Chapter two
*cenas delicadas no decorrer do capítulo*
- E aí, como estão os preparativos para as férias? – Procurei distrair Johnson, o amável e gentil doutor que era perfeito no que fazia, porém se preocupava muito quando saímos para uma missão.
Estamos dentro do avião e vamos saltar poucos quilômetros do nosso alvo. Ao meu lado está Johnson e deitados nos meus pés, estão meus 3 cães que são meus fiéis companheiros nas missões. Ao todo somos um grupo de 7 pessoas, o que deixa um de nós sem parceiro para o proteger. Sabendo disso, eu escolhi os melhores companheiros que poderia existir, e os treinei para estarem ao meu lado. Hades, Kratos e Tânatos são os nomes dos meus bebês. E apesar de Tânatos ser o deus da morte é Hades que geralmente condena a todos a um final nada agradável.
No entanto, eles não estão fadados a só trabalhar, e não ter carinho ou a liberdade de serem apenas cães. Os três possuem cotas altas de liberdade por aí. Seus filhotes são a prova disso. Filhotes fofinhos com as barriguinhas cheias de leite, que eu queria muito ficar pra mim, mas não posso ter tantos assim.
- O de sempre, matar a saudade das pessoas que amo e aproveitar um pouco qualquer boate que estiver com uma vibe interessante na cidade. – Respondeu com tranquilidade. Era de se esperar essa resposta vindo dele, no entanto, sempre que trazia a família para a conversa, Johnson automaticamente ficava mais relaxado e a ansiedade da missão passava.
Hoje – como se fosse possível – estávamos indo para uma região ainda hostil do que o de costume. Não que a região tenha mudado, estivemos lá várias vezes ao longo do tempo, porém dessa vez era diferente. Não existia mais a base que ficou lá por tantos anos. Neste momento o Afeganistão era sem dúvida o pior lugar para colocarmos os pés sem qualquer tipo de apoio extra. Mas éramos a última esperança dos três prisioneiros que ali estavam, e se não fizéssemos bem o nosso trabalho, não só eles morreriam, como o nosso fim também chegaria.
Somos uma equipe tática altamente treinada e de um grupo especial do governo. Fazer missões em ambientes como este, é o normal para nossa equipe e aqueles que nos substituem quando não estamos em serviço. Contudo, isso não quer dizer que devo esperar de todos os membros da equipe, a mesma familiaridade que isso representa pra mim.
- E você, o que pensa em fazer dessa vez?
Perguntou esperançoso, já faz mais de 10 anos que trabalho para o governo, e nunca tirei um período de férias decente. Costumo tirar somente alguns dias para fazer o que for necessário, depois volto para base e fico disponível para outros serviços, ou para auxiliar as outras equipes que chegam para nos substituir.
- Me desculpe.
Ele sabia a que eu me referia. Não seria necessário explicar, mais uma vez eu estava decepcionando-os. Eu não era capaz de largar. A morte era uma droga que ao mesmo tempo me deixava furiosa e me acalmava.
- Não precisa se desculpar, nós entendemos. – Não, eles não entendiam.
Apesar de me conhecerem e saberem o motivo pelo qual não consigo ter uma vida fora do trabalho e todas as mortes que estou envolvida, eles não sabem de tudo. Ninguém sabe.
- O trabalho será diferente desta vez. Tenho coisas em mente, mas não é preciso preocupar-se. – Adiantei conhecendo que ele ficaria preocupado, mas também não poderia dizer tudo que estou planejando, ou eles seriam os primeiros a tentar me impedir.
Johnson franziu o cenho em confusão ao que disse, porém antes que tivesse a chance de questionar qualquer coisa, fomos interrompidos.
- Prontos cambada?
Turan gritou chamando nossa atenção ao voltar da cabine do piloto, com uma euforia ainda maior que a de costume. – Ah Turan, sua safadinha. Lancei um sorriso malicioso, e ela retribuiu sem vergonha alguma em admitir o flagrante.
- Já nasci pronto gata.
- Sou prematuro amor.
Grenier e De La Rosa responderam em uníssono, dois fanfarrões mesmo. Turan revirou os olhos, porém logo em seguida deu uma risadinha atrevida para os dois. – Pelo amor, estava cercada de adolescentes hormonais agora?
- Mais do que pronto.
Prasad afirmou se colocando entre mim e Turan, e automaticamente arrancando alguns palavrões da nossa gata animada. Acabo rindo da cena, ela já deveria ter se acostumado com o jeito sorrateiro de Ghost.
Turan faz menção de avançar no fantasminha querendo se vingar do susto, mas Johnson rapidamente dá o grito dando ordens para seguirmos. Ele era sempre o mais calmo entre nós. Ele e Brown, mas como o moreno foi o último a integrar a equipe, ele é como se fosse o novato ainda, mesmo depois de 10 anos.
Pegamos os nossos paraquedas, e três de nós pulamos com um dos meus bebês anexados a si. Hades veio comigo, Kratos com Johnson e Tânatos com Turan. Eles não são muito fãs dos outros garotos, sentem ciúmes demais de mim. Turan e Johnson, eles apenas toleram, porque ocasionalmente eu peço para que eles os acompanhem até a segurança.
Alguns minutos depois, estamos em solo. Abandonamos nossos paraquedas em um lugar escondido, e começamos a caminhar de modo furtivo pelo terreno em busca do local que nos foi passado.
O ponto de localização não era atualizado a alguns dias e torcemos para que eles ainda estivessem no mesmo lugar, no entanto, com tanta confusão acontecendo neste país, não seria impossível não encontrá-los. Caminhamos por alguns minutos em grupo, até chegarmos a área que nos foi passada. Mandei Grenier e Brown para o prédio mais alto onde Grenier, que é nosso sniper e recebe o codinome de Pistoleiro por nunca errar um tiro, vai poder facilmente nos dar apoio.
Brown era o nosso TI. Recebeu o codinome de A jato, por sempre nos dar respostas rápidas sobre tudo que necessitava do uso da tecnologia. Ele foi com Grenier para lhe dar apoio e ter uma visão mais ampla por meio do aparelho de infravermelho, e assim poder nos orientar melhor.
De La Rosa, nosso Engenheiro Mecatrônico que conseguia fazer praticamente qualquer merda útil com apenas lixo e sucata, continuou conosco para nos dar apoio. De La Rosa apesar de não gostar, recebeu o codinome MacGyver. Justamente por conseguir fazer milagres com poucas coisas. Prasad, Johnson e Turan também continuaram comigo e com meus bebês.
Prasad além de ser o sorrateiro que era, também era um Estrategista em combate altamente treinado e experiente. Como oficial mais velho no quesito idade entre nós, ele era o mais experiente em combate de nós.
Johnson, como disse antes, era o médico da turma. Ele prestava os primeiros socorros nos resgatados, e estava sempre ali quando precisávamos. Ele fazia realmente mágica com poucos recursos e com os mequetrefes que De La Rosa arrumava para ele.
Turan era nossa química e especialista em explosivos. Inclusive minha peça surpresa para essa missão. Como não poderíamos salvar todos que estão sendo abusados publicamente e sofrendo ataques horríveis cotidianamente, vamos gerar um pouco mais de caos e quem sabe trazer um pouco de alívio para quem está sofrendo tanto. Seu codinome era Little Hope. Uma grande ironia, tendo em vista que seus projetos são em sua maioria para destruição em massa.
Eu sou a profile da turma, trabalho na construção de perfis psicológicos, meu codinome era camaleão.
Entramos na estrutura decadente sendo guiados por Brown. Na primeira sala encontramos apenas uma mesa carregada de materiais para fazer bombas caseiras. Acenei com a cabeça para Turan e Johnson os deixando para trás na intenção de que Turan colocasse o nosso plano surpresa em prática e também averiguasse mais a fundo o que são todas as coisas dispostas pelo ambiente. Eles seriam idiotas em cometer um atentado aos Estados Unidos em meio a esse caos que estavam passando, mas também não duvidava que pudessem ser patéticos a esse ponto.
Seguimos prédio acima para outra sala onde Brown nos conduziu. Nesta encontramos uma das pessoas que procurávamos. O homem de aproximadamente 30 anos, estava coberto de sangue e aparentava sinais claros de tortura. Chamei Turan e Johnson pelo rádio, instruindo para que seguissem para a sala o mais rápido possível.
No rádio, Turan respondeu que estavam a caminho. Ela tinha pego o que precisava e não encontrou nenhum plano concreto na sala. Apenas papéis com instruções para construção de um tipo específico de bomba, e conhecendo Litlle como a conheço, imagino que ela tenha mudado algumas diretrizes e provavelmente a bomba ia explodir durante a montagem.
Deixo De La Rosa e Hades – o mais perigoso dos meus cães – junto com o homem, para protegê-lo até a chegada de Johnson e Turan. Depois sigo junto com Prasad e meus outros cães. Andamos pelos corredores em busca do andar que Brown nos direcionou, era um local amplo que tinha muitas pessoas. Pela quantidade de gente, mais me parecia uma festa do que um interrogatório. Brown disse que ia ficar atento a imagem, eles estavam muito próximos para que conseguisse discernir com exatidão o que acontecia.
- Vocês não vão gostar disso. – Brown murmurou no ponto.
- Filhos da puta. – Grenier esbravejou, e soube a que eles se referiam. Tinha certeza que os meus olhos estavam escuros agora.
- Prasad. – Brown praticamente suplicou, conhecendo que eu faria alguma loucura.
- Turan, você e Johnson já chegaram a nossa vítima? – Não dei tempo para que Prasad falasse algo, e só pelo meu tom de voz, todos agora sabiam que não tinha nada que pudessem fazer para me impedir.
- Sim. – Me respondeu com a voz trêmula.
- Mande Hades de volta para mim. De La Rosa também.
O lugar estava vazio, não tinha segurança externa alguma. Depois de ver o exército e todos da embaixada saírem do país, acredito que eles pensaram que as três ovelhinhas extraviadas seriam deixadas para trás, e eles não estavam completamente errados, se não fosse pelo fato de um deles ser filho de um deputado com muitos recursos, provavelmente nem estaríamos aqui. Fato este que obviamente me dá ódio, mas esse é o meu trabalho. Não podemos deixá-los sofrendo aqui. Não importa se é filho do presidente ou da faxineira, íamos resgatar qualquer um.
Enquanto Hades e De La Rosa não chegam, Prasad e eu nos encostamos na porta para ouvir melhor o que acontecia lá dentro. – Maldita hora que tive essa ideia.
(ALERTA DE CENAS DELICADAS ON)
- Anda, ou você come o traseiro dela, ou nós comemos o seu e depois te matamos. O que você escolhe? – Traduzimos a voz carregada com o sotaque.
Pelo perfil que criei das vítimas, eu esperava que um deles fosse gay, mas também torcia para estar errada. No país que estamos a homossexualidade pode ser vista como um crime grave, e o sujeito pode ser levado a pena de morte, ou em alguns casos como parece ser o de agora, a própria população faz sua "justiça".
- Vai, podem pegar a vadia. Mas não se esqueçam que ela só serve para diversão. Não é pura como as nossas. Comam apenas a bunda dela, ela não merece cuidado ou respeito algum. – Traduzimos o comentário de outro ser asqueroso e agora não era só eu a estar com os olhos em chamas, Prasad detestava e repudiava qualquer tipo de maus-tratos a mulheres e pessoas indefesas no geral.
De La Rosa e Hades chegaram, e meu bebê lambeu minha mão em aviso, e logo fiz um carinho na cabeça dos três dando a ordem. Estraçalhar. Eles são treinados para diferenciar vítimas de inimigos, eles não iam errar o alvo.
Acenei para Prasad lhe dando permissão, o mesmo girou a maçaneta levemente confirmando nossa suspeita de que eles não estavam nem um pouco preocupados de acontecer um resgate, e entramos na sala silenciosamente. Contudo, enquanto entrávamos não fomos capazes de impedir o grito de agonia e dor que a mulher emitia. Algum idiota tinha acatado a ordem do bastardo escroto.
A cena era deplorável, e só me deixava ainda mais possessa. Dois malditos seguravam o tronco do cara sobre a mesa o impedindo que ele se movimentasse, enquanto outro já nu, arrancava a calça da vítima, se preparando para abusar do mesmo. O idiota gritava que quem comia não era gay, mas quem se deixava comer merecia a morte. – Ridículo, que ia encontrar a morte logo logo.
Acenei para que Prasad e De La Rosa fossem na direção deles e eu fui com meus bebês para o lado da pobre mulher. Os desgraçados estavam tão distraídos tirando suas roupas e se masturbando se preparando para abusar dela, que nem repararam nossa aproximação.
Meus filhos rosnaram em advertência, mas era tarde demais para eles. Os três atacaram simultaneamente, e dois deles rosnaram mordendo e puxando as partes íntimas dos caras, e eu só sabia rir. – Desgraçados, a comida não era digna né? Meus bebês eram sanguinários e não perdoavam. Assim como a mãe deles.
Com eles atacando de um lado, eu corri para alcançar os idiotas que já se aproveitavam da mulher. Ela estava de quatro com os pulsos e tornozelos presos por correntes, enquanto um infeliz a violava por trás puxando seus cabelos de modo grosseiro, e outro a forçava a engolir até o ponto de sufocar. A mulher já estava começando a mudar de cor e nem conseguia mais gritar.
Puxei um dos infelizes que estava tão perdido no que fazia, e assim que o afastei dela o suficiente, atirei em seu membro com minha arma que faz mais estrago, fazendo seu membro e suas bolas explodirem e jogarem restos para todos os lados, incluindo o rosto da pobre mulher. Ia pedir desculpas depois, mas pelo sorriso macabro no rosto dela, eu não precisaria.
Assustado com o amigo perdendo as bolas, o que a violava por trás assustou-se saindo rápido de dentro dela, cobrindo as partes em proteção. Idiota, isso não ajudaria. Atirei em suas mãos as dilacerando, e assim que ele ergueu-as gritando, atirei em sua intimidade também. A sala virou uma gritaria só. Prasad e De La Rosa, no entanto, foram mais bonzinhos e limpos que eu, dando apenas tiros na cabeça. Foram limpos e precisos.
Depois que os idiotas que fiquei responsável estavam danificados e os dos meus bebês estavam estraçalhados com vários membros espalhados, passei dando o tiro de misericórdia e os enviando direto para o inferno. Tiros disparados no meio da testa e no coração, a garantia para que a morte fosse a próxima na fila para aguardá-los. E o fogo viria logo em seguida. – Vai que um quer aparecer de caminhante branco, não é mesmo?
Ri do meu próprio pensamento, analisando as duas vítimas desses brutamontes. Agora reparando bem, da para ver os sinais de tortura realizados no interrogatório. Pelo menos nesse aspecto os idiotas não foram presunçosos. Dos três americanos, a mulher era a que tinha o maior nível de segurança. O que diz que ela sabe de assuntos mais importantes e vitais para a segurança de outros que os demais que estavam com ela.
(CENAS DELICADAS OFF)
Arrumamos algumas roupas que faltavam para os dois resgatados que encontramos agora vestirem, depois Johnson os examinou brevemente. Para a mulher, o médico passou também os primeiros medicamentos do kit de estupro que eram essenciais para que ela não engravidasse e não corresse o risco de pegar alguma doença sexualmente transmissível. Aqueles escrotos dos infernos, disseram para abusarem dela apenas na outra entrada, contudo a agente disfarçada disse que eles viam repetindo o abuso a alguns dias durante os interrogatórios também, e que em um certo momento ela desmaiou de dor e quando acordou sua intimidade também estava doendo e ensanguentada – desgraçados.
As novas notícias trouxeram uma nuvem escura sobre os meus olhos, me fazendo ansiar pelo poder de ressuscitá-los, depois trazer uma morte mais agonizante e terrível. Respirei fundo sabendo que a missão deveria ser finalizada, entrando no modo automático de fúria mais uma vez.
Com todos os detalhes aos resgatados resolvidos, saímos daquele maldito prédio. Solicitei que Turan distribuísse bombas com as mesmas assinaturas que a deles na base do prédio, interligadas à primeira sala que entramos. Assim eles pensariam que algum ingrediente dos próprios explosivos, entrou em combustão e explodiu levando consigo alguns quarteirões ao redor.
Quando chegamos na saída do prédio, observamos que os prédios ao lado também eram usados para as mesmas coisas que o que entramos. Construção de bombas e abusos em massa. Mesmo do chão Brown conseguiu nos mostrar algumas imagens térmicas, e com um microfone de curto alcance, ouvimos os gritos de socorro e desespero. Porém, com a diferença de que os indivíduos ali sendo abusados, eram de seu próprio país. Pessoas que eles julgavam indignas, e mulheres que consideravam aptas para serem deles, contudo não esperavam elas que aceitassem, ou mesmo pediam. As vítimas pediam a morte. Pediam por misericórdia. Mas ninguém os escutava.
O país estava em ruínas, e já que não podemos salvar todos que estão passando por essa calamidade toda, fizemos o que foi possível sem comprometer nosso disfarce. Dei ordens para todos da minha equipe saírem daquele inferno, e quando já estávamos em uma distância segura, Turan ativou a primeira bomba. E como em uma cadeia de movimentos, o primeiro prédio explodiu levando a seguir aqueles que estavam em seu entorno. Seria minha responsabilidade, qualquer consequência que viesse depois.
Não tinha inocentes nas ruas ou nas áreas que explodimos, não além dos que estavam presos sendo abusados. Com tudo pegando fogo, continuamos seguindo para fora daquela merda toda, até que chegássemos ao ponto de encontro.
O caminho foi lento, os resgatados estavam desidratados e fracos. Não conseguimos ser ágeis como gostaríamos, mas foi o suficiente para encontrarmos um bom esconderijo que nos acomodasse enquanto o resgate não chegava.
Não contaríamos com um avião oficial do governo, tínhamos entrado clandestinamente como se nosso país nem ao menos soubesse da missão. Por isso estávamos contando com um avião velho e pequeno, que costuma sobrevoar a região. Ninguém ia desconfiar da nossa carona, porém nosso prazo de segurança era curto, tínhamos apenas essa madrugada para sair daqui sem sermos notados.
Todos se acomodaram dentro da cavidade que lembrava uma caverna. Meus cães e eu ficamos ocultos na entrada servindo de vigia. Não ia conseguir dormir mesmo, então deixei os outros descansarem. Não sabíamos o que poderia vir pela frente ainda. "Tudo sempre pode dar errado." – Recordei do nosso treinamento – "esperem o pior, e talvez saiam vivos de lá". – Reconfortante, não?
A noite começou a nos cumprimentar, e tudo seguia calmo. Somente meu coração permanecia tão acelerado, que parecia que a qualquer momento sairia pela boca. A névoa escura em meus olhos ainda permanecia. Estava em um completo estado de defesa e destruição. Não seria bom cruzar o meu caminho agora.
As horas passavam e a cada momento o vento ficava mais frio. A mulher e os outros dois que resgatamos, começaram a bater queixo de tanto frio. Não podíamos acender uma fogueira, não quando poderíamos ter inimigos tão perto de nós. Tirei o casaco do meu uniforme dando ele para mulher, Johnson e Prasad fizeram o mesmo tirando seus casacos junto comigo entregando-os para os outros dois.
Voltei para a entrada do lugar, ficando ali por mais algumas horas.
- Camal...
Não foi possível ele terminar o que ia dizer. Antes de ao menos pensar no que estava fazendo, eu já tinha agido por reflexo ao sentir o toque firme em meu ombro e o calafrio que percorreu todo meu corpo. Joguei a pessoa na parede mais próxima a mim, com uma de minhas facas já dispostas em sua jugular. Não seria difícil ceifar a sua vida.
- Me desculpe, eu não tive a intenção. – Proclamou com os braços pra cima em sinal claro de rendição se afastando ao máximo de mim, e só neste momento consegui enxergar que fora Brown que me tocara.
- Você quer morrer, porra? – Gritei, e os três cachorros próximos de mim rosnaram afastando qualquer um que tentasse chegar perto novamente.
- Eu não tinha...
- Não importa. Você sabe o que deve e o que não deve fazer. Principalmente o que não deve, isso se quiser viver claro. – Disse com a voz fria e carregada de sarcasmo, soltando meu aperto sobre ele.
O filete de sangue da leve abertura que minha faca fez, escorreu por seu pescoço deixando os resgatados ainda mais apavorados. Agora eles devem pensar que saíram das mãos de um bando de desgraçados, apenas para caírem na mão de uma sociopata.
- Você não parece se importar quando...
Eu sabia onde ele queria chegar, e hoje certamente não era o dia para isso. Me afastei para não cometer uma loucura com a cabeça quente, e Johnson rápido como nunca vi antes, arrancou Brown de perto de mim. Prasad e Turan me analisavam de longe, enquanto De La Rosa e Grenier voltaram para qualquer brincadeira boba que estivessem fazendo no momento.
- Se preparem, está chegando a hora. – Avisei poucos minutos depois do show da louca que amava matar as pessoas, e sem demora, todos da minha equipe estavam observando atentamente cada detalhe no céu ainda escurecido.
- Ali. – Grenier indicou uma pequena luz ao longe.
Disparamos um sinalizador modificado para cima, torcendo para que pelo horário, não tivéssemos errado. O sinalizador só ia brilhar quando chegasse a uma certa altura para não chamar tanta atenção para o nosso local, mas ainda assim representava um grande risco caso errássemos.
Minutos depois que quase levaram as pessoas que viemos buscar ao colapso, o pequeno avião começou a descer mostrando que acertamos em nosso julgamento. Os membros da equipe sorriram com a confirmação, e os outros três soltaram uma exalação profunda como se não acreditassem que estavam enfim a salvo.
Entramos no pequeno avião e eu agradeci silenciosamente por todos voltarem bem, e termos conseguido cumprir com nossa missão.
Mais uma merda de dia começava, mais um caralho de missão foi cumprida, e seria o inferno de um dia a menos para alcançar meus objetivos.
Minha felicidade, e a única coisa que me acalmava um pouco, era ter matado alguns desgraçados.
Nota do Autor
Muito obrigada pelo apoio, e esteja livre para comentar quantas vezes e onde desejar.
Cada comentário realizado com respeito será muito bem vindo e vou amar responder cada um deles.
Ah, e não se esqueçam de votar, por favor.
Um ótimo dia a todos.. Beijinhos..
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