Diante do rei
Alguns dias haviam se passado e Leomord estava sentado em uma cadeira com o braço sobre a mesa, segurando um papel. Era o abrigo de Faramis, o médico se encontrava próximo de um balcão com uma mão sobre o mesmo, mantinha uma cara neutra, esperando Leomord terminar de ler.
Ali também se encontrava Flinn, Avalon e Raven. Flinn estava encostado na parede, com a ponta de sua espada tocando o chão enquanto segurava seu cabo com as duas mãos.
Avalon estava com um cutelo enorme encostado na parede, enquanto o maior, próximo da porta de entrada, permanecia com os braços cruzado esperando Leomord dizer algo.
Raven estava sentado do outro lado da mesa, com os dois braços sobre a mobília olhando fixamente para Leomord, suas duas adagas estavam guardada em seu coldre na cintura.
Não demorou muito e Leomord amassou o papel com a mesma mão que ele segurava para ler, rangeu os dentes agoniado e fechou seus olhos, a notícia não parecia ser muito boa.
- E então, Leo? - Flinn abaixava suas sobrancelhas com uma expressão tristonha, já esperando pelo pior.
- Teremos que mudar um pouco o plano da nossa missão - Leomord manteve os olhos fechados enquanto se pegava pensativo.
- O que quer dizer com isso? - Raven arregala os olhos.
- Como cavaleiro mais confiável do rei, eu pretendia colocar vocês lá dentro apenas com minha influência, mas isso não vai rolar - Disse Leomord.
- O que!? Então estamos aqui para nada? Estou vendo nosso povo com medo, as pessoas se perguntam o que está acontecendo, o por quê estão sendo desarmadas? Isso que querem saber, os soldados estão mais agressivo com aqueles que deveriam estar protegendo - Avalon, com raiva, da um soco na parede, rangendo seus dentes.
- Para que o povo não se rebele, você tem que desarma-lo. Se torna um grupo fácil de controlar se o poder está em suas mãos - Faramis dizia, pegando uma maçã no balcão - Foi assim que Khufra começou com sua tirania, o povo que o seguia não tinha escolha, ou matava ou eram mortos, era a única escolha que eles tinham - concluiu Faramis, mordendo a maçã.
- Está me dizendo que Atticus... - Flinn arregalou os olhos surpreso.
- Sim... Estou sentido uma energia maligna cada vez maior em volta do castelo, isso é magia negra Leomord - Faramis disse, olhando para o maior.
- Eu imaginei... Atticus jamais tentaria contra a vida do seu povo - Leomord disse, abrindo seus olhos finalmente.
- Mas diz aí, o que vai acontecer agora? - Raven olha curioso para Leomord, ao mesmo tempo que assustado.
- Atticus exigiu a minha presença no castelo, e apenas a minha presença. Eu terei que ir lá obrigatoriamente - Ao soltar a notícia, todos ficaram surpresos.
- Eu não acredito! Será que eles suspeitavam de algo? - Flinn apertou com força o cabo de sua espada.
- Eu não sei, mas irei comparecer. Se algo acontecer comigo quero que cuidem da minha querida Necrokeep - Leomord disse, abaixando a cabeça.
- Não! Isso é inaceitável capitão! Se você morrer... - Raven parecia desesperado.
- Se eu morrer é porque o destino quis assim, e eu não me preocupo com isso, conheço três dos melhores cavaleiros para me substituir - Leomord deu um fino sorriso, erguendo a cabeça para seus companheiros ali.
- Leo... - Flinn parecia controlar suas lágrimas.
- Vou partir para o castelo - Leomord se levantou e apertou a mão de Raven - Continue sendo o ótimo cavaleiro que você se tornou Raven, eu tenho orgulho de chama-lo de "meu amigo", muito mais que um companheiro na Ordem - Leomord da um fino sorriso e Raven segura as lágrimas, apenas afirmando com a cabeça.
- Capitão... - Avalon parecia um pouco abalado, mas mantinha sua expressão forte diante da situação.
- Eu sei, grandão, tivemos nosso desentendimento no passado mas sei que você mudou muito como pessoa, você é aquele que podemos contar para proteger os aliados, uma pessoa forte consegue se defender, mas alguém mais forte ainda, igual a você, é capaz de defender os outros. Conto com você - Leomord aperta a mão de Avalon que, com força, segura na mão de Leomord, um verdadeiro laço de irmandade entre os dois.
- Por Favor Leo... Não vai... - Flinn ainda estava triste com a decisão.
- Você me ajudou muito Flinn, é graças a você que eu cheguei onde cheguei - Leomord se aproximou do rapaz - Se eu não retornar, a equipe vai precisar que alguém de um norte para ela, por isso mantenha sua cabeça erguida diante dos desafios, e nunca deixe que qualquer cenário abale suas emoções, como líder, precisamos mostrar resiliência, e se tem alguém que eu confio para liderar a equipe que eu lidero, esse alguém é você, não me vem outra pessoa na cabeça - Leomord disse e Flinn estendeu a mão.
Leomord ignorou o aperto de mão e abraçou o rapaz, foi nesse momento que ele não conseguiu conter as lágrimas, lembrando cada momento que eles passaram juntos, desde a entrada de Leomord para ordem até a guerra que travaram lado a lado com Khufra e seu exército. Foi um longo abraço, um abraço silencioso que Leomord permitiu Flinn derramar suas lágrimas em seu ombro. No termino do abraço, Leomord apenas se afastou e andou até Faramis.
- Eu sei... - Disse Faramis já afirmando com a cabeça.
- É o meu único pedido - Falou Leomord com um sorriso e colocando a mão no ombro de Faramis - Cuide bem de Vexana - Ao dizer isso, Leomord apenas se retirou, deixando todos para trás.
Ao chegar no castelo, no castelo, Leomord foi recepcionado pelos guardas que estavam de vigia no portão, um deles o encaminhou até a sala do trono.
Lá, Leomord se ajoelhou sobre uma perna na frente de Atticus e abaixou sua cabeça. O rei estava sentado sobre o trono com uma taça de vinho na mão enquanto dois cavaleiros estavam atrás de Leomord com espadas em suas mãos.
- Leomord, aquele que foi meu cavaleiro mais fiel! - Atticus dizia com a taça em mãos e um sorriso no rosto, seus olhos estavam negros e suas pupilas vermelhas.
- O que desejas meu rei? - Leomord peguntou de forma neutra, sem levantar a cabeça.
- O que eu desejo? Ah, eu desejo muitas coisas... - Atticus responde em um tom irônico enquanto deixa uma fraca risada escapar.
- Leomord, você foi acusado de traição por ir contra as ordens do rei e não ajudar a desarmar a população - Disse um dos guardas atrás do maior.
- Meu crime foi querer deixar os mais fracos se defenderem? - Leomord perguntava rangendo os dentes.
- Adiciona mais um na lista, está questionando as ordens do rei - Atticus dizia de forma arrogante, se levantando de seu trono.
- Você foi sentenciado a morte - Disse um dos cavaleiros, levantando sua espada.
Leomord se virou dando uma rasteira no cavaleiro e o derrubando no chão. O outro tentou atacar mas Leomord se levantou rapidamente, segurou no pulso do cavaleiro com uma mão e com o outro braço ele deu uma investida, jogando o cavaleiro contra o chão e tomando a espada de suas mãos.
Antes que o outro cavaleiro pudesse se levantar, Leomord aponta a ponta de sua espada para a garganta do cavaleiro e apoia seu pé sobre o peito dele, impedindo ele de reagir.
- Está vendo? É disso que estou falando, o cavaleiro mais forte, mais habilidoso, mais inteligente e rápido... Tanto poder em uma pessoa só e você insiste em resistir as minhas ordens - Atticus dizia - Aqueles lá fora podem ser controlados, você poderia dominar tudo e todos, ninguém iria contra as nossas ordens! Vexana não entende nada sobre a política de Necrokeep e nem como devemos encaminhar ela. Foi até por esse motivo que eu mandei matar ela - Disse Atticus e Leomord arregalou os olhos.
- Você o que? - Por um momento, Leomord entrou em choque com a notícia.
- Ela é fraca, a única coisa que tem é a beleza, mas isso está sumindo ao longo do tempo. Ela não serve para liderar este reino, tudo que ela sabe fazer é recorrer a sua amizade e mais nada, sempre tristonha e jogada no canto, nem para me dar um herdeiro ela conseguiu por ser fértil, Necrokeep está desgraçada por conta dela - Atticus continuou, se aproximando de Leomord - Uma rainha que não consegue exercer sua função não serve para governar o povo, se for necessário sacrificar a rainha para que o rei continue no jogo, então será feito, como em um jogo de xadrez, e sou eu quem sou o cheque mate - Disse o rei.
Leomord nada disse, apenas agiu por impulso, segurou o cabo da espada com as duas mãos e atravessou ela no centro do peito de Atticus, avançando para frente com o rei até o trono, fazendo ele sentar sobre o mesmo e infincar a lâmina nas costas do trono, empalando o rei ali.
- Leo?... - O rei perguntava assustado, sangue começou a escorrer de sua boca e da ferida em seu peito, seus olhos voltaram ao normal - Por... Que?... - A vida de Atticus se esvaiu na frente de Leomord, sem resistir, o rei morreu.
- Assassino da coroa! - Os guardas ali se levantaram e correram para fora da sala do rei.
- Atticus?... - Leomord por um momento se arrepende de seus atos - Ele... Estava possuído? - Leomord estava tão cego pelo ódio que não notou - O que foi que eu fiz? - Leomord largou o cabo da espada e deu dois passos para trás, olhando para suas mãos sujas com o sangue do rei.
- Ha! Ha! Ha! Isso é divertido, não? - uma mulher no canto da sala ria com sua voz doce.
Leomord olhou para o lado e viu um ser com asas de morcego, chifres em sua cabeça e cabelos longos e lisos da cor rosa. O decote no vestido da mulher era visível, mas sua expressão sádica e um sorriso satisfeito no rosto era o que chamava a atenção de Leomord.
- Quem é você? - Ele perguntou ainda assustado.
- Eu? Ha! Ha!... Eu sou o caos, a rainha do abismo, aquela que trás o desespero e destruição na vida daqueles que tentarem contra mim ou apenas por diversão mesmo. Eu me chamo Alice - Disse ela, apoiando o cotovelo sobre sua outra mão e colocando um dedo na boca, sensualizando para Leomord - Fico feliz que um bonitão desses me ajudou a concluir meu plano de dominar o reino, com o rei morto, este reino será meu - Disse ela rindo sadicamente.
- Como ousa dizer tais palavras, demônio? - Leomord repreende, pensando em avançar contra a mulher, mas ela jogou um orbe para o lado e desapareceu, reaparecendo próxima da janela.
- Eu gostaria de ficar mais, mas irei voltar apenas quando tudo isso for meu, não vai demorar muito - Disse ela, virando as costas e colocando um pé sobre a janela - Ah... E acho melhor você correr, ou esqueceu que sua rainha está correndo perigo? Ha! Ha! - Alice pulou a janela, abrindo suas asas e voando além da visão de Leomord.
- Vexana! - Leomord, ao lembrar da ameaça de Atticus, não pensou duas vezes e correu em direção a saída da sala do trono, sua corrida contra o tempo estava apenas começando.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro