal, seria uma boa a gentileza de mandar flores. Era um tanto clichê, mas não me custava, quando minha vontade era estar com Camila. Após mais alguns minutos na doce companhia de Gerald, nos despedimos animadamente, com a promessa de que voltaríamos, e com a presença de Camila. Por sorte, ao lado do Le Café, havia uma floricultura, muito bonita por sinal. Fiquei por alguns instantes a observar a diversidade de flores e plantas, das mais variadas cores. E optei por tulipas, alternando entre brancas e vermelhas.

- Deseja mandar um cartão, senhorita? - indagou uma jovem garota, devia estar na faixa de seus dezoito anos.

- Claro.

Ela me entregou um pequeno cartão em branco, para o qual olhei por longos instantes enquanto pensava no que poderia escrever. Eu não poderia ser romântica, Camila e eu não tínhamos uma relação, não ainda.

- Por que demora tanto? - resmungou a loira.

- Não sei o que devo escrever.

- Apenas agradeça por ontem. Depois você vai e pergunta se ela gostou das flores, e começa a conversar. Nossa, Jauregui, você perde todos os sentidos com Camila.

Rolei os olhos de forma impaciente, e voltei minha atenção ao pedaço de papel, onde escrevi com delicadeza.

"Apenas para agradecer o dia maravilhoso que tivemos. Espero ter muitos outros com você. - LMJ"

[...]

Depois do passeio com Dinah, voltei para mansão da VS. O trabalho final estava sendo devidamente preparado, com ajuda de uma equipe selecionada por mim. Era apenas o catálogo de verão, ainda tínhamos uma longa jornada entre fotos, vídeos, comerciais e propagandas. Meu projeto teria que ser no mínimo perfeito, caso eu quisesse ter um nome renomado no mundo da moda. Todas as modelos se encontravam distribuídas pelas poltronas com espelhos e seus devidos maquiadores, retocando os últimos detalhes para nossa última sessão de fotos de moda praia. Passei entre cada uma, cumprimentando de forma gentil, até avistar Camila ao fundo. Ela parecia concentrada, enquanto sua equipe cuidava de seu visual, me mantive longe, apenas acompanhando todo o processo. Me perguntei se as flores já haviam chegado, se ela havia gostado. Mas preferia esperar por um sinal, se é que ele viria. Era no mínimo cômico meu nervosismo, eu já não era mais adolescente, mas as sensações eram as mesmas.

- As outras modelos estão chegando para as últimas sessões de fotos. Acabei de falar com Tyler, e já desembarcaram, devem estar chegando. - Ouvi Dinah comentar, enquanto escrevia em sua agenda.

- Isso é ótimo, quer dizer que tudo está correndo bem.

- Está tudo bem? - perguntou ao me fitar.

- Sim, por quê?

- Parece distraída.

- Só muito trabalho.

- Já falou com sua modelo? - perguntou em tom um malicioso.

- Não, ela está ocupada, não quero atrapalhar.

- Ai, você é muito lenta.

"Nossa! Alguém aqui está recebendo presentinho!" - Patrick exclamou entusiasmado, enquanto atravessava a extensa sala com as flores que escolhi mais cedo.

- Ah, não.

O homem seguiu até o fundo da sala, recebendo os olhares curiosos de todos ali presente. Me praguejei internamente por não ter selecionado o horário de entrega, agora teria que lidar com a situação sem parecer uma idiota.

"Para você, Karla!"

Camila encarou o fotógrafo com um olhar curioso, antes de capturar as flores de sua mão. Patrick ficou parado ao seu lado, provavelmente a espera de que ela revelasse de quem havia recebido. Mas de forma engraçada ela pigarreou e agradeceu, como se pedisse privacidade, e o homem pareceu compreender, pois tão logo se afastou com uma expressão desapontada. Dinah me cutucou com o cotovelo, e exclamou para que todos voltassem ao trabalho. Eu me mantive distraída, ou ao menos fingia que estava, enquanto esperava para ver a reação de Camila ao ler o cartão. A morena encarou as flores, e tocou em algumas delas com um olhar admirado, fazendo-me suspirar em puro e idiota nervosismo. Ela retirou o pequeno envelope, e o abriu, para só então encarei o cartão.

Um sorriso nasceu em seus lábios, seguido por um olhar em minha direção. Senti meu corpo inteiro vibrar, e aquele frio na barriga se intensificar. Eu respirei fundo, e engoli em seco, lançando um sorriso em resposta. Olhei para ambos os lados, e dei alguns passos em sua direção. Me recostei na mesa de seu camarim, ainda em silêncio, recebendo o sorriso descontraído da mais velha. Camila ainda estava agarrada as flores, pelo menos parecia ter gostado.

- Pensei em te agradecer de alguma forma. Por ontem...e espero ter acertado.

- São maravilhosas, Lauren. Eu amo tulipas.

- Eu também, tem um significado importante. - murmurei ao encará-la.

- E qual seria? - indagou.

- As brancas significam perdão, e as vermelhas amor eterno. - falei ao tocar rapidamente em cada flor.

Camila encarou as flores, enquanto um suspiro deixava seus lábios. Por alguns instantes, eu a senti submersa em um clima que se espalhou entre nós, seu olhar deixou as delicadas flores, e pousou sobre mim.

- Uma escolha bem pensada. Planejou muito antes?

- Ah, talvez. Eu tive uma manhã um tanto reflexiva. Conversei com um senhor que mal conheço, mas ele parecia me ler por inteiro. - soltei um sorriso fraco. - E quando saí, me deparei com elas. Claro, tive ajuda de Dinah.

- E sobre o que pensou?

- Pensei em você a manhã inteira. - admiti sem rodeios. – sobre nós, e sobre tudo que eu quero.

- Está decidida sobre o que quer? – ela perguntou um tanto nervosa.

- Estou, eu vou correr atrás para conseguir.

Nós nos encaramos por alguns instantes, talvez mais do que deveria. Aquilo sempre acontecia. Olhar nos olhos de Camila, me fazia mergulhar em um mar revolto de sentimentos e sensações que eu estava aprendendo a lidar outra vez. Saber que ainda existia ali, aquela garota que um dia foi minha, e que viveu ao meu lado pela época mais feliz da minha vida, trazia-me esperança.

- Será que as duas aí podem seguir para onde vamos realizar o ensaio? As modelos já estão indo. - Dinah murmurou com um olhar malicioso, interrompendo nossa conversa.

- Claro! Só vou pedir para colocarem as flores no meu quarto, ok?

Eu apenas assenti com um sorriso, vendo ela se afastar. Encarei a loira ao meu lado com um olhar quase fuzilante.

- Qual o seu problema?

- Nenhum. Mas o seu é essa cara de otaria quando está falando com ela. Por Deus!

- Eu odeio você, Jane.

- Estou te ajudando a reconquistar sua modelo, e é assim que me agradece?

Rolei os olhos, enquanto ela continuava a resmungar. Até que Camila apareceu novamente, perfeitamente arrumada como a minutos atrás.

- Vai assistir meu ensaio?

Eu não iria, estava cheia de e-mails para responder, e trabalho para colocar em dia. Ser diretora geral daquele projeto era bem mais trabalhoso do que realmente parecia ser.

- Ah, eu...estou cheia de e-mails e coisas para responder. Eu adoraria, mas...

- Vai mesmo recusar? Quero que veja. - disse diretamente, mesmo com a presença de minha amiga.

- Quer?

- Quero, muito.

- Acho que posso resolver essas coisas depois, não é? - falei ao encarar Camila, e logo em seguida Dinah, que sorriu de canto e assentiu com um olhar malicioso.

- Perfeito! Então vamos!

Me mantive atrás da câmeras, enquanto Patrick banhava as angels com flashes. Eu nunca me cansaria de ver como Camila poderia ser maravilhosa. Havia uma conexão especial entre as lentes das câmeras e olhar sedutor da bela modelo. Camila pousava sobre uma prancha de surf, com um conjunto de peças do catálogo de verão, desenhado por Dinah. Estava maravilhosa, sensual, e sedutora. Seus cabelos estavam soltos, relativamente molhados e revoltos. Sua pele tinha um bronzeado charmoso, que se contrastava perfeitamente com a cor do biquíni. Vez ou outra, a modelo lançava-me um olhar, seguido por um sorriso, que me deixava completamente perdida.

"Agora levante, e pegue prancha. Siga andando para o mar, enquanto vez ou outra olha para mim." - Patrick solicitou.

Camila assentiu rapidamente, e capturou a prancha média. Toda a equipe de filmagem estava presente, já que dali também sairia os vídeos promocionais. Ela se posicionou no lugar indicado, e iniciou sua caminhada até a beira do mar.

Céus...

Ser apaixonada por Camila era um desafio constante. Você consegue imaginar? Presenciar seus ensaios era torturante, no entanto, viciante. Aquela cena aconteceu em câmera lenta, como bem seria o comercial. Karla correu pela areia fofa com a prancha em um de seus braços, enquanto seus cabelos molhados balançavam de um lado para o outro com os movimentos de seu corpo. Ela tinha um olhar intenso, e um maldito sorriso sedutor em minha direção. Era para mim. Eu apenas neguei com a cabeça, e sorri, fazendo ela ri baixinho. A sessão de filmagem continuou, e eu fiz questão de assistir tudo até o final. A última cena estava sendo gravada no mar, que por sorte estava calmo naquela tarde. Karla estava sentada sobre a prancha, com as pernas para a lateral de cada lado. Enquanto nosso fotógrafo cuidava de registrar suas melhores caras e bocas. Após o fim da sessão de fotos, ela se conduziu até a areia da praia novamente. Eu estava sentada ao lado de Dinah, abaixo de uma tenda, enquanto observava Camila se aproximar.

- Fui bem? - perguntou a latina com um sorriso convencido.

Retirei meus óculos de sol, e me levantei da cadeira, caminhando em direção a modelo, que se enxugava com uma das toalhas brancas sobre a mesa.

- Você foi maravilhosa. Confesso que teria me arrependido colocar outra modelo como angel principal.

- Agora você diz isso, não é? Quer me conquistar.

Soltei uma risada baixa, fazendo ela rir também.

- Não, eu estou falando com sua chefe. Querendo ou não, você trabalha pra mim.

Camila virou em minha direção novamente, e encarou meus olhos. Fiquei por alguns instantes observando as gotas de água que deixava seu cabelo, e escorriam pelo seu corpo, mas tão logo voltei a fitá-la.

- Eu estive pensando. Hoje é o último dia da sessão deste catálogo, e nosso último dia em Miami, pelo menos a trabalho. - suspirei. - Pensei se gostaria de sair comigo.

Camila arqueou as sobrancelhas de forma surpresa.

- Nós podemos ir com as meninas, sei lá, em um restaurante.

- Com as meninas?

- Sim, com Dinah e Normani. Conheço um lugar maravilhoso. E vamos nos divertir muito.

- Eu o que? - Dinah exclamou de longe, fazendo Camila rir.

- Sair comigo, Camila e Normani.

- Ah, claro! Nosso último dia aqui, podemos sair para aproveitar. - a loira falou animada.

- E então? Você aceita?

Antes que Camila pronunciasse sua resposta, nossa atenção foi atraída por gritos animados de comemoração. Algumas das angels abraçavam as outras que haviam acabado de chegar para o ensaio. E no meio de tamanha animação, uma delas se aproximou, fazendo-me revirar os olhos irritada.

- Camila! - Marta exclamou assim que se aproximou da latina.

Eu recuei um passo, e encarei o olhar de Dinah, que transmitia certo receio. Minha expressão facial mudou em menos de dois segundos.

- Hey, Martha. Eu não sabia que viria.

- Vou participar desse último ensaio! Que bom vê-la aqui. - a loira abraçou Camila, que retribuiu da mesma forma.

- Calminha, jovem. Daqui a pouco sairá fogo pelos seus olhos se continuar encarando ela desse jeito. - ouvi minha melhor amiga sussurrar baixinho.

Saí de casa ouvindo as perguntas insistentes de minha mãe sobre minha atual e constante falta de humor. Não era algo sutil, eu sabia, mas não queria falar sobre. Falar do problema sempre me deixava ainda mais irritada, quando eu só queria uma solução. Solução que só Camila poderia oferecer. Depois de nossa briga em sua casa, as coisas tomaram um clima pesado. Mesmo com a conversa que tivemos, onde a jovem garota afirmou que deixaria aquela situação para trás, o clima ruim permaneceu, e por semanas. Ela estava afastada, mal conversávamos, era tudo muito curto e sem sentido. E para piorar, eu tinha que lidar com a atual aproximação exagerada entre ela e Verônica. Eu sabia que elas eram amigas, mas me sentia incomodada por ter ficado de lado. Desde que a latina e eu nos aproximamos, era comigo que ela vivia grudada, e eu já havia me acostumado daquela forma, mas de umas semanas para cá, era no pescoço de verônica que Camila vivia agarrada.

Argh.

Ajeitei minha mochila nas costas, e caminhei sobre o gramado fofo da Dalton Academy, enquanto os outros estudantes caminhavam para suas devidas unidades. Eu estava mais do que atrasada, e com toda certeza levaria um bom sermão da professora de literatura. Passei pelos corredores do colégio, até chegar em meu armário. Retirei todos os livros necessários, e assim que fechei a porta, me deparei com Ethan.

- Oi, princesa.

- Oi, Ethan.

Depois da situação na casa de praia, fui insistentemente bombardeada com pedidos de desculpas. De acordo com Ethan, aquilo foi uma idiotice causada pela bebida e que jamais se repetiria. Eu demorei a aceitar, mas ele sabia ser insistente, e por algum motivo resolvi acreditar e desculpar, com a condição de que jamais se repetiria.

- Está tudo bem? – perguntou ele ao colocar uma mexa de meu cabelo atrás de minha orelha.

- Sim, eu só estou atrasada. Vou levar um bom sermão hoje.

- É melhor se apressar. Eu só quero confirmar se vamos ao desfile municipal hoje. Camila vai desfilar, e eu imaginei que você iria querer vê-la.

- Claro, vamos sim. Eu não posso faltar. – murmurei ao segurar os livros contra meu busto.

- Perfeito! Eu passo na sua casa para te buscar, ok?

- Ok! – falei antes de receber um beijo rápido.

Ele sorriu, e depositou outro beijo no centro de minha testa, e se afastou, juntando-se ao grupo de garotos do outro lado do corredor. Por mais que eu o tivesse perdoado, ainda me sentia incomodada com aquela situação. De alguma forma, ele havia perdido uma parte do encantando que eu tinha por ele, mas acredito que todo mundo precisava de uma segunda chance, certo? Se Ethan estava realmente arrependido, dali para frente faria diferente. Meneei com a cabeça em um sinal negativo, enquanto um suspiro deixava meus lábios. Caminhei apressadamente até o final do corredor, seguindo para minha primeira aula.

- Atrasada, Jauregui. – murmurou a senhora Parker, por trás de seus finos óculos de grau.

- Desculpe, eu...

- Sente-se.

Eu engoli em seco, e assenti rapidamente. Assim que encarei meu lugar de costume, avistei Camila, ela estava bem ao lado. Eu agradeci internamente por aquilo, já que nas ultimas vezes ela escolheu se sentar em outro lugar, ao lado de pessoas que ela nem sequer tinha tanto contato. Segui entre as fileiras, sobre o olhar do restante da turma, até assumir meu lugar ao lado da latina.

- Oi. – sussurrei.

- Ela vai achar que pegou o costume de chegar atrasada comigo. – brincou, soltando um sorrisinho.

Eu ri baixinho ao encará-la. Pela primeira vez depois de semanas, ela havia me lançado um sorriso sincero. Nós nos encaramos por alguns instantes, mas tão logo voltei minha atenção para a professora, que tinha um olhar repreensivo em nossa direção. Pigarreei e pousei meu olhar sobre o livro na bancada, enquanto a morena ao meu lado fazia o mesmo. A aula correu tranquila, para meu alivio, a Sra. Parker não continuou a me torturar. Camila e eu trocamos conversa varias vezes, o que me rendia uma boa melhora em meu humor. Ao final daquele tempo, o barulho da sirene escolar soou, indicando o fim da aula.

- Finalmente! – Camila exclamou mais alto do que deveria.

- Fala baixo, quer que ela escute?

- Ela já foi embora, Lauren! – riu.

- Menos mal! Ela realmente não gosta da gente.

- É que somos maravilhosas. – zombou a menina.

- Você é sim. – soltei sem pensar, e tão logo fechei os olhos e meneei com a cabeça em um sinal negativo.

Camila me encarou, mas não ousou prolongar o momento.

- Você vai ao desfile municipal hoje, não é? Eu quero você lá.

- Quer mesmo?

- Claro que sim, você é minha melhor amiga, preciso do seu apoio. – murmurou ao repousar sua mão sobre a minha.

- É que as coisas andam tão...

- Tão? – indagou com um olhar penetrante.

- Estranhas entre nós.

- Impressão sua, Laur! Está tudo ótimo! – rebateu rapidamente, fazendo-me bufar. – estou tão animada com o desfile hoje! Eu preciso mesmo ganhar, caso contrario, adeus estaduais.

- Você vai ganhar, Camz. – respondi ao me por ao seu lado, enquanto caminhávamos em direção ao corredor.

- Confesso que estou com medo. Vai ter bastante gente lá por causa da feira, e dos shows.

Seu tom de voz era temeroso, quase que acanhado. Eu a encarei enquanto cuidava de não esbarrar em nenhum outro aluno pelo corredor.

- Você precisa confiar que pode, eu confio em você.

Ela estagnou seus passos, e me fitou, abrindo um sorriso carinhoso, enquanto se recostava no armário atrás de si.

- Espero que você me traga sorte como trouxe no desfile do colégio.

- Acha que fui eu?

- Acho que sim, viu? Percebi sua presença no primeiro instante.

De alguma maneira aquilo me tocou. Saber que Camila me notou no primeiro instante fez meu ego crescer um pouquinho. Quer dizer, minha atenção havia sido presa por ela no exato momento em que ela pisou naquela passarela, e aquilo tornava nossas situações em níveis iguais. Eu estava feliz aquela manhã, depois de semanas estávamos realmente conversando sobre algo mais pessoal. Eu não queria tê-la decepcionado, confesso que me arrependia. Mas aquela situação era um pouco nova pra mim. Eu não sabia se Camila realmente me amava de outra forma, ou se havia sido apenas uma enorme confusão causada por alguns goles de tequila. Nós nos beijamos, e eu não poderia negar que seu beijo era maravilhoso. Seria estranho eu ter gostado?

A latina virou seu corpo de lado, voltando sua atenção ao seu armário repleto de objetos, enquanto eu apenas a fitei. Me permiti observar seu rosto, mais especificamente sua boca. Meneei com a cabeça em um sinal negativo, e voltei minha atenção ao corredor movimentado, até avistar Vero caminhando em nossa direção.

- Não pode ser... – sussurrei.

- O que disse? – a latina perguntou com as sobrancelhas franzidas.

- Oi meu amor! – Verônica exclamou animada ao abraçar o corpo de Camila. Por que ela sempre tinha que agarrá-la dessa forma?

- Oi, minha cafajeste. – Camila respondeu ao envolver seus braços no pescoço de Vero.

- Olá, olhos verdes. – a garota disse com um sorriso.

- Oi, Vero.

- Vim super animada dizer que já consegui meus ingressos para feira! Vou estar na primeira fila vendo você desfilar lindamente.

- Essa é uma das melhores noticias do dia! Pensei que não iria, por conta da viagem dos seus pais.

- Eles não desistiram da viagem, mas é agora que vem a noticia boa! Minha mãe falou com a sua, e disse que posso dormir na sua casa.

Camila arregalou os olhos e abraçou a garota com tamanha animação que me fez revirar os olhos. Eu respirei fundo, e não soltei sequer uma palavra. Não queria interromper o momento tão animado e feliz de ambas. No entanto, só eu sabia como estava por dentro. Quer dizer, Camila e eu nos afastamos drasticamente nas ultimas semanas, e ela parecia tranquila demais com aquilo, já que sempre tinha a presença de Iglesias ao seu lado. Por vezes me perguntei se havia algo além de amizade entre elas. Verônica nunca negou seu favoritismo por garotas, e agora, sabendo que Camila também se relacionava com o mesmo sexo, as possibilidades eram maiores, certo?

- Vamos sair todas juntas hoje! Você vai não é, Laur?

- Obvio, não faltaria por nada, Iglesias.

- Maravilha!"

Era só o que me faltava, não é? Quando eu estava conseguindo me aproximar da modelo, um empecilho tomava conta de meu caminho. Céus! Pedi licença de forma gentil, e me afastei de ambas as mulheres, sentindo o olhar curioso de Camila sobre mim. Ao tomar conhecimento sobre nosso assunto, Martha perguntou se também poderia nos acompanhar essa noite, era uma saída entre amigas, e não seria de todo mal, certo? Errado, mil vezes errado! Para fim de conversa, a loira foi convidada para nossa noite, e eu teria que aturar sua presença e sua aproximação exagerada com Camila.

- Ok, Lauren! Você sabia que as coisas não seriam fáceis! Não pode abrir mão de primeira. Camila gosta de você, ela gosta. – disse a mim mesma, enquanto andava para o interior da casa. – ela gosta?

Balancei a cabeça em um sinal negativo, e me joguei no sofá da sala. Por sorte a casa estava vazia, a equipe toda estava do lado de fora, no preparo para o próximo ensaio. Arqueei minha cabeça para trás, deixando-a recostada no encosto do sofá. Eu não poderia tratar aquilo como uma competição, não poderia me deixar abater. Eu tinha um plano, um objetivo, e não descansaria até realizá-lo.

- Essa noite será interessante.

Até o próximo!

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