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A criatura retorna

O nome de Leomord foi espalhado por toda terra do amanhecer junto com os seus feitos, não havia uma pessoa que não soubesse quem era ele e como chegou tão longe. As coisas haviam se acertado para Leomord com seu retorno a Necrokeep, Vexana lamentou muito e até chorou pedindo desculpas para ele por conta de tudo que ele passou e o rei, também arrependido, pediu perdão a Leomord e o nomeou como novo capitão da Ordem dos Cavaleiros de Necrokeep.
Dez anos se passaram desde o ocorrido, o nome de Leomord já havia chegado em um lugar tão sombrio que nem ele mesmo poderia imaginar o perigo que estava a espreita, esperando para acabar com tudo que ele tinha.
- Foi ele, aquele que se ergueu na guerra e derrotou Khufra e seu exército - Disse um demônio curvado diante de um trono.
- Leomord? - Uma voz doce e feminina se perguntava, balançando a taça de vinho em sua mão.
- Quer que eu me encarregue disso majestade? - Uma voz sombria vinha das sombras enquanto caminhava sobre quatro patas.
- Não se preocupe Helcurt... - A mulher disse se levantando - Eu quero ver ele com meus próprios olhos, deve ser um homem tão lindo e maravilhoso - A mulher jogou a taça de lado e levou seu dedo até seus lábios - Vou adorar entregar o último beijo da vida dele antes de drenar ela toda - Disse ela e abriu um pequeno sorriso malicioso, levando seu olhar para Helcurt.
- Quer que eu a escolte? - Perguntou o assassino olhando seriamente para Alice.
- Não... eu quero que você seja minha isca para meu plano - Disse a rainha dos demônios e, no mesmo instante, Helcurt abriu um sorriso psicótico grande em seu rosto.
Agora, em Necrokeep, todos estavam vivendo sua vida pacificamente. A população do reino já estava em paz ao longo desses dez anos, não tendo uma só tragédia. As ruas eram seguras, as crianças podiam brincar a vontade quando bem entendessem.
Andando pelas ruas de Necrokeep, Leomord colocava suas mãos atrás das costas juntando uma a outra, deixando um fino sorriso estampado em seu rosto enquanto olhava o quão bem estava a situação de todos.
- Ei... Leo! - Uma voz o chamou em um beco, uma voz feminina e assustada.
- Hum? - Leomord olhou para lá, mas tudo que viu foi uma garota pequena encapuzada tentando se esconder.
- Vem aqui, por favor! - Disse ela, fazendo sinal para ele.
- Não pode ser... - Leomord se aproximou e, ao chegar perto da garota, abriu um sorriso alegre - Lunox!? - Ele abraçou a garota que, envergonhada, apenas confirmou com a cabeça.
- Não podemos ser vistos assim! - A garota dizia e em seguida ele a soltava, notando a tonalidade que a pele da menor tomou, estava corada.
- Ah... desculpa se pareceu pessoal - Leomord olhou para o lado meio sem jeito, coçando atrás da cabeça.
- Não é isso, eu não me importo de você me abraçar... - A garota olhou para o chão timidamente - Quer dizer, me importo um pouquinho e... - Não querendo se entregar, ela muda o assunto - Mas não foi para isso que vim aqui! Eu precisava ver que você estava bem - Ela o olhou nos olhos um pouco tímida mas demonstrando sua preocupação.
- E por que eu não estaria? - Ele arqueou uma das sobrancelhas.
- É porque... - Antes de Lunox dizer uma vírgula do assunto, um Flashback de Natan aparece em sua mente, lembrando ela de que não deveria contar nada a Leomord.
Só de pensar nisso, a garota começa a suar frio. O que aconteceria se Leomord soubesse do seu futuro? O tecido do espaço e o tempo iriam rasgar e tudo deixaria de existir? Mudaria completamente a história e deixaria Natan perdido em sua busca pela salvação da Terra do Amanhecer? Muitas perguntas estavam se fazendo em sua mente.
- Lunox? - Leomord a tira de seus devaneios quando percebe sua preocupação.
- É porque eu gostei muito de conhecer você, então é normal me preocupar, ainda mais depois de anos sem ver você - Ela abriu um sorriso bobo, tentando enganar o maior.
- Ah, entendi... - Ele deu um fino sorriso - mas é uma pena você ser uma péssima mentirosa, você não estaria disfarçada dessa forma se escondendo nas sombras apenas para me ver bem - Leomord ficou mais sério e a garota suspirou.
- Eu não posso lhe dizer Leo... me desculpa - Falou ela baixando a cabeça - Mas peço para que compreenda, eu tive um sonho com Necrokeep e apenas coisas ruins estão por vir, isso me preocupou - Disse Lunox e Leomord colocou sua mão no topo da cabeça da menor.
- Foi apenas um pesadelo, não? - Ele pergunta bagunçando os cabelos de Lunox que ficou envergonhada.
- Sim... foi só um pesadelo - Disse ela, ela não poderia revelar tudo - foi por isso que vim até aqui Leomord... e também para dizer que eu... eu... - a garota travou, mais nenhuma palavra queria sair de sua boca.
- Capitão? - Um cavaleiro chama Leomord do lado de fora do beco, olhando para dentro do mesmo.
- Diga! - Leomord se vira olhando para o rapaz.
- Aconteceu um ataque, uma criatura estranha que anda sobre quatro patas está matando inocentes! - Disse o cavaleiro e um grito foi ouvido ao longe, de uma mulher, um grito de horror.
- Merda! - Disse o cavaleiro e correu em direção de onde o grito veio.
- Eu preciso ir Lunox! - Leomord se vira para a garota, mas ela já não estava mais ali, simplesmente tinha desaparecido - Não vou nem me perguntar como isso aconteceu - Leomord se vira e corre para fora do beco.
Duas quadras a frente de onde Leomord estava, uma chacina tinha ocorrido. Mulheres, homens e crianças estavam completamente feridos sobre o chão, alguns já haviam partido dessa para uma melhor, já outros resistiam e lutavam pela suas vidas enquanto se afogavam no seu próprio sangue.
Leomord ao se deparar com aquela cena ficou em choque, arregalou os olhos e lembrou do dia em que houve o casamento de sua melhor amiga. Juntamente com aquele povo inocente, cavaleiros perderam sua vida tentando defender, o que estava mexendo ainda mais com o psicológico de Leomord. Em meio ao seu choque e suas lembranças, uma risada sombria lhe chamou a atenção.
- Nos encontramos novamente - Disse uma criatura saindo das sombras.
- Você... - Leomord olhou irado para a criatura - Maldito seja! - Leomord pegou uma espada no chão e correu em direção a Helcurt.
- Matar... eu fui criado para isso e seu desejo por sangue apenas me satisfaz - Disse Helcurt e sumiu em uma névoa instantânea, aparecendo a frente de Leomord e forçando um ataque frontal, chocando a lâmina de seu pulso com a espada de Leomord e competindo força com o maior.
- Naquele dia eu não consegui extermina-lo... mas acabarei o que comecei - Disse Leomord rangendo os dentes.
- Essa sua raiva... seu tom de voz - Helcurt manteve a força enquanto abria um sorriso psicótico - Você não é muito diferente de mim! - Disse Helcurt em meio a risadas.
- Cala a merda da sua boca! - Leomord empurra a lâmina de Helcurt e tenta um ataque direto, forçando Helcurt a recuar com um salto.
- Vamos, mostre sua força! - Helcurt começou a rir e Leomord foi em direção a ele.
- Dessa vez eu não vou errar - Leomord tomou uma expressão séria e se concentrou indo até a criatura.
Foi como se tudo ficasse em câmera lenta, Helcurt estava se preparando já erguendo sua cauda. Enquanto corria armando um ataque, Leomord conseguiu prever os movimentos que a cauda de Helcurt faria e como o assassino faria para se defender com suas garras, isso tudo com seu olho anormal.
Com um plano de contra ataque em mãos, no momento da execução, Leomord se esquivou para o lado e deixou a cauda de Helcurt passar direto, em seguida desferiu um golpe de baixo para cima na lâmina de um dos braços do assassino e abriu a guarda dele, infincando a espada em seguida na direção do peito da criatura e atingindo.
Helcurt cuspiu sangue e Leomord pressionou ainda mais, derrubando o assassino contra o solo e ficando por cima dele, segurando forte sua espada com ambas as mãos enquanto forçava ela contra o coração de Helcurt.
- Como?... - Helcurt falava quase sem forças.
- Eu disse, isso termina aqui! - Leomord falou e infincou ainda mais sua espada.
- Grr... digo o mesmo! - O ferrão de Helcurt acertou as costas de Leomord e o fez arregalar os olhos e soltar a espada no mesmo momento.
Mais uma vez Leomord ficou sobre efeito do veneno, saiu de cima do assassino e começou a cambalear de forma rápida, tentando manter a postura. Assim que ele olhou para baixo, conseguiu ver uma abertura que foi feito entre suas costas e uma parte da sua barriga. Leomord cuspiu muito sangue, colocou uma mão no ferimento para tentar parar o sangramento mas foi em vão, o veneno estava correndo em suas veias, em segundos o cavaleiro mais forte de Necrokeep caiu de costas no chão e manteve os olhos arregalados.
- Vamos para o inferno juntos! - Helcurt disse e começou a rir.
Não havia ninguém por perto para ajudar Leomord, a presença de Helcurt espantou a todos. Sem esperanças, Leomord apenas iria aceitar sua morte.
Foi então que, em seu último suspiro, uma luz repousou sobre seu corpo, suas roupas e áurea eram divinas, a luz desse anjo repousou sobre Leomord e sua ferida começou a se fechar, porém, o veneno prosseguiu tentando o matar.
- Não tema, eu estou aqui para salva-lo - Disse a tal anjo com sua voz doce e se abaixando, tocando o rosto de Leomord - Descanse... - Falou o anjo e deu um fino sorriso - Tudo vai ficar bem - Aquele rosto tão belo e lúcido foi a última coisa que Leomord viu antes de finalmente desmaiar.

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