Chapter twenty three
Arg, 15 horas. Exatamente a merda das 15 horas. – Pensei que esse era um tempo exagerado para chegar na Virgínia em aviões fretados, porém não estava errada. Lilith não facilitou, e despistá-la foi mais difícil do que em qualquer outro trabalho.
Todos sabiam como sua equipe era boa, contudo, só fui sentir o gostinho disso nesses últimos dias. Não esperava que seu hacker fosse bom aquele ponto e certamente não esperava que seus homens conseguissem me rastrear até pouco mais da metade do caminho, e de última hora fosse preciso mudar o restante do meu trajeto. Se não tivesse os contatos que já tenho, e a experiência que adquiri durante os anos, não teria conseguido me safar.
- É uma rodovia movimentada, não será difícil arrumar uma carona. – Brown afirmou pelo ponto, quando terminava de soltar o paraquedas do corpo.
O salto não estava programado no plano A da fuga, mas teve que ser encaixado na merda do plano C. Quando mesmo depois do descarte do aparelho celular, na primeira lixeira que encontrei após sair do subterrâneo, e trocar de casaco, colocar uma touca, e mudar os óculos escuros na minha segunda parada de aeroporto, ainda percebia o jeito singular do treinamento de seus homens me seguindo.
- Eles ainda estão seguindo aquela pista? – Perguntei chegando na beira da estrada, arrumando a mochila sobre os ombros e ajeitando os cabelos uma última vez. Mais uma vez tinha trocado a cor deles.
Quando percebemos que Lilith ainda me seguia procurando o meu rosto nas câmeras das cidades, e que seus homens pareciam estar espalhados como uma praga ao redor do mundo, minha única escolha foi saltar no meio do voo. Pegar uma carona, com a pessoa menos tecnológica que eu encontrasse, e depois pegar um último avião saltando no meio do trajeto deste também. Porém dessa vez teria que andar um pouco mais a pé, até chegar em algum locar seguro e de preferência longe de câmeras, para evitar o possível rastreamento.
- Sim, nesse momento eles estão completamente perdidos. Espalhei imagens de mulheres muito parecidas com você em vários estados diferentes. – Gargalhou – Estão te procurando como uma agulha em um palheiro.
Sorri, ao menos uma notícia boa. Porque das meninas, ainda não tinha conseguido nenhuma. Nada, exceto as antigas que Brown tinha me atualizado.
Nina estava feliz com a possibilidade de depois de anos o irmão ir à casa de infância. Mia feliz por alguma coisa que se recusou a me contar a verdade. Ezra dizendo que não estava com presentemente bom, e que deveria voltar para casa. – Revirei os olhos para tal frescura, se fosse dar atenção a sentimentos ruins, nunca sairia para um trabalho sequer.
E sobre o Andreeva, para ele eu me recusei a ligar. Ele não estaria de muito bom humor, e suas ordens apenas me distrairiam. Senti vontade de perguntar das meninas também, no entanto, eu sabia que isso não adiantaria de nada no ponto em que estava.
Peguei a primeira carona. Uma senhorinha simpática e totalmente avessa à Internet. Durante nosso curto trajeto, pedi licença para trocar de roupa, mudando para algo mais próximo de um viajante mochileiro. Assim se o idiota do avião optasse por me trair, suas informações não seriam tão úteis. Não com todas as possibilidades de destino que essa rodovia oferecia.
Em menos de 40 minutos, já estava em meu quarto e o último voo das últimas horas estava prestes a acontecer. Um aviãozinho exponencialmente menor do que os primeiros. Acreditei que explodiria quando tentava chegar na pouca altura que seguiríamos. Estava de touca cobrindo a nova cor do cabelo, as sobrancelhas estavam mais claras do que combinaria com o cabelo, e outro par de lentes estampava em meus olhos.
Me permiti descansar por alguns minutos, acordando antes de Brown alertar que estava na hora de dar meu último salto.
Paguei a outra parte do combinado até aqui, pegando o paraquedas que tinha certeza que não abriria, e se abrisse estaria todo comido por ratos ou qualquer outra merda que estava fazendo barulho durante o voo.
- Deveria ter chegado antes. – Declarou parecendo ler meus pensamentos.
- E perder a surpresa?! – Contrapus sem humor, já saltando do maldito avião.
Contei os segundos até a hora da verdade, e puxei a cordinha que se dissolvia na minha mão. Xinguei alguns palavrões, fazendo Brown suspirar nervoso do outro lado, aguardado a porcaria da peça que estava demorando muito para abrir.
Comecei uma nova contagem, porém dessa vez para explodir no chão que chegava cada vez mais rápido. – Cazzo.
A peça abriu atrapalhada me puxando para uma direção totalmente indesejada. Teria que andar ainda mais. Pousei de modo completamente desleixado, a porcaria do tecido estava tão podre, que mesmo tendo horas de salto, não seria capaz de fazer um pouso equilibrado. Infierno.
Senti um pouco o tornozelo quando firmei os pés no chão, e soube instantaneamente que teria uma nova mancha roxa no corpo.
Soltei toda aquela tralha do corpo, prendendo a mochila no lugar certo e começando a caminhar. O sol começava a sair, e ainda demoraria algumas horas para chegar.
Iniciei a corrida como nos treinos, ignorando a pontada que dava todas as vezes que o pé levemente torcido ia ao chão. Brown soltou uma exalação dolorosa, porém ambos recordamos que tínhamos feito caminhadas piores.
A mochila estava pesando em torno de uns 12 – 13 quilos, com munição e o quer que precisasse por poucos dias. A bota não era a mesma de trabalho que estava acostumada, mas era o necessário e melhor do que ser picada por um escorpião ou qualquer bicho que rasteja.
Estava cansada dos dias fora, no entanto, ainda não tinha tempo para ficar de bobeira. Corri os quilômetros que precisava, controlando a respiração, controlando a temperatura do corpo, e compensando do melhor jeito possível, para não forçar muito o tornozelo que começava a ficar apertado dentro da bota.
- Essa rodovia não é tão movimentada quanto a outra, mas não deve demorar tanto para surgir algo.
- Ok.
Confirmei pegando uma garrafa de água, entornando com gosto. No fim, com apenas um restinho de água, molhei a mão e refresquei a parte de trás do pescoço.
- Cath. – Chamou, e pelo seu tom, sabia que coisa ruim viria. – E...E...
- Fala logo Brown.
- É a terceira vez que Mia te liga, não disse das outras vezes porque não tinha muito o que você pudesse fazer. Não de dentro do avião sendo observada tão de perto. Mas agora ela deixou uma mensagem junto.
- Leia para mim. – Ordenei. Sabia que não seria um recado de voz, essa droga era fácil de ser rastreada, mesmo com celular seguro.
- A mensagem diz que a garota Nina, foi no jantar com a família e encontrou o cara que tentou...Merda...
- Diz logo, Brown.
- O cara que tentou agarrá-la na festa estava lá. – Anunciou a contragosto, conhecendo que eu ficaria puta.
- Ele se aproximou dela? – Perguntei voltando a correr. Um inferno que esperaria por uma carona. Conhecia a região e sabia que não muito longe tinha um posto de combustível.
- A mensagem não diz. – Suspirou. – Apenas diz que ela ficou muito abalada, e o irmão está querendo sair de casa para matar o desgraçado lá. Eu também ia querer matar o filho da put...
- Então faça o seu trabalho. – Tentei não parecer ofegante. – Pesquise tudo sobre o infeliz. Dei o recado da última vez que o vi, mas parece que ele não entendeu.
- O que você quer especificamente?
- Não sabe mais fazer o seu maldito trabalho? – Perguntei com arrogância. – Vou destrui-lo. Reúna tudo que me possibilite fazer isso.
- Mas ele tem apenas...
- Não interessa a idade dele, ações têm consequências.
- Pelo que vejo os pais deles são...
- Influentes, isso é óbvio. Ou ele não teria se livrado da polícia tão fácil da última vez. Mas dessa vez não vou falhar. Cave tudo.
Dei por finalizada nossa conversa. Foi quase como um borrão. Corri até o posto de combustível que ficava perto, paguei uma pessoa qualquer para me levar até onde precisava. Ainda não podia descuidar para que ninguém conseguisse me rastrear, então mais uma vez precisei trocar de imagem.
Entrei em um quarto de hotel onde o cliente acabava de deixar o mesmo, levando em consideração o tempo que a equipe de limpeza chegaria para fazer seu serviço. Esperava que fosse como o estabelecimento mostrava. Nunca.
Passei direto para o banheiro, puxando da bolsa às pressas outro kit de lentes, uma peruca curtinha preta, meu kit de maquiagem, e o último conjunto de roupa que trocaria antes de chegar em casa.
Fiz tudo que precisava, incluindo um banho curto, checando duas vezes se não tinha deixado vestígio nenhum para trás após terminar de me arrumar. Logo depois segui para uma loja de aluguéis de carro próxima.
- Bom dia, posso ajudá-la? – O atendente me perguntou quando cheguei ao balcão.
- Oh sim, por favor.
- De onde surgiu essa voz meiga? – Brown zombou mais uma vez resmungando em meu ouvido.
- Preciso de um carro... Ah claro que você precisa de um carro né Brittany. – Levei a mão a testa, dando ênfase a minha tolice.
- Alguma preferência? – Coloquei a unha postiça brilhosa recentemente colocadas sobre as originais nos lábios, fingindo pensar.
- Umm bem rápido, por favor. – Apontei para lugar nenhum em específico, lhe oferecendo um sorriso mostrando bem os dentes.
Tem certeza que essa tá saindo de você?
Mostrei o dedo discretamente para câmera, enquanto fingia limpar uma parte borrada de batom rosa choque.
Cuidado, ou o carinha excitado, pode achar que você está fazendo isso para ele.
- Desculpe, mas o que uma garota como você, faz por aqui a essa hora da manhã? – Indagou retribuindo o sorriso, procurando uma chave em meio às outras distribuídas nos grampos.
- Ah, você sabe. – Sorri maliciosa mexendo no cabelo.
- Ah, entendi. – Sorriu encontrando o que procurava. – Presumo que as coisas não terminaram bem, né?
Muito inteligente você. – Zombei em pensamentos, segurando para não revirar os olhos, e apenas acenei em positivo. Entreguei o documento não solicitado ainda, preenchendo a ficha que ele me passou, gastando mais tempo do que o normal para preencher tudo.
Com a burocracia resolvida, peguei o carro mais rápido que encontrei. Porém não graças ao atendente, o idiota pensou que não saberia diferenciar entre eles. O que para ele ainda não sei, justifiquei que achava o carro que escolhi mais bonito. Demoraria para chegar, mas até lá apreciaria o silêncio e a calmaria.
- Desculpe Senhorita, não temos permissão para deixar ninguém entrar. – Um dos palhaços que fingem que trabalham, barrou minha entrada, pensando que manda em alguma coisa.
- Você ao menos sabe com quem está falando, ou terei que descer do carro? – Me olhou confuso, e revirei os olhos tirando os óculos e saindo do carro.
- Merda, quantos anos você tem? – Outro perguntou olhando minha roupa, e só depois disso recordei a porcaria que estava usando. Claro que eles não me dariam crédito.
- Olha, me disseram que Nina está aqui, meu nome é Cath King, e estou entrando você querendo ou não.
Virei para entrar no carro sem paciência, não ficaria discutindo com gente incompetente. Ele analisou meu carro, circulando-o e arregalou os olhos. Tinha feito o de sempre, trocando de carro antes de qualquer coisa.
- Agora a margarida pode abrir o portão? – Indaguei debochada.
- Nos desculpe senhora. – Pediu de cabeça baixa, praguejando que era um homem morto.
Acabei rindo do seu drama, enquanto entrava. Era mais fácil o Garcia rir da cara deles, do que fazer qualquer coisa. Ele era bonzinho demais para amedrontar qualquer um.
Dirigi até a entrada, sendo cercada por mais uma quantidade desnecessária de seguranças. O chefinho deveria estar bem empenhado em matar o sujeitinho. Coitado, vai ficar decepcionado.
- A Senhorita não pode entrar... – Um deles começou a dizer, ao mesmo tempo que outro parecia receber informações no ponto em seu ouvido, porém não esperei. Abaixei desviando dos braços que tentavam me agarrar e entrei na sala de supetão.
Garcia que estava andando de um lado para o outro, quase sofreu um infarto, mas também o ignorei caminhando até onde acreditava que Nina estava. Estranhei quando encontrei o seu sinal vindo da casa do todo poderoso, contudo, foi bom saber que a terapia estava indo bem.
Girei a maçaneta assim que fiquei diante da porta, porém ela não abriu. E logo em seguida escutei o choro de Apolo do outro lado. Ele tinha feito seu trabalho.
- Abra a porta Nina.
- Cath? É...é você mesmo? – Gaguejou com a voz embargada.
- Você prefere que eu arrombe? – Declarei com rispidez.
Ela abriu a porta, e não precisei gastar meu tempo fazendo uma análise minuciosa. Além de seus olhos vermelhos e o rosto inchado por causa do choro, o modo que Apolo a cercava, me garantia que ninguém tinha se aproximado dela. Não, se ele ainda estava vivo.
- Foi tudo culpa minha. – Se jogou em meus braços. – Nunca deveria ter insistido em jantar fora...
Deixou um soluço escapar, totalmente desconsolada em meus braços. Enquanto repetia e repetia, que tudo era culpa dela.
- Sua única culpa é tentar ser uma boa irmã para aquele mandão mal-educado. – Ironizei, e ela deu um tapinha no meu ombro se afastando enquanto dava uma risadinha chorosa.
Assim que se afastou a ponto de conseguir olhar em meus olhos, vi os seus ficarem arregalados. Só agora ela tinha notado o que tinha feito.
- Perdão... Eu... – Tentou se afastar mais, contudo firmei as mãos em sua cintura, puxando-a de volta para mim.
- O quê? Provocou, e agora quer fugir? – Direcionei um olhar predador para a cordeirinha em meus braços.
- Cath! – Exclamou com as bochechas mais vermelhas que um tomate, me dando outro tampinha.
- Desse jeito vou pensar que você quer Nina – Aproximei de sua orelha – você não fez esforço algum para se afastar.
Ela me olhou em choque, inutilmente se contorcendo em meus braços. Dei um beijo abaixo de sua orelha, me distanciando de seu corpo segundos depois.
- Cheirosa. – Incitei, observando o quanto estava desconcertada.
- Stronzo. – Saiu batendo os pés, enfim notando o que estava fazendo, e se sentou na beirada da cama.
Caminhei até ela me abaixando para fazer carinho em Apolo, parabenizando-o por seguir direitinho minhas ordens.
- Você vai conversar com ele? – Perguntou temerosa.
- Não vejo por quê. Tem algum? – Perguntei após ver a expressão dividida entre decepção e preocupação.
- Não quero que você vá, e sei que Mia vai me odiar por isso – soltou uma exalação pesada – mas você parece ser a única que o ignora a ponto de conseguir qualquer coisa dele.
Ela realmente estava decepcionada, porém todo esse sentimento era voltado para si mesma. Nina se culpava por não conseguir fazer nada pelo irmão.
- O que seu irmão precisa, você não pode dar Nina. – Sorri maliciosa e ela me olhou confusa. – Ele precisa transar sabe. Devia ter levado ele para...
- Não começa. – Gargalhei – Eu te conheço, sei que você está fazendo isso só para me distrair.
Fez um biquinho raivoso, mas nem assim ela dava medo. Tudo nela gritava cordeirinho inocente.
- No lugar de ir procurar aquele mandão – senti um arrepio lembrando das ligações não atendidas – eu poderia ficar aqui te distraindo de outra forma.
Sorri perversa ameaçando me aproximar, e ela deu um salto, ficando de pé e fugindo para o lado oposto do quarto. Até Apolo pareceu rir de seu desespero.
- Tudo bem. – Gargalhei outra vez diabólica, levantando as mãos para cima.
Ela me olhou com aquele sorriso genuíno e inocente, mesmo vendo em seus olhos que queria me abraçar, não arriscou se aproximar uma segunda vez. Caminhei pelo corredor deixando minha audição trabalhar, buscando que ela me levasse até ele.
Não demorou para que um barulho enorme de coisas sendo quebradas, preenchesse os corredores. Direcionei os passos para o escritório, encontrando com o Andreeva mais velho próximo da porta.
- O que você faz... – Parou o que estava falando, me olhando dos pés a cabeça. – Mas que merda de roupa é essa? – O mais velho perguntou, me fazendo erguer a sobrancelha e sorrir com escárnio.
Passei por ele, mesmo ele não querendo deixar, escorando na porta com o corpo para dentro do escritório.
- Docinho. – Chamei observando-o quebrar mais alguma cerâmica esquisita, que não estava aqui antes. No entanto, Luca parecia cada vez mais distante.
- Docinho.
Tentei mais uma vez, porém analisando os olhos na fração de segundos que ele procurava por outro objeto para quebrar, percebi que ele estava chegando ao ponto de não conseguir voltar sem incentivo químico, e...
- Luca. – Sem pensar, gritei seu nome.
Meu corpo inteiro estremeceu diante do resultado daquilo, e me deparei com os músculos do seu próprio corpo, lutando contra o seu interior. Seus ombros tencionaram em um ângulo diferente do que estavam, e pude notar os músculos de suas costas subindo e descendo com violência, buscando se controlar.
Como um animal descontrolado, ele virou na minha direção. Seus olhos lutavam entre crer que o que acontecia era real ou uma simples alucinação na sua cabeça.
- Decidiu redecorar? – Declarei com deboche, deixando um sorriso ladino preencher o canto dos meus lábios enquanto permanecia aboiada na lateral da porta.
- Você.
Em questão de milésimos de segundos, eu estava prensada na estante de livros na lateral da sala. Ele foi tão rápido, que me senti uma presa fácil, sob suas garras que pressionavam forte a minha garganta.
- Eu disse o que aconteceria se você não me atendesse.
Empurrou o meu corpo com o seu sobre aquela prateleira, e minha intimidade pulsou com toda sua dominância. Bastardo hijo de puta.
- Então não me culpe pelo que vai acontecer. – Em outro movimento rápido, ele rodeou a minha cintura com seu braço livre, erguendo meu corpo, prensando-o ainda mais contra a parede de livros, e puxou minha perna colocando-a em sua cintura.
- Filho... É...
- Acho melhor você ir pai. – Sorriu tão perverso, que duvidei se conhecia o homem que estava a minha frente.
- O que você pretende fazer, Luca?
Luca apertava meu pescoço com tanta força, que não julguei seu pai por estar com dúvida. Eu mesma estava. E tinha certeza de que ele próprio também estava.
Minha respiração estava curta, minha garganta começava a queimar, e tinha total convicção, de que se não tivesse o meu treinamento, já teria desmaiado.
- Vou devorá-la. – Porra.
Ele disse com tanta determinação e firmeza na voz, que me senti a própria chapéuzinho na mão do lobo. Connard. Maldito hombre del diablo.
- Filho, seria melhor vocês conversarem...
Luca não estava se importando em nada com o que o pai estava falando. Seus olhos fixos em mim, estavam demasiadamente escuros, que duvidei ser humanamente possível diante do tom natural que eles eram.
- Vai embora pai. – Disse sem desviar os olhos dos meus, e sem aliviar nem por um segundo o aperto na minha garganta. – E leve com você todos que estiverem na casa e na propriedade.
Puta que pariu, ele sorriu tão perverso, que cheguei a engolir em seco. Estava fodida.
- Você me desobedeceu – elucidou, e não soube dizer se ele falava para mim ou para si mesmo. – E a culpa disso...
Em questão de segundos, se afastou apenas o suficiente deixando meu pescoço, e usando as duas mãos para rasgar minha calcinha.
- Será totalmente sua. – Afirmou com grosseria, e antes que tivesse a chance, sua mão estava de volta ao meu pescoço, e...
- Hijo de puta. Maldita sea.
Gritei, quando em um movimento inesperado, o desgraçado me invadiu com tudo de si.
- Seu arrombado, dos infernos... A CAMISINHA PORRA. – Gritei a última parte o mais alto que consegui sendo enforcada, porém estava a mercê daquele caralho demais, para afastá-lo.
- Estou limpo, e sei que...
- Não quero ouvir que você está...Oh, porra... – Gemi com a força que a desgraça permanecia, socando até o fundo, sem pena alguma. – Quero isso no papel... Mutterfucker – Até na droga do alemão, eu ia xingar agora? – E quero a merda da camisinha...Puta... merda... – Quase não saiu, com a maldita falta de ar com o filho da mãe, me enforcando. – Porque se você colocar uma criança dentro...
O desgraçado gargalhou. E não qualquer gargalhada, uma gargalhada gostosa do caralho.
- Cala a droga da boca, ou vou enchê-la com outra coisa. – Bâtard.
E nisso ele socou tão forte aquele cacete em mim, que perdi completamente os sentidos do que estava se passando ao redor. Se a droga do pai dele estava assistindo a um pornô violento ao vivo? Eu não saberia dizer. Não saberia dizer nem como se escreve a porcaria do meu nome.
Luca soltou o meu pescoço, apenas para me dar um tapa forte na bunda, e depois ir de encontro com o que não deveria.
- Fottuta donna infelice. – Praguejou entre um gemido arrastado, arrancando a arma do coldre em minha perna, e colocando em qualquer lugar próximo a minha cabeça na prateleira.
Como o mesmo clima sem piedade e sem misericórdia, ele me fodeu com uma selvageria altamente apreciada, que minutos depois me levou a um orgasmo violento, e outras estocadas depois, fez que ele se derramasse em jatos quentes dentro de mim, e escorresse quando me ergueu e acabou saindo de dentro de mim, enquanto me levava para a mesa.
Após jogar o resto da tralha que ainda permanecia sobre sua mesa, no chão. Ele me despejou sobre ela sem delicadeza alguma.
Minhas pernas estavam bambas para protestar e chutá-lo, porém, via o quanto ele mesmo estava afetado. Estourando os botões da camisa que eu usava, e facilmente retirando-a do meu corpo, percebia seus músculos tremendo, por ainda não ter tomado o controle sobre si depois do orgasmo.
Meu sutiã e minha saia, tomaram o mesmo rumo da camisa, minutos depois de terminar com a primeira peça.
Sem pedir permissão – não que isso fosse mais invasivo do que ele meter em mim, sem preparo algum – o desgraçado renovava suas marcas em minha pele, deixando mordidas fortes, chupões ardidos, e marcas de dedos doloridas, por onde passava.
Do pescoço, ele desceu para minha clavícula, seguindo para um dos seios, onde ele mergulhou-o para dentro se sua boca. Com a outra mão, ele apertou o outro peito, beliscou o mamilo, e depois encheu sua mão com ele novamente.
Descendo para os bicos do seio ele mordia as extremidades. O desgraçado puxou o bico entre os lábios, sugando avidamente, mandando uma mensagem direta para minha buceta.
Deixei a cabeça cair para traz, envolvendo meus dedos em seus cabelos, firmando sua cabeça apertando sua boca em meu peito, só imaginando o que essa língua que brincava com o meu mamilo, não poderia fazer lá embaixo...
- Desgraçado... – Gemi entre suspiros, me perguntando quando foi que comecei a deixar me levar dessa forma? Quando foi que fiquei submissa a qualquer um? Quando foi, que me deixei ser subjugada a ponto de... de quase implorar.
Porra, essa não era eu. Reuni a força que não tinha, empurrando-o para longe de mim. Mas o infeliz não foi parar muito longe. Com um sorriso debochado em seu rosto, empurrei-o até que batesse as costas contra uma prateleira que ficava ao lado daquela que ele me prensava minutos atrás.
- Não vou ficar nua sozinha.
Sorri sarcástica, sem aguardar a permissão que ele parecia que não ia dar, estourando os botões de sua camisa, assim como ele fizera com a minha.
Ficando de joelhos a sua frente, fixei os olhos nos seus, descendo a calça já aberta, junto com a box que se firmava abaixo de seu pau e de suas bolas, deixando ambos expostos.
Passei a língua nos lábios, sentindo a necessidade até o momento desconhecida, de levar aquilo tudo para minha boca.
Desci as duas peças as afastando depois que ele tirou os pés de dentro delas, e mais uma vez olhei para o seu pau armado apontando na minha direção, e em seguida desviei para o seu rosto, enchendo minha mão com ele e depois fazendo aquilo que ele mesmo disse que faria.
- Maledettamente infelice. – Praguejou gemendo, jogando a cabeça para trás, apertando as mãos tão forte na borda da prateleira atrás de si, que os nós de seus dedos ficaram brancos com a força despendida.
Chupei com necessidade, duvidando que não estava com uma das minhas drogas no meu organismo. O levei até o fundo da garganta, fazendo como muitas vezes tinha visto, mas nunca tinha sentido vontade. Acariciei seus testículos com firmeza, envolvendo em seguida o seu membro com a mão, deixando minha boca para dar atenção às duas preciosidades ali presentes.
Brinquei com a língua, com as mãos, e coloquei sua extensão em minha boca novamente, voltando a um ritmo alucinante com a ajuda das minhas mãos.
- Cazzo. – Rosnou com a voz rouca, puxando o meu cabelo, levando seu pau até o fundo da minha garganta, despejando seus jatos quentes. Recebi até a última gota, lambendo sua extensão e pegando tudo para mim.
- Miserabile.
Ainda ofegante, ele puxou os meus cabelos me colocando de pé, e rapidamente me girou colocando de costas para si.
Praguejando coisas que não conseguia entender, ele me empurrou na direção do tapete de frente a sua mesa, me colocando sem carinho algum, como uma cadela de quatro na sua frente.
Suspirei sentindo seu membro próximo da minha entrada, porém o desgraçado não fez o que pensei que ele faria. Depois de deixar uma mordida que tinha certeza que suas presas atravessaram a pele, ele se afastou ficando com o rosto atrás de mim, e olhando em meus olhos que o encaravam com atenção, segurou firme os meus quadris, descendo lentamente o rosto naquela direção...
- Maldición...
Nota do Autor
Olá amores, gostaram do capítulo?
O que acharam da primeira vez oficial do nosso casal, já que a outra podemos dizer que não passou de algumas preliminares quentes? 🤭
Dois maluquinhos bocas sujas, não são?
Vergonha só de postar o capítulo haha .. Mas vamos conversar assim mesmo 🙈..
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