🎤 Por você, eu
Seria capaz de fingir ser forte mesmo estando machucado 🎶

Lisa Teige

Odeio com todas as minhas forças aquele coreano estúpido, por ter me obrigado vir até o hospital.

O real motivo era que eu não queria ver a minha mãe numa cama de hospital lamentando a perda do meu meio-irmão.

— Filha — falou tentando pegar na minha mão, só que não deixei — Porque está tão fria e distante comigo? — perguntou confusa.

— Nada — respondi — Estou aqui, não precisa desse drama todo — falei.

— Volte pra mansão onde estou é o seu verdadeiro lar — pediu.

— Não é mais — falei.

— O que tem contra meu marido? — perguntou — Ele tentou se aproximar de você de várias maneiras e só recebeu patadas de você — me lembrou — Ele não é nosso inimigo — explicou.

— Mas ele é meu — falei.

— O que ele fez de tão grave? — perguntou sem entender nada.

— Se envolveu com você, quando ainda estava casada com o meu pai e ainda se fazia de amigo dele — a lembrei, vendo me encarar envergonhada, ela ia dizer algo, mas não deixei — ELE É UM ASSASSINO POR CULPA DELE O MEU PAI ESTAR MORTO — gritei irritada.

Não aguentava fingir ser forte o tempo todo, minha mãe me olhou espantada e começou a passar mal de repente.

Corri pra chamar um dos enfermeiros e me arrependi de ter falado isso.

Enfermeira deu um sedativo para ela, aos poucos foi se acalmando e voltando a ficar calma.

Percebi que o meu padrasto e o Suga vieram correndo, provavelmente alguém os chamou.

— O que fez, garota? — Meu padrasto perguntou irritado.

Resolvi ignorar a sua pergunta, caminhei saindo de lá, não estava a fim de discutir com ele.

Tenho certeza que o acidente do meu pai foi provocado, porque foi logo após eu ter pegado ele com a minha mãe no escritório do meu pai.

Percebi que Suga veio atrás de mim, não sei porque esse garoto simplesmente não me deixava em paz.

— Pode ir, não quero ninguém perto de mim — falei irritada.

— Porque se faz de forte? — perguntou se pondo na minha frente.

— Como assim? — perguntei confusa.

— Fingir ser forte o tempo todo nunca dá certo — respondeu.

— Não tem nada a ver com isso — falei, chegando no estacionamento do hospital.

— Tenho sim — falou, sem receber nenhuma resposta minha — Aonde vai? — perguntou curioso.

— Não precisa se importar comigo, não irei voltar para sua mansão — respondi.

— Porque odeia tanto o meu pai? — perguntou curioso.

— Tenho meus motivos, não têm nada a ver com isso — falei ignorando a pergunta.

— Tenho, sim ele é o meu pai — falou firme.

Não quis discutir, então continuei andando, iria até um ponto de táxi próximo, reparei que ele continuava a me seguir.

Ele me puxou pelo braço bem forte, não entendi muito bem o motivo, até que percebi que o semáforo ficou verde e vários carros começaram a passar.

— Obrigada — agradeci sorrindo pra ele.

— Se quiser te levo, onde quiser — sugeriu.

— Só queria beber algo gelado, estou com muito calor — falei.

— Onde deseja ir? — perguntou.

— Numa sorveteria aqui na frente, eles fazem sorvetes muito elaborados — respondi.

— Então vamos, olhe os sinais com atenção, nem sempre vou poder lhe salvar — falou arrogantemente.

— Nunca te pedi pra me salvar, coreano estúpido — falei fingindo estar irritada.

— Minha coitadinha — falou todo sorridente.

Fomos até uma sorveteria e nos sentamos num banco que havia lá e fizemos os pedidos.

— Poderia me fazer um favor? — pediu.

— Qual? — perguntei.

— Vamos tirar uma foto para mostrar que pelo menos nós dois não nos odiamos tanto — respondeu.

— Não odeio tanto você, apenas parece que viramos amiguinhos — falei apertando as suas bochechas com carinho.

Suga pegou o celular dele, retirei da sua mão, rodei a cadeira pra ficar atrás dele, aproveitando o espelho em frente de nós, tirei uma foto que aparecia bem pouco o nosso rosto, mas ficou muito lindo.

— Ficou muito boa — falei encarando a foto.

— Irei postar no meu instagram depois — falou, retirando o celular da minha mão.

— Tá bom — concordei.

Vi que nossos pedidos chegaram, Suga pediu um sorvete simples com morango e algumas coisas que não sei bem o que é.

Já o meu era um dos sorvetes especiais de lá, era bem elaborado com várias coisas.

Vi ele tirando foto do nosso sorvete, provavelmente para postar junto com a nossa foto.

Suga postou no instagram e pediu meu user pra poder me marcar.

— Os sorvetes daqui são muito bonitos, agora vou ver se é tão quanto na Coréia — falou encarando o seu sorvete — Posso lhe perguntar uma coisa? — perguntou.

— Pode — respondi.

— Sabia que fica linda bravinha? — perguntou num tom sarcástico.

— Para de ser tão estúpido — respondi dando risadas.

— Seu estúpido — falou dando uma colerada no seu sorvete.

Começamos a rir juntos, até que ele pôde ser muito divertido.

Maitê e Teresa entraram na sorveteria, parece que aquelas duas me perseguiam.

Maitê estava usando um cropped branco, jaqueta vermelha com detalhes amarelo que estava aberta, calças jeans de cós alto num tom claro e um coturno preto.

Seus cabelos estavam soltos, com alguns cachos sutis.

Teresa estava usando um vestido curto branco com detalhes de flores roxas e rosas, pra finalizar usava uma sapatilha vermelha.

Seu cabelo estava preso em um alto rabo de cavalo.

— Oia Lisa — me cumprimentou — Olha Teresa, Elisa teve que arrumar um coreano para esquecer o Bruno — falou com um sorriso debochado.

— Pelo menos ele é muito bonito, temos que admitir — Teresa falou, olhando diretamente para o Suga lhe encarando.

— Verdade amiga, tenho que admitir isso — Maitê concordou.

— Bruno estava cego de magoar uma linda ruiva como ela — falou se aproximando mais perto de mim, colocou uma das mexas do meu cabelo, atrás da minha orelha.

Maitê e Teresa nos encaram fixamente, pareciamos que estavam numa entrevista de emprego, sendo avaliadas.

Não sei o que deu nele, ele segurou o meu rosto com as pontas dos dedos com carinho e selou os nossos lábios em um beijo calmo e ao mesmo tempo gentil.