Capitulo 2
🎤 Eu queria que o amor fosse perfeito por si só
Queria que todas minhas fraquezas pudessem ser escondidas 🎶
Lisa Teige
Acordei sentindo alguém acariciar o meu rosto, aos poucos fui abrindo os meus olhos e vejo o belo sorriso do meu namorado me encarando.
— Bom dia, meu amor — desejou.
— Bom dia, minha vida — falei lhe dando um selinho.
Olho para o relógio que tinha em cima da cabeceira dele, estava marcando 10:00h da manhã.
Me levanto enrolando com o lençol no meu rosto, começo a caçar as minhas roupas que estavam jogadas no chão.
— Fique mais um pouco, Lisa — pediu.
— Não posso, já está muito tarde, preciso me arrumar pra almoçar na casa da minha tia — falei.
Visto o meu vestido coladinho preto tomara que caia sem nenhuma estampa, ia na altura dos joelhos e depois calcei as minhas meias e meu coturno preto de salto.
Na noite anterior fomos a uma festa de um dos seus amigos e acabei ficando por aqui mesmo.
Dei um beijo nele e sai, Bruno morava com os pais, mas eles nunca estavam em casa, então eu dormia aqui de vez em quando.
A minha mãe vivia na casa do namorado dela, nem ligava pra mim, desde da morte do meu pai nos afastamos demais, as únicas pessoas que se importam comigo são os meus tios, meu primo e a minha melhor amiga.
No caminho passei na padaria para comprar sonhos, é a minha comida favorita, apenas uma vez na semana que fazem.
O meu problema é que acabei ficando muito tempo conversando com as senhorinhas de lá, que nem percebi que estava mais atrasada ainda.
Precisava tomar um banho e me arrumar pra ir pra casa da minha tia, adoravam os almoços especiais que ela fazia, afinal era raro ela cozinhar.
Quando estava indo a caminho de casa, um enorme caminhão de mudança passou por mim, ao chegar na esquina na minha rua, vejo que tinha um dos caminhões que passou por mim, parado no portão da minha casa.
Fui correndo em direção à minha casa e quando entro na sala, vejo os móveis todos embalados.
Pensei que ela tivesse renovando os móveis da casa por tédio, mas ao entrar no meu quarto percebi que os móveis tinham sido levados.
Vou em direção à cozinha para confortá-la, vejo que estava dando algumas instruções para os homens em como deveriam levar a geladeira.
Minha mãe está usando um vestido vermelho com mangas longas e bem cumprido.
Seus cabelos estavam amarrados em um coque alto, a sua barriguinha de grávida estava começando a aparecer.
— Mãe — a chamei — O que está acontecendo aqui? — perguntei.
— Estou doando alguns móveis, porque iremos nos mudar — respondeu.
— Pra onde? — perguntei confusa.
— Pra nova casa que meu namorado comprou pra gente morar com ele — respondeu animada.
Pelo o que me lembro desde que o namorado dela veio da Coreia, mora em um apartamento num bairro nobre da cidade.
Era natural eles irem morar juntos, afinal ela tinha engravidado dele, mas eu não sou obrigada a ir com ela.
— Minha casa é aqui, não irei sair — falei batendo os pés com força no chão e cruzando os meus braços na altura dos seios irritados.
— As coisas do seu quarto já foram levadas no caminhão — avisou.
Apenas fiquei em silêncio sem dizer nada a ela.
— Agora podemos ir, os empregados terminam de organizar as coisas por aqui — falou firme.
— Não irei a lugar nenhum com você — falei irritada.
— Vai sim, eu sou sua mãe, não sou estranha — me lembrou.
— Essa casa é tudo que tenho do meu pai, se ele não estivesse morrido naquele maldito acidente, eu ainda mais feliz — falei – Talvez se ele estivesse vivo ao invés de você — falei raivosa.
Sinto as minhas bochechas arderem, porque ela tinha acabado de me dar um tapa no meu rosto.
Percebi que ela estava chorando, me senti mal por ter dito aquilo no momento de raiva, nenhuma mãe merecia ouvir aquilo.
— Me desculpe, filha — pediu.
Não disse nada a ela, fui em direção a garagem, peguei o meu capacete vermelho e a moto do meu pai e segui em direção para a mansão do meu primo Ken.
Motos era a minha maior paixão, desde que era pequena, amava sentir o vento batendo no meu rosto, aquela sensação era incrível.
Mas o principal motivo era que sempre me fazia lembrar do meu pai, algumas lembranças invadiram a minha mente.
"Há 5 anos atrás....
Estava completando dez anos de idade, iria ter uma grande festa pra mim, o carro do meu pai estava com um dos pneus furados.
Meu pai sempre foi um homem muito elegante, amava usar ternos, estar muito bem arrumado e principalmente muito perfumado.
Minha mãe havia ido mais cedo ao salão da festa pra poder organizar tudo da melhor maneira.
— Pai e agora? Como vamos? — o perguntou preocupada.
— Vamos de moto, minha querida — respondeu.
— O senhor tem uma moto? — perguntei confusa, já que eu nunca tinha visto na garagem.
— Sim — respondeu — Na época que era solteiro, só andava de moto — explicou.
— Entendi — concordo.
Subi na moto junto com o meu pai, ele começou a dirigir e pela primeira vez senti aquele vento gostoso no meu rosto, que se tornou a minha melhor sensação do mundo.
Chegamos em poucos minutos no local da festa, por sorte meu cabelo não desarrumou tanto.
— Pai, me ensina a andar de moto, quando eu for mais velha? — perguntei.
— Ensino sim, quando sua mãe for sair com as amigas dela, irei lhe levar— respondeu.
— Obrigada, pai — agradeci, entramos dentro da festa de mãos dadas. "
Ao chegar na mansão dos meus tios, os guardas abriram os portões pra mim, guardei a moto dentro da garagem deles.
Na sala de estar, Ken estava usando o seu tradicional pijama azul, nesse momento encontrava-se deitado no seu sofá assistindo "Um maluco no pedaço".
Ken era o meu primo e acima de tudo meu melhor amigo, ele amava jogar basquete e era um garoto muito popular no colégio, assim como o meu namorado.
— Oi, Lisa — Ken falou ao notar a minha presença.
— Oie, meu branquelo — falei, o abraçando bem forte, deixando escapar algumas lágrimas no seu ombro.
— Porque está chorando, minha ruivinha? — perguntou preocupado, enquanto nos separamos do nosso abraço — Você está com bochecha vermelha — acariciou a minha bochecha com carinho — Tem uma marca de uma mão certinha nosso rosto, quem andou lhe batendo? — perguntou me observando.
— Minha mãe me deu um tapa na cara por eu ter irritado ela — respondi, levando a mão até a minha bochecha.
— O que aconteceu? — perguntou, se sentou no sofá e me sentei ao seu lado.
— Ela vai se mudar pra morar com o namorado, nem perguntou se eu queria ir com ela, apenas pôs as coisas do meu quarto dentro de um caminhão — expliquei.
— Eles vão se casar então, é natural que isso aconteça, ela está grávida — falou.
— Infelizmente — concordo magoada — Já falou com a sua mãe ? — perguntei.
— Sim — respondeu — Ela já entrou com a papelada para ser sua tutora legal, não se preocupe prima — explicou.
— Espero que seja logo — falei, apoiando a minha cabeça no ombro dele.
Ele mandou a empregada trazer gelo para eu poder colocar no meu rosto, pra que não pudesse ficar tão vermelho.
— Nunca mais ela vai colocar a mão em você, eu lhe prometo isso — falou carinhosamente.
— A culpa foi minha, eu disse que queria que ela tivesse morrido ao invés do meu pai — falei me sentindo mais culpada ainda.
— Talvez, seria melhor desde que ele morreu, ela te trata de mal a pior — concordou comigo.
— Só queria que ela me amasse como o meu pai me amava, mas desde que ele faleceu, ela começou a ir a noitadas e me deixar sozinha com babás — me lembrei.
— O amor nunca será totalmente perfeito, minha prima — me lembrou.
Percebi que o celular dele começou a tocar, ele fez um sinal pra mim ficar ali no sofá e se afastou de mim pra atender a ligação.
A empregada me trouxe o gelo, coloquei no meu rosto sentindo leve arrepios, odeio as coisas muito geladas.
Vejo uma notificação de uma mensagem da minha mãe, vi que era o endereço da nova casa.
Vejo o meu primo voltando e se sentando ao meu lado no sofá.
— Minha mãe falou que daqui a duas semanas você irá morar com a gente, então peço que até lá tente agir normalmente com a sua mãe — aconselhou.
— Irei tentar — falei recebendo o seu olhar de desaprovação — Obrigada por tudo, primo — agradeci, lhe dando um beijo na bochecha — Avisa pra tia que em outro momento venho almoçar com vocês — avisei — Cuide da moto do meu pai por favor — peço.
— Tá bom — concordo — Até logo, prima — falei.
Pedi para o motorista particular da minha tia, para me levar até o endereço da casa da minha mãe.
Era uma enorme mansão que nem a das novelas mexicanas que eu assistia, parece que vai ser mais um lugar pra mim ficar totalmente sozinha e a mercê dos empregados.
Ao chegar lá, uma das empregadas estava me esperando, ela me guiou até o meu novo quarto, que era igual ao meu antigo só que bem maior.
Fico sabendo pela empregada que a minha mãe foi no aeroporto buscar o filho do meu padrasto, que está vindo diretamente da Coreia.
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