XIV. I Want The Time Of My Life
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Alaina tinha que ser sincera: estavam sendo dias bem divertidos. Ela gostava do como Kei mudava completamente quando estavam sozinhos de noite e conversavam sobre coisas nerds e jogavam vídeo game. Também se divertia horrores com a troca de personalidade quando ele estava treinando no clube de vôlei, odiando todas às vezes que Alaina ia timidamente para o dar suporte. Bom, se ela tinha sido convidada pelo próprio treinador (que havia dito que sua presença era um incentivo bom para Tsukishima, quase fazendo Alaina chorar), quem era seu primo para a impedir de o prestigiar, afinal? Ela sabia da relação conflituosa do mais novo com vôlei, e mesmo que Alaina quisesse passar as férias o mais longe possível de meninos que jogam vôlei, ela ficaria feliz de o fazer caso fosse algo bom para seu primo.
Por isso, naquele momento, estava observando enquanto Hinata Shoyo (o ruivinho emocionado, como Alaina tinha carinhosamente apelidado) e Kageyama Tobio (o esquentadinho) faziam jogadas absurdas. O que claramente estava irritando Kei, o passe esquisito daquela dupla que não era nada além de esquisita. Ela não conseguiu deixar de pensar no como Atsumu ficaria impressionado com os pulos de Hinata; até mesmo conseguia visualizar em sua mente a expressão do gêmeo idiota, mas ela não podia julgar muito Atsumu quanto a isso já que a verdadeira paixão da vida do falso loiro era o vôlei.
Mas Alaina não iria pensar nisso e nem em nada que pudesse a lembrar de Osamu. Praticamente dez dias tinham se passado desde que ela havia ido para Miyagi, desde a última conversa dos dois, e Osamu não fizera nenhuma questão de falar com Alaina. Bom, se Osamu queria manter as coisas entre eles daquele jeito, Alaina não podia fazer nada (pelo menos naquele momento. Ela ainda tinha um pouquinho de amor próprio).
Ela definitivamente não pensaria nisso. Não quando havia encontrado ali no time de vôlei do Karasuno uma família totalmente estranha e disfuncional, que a acolheu como se ela sempre estivesse lá. Definitivamente era divertido ver o como Kageyama e Hinata sempre pareciam prestes a explodir tudo ao seu redor, ou o como isso irritava profundamente Kei e fazia Tadashi ficar totalmente deslocado (Alaina estava orgulhosa dele, mesmo que Tadashi não percebesse o quanto tinha evoluído, Alaina sim). Os primeiroanistas do terror, era assim que Alaina chamava aquele quarteto caótico. Em compensação, Daichi, Sugawara e Asahi eram bem mais equilibrados, mesmo que nem tanto assim já que eram pai, mãe e tiozão do restante do time.
Mas, sem nem sombra de dúvidas, quem estava fazendo os dias de Alaina mil vezes mais divertido eram Nishinoya e Tanaka. Quando os conheceu no primeiro dia, tinha achado os dois bem bocós, para dizer o mínimo. Mas, com o passar daqueles dez dias seguindo Kei em seus treinos e o irritando ao máximo, a Mikan podia dizer que tinha criado um apreço pelas loucuras de Tanaka e Nishinoya, principalmente por se identificar com os dois. E assim, sem mais ou menos, surgiu uma amizade totalmente inesperada na vida de Alaina, o que a deixava feliz e preenchia um pouquinho do vazio dentro de seu peito.
Ela jamais iria se esquecer do dia anterior, onde havia convencido Tanaka e Nishinoya a dançarem com ela depois do treino. Eles eram péssimos, e Alaina não sabia dizer quem estava rindo mais com a performance sequelada de Tanaka ao som de time of our lives, se divertindo mais do que nunca. Principalmente quando Nishinoya deu uma rasteira em Tanaka com um movimento totalmente equivocado. Alaina riu tanto que seu estômago doeu, e ela jamais seria grata o suficiente por Nishinoya e Tanaka terem aceitado aquela loucura.
-Você deveria jogar com a gente um dia, sabia? - Nishinoya disse parando ao lado de Alaina quando fizeram a primeira pausa. Ela apenas arqueou uma sobrancelha para ele, mas o garoto sorriu para ela. -Você tem agilidade por causa da dança! E se sabe jogar vôlei, quão difícil vai ser, hein?
-Isso! - Tanaka retrucou, se aproximando. -É o mínimo depois de ontem!
Alaina riu.
-Vai ser difícil sim, eu não quero ter meus lindos dedinhos luxados depois de tentar defender os ataques da dupla pá pum. - Alaina disse, arrancando risadas dos dois garotos. -E vocês gostaram de dançar comigo que eu sei! Mas não dá pra dizer que seriam ótimos dançarinos, sinto muito.
-Ser terrível assim é de família? - Tanaka zombou. Alaina riu.
-Você não viu nada! - ela falou com um sorrisinho.
-Ei, vocês dois, deixem a Alaina em paz e voltem para o treino! - Daichi gritou, fazendo tanto Tanaka quanto Nishinoya arrepiarem. Alaina achava absurdamente engraçado o como Daichi conseguia colocar ordem no time só com uma frase. Será que aquilo era algo de capitão de time de vôlei, afinal? Kita era daquele exato jeitinho. A diferença é que os olhares de Kita impactavam literalmente todos, não só os meninos do clube de vôlei.
Alaina poderia facilmente continuar ali por um bom tempo. Já estava bem mal acostumada com Daichi comprando lanches para eles quando saiam dos treinos, e às vezes se sentia até uma morta de fome, mas era confortável estar com os meninos do Karasuno, ela percebeu. Fazia ela sentir saudades de seus amigos, sim, mas ao mesmo tempo Alaina sentia que tinha ganho amigos novos também. Kei podia a odiar eternamente por ficar enchendo seu saco nos treinos, mas Alaina era extremamente grata por ele a ter deixado ficar.
Naquele dia, ela não pode ficar até o final, pois sua mãe a mandou mensagem pedindo para passar no mercado e voltar para casa, onde ambas preparariam a janta. Era um combinado silencioso entre a mãe de Alaina e sua tia, quando estavam todos em família, o preparo dos jantares era um revezamento. Alaina particularmente gostava de cozinhar, por isso não achou ruim, apenas se levantou e se despediu brevemente de todos antes de ir embora.
Ela conhecia Miyagi bem até demais, já que havia morado lá até os oito anos, quando se mudaram. Além disso, iam constantemente para Miyagi nas férias. Não foi um problema para Alaina caminhar até o mercado. Mesmo que gostasse de passar o dia atormentando os meninos do clube de vôlei, também era bom se sentir útil para outra coisa que não dar suas opiniões e criticadas em Kei quando ele cometia um erro idiota (sua mania de controle e perfeccionismo a impediam de calar a boca, o que fazia Kei constantemente a olhar como se quisesse matá-la. Alaina não podia se importar menos).
O que Alaina mais odiava de fazer compras, era ter que fazer sozinha com a lista infernal de sua mãe. Por isso, estava revoltada quando saiu lotada de sacolas, sabendo que ainda teria que andar por quinze minutos até chegar na casa de sua tia. Alaina estava xingando baixinho, sem prestar um pingo de atenção em para onde ia. Foi por isso que nem ficou chocada quando aeu corpo se chocou contra algo.
Algo não, alguém, fazendo uma das sacolas de Alaina cair e ela soltar um palavrão.
-Ai, desculpa! - ela disse querendo morrer de tanta vergonha, se abaixando para recuperar a sacola no mesmo momento em que a pessoa com quem ela tinha trombado fez isso. Alaina ergueu o rosto o suficiente para fitar olhos castanhos bonitos. Na verdade, era difícil dizer o que não era bonito naquele garoto que apenas abriu um meio sorriso para ela.
-Você se machucou? - ele perguntou e Alaina gaguejou. Ela gaguejou, e de repente, se sentiu uma grande idiota, suas bochechas ficando absurdamente vermelhas.
-Para de dar esses olhares para garota, Shittykawa! - e aquela voz... Ah, Alaina conhecia aquela voz!
-Ai meu Deus! - ela disse arregalando os olhos e se levantando em um pulo. Ela não soube dizer quem ficou mais chocado, ele ou ela. -Iwa?! - Alaina não conteve o sorriso para ele. Deveria ser considerado um crime Iwaizume continuar tão bonito.
-Alaina? - Iwa parecia perplexo, mas não hesitou antes de a dar um abraço, deixando o garoto ao seu lado completamente confuso.
-Mas o que é isso, Iwa-chan? Desde quando você fica com a garota bonita? - ele choramingou, fazendo Alaina querer dar uma gargalhada. Se ele apenas soubesse que Alaina tinha perdido o BV com Iwaizume três anos atrás, provavelmente surtaria.
-Cala boca, Oikawa. - Iwa retrucou, sem tirar os olhos de Alaina. -Faz muito tempo que não te vejo.
-É, só quase três anos. - ela disse, dando um soco no braço dele. -Você parou de me responder.
-Eu perdi seu contato. - Iwaizume disse, fazendo uma careta. Alaina apenas semicerrou os olhos para ele.
-Como você é burro, Iwa-chan. - o garoto ao lado, Oikawa, riu. Ele lançou mais um daqueles olhares que fez a pele de Alaina formigar. -Qual seu nome?
-Pode me chamar de Alaina. - ela disse e o garoto deu um meio sorriso para ela.
-Então me chama de Tooru.
Iwaizume revirou tanto os olhos que fez Alaina rir da reação do garoto. Sem dar brecha para Iwa reclamar, Alaina arrancou a caneta de seu bolso e puxou a mão de Iwaizume, anotando seu número de celular ali.
-Não tem mais como fugir de mim, Hajime. Eu tô com pressa agora, mas vou esperar sua mensagem. - ela disse, colocando as sacolas nos braços e dando uma piscadinha na direção dele. -A gente tem muito assunto para por em dia. Ah, e foi um prazer te conhecer, Tooru!
Sem esperar por uma resposta, Alaina se virou e voltou a andar na direção oposta para onde os dois garotos estavam indo.
-Há! Viu só, Iwa-chan, ela disse que foi um prazer me conhecer! - ela escutou a voz de Oikawa dizer, fazendo Alaina querer cair na gargalhada. Mas que idiota, ela pensou, balançando a cabeça.
Alaina ficou genuinamente feliz por encontrar Iwa. Quando ainda era mais nova e insegura, Iwa tinha sido o amigo que Alaina precisava. Talvez até um pouco mais que isso, se ela fosse ser sincera.
Bem, naquele momento, Osamu podia até estar ignorando a existência de Alaina e fingindo não ser mais seu amigo, mas ela definitivamente não ficaria sofrendo pelo restante de seus dias em Miyagi. E ela percebeu que, mesmo que quisesse e fosse lutar para ter Osamu de volta, ficar deprimida não adiantaria de nada. Então Alaina iria aproveitar aqueles dias antes de enfrentar o dia do julgamento final.
não direi nada
apenas boa noite ✨️
~Ana
Data: 07/06/24
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