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57. A flor do submundo

Chengdu, ao leste de Xi Jin

A terra se mexeu. Não era como um terremoto e era tão irrelevante até mesmo para a formiga que passava ao lado daquela minúscula rachadura.

Dentro dessa rachadura, uma semente se movimentou almejando a vida, assim como um fantasma faminto olha para os vivos e deseja comê-los, tomar seu corpo, usufruir de sua mente patética.

Desgraça, a semente da desgraça. A abrótea eclodiu no solo, jogando a formiga para o lado. O tronco verde, era tão escuro que a vegetação, na mesma intensidade, parecia pequenas estrelas e ela, o único ponto de vazio. As flores roxas, ainda em seus brotos, ocuparam todo esse caule que exalava o odor da morte. Uma a uma, as pétalas se abriram, deixando que a beleza desossada e crepitante exalasse seu brilho.

Uma gota sutil de seu suco derramou sob a terra e a morte se espalhou. A flor pôde se alegrar e encontrar, enfim, o destino que lhe era dado e a formiga, bebeu esse suco para prosseguir com tal destino.



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A criança de cabelos desgrenhados correu até o rio com a cabaça de água e puxou a água, límpida e fresca. Ela parecia cansada e o suor escorria pela testa, mas havia um sorriso agradável em seu rosto.

— Pequeno Mao, espere-me! — A voz infantil veio por entre as árvores do bosque e a pequena figura desastrada, tropeçou assim que atravessou para a clareira.

O garoto na margem do rio gargalhou.

— Shimei, tome mais cuidado!

Embora sua expressão fosse alegre, o Pequeno Mao levantou-se rapidamente a socorro da irmã mais nova. Infelizmente, já era tarde demais e seu nariz estava sangrando. O rosto infantil e delicado era uma mistura de terra, folhagem e sangue.

— Venha, vamos lavar essa sujeira.

A garotinha fez beicinho e seus grandes olhos encheram-se d'agua quando fechou as pequenas mãozinhas em punho. Mas, ela não chorou. Mamãe havia lhe dito que mulheres fortes não choravam porque caíam, elas choravam quando se viam incapazes de driblar a Impermanência.

— Por que você correu? Se você se machucar e ganhar uma cicatriz, como irá se casar? — Falou tirando as folhas da roupa da irmã.

— Eu não teria corrido se dage não tivesse ido à frente. Não culpe esta dama!

— Tudo bem Jovem Dama, apenas lave o seu rosto e vamos voltar, vovô Mao ficará preocupado.

A garotinha se agachou à beira do rio e jogou água no rosto, sentindo a temperatura gélida contra o rosto. Ela estremeceu e seu corpo foi tomado por um arrepio e sorriu alegre para o irmão.

Aigo!

— O que houve? — Pequeno Mao se aproximou, colocando a mão nas costas da irmã, seu semblante preocupado.

— Uma formiga.

Ela passou a mão no pé, tirando a formiga e se levantou com uma expressão birrenta. Pequeno Mao abaixou olhando onde a formiga havia picado. Uma pequena protuberância vermelha havia se formado.

— Assim que chegarmos vamos passar a pomada. — Um sorriso sutil formou em seu rosto e levantou abruptamente. — Certo! Este grande irmão irá ajudar essa Jovem Dama. Suba nas minhas costas!

A Jovem Dama, alegre com o convite, deu um pulo se agarrando as costas gentis e protetoras de seu irmão.

Pequeno Mao, de nove anos, saltitou pelo bosque cantarolando uma canção infantil e sua irmãzinha o acompanhou na melodia balançando os seus pequenos braços no ar. O bosque escuro pareceu se tornar mais iluminado com o sorriso da menina, mas parecia somente uma ilusão, quando ela deixou para trás somente seus rastros.

O lugar onde moravam era uma cidade de pequeno porte, a maior parte do comércio era a agricultura de arroz. Um local muito pacífico e muito acolhedor com paisagens exuberantes.

Diz os anciãos, que no passado, a cidade foi visitada pelo Pai Celestial, o homem de muitas faces, e foi abençoada com paz e prosperidade por centenas de anos.

O par de irmãos corria pela parte mais pobre da cidade, um agrupamento de casas entorno de um templo taoísta, com a estátua do Pai Celestial. Dois orbes dourados, esculpidos em ouro maciço, faziam o lugar dos olhos. Os traços refinados e elegantes da escultura davam-lhe ainda mais graciosidade e gentileza.

Pequeno Mao, sempre que passava pela estátua, curvava-se à ela, em respeito e admiração. As histórias sobre o Príncipe Esquecido eram grandiosas e merecedoras do respeito de cada um.

O garoto não sabia ler, mas aqueles dois caracteres, mesmo que o pedissem para escrever, ousaria pegar o pincel e pintar com louvor cada traço. Shen Sheng, da caída família Shen, na cidade imperial.

Pequeno Mao tirou a irmã das costas com cuidado e conduziu uma prostração. Três vezes e uma oração de agradecimento. Ajoelhado e com a testa no chão, fechou os olhos.

As pessoas que passavam ao seu arredor, zombavam internamente dessas crianças, que rogavam a um deus caído, um deus esquecido e elas buscavam somente o azar e ruína.

A garotinha, assustada pelos olhares, se colocou na mesma posição do irmão mais velho, mas em seus pensamentos, pedindo que as pessoas não olhassem dessa forma para eles.



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O casebre de madeira e pedra, não estava em seu melhor momento. Alguns lugares, o telhado, quando chovia, criava goteiras que perturbavam a todos dentro da casa. As janelas estavam emperradas ou faltando uma parte e, somente as portas estavam inteiras e seguras junto das paredes. Os móveis eram velhos, mas bem conservados e da cozinha, a fumaça e a fragrância do ensopado de porco inundou as narinas quando as duas crianças entraram em casa.

Vovô Mao, à beira da fornalha de pedra, sorriu com gentileza ao avistar o par de netos entrar. Embora não fossem seus netos de sangue, cuidava deles desde que a mãe dessas crianças, uma cortesã, fugiu do distrito de entretenimento e desapareceu.

— Venha! Venham! Pequeno Mao, pegue os pratos para o vovô!

O velho destampou a panela e o aroma da carne de porco e temperos tornaram-se mais poderosos.

— O que o vovô preparou? — O garotinho saltitou até a prateleira com um sorriso no rosto, era sua refeição preferida.

— Depois de colocar os pratos, leve Xiao Xiao para lavar as mãos. — Continuou.

— Vovô! — a garotinha abraçou as pernas do velho com força. Ela sorriu mostrando suas covinhas.

O idoso se abaixou a altura de sua neta e deu-lhe um beijo na bochecha.

— Vá com seu irmão. Vovô preparou sua sobremesa preferida!

Xiao Xiao abriu a boca em um perfeito 'O', em surpresa. Seus olhinhos castanhos escuro brilharam de felicidade e ela levantou as pequenas mãos até as bochechas.

— Vamos ter pãozinho vermelho! — Ela deu um salto e saiu correndo pela casa, atrás do irmão.

— Vovô vou pegar a pomada. — Pequeno Mao, se lembrou de repente. — Xiao Xiao se machucou. — Sorriu sem graça. — Não se preocupe, vovô, é bem pequeno.

Ele falou e correu até o baú no quarto do seu avô e pegou o pote de pomada e voltou para fora, onde a garotinha o aguardava balançando uma das pernas, sentada na cadeira e a outra, sobre os joelhos. Ela coçava o pé, onde a formiga havia mordido.

— Gege... coça.

Pequeno Mao sentou-se no chão, à frente da irmã. Havia uma pequena bolha vermelha com a ponta amarelada na lateral do seu pé. Pequenas listas finas e escuras saíam dessa protuberância, espalhando-se pelo tornozelo e subindo para a perna.

— Xiao Xiao... — Olhou para a irmã mais nova, a curva do pescoço, coberta por pequenas rachaduras, como se a pele estivesse seca. As pequenas veias também cobriam toda a extensão do pescoço, ameaçando subir para o rosto. A pele também estava branca como um fantasma.

Pequeno Mao caiu para trás, assustado. O par de olhinhos brilhantes tornou-se um par de pupilas duplas, sombrios, vermelhos. Xiao Xiao pendeu a cabeça para o lado e piscou inocentemente.

— Gege, o que houve?

— Vovô! — Gritou desesperado.

Ela deu uma risadinha quando saltou para perto do irmão.


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Nos portões de Chengdu, uma fila enorme se formava por quase três milhas. Centenas de carruagens se aglomeravam e vários pontos de acampamento foram montados ao longo da fila. No céu, um brilhante sol fazia com que a maioria das pessoas usasse chapéus de palha.

A vegetação ao redor, não parecia ajudar a minimizar o calor, mas parecia fazer o contrário, fosse por chover na noite anterior ou não, o clima estava ainda mais abafado.

Uma carruagem se destacava na multidão pelos seus adornos e pinturas em ouro. Ela parecia refletir o brilho e o calor do sol escaldante. Lá dentro, estava tão quente quanto o exterior. A carruagem balançou quando a pessoa que estava lá dentro decidiu sair.

O homem chutou a porta com raiva.

— Foda-se! Eu vou entrar! — Colocou um chapéu enquanto descia pela escada. — Ninguém vai impedir este avô de entrar!

Da testa, filetes de suor escorriam pelas bochechas, que estavam rosadas. Este jovem mestre arrogante era Gu Yuyang, irmão de Gu Zhu e aquele que Cai Xing havia chutado e insultado até quase perder para o próprio. Mas, ele estava um pouco diferente.

Naquela época, Gu Yuyang era um pouco gordo. Algumas gordurinhas salientes se formavam por todos os lados, mas atualmente, devido sua entrada numa seita famosa, este rapaz, cuja arrogância só não era mais alta que a sua altura, estava bastante esbelto.

Esbarrando em algumas pessoas e xingando outras, ele caminhou até a entrada da cidade.

— Saia da frente, seu porco!

— Seu rosto me enoja! Afaste-se!

— Um verme ousaria entrar na frente desse jovem mestre! Foda-se! — Com suas botas brancas, ele chutou uma mulher de meia-idade, uma plebeia.

As pessoas gostariam de chutá-lo de volta, mas quando viam seu uniforme branco e azul com variações de nuvens, eles calavam a boca. Ninguém ousaria ir contra a seita número dois do mundo, Yang Wu. Além disso, havia aquele broche no peito, tão brilhante quanto aquela carruagem: um broche que apontava ser um discípulo interno.

— Qual o problema dessa cidade? Por que não estão nos deixando entrar? É dinheiro? Eu tenho muito, deixe-me entrar logo! — Gritou para o homem que guardava a entrada.

Seu poder havia aumentado, sua arrogância também, mas seu Q.I. talvez fosse menor. Quatro dígitos negativos poderiam ser reais!

— Se quiser morrer, entre então seu bastardo! — o guarda gritou de lá. — Ninguém entra!

Esse homem cujo cultivo era insondável, não se importou com o status daquele arrogante. Afinal, ele estava ali pelo Tribunal Divino! Estava acima de todas essas pessoas! Ainda que estivesse sob disfarce.

Gu Yuyang sentiu mais calor. Quem era esse guardinha para dizê-lo o que fazer ou não? Ele era um simples mortal! Um simples cão que não conhece o mundo!

— Seu insolente! Você sabe quem é este avô!?

— Não me importa se você é o eunuco ou o imperador! Volte para sua maldita carruagem e não cause problemas!

— Você!...

Naquela época, Gu Yuyang, embora sua arrogância, já era um excelente esgrimista, mas atualmente, sob o conselho de um mestre, seu nome começou a ser reconhecido no mundo marcial. Além disso, ele era filho do mestre da cidade de Cheu.

— Ousa insultar a este Gu Yuyang!

O jovem mestre sacudiu a espada no ar direto para o pescoço do guarda. O homem estava assustado. Mesmo uma pessoa comum reconheceria este sobrenome!

Ao ver a expressão daquele pobre homem, um sorriso arrogante e pretensioso cresceu em seus lábios rosados. Seria um sorriso bonito, se ele não tivesse com uma espada na garganta de um homem. E, ao mesmo tempo, aqueles que estavam próximos, alguns arregalaram os olhos surpresos com tal sobrenome, outros apenas desdenharam de sua atitude patética. Não era a primeira vez que um desses jovens mestres tentava atravessar o portão.

Havia aquele homem atrás do guarda, quase sem presença e dormindo no canto, parecendo um mendigo. Sempre que tentavam usar a força, ele chutava essas crianças para longe. Mas, dessa vez, ele parecia até roncar enquanto o pescoço do seu companheiro de guarda estava por um fio.

— Alguém poderoso está vindo. — Aquele homem, que parecia dormir abriu seus olhos repentinamente, para a linha do horizonte. — Se ele quiser entrar, Chefe Shao, deixe-o. Ele será capaz de resolver a situação. E você, garoto, diga a seu mestre que está escolhendo mal seus discípulos.

Um par negro de írises encarou Gu Yuyang e sem que ele percebesse, a espada em sua mão havia sido entortada e retorcida num ângulo completamente estranho!

— Ei, o que voc-

De repente, Gu Yuyang também sentiu a aura poderosa que se aproximava. Como um cultivador do estabelecimento da fundação em seu auge, reconheceria alguém superior. E, na verdade, pareciam ser duas pessoas. Um no núcleo dourado e o outro, ainda mais acima. Um cultivador da alma nascente?

Esses mestres eram tão reclusos! Seria uma oportunidade para aprender com essa pessoa! O sorriso arrogante tornou-se alegre. Esqueceu-se de sua espada preferida e ajeitou seu traje.

— Shizun, recebeu uma resposta de Tianguo? — o leque vermelho se mexia com suavidade debaixo do chapéu, um véu transparente caía das bordas.

— Ainda não, mas espero por algum julgamento divino. Embora sua atitude seja deplorável, quem receberá maior punição será Xi Ze. — O outro homem, também usava o mesmo adereço daquele com o leque.

— Ele ficará com muita raiva.

— Qualquer assunto relacionado a minha pessoa, o deixará extremamente insatisfeito. — Suspirou, seu tom parecia cansado.

— Shizun disse quando me recebeu como discípulo, que não era de Tian Cang, mas apenas estava lá. — Fechou o leque e, com ele, abriu parcialmente o véu. — Sempre estive curioso com isso.

— Ele tem algo que me pertence.

— O que exatamente? — Estreitou os olhos.

— Algo muito importante. — falou vagamente e Cai Xing também não insistiu.

Avistando aquele imenso aglomerado, Shen Zhengyi estranhou tal visão, mas sua expressão era quase a mesma. Cai Xing percebeu sua mudança e perguntou:

— O que houve Shizun?

— Vamos seguir. — Continuou seu caminho e alçou voo sobre a espada e sem questionar, Cai Xing o acompanhou.

Aqueles que estavam no caminho marcial, podiam sentir a imponência desse grão-mestre. Embora nenhuma lasca de seu poder fosse transparecesse, apenas sua presença mostrava uma misteriosa aura de força.

Shen Zhengyi, levemente incomodado com os olhares, deixou que sua visão declinasse para baixo. Isso deixou uma impressão profunda naquelas pessoas. A arrogância de alguém poderoso, a miserável e ordinária presença de seres inferiores como eles. Chegava a ser sufocante.

As vidas pífias baixaram suas visões, não conseguindo suportar tal efeito, o que se tornou bastante útil para aquele atrás de Zhengyi. Cai Xing sorriu com os olhos, orgulhoso.

— Shen Zongshi. — O homem com aparência de mendigo, finalmente se levantou, passando a mão pela roupa suja e alinhando o impossível com um sorriso extremamente agradável.

— Senhor Ying, faz algum tempo.

Se Gu Yuyang havia sido uma tempestade nos ouvidos, Shen Zhengyi transformou as mentes em terremotos e tsunamis. Não havia uma pessoa viva que desconhecesse o nome desse gênio inigualável.

E as notícias correram rápidas entre aqueles na fila para entrar na cidade. Em poucos minutos, todos já sabiam da presença de Mestre Shen. Em poucos minutos, inúmeras pessoas o cercavam para conhecê-lo.

A primeira pessoa foi Gu Yuyang, mas assim que notou a pessoa por trás de Shen Zhengyi, seu rosto retorceu de raiva.

— Você...

Cai Xing desviou sua atenção do mendigo para o jovem mestre Gu, confuso.

— Nos conhecemos? — Arqueou as sobrancelhas.

O filho mais velho dos Gu sentiu-se pressionado. Esse Luo Hang, sua presença estava sendo suprimida pela pessoa que acompanhava, mas como havia crescido tanto em tão pouco tempo? E também essa maneira de olhar... como se ele questionasse sua própria existência.

Sem dignidade alguma para ousar olhar para ele.

Shen Zhengyi, curioso também o encarou. Cai Xing tinha uma memória incrível em sua vida anterior.

— Não se lembra do Jovem Mestre Gu? Em Cheu. — Explicou brevemente.

De repente, o ambiente ficou em silêncio e a voz de Cai Xing, ou melhor, de Luo Hang, caiu sobre seus ouvidos.

— Shizun sabe que minha memória é terrível! Só me lembro de situações importantes em minha vida.

Um suspiro alto e Shen Zhengyi deu um peteleco na testa de seu discípulo. Não deu tempo para que Gu Yuyang pensasse numa resposta.

— Seja mais educado. — Mas, não aconselhou um pedido de desculpas. Estava mais preocupado pelo alto ressentimento que existia atrás dos portões da cidade.

Cai Xing inflou as bochechas. Os braços ficaram cruzados a frente do corpo.

— Isso dói shizun!

Shizun?! Oh! Era isso mesmo, esse vadio tinha sido tomado por discípulo por Shen Zhengyi, e ele? Seu mestre, embora poderoso, não era alguém tão conhecido. Dito isso, seu mestre não era ninguém menos que Li Zhiyao, o antigo shizun de Luo Hang. Gu Yuyang cerrou os punhos.

— O que aconteceu na cidade? — Mestre Shen perguntou diretamente, deixando de lado, a intenção assassina direcionada ao seu discípulo. Cai Xing lidaria com isso.

— Quarentena. A cidade está repleta de cadáveres vivos. — O pequeno guarda se adiantou. — Já vai fazer uma semana que começou um surto, está se espalhando como doença. Basta uma mordida e sua pele fica branca como um fantasma e surgem veias escuras!

— Cadáveres sombrios? Seria orquestrado pelo Culto? — Cai Xing se aproximou.

— Não há um cultivador dentro da cidade. Não conseguimos descobrir nada sobre ele, nem seu nível de cultivo. — O mendigo continuou a explicar — Todos fugiram devido a malícia. Pura e concentrada. — Olhava para Shen Zhengyi enquanto falava.

Cai Xing estreitou os olhos. Essa pessoa lhe dava uma sensação nostálgica, seus traços eram muito familiares e, ao mesmo tempo, distante de qualquer coisa que já tenha visto.

— Isso é bastante adequado... — revirou os olhos. — Mas, senhor mendigo... a formação foi sua ideia?

O homem maltrapilho pareceu surpreso por um momento.

— Sim, está sendo sustentada por cristais de qi.

— Ela precisa de correções. — Cai Xing passou pelos dois que guardavam o portão. — A energia sombria está vazando em vários lugares. É incrível como ainda ninguém foi afetado... — pareceu um tanto pensativo.

A surpresa aumentou para o mendigo e ele se virou para Shen Zhengyi com um olhar questionador.

— Um jovem apaixonado pelo conhecimento.

A breve resposta não foi aceita pelo homem, mas Mestre Shen já se encontrava caminhando em direção ao seu discípulo. Cai Xing murmurava alguma coisa.

— Embora eu possa apontar os erros, não sou capaz de consertá-los... Hey, velhote! — O jovem de hanfu preto e dourado virou-se apenas para encontrar-se quase cara a cara com seu shizun.

O mais velho o segurou pelos antebraços, antes que ele se desequilibrasse ao dar um passo para trás.

— Tome cuidado. — Shen Zhengyi alertou e deu um passo para o lado, também verificando alguns possíveis pontos fracos. Ele franziu a testa, sentia-se desconfortável nesse lugar.

Por outro lado, Cai Xing tossiu, disfarçando.

— Velhote, será melhor tirar as pessoas daqui!

— Quão ousado! — Gu Yuyang se intrometeu. — Não seja arrogante só porque está num pont...

De repente, o Jovem Mestre Gu parou de falar. Ele pensou ter visto, um par de olhos vermelhos, uma intenção assassina que o fez ficar tonto.

— Jovem Mestre está passando mal? — Cai Xing perguntou com aparente preocupação e o ajudou a ficar de pé. — Será o qi sombrio?

Não apenas o mendigo, mas as pessoas ao redor se afastaram ligeiramente de Gu Yuyang. A única pessoa que ignorou essa situação foi aquela que fingia verificar a barreira. Ele cruzou as mãos nas costas e olhou para cima, além da muralha.

— Estou bem, afaste-se! — O discípulo de Li Zhiyao tentou empurrar o discípulo de Zhengyi.

— Irmão Gu, não seja assim! Só estou tentando ajudar! Não precisa se envergonhar.

— Saia Luo Hang! — Com o grito, Cai Xing sentiu ser empurrado para trás.

De repente uma energia maliciosa foi sentida vinda desse jovem mestre. Finos vasos escuros subiram pelo seu pescoço e seu poder cresceu rapidamente. Ultrapassou a condensação de qi, subindo para o núcleo dourado e atravessando todo o reino e parando em seu auge.

Os artistas marciais ao redor levantaram a guarda. O qi sombrio se materializou e o cercou como se o protegesse de ameaças externas. Aqueles mais ingênuos, já desferiam seus ataques, que ricocheteavam e seus corpos eram mandados para longe.

Num instante, a enorme fila tornou-se caótica. Carruagens estouraram o limite da estrada passando por cima de acampamentos, onde haviam pessoas distraídas. Muitas delas, no processo, foram pisoteadas e atropeladas por cavalos e até mesmo as rodas das carruagens.

De repente, mais dois pontos de energia maliciosa eclodiram do lado de fora.

— Sua Alteza Imperial conseguirá lidar com todos?

— Shizun, o que está dizendo?

— Não estou falando com você, Luo Hang. — Shen Zhengyi fechou os olhos e inspirou o ar profundamente, sentindo o ar impuro.

Cai Xing fez uma expressão confusa.

— Zhengyi, o que você pensa de mim? Ainda sou seu Da Shixiong! — O mendigo, de repente se animou.

Centenas de borboletas espirituais cobriram seu corpo com um brilho quente e agradável. No lugar da aparência do mendigo, uma figura esbelta e brilhante surgiu.

Cabelos louros e olhos brilhantes, claros e gentis. Sua aparência foi como se tivesse acabado de sair de uma pintura, cada traço esculpido com cuidado e delicadeza. Cada parte do corpo coberto por joias douradas e pedrarias em suas roupas. Era totalmente o contrário da pessoa existente há dois minutos antes! E nas mãos, ele segurava um duxianqin e deu uma risada que irritou Cai Xing.

— Irmãozinho, fico triste que não tenha me reconhecido.

Aquele era Luo Ying! Sua Alteza Imperial e príncipe herdeiro!




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GLOSSÁRIO

No folclore chinês, a impermanência é representada por figuras como Bai Wuchang e Hei Wuchang, que guiam as almas após a morte. Eles simbolizam a transitoriedade da vida e a justiça no pós-vida, reforçando a ideia de que a existência é passageira e as ações terrenas determinam o destino espiritual. Essa visão reflete influências budistas e taoistas sobre a natureza efêmera da vida material.

O duxianqin é um instrumento musical tradicional do povo Jing, uma comunidade de vietnamitas que vive no sul da China. Também conhecido como "cítara de um fio", o duxianqin recebe esse nome porque possui apenas uma corda tocada com um arco de crina de cavalo.

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