Chapter thirty two
Não sabia o que dizer ou o que fazer ao certo, quando as notícias começaram a chegar. Era óbvio que Ezra não iria me contar nada muito real sobre o assunto, mas minha equipe faria mesmo que fosse por obrigação.
Assim que o avião pousou, cada um foi para o seu lado sem dizer muita coisa. Luca me encarava de modo estranho, como se realmente conseguisse ver além dos disfarces, porém se conseguia, ninguém falou nada sobre isso. Me despedi de Apolo que também parecia conseguir ler toda movimentação dentro de mim, e Duquesa e eu seguimos para fora.
Prasad viria me buscar, mesmo dizendo que não precisava. E por coincidência alguma, porque aquele velho carente não me enganava, Johnson chegaria hoje para dar início aos treinamentos. Ezra deveria ao menos ter se dado ao trabalho de disfarçar seu desespero.
- Bom dia. – Prasad cumprimentou com um sorriso incerto no rosto, avaliando como deveria prosseguir.
Esse era um dos principais motivos que me fazia desejar nunca ter contado nada a eles, embora jamais tivesse contado para qualquer um na íntegra o que acontecera.
- Está com pouco serviço, ao que parece. – Alfinetei deixando o cumprimento de lado, e apenas recebendo sua continência desleixada com um aceno de cabeça.
A uma hora dessas, ele deveria estar trabalhando, mas como certamente o intrometido tem dedos nesse negócio, aqui estava o meu segundo no comando, tentando sondar como sua comandante estava. Chegava a ser patético o fato de Ezra acreditar que isso daria certo. Uma foda contida? Talvez acontecesse, mas fora isso, era certo que não teríamos aquele papinho de garotas.
- Estou fazendo o meu trabalho.
Olhei para ele desconfiada. Não estava de farda como deveria estar se tivesse no trabalho, mas reparando bem agora, todo o resto estava lá. Colete a prova de balas, uma arma na cintura, e se essa estava exposta, queria dizer que no mínimo outras três estavam escondidas, o coturno de trabalho nos pés, e um dos carros de serviço disfarçado da base. O carro não era estampado ou tinha a logo da Marinha, contudo era um dos carros que Ezra usava como proteção ao sair para reuniões.
- A coisa é tão feia assim?
- Não sabemos ao certo. – Deu de ombros tentando parecer tranquilo com sua resposta, mas o conhecia o suficiente para saber que não estava.
- Como assim não sabem? Brown está fazendo o que dá vida? – Questionei irritada.
Tinha convicção de que não estava no meu direito exigir tal coisa deles, no entanto, se todos se aproximavam como sabia que estavam, eles deveriam fazer algo útil, não?
- Pelo que me lembro foi você que colocou ele no novo trabalho. – Acusou com um sorriso debochado, terminando de guardar minha mala e depois entrou no banco do motorista.
Obviamente não aguardava que abrisse a porta para mim, e ele já tinha aprendido o erro que seria fazê-lo a anos atrás, por isso nem tentava mais. Coloquei a Duquesa presa ao cinto no banco de trás, fechei a porta e entrei sentando no banco do carona.
Teríamos que deixar Duquesa no canil alugado que ela ficava, só depois seguiríamos para base.
- Seu namoradinho descobriu o que andou fazendo na ausência dele? – Perguntou dando partida no carro.
Não gostei do tom de sua pergunta, muito menos devia qualquer tipo de explicação para ele. Mas daria corda por um momento.
- Não, ele deveria?
Primeiro Prasad fez uma careta, depois sorriu aberto como o coringa. Em sua cabeça certamente algo tinha saído como ele pensava, mas duvidei que ele tivesse acertado em qualquer coisa.
- Pensei que poderia se sentir culpada.
Parei para pensar no acontecido e em ocorrências passadas antes do chefinho, não lembrei o dia que tinha me sentido culpada e ter ido resolver o que quer que fosse a bagunça que tinha feito. Se tivesse feito, estava feito. Não pediria desculpas por algo que havia pensado mil vezes e não dispunha de alternativa melhor.
- Talvez esteja tendo tempo demais para ficar pensando em besteiras, e devesse dedicar esse tempo ao trabalho. – Sugeri com escárnio.
- O que está planejando? – Ficou sério, ressaltando a veemência do que perguntava.
- Caçar o rato, prender o rato, enlouquecer o rato, fazê-lo pagar. – Cantarolei com preguiça, checando minhas unhas que desejei estarem cravadas rasgando a pele do desgraçado.
- Imaginei que não seria simples. – Engoliu em seco, e nossa conversa morreu ali.
Ambos sabíamos que não contaria sobre meus planos, nem Ezra sabia. E talvez fosse esse seu maior medo. Prasad fez o restante do trajeto em silêncio, só interagindo por um momento, quando hesitante, porém de modo audacioso, colocou uma mão preguiçosa sobre meus joelhos, pouco tempo depois de deixarmos Duquesa no canil.
Analisei a situação por uns segundos, estava alerta demais e ele quase perdeu a mão por isso, no entanto não podia mentir para mim mesma que esses dias com o loiro não tivessem me influenciado em nada. Seus toques vinham do jeito e quando ele queria, e por mais que não tivessem comparação com o toque simples e talvez até natural que Prasad tentava trazer, minha reação foi melhor do que eu esperava, e parecia ter sido agradável para Prasad.
Embora tivesse tirado sua mão de minha perna em silêncio, e a soltado sobre o câmbio do carro, vi o sorrisinho vitorioso em seu rosto, e não tinha ideia de onde ele tinha tirado aquilo. Porém, não me importava o suficiente para analisar.
- Oi... Como você está?
Chegamos na casa de Ezra na base, e Mia já nos esperava na porta, com os três cachorros que pareciam tão ansiosos quanto ela.
- Tem algo realmente importante para dizer, garota? – Indaguei com sarcasmo e grosseria, mas mantive a saudação de costume.
Lhe dei um forte abraço, aguardando que tudo que borbulhava dentro de si, emanasse para fora. Segundos depois senti o líquido quente de suas lágrimas, molharem minha pele onde ela escondeu o rosto fungando.
Minha garotinha era forte, porém ninguém era forte sempre. Nem mesmo eu. Esfreguei suas costas de modo grosseiro e sem muita prática, apenas ela e Nina conseguiam tal atenção de mim.
- Desculpa, eu que deveria estar sendo forte por você. – Baguncei seus cabelos, com um sorriso genuíno que não deveria estar aparecendo com tanta facilidade. – Sou sentimental eu sei. – Dei um meio sorriso irônico, e baguncei mais seus cabelos, recebendo um olhar indignado.
- São lindas juntas.
Olhei para Prasad, tinha até me esquecido dele, e peguei a mala que ele puxava depois de ter tirado do porta-malas.
- É bom não reparar tanto. – Ameacei, e como folgado abusado que vinha sendo, Prasad deu um sorriso de canto me provocando, e Mia deu uma risadinha cruzando o braço no meu.
Não tinha uma gota de ciúmes dele, se era isso que ele pensava. Contudo, não deixaria que ele com toda sua depravação e idade experiente, tocasse na menininha que estava sob minha proteção.
Entrei em casa sem me despedir ou agradecer, e sei que ele já esperava por isso, porque brincou gritando alguma despedida inútil, e meus três amores peludos, flanquearam nossa entrada.
Ficaria com Mia pelo tempo que ela considerasse suficiente para saber eu que estava bem, depois correria para delegacia. Se Ezra não queria me dizer o que estava acontecendo, buscaria as informações por mim mesma, e ele deveria saber disso.
Tomei banho, tomamos café, cuidei dos meus cães, e nada de Mia sair do meu pé. Mesmo não conversando sobre o assunto ou qualquer outro, apenas escutando ela tagarelar, a garota não me largou nem por um segundo. Tomei banho com ela na porta do banheiro sentada de costas para mim.
- Preciso sair. – Anunciei, desistindo de esperar que ela se acalmasse. Isso não aconteceria.
- Não, você não precisa. – Rebateu quase em súplica, mas não podia ficar.
Não depois de ter visto enquanto escutava Mia tagarelar, que os noticiários destacam que o demônio que um dia recebeu o título de meu pai biológico, era acusado de tráfico de crianças. Qual não foi minha surpresa?
Busquei por provas do que havia sido feito comigo, acreditando que com sorte encontraria mais algum de seus envolvimentos, já que desgraçados de sua estirpe nunca comentem apenas um deslize, porém sem que esperasse de fato, mas não duvidasse do quanto ele era desprezível, acabamos encontrando um pote de ouro ainda mais recheado do que esperava. Pessoas nos surpreendem. E os demônios nos surpreendem ainda mais.
Elyna que o diga. A puta tinha mandado um vídeo altamente encriptado, e que se autodestruiu assim que terminei de ver, mostrando as mortes de todos que estavam traindo-a de alguma forma.
Não foi bonito de ver, entretanto também não foi um desperdício. A tela do novo celular que Brown tinha me passado, e os homens hábeis de Elyna já tinham descoberto o número a tempos, gravava a tela 24 horas. Não importava muito se o vídeo vinha com defesas, desde que assistisse tudo, tudo ficaria gravado.
- Tudo bem, mas tenha cuidado.
Se deu por vencida depois de tanto tempo parada lhe encarando, e dei um pequeno sorriso arrogante, andando rápido para meu quarto. Precisava pegar algumas coisas úteis.
- Mas por favor, não converse com aquele sujeito. – O desespero era nítido em sua voz.
- Não tenho intenção alguma de fazê-lo. – Não menti. Não estava na hora ainda de ir até ele.
Peguei um outro relógio similar ao que usava nas missões com a CIA, porém de uma versão mais barata, peguei alguns brinquedos que Brown tinha me dado para invasão e cópia de dados, e sai sem bolsa ou qualquer sobrecarga nas defesas. Ia como uma cidadã comum, que por acaso era da Marinha e se preocupava em deixar a garotinha que cuidava em uma cidade com criminosos desse tipo.
Me despedi dos meus bebês que sempre ficavam ansiosos com a minha saída sem eles, pegando o capacete, as chaves, e em seguida a moto. Andei no limite de velocidade que a rodovia permitia, desejando chegar o mais rápido possível na delegacia. Em menos de 20 minutos estava estacionando em uma rua lateral qualquer.
Desci da motocicleta guardando a chave no bolso, e levando o capacete comigo. Já tinha perdido um, e não queria perder outro tão cedo.
Subi a escada de dois em dois degraus, desviando das pessoas que transitavam, e do pequeno número de repórteres que estavam por ali. Provavelmente ainda não sabiam que o chefinho estava na cidade. Brown mais uma vez havia realizado um bom trabalho.
Entrei recebendo olhares em minha direção, porém ignorei todos eles sendo bons ou ruins, passando direto para a mesa de um conhecido.
O lugar estava agitado, muita gente gritando, pessoas passando apressadas para todos os lados, e olha que nem era Halloween. Dizem que a data era um dia estranho de se trabalhar.
Encontrei a mesa que procurava, contudo estava vazia. Me sentei na cadeira de frente a mesa, avaliando as coisas ao redor. Observei os quadros de aviso, as mesas movimentadas, e logo senti falta dos detetives mais experientes que trabalham no local. Nenhum deles estava presente no momento.
Voltei os olhos para a mesa à minha frente, e algumas pastas estavam devidamente organizadas e camufladas sob um livro enorme e desinteressante.
Dei a volta no móvel despretensiosamente como se fizesse parte da organização, e discretamente me inclinei inserido o micro pen drive no gabinete próximo a minha panturrilha, e aproveitei para afastar o livro com a outra mão apoiada na mesa para ver o que tinha por baixo.
Infelizmente não era nada que me interessasse, no entanto nada me impedia de ver o que continha ali. Passei as páginas entediada por ser apenas o laudo da perícia sobre a morte de alguém, e devolvi para onde estava, observando mais uma vez o lugar.
Uma comoção repentina surgiu na entrada, e meus olhos encontraram com o loiro que acabara de chegar. Tinha anos que não o via, e meus sentimentos eram confusos em relação a ele. Mas lá estava o loiro de olhos claros entrando pelo local como se nada estivesse acontecendo. Será que ele confiava tanto assim no papaizinho?
Só de pensar na palavra, senti meu estômago revirar. Aquele homem não podia ser considerado como pai, nem mesmo para o filho que ficara.
- Perdida por aqui? – Escutei a declaração em tom divertido, cantarolar atrás de mim.
- Talvez estivesse com saudade. – Brinquei virando o rosto em sua direção, porém nem um sorriso falso foi capaz de preencher meus lábios.
- Sabe que não tenho permissão para lhe passar o que quer que esteja precisando, não é?
Estreitei os olhos em sua direção, colocando um meio sorriso irônico no rosto. Isso nunca tinha o impedido antes. Nossa vida era assim, uma mão lavando a outra.
- Pode ser com incentivo, ou sem incentivo. A escolha é sua. – Afirmei com tranquilidade, olhando mais uma vez a entrada.
Senti uma certa ansiedade ao ver o loiro me encarar com intensidade, mas tinha feito meu dever de casa. As lentes estavam no lugar; os cabelos naturalmente escuros; os piercings espalhados, sobrancelha, nariz, boca, e em partes que ele não precisa ver; além das tatuagens que preenchiam cada centímetro da minha pele incluindo o rosto. Ele nunca me reconheceria assim.
- E aí detetive, o que vai ser? – Voltei o olhar para o homem que nitidamente avaliava se faltava alguma coisa em sua mesa.
Me abaixei, mas dessa vez fingindo que estava mexendo na bota, e tirei o pen drive que exibia uma pequena luzinha verde indicando que a cópia e o acesso ao sistema estavam concluídos.
- Você sabe ao menos o meu nome? – Indagou com sarcasmo, e se ele pensava que isso me faria recuar, era mais ingênuo do que pensava.
- Ummm, policial – tamborilei os dedos na mesa – que recentemente subiu para o cargo de detetive – fingi tentar lembrar seu nome – Jake!
Ele logo fez uma careta quando escutou o nome saindo da minha boca, e me analisou quando me levantei. Sabia o que ele procurava, e deveria ser parabenizado por mais que esse fosse seu trabalho. Nem todos faziam o trabalho direito.
- De onde você tirou Jake? Não lembra em nada o meu nome. – Bufou com indignação, me empurrando para longe de sua cadeira, sentando-se em seguida.
Aproveitei sua distração, colocando o pen drive no bolso interno da jaqueta, não indo muito longe, me sentando sobre sua mesa virada para a lateral.
- Jake Peralta, não? – Gracejei.
- Está brincando comigo, não é? – Declarou ainda mais indignado, batendo o livro na minha bunda, me empurrando para fora de sua mesa.
- Verdade, acho que está mais para Charles. – Cantarolei, e ele deu um salto da cadeira.
- Puta que pariu, mulher. – Xingou baixo, chegando perto de mim. – Não vai me deixar em paz, né?
Neguei com um biquinho, como se fossemos amigos de longa data. No entanto, apesar de não existir isso em minha vida, se tivesse, talvez ele se encontrasse entre eles.
- Ok, mas da próxima vez procure saber ao menos meu nome. Não é como se fosse difícil.
Apontou para placa que ignorei tranquilamente sem nem insinuar que tinha olhado. Sabia o seu nome... jamais me esqueceria na verdade... mas o nome não era o mais importante sobre ele. Ser honesto e leal, isso fazia diferença.
- Venha Terry, me conte as novidades.
Estendi a mão o convidado para me seguir, e ele a ignorou passando por mim emburrado, resmungando que preferia a Rosa.
- Interessante...
- Calada, ou não te mostro nada. – Brigou passando na minha frente.
- Como se tivesse escolha, minha querida Amy. – Sussurrei de volta, conhecendo por sua personalidade que ele deveria detestar a personagem.
Não errei, em questão de segundos, ele começou andar mais rápido, praguejando pelos corredores dizendo como a "mulher era sem sal, chata, mas até que..." E obviamente me desliguei, o assunto não me interessava em nada. O segui, batendo os dedos no capacete.
- Caso famosinho?. – Instiguei, ele sabia do que estava falando.
- Não temos muito ainda.
Olhei para ele desconfiada, quando enfim ele parou de se queixar, e entramos em uma sala espelhada qualquer.
- Até o momento só sabemos o que os jorna...
- Ah, conta outra. – Amaldiçoei.
- Estou dizendo a verdade. – Olhou parecendo ofendido. – Recebemos muita coisa, vai demorar dias para analisarmos tudo...
Quanta incompetência Senhor. Revirei os olhos reconhecendo que esse era o sistema que fazíamos parte, e que por mais irônico que fosse, eu mesma tinha me dito para confiar no sistema, quando no lugar de matar o desgraçado, busquei provas para condená-lo.
- O que tem além dos jornais? – Respirei fundo tentando me acalmar e não parecer envolvida demais.
- O advogado do acusado foi preso por obstrução da justiça, e também foi acusado por ser cúmplice nos crimes do senador.
Respirei fundo mais uma vez, precisando conter a ansiedade que gritava dentro de mim. Só queria pular para o final dessa merda, e ter o desfecho que planejei.
- Por que está interessada nisso? Está com seu pai no caso? Não, não está. Por que está aqui Cath, e não com seu pai?
Essa era a sina de conversar com um detetive. Tudo era suspeito, tudo era questionado, e quase nada passava batido.
- Sou uma cidadã preocupada?. – Declarei irônica sem aguardar por uma resposta, e ele balançou a cabeça gargalhando. – Pais são superprotetores.
Era simples, e algo que todos sabiam. Porém nada melhor do que uma verdade para esconder uma mentira.
- Ele não vai te contar, para te proteger, e você quer saber para protegê-lo.
Não era bem assim, mas se ele tinha entendido dessa forma, quem era eu para negar o prato ofertado? Dei um meio sorriso concordando.
- Conforme descobrir mais, vou te passando.
Acenei em positivo, mesmo sabendo que o detetive falaria querendo ou não, já que invadi o sistema da polícia com o pen drive de Brown.
- No momento, só temos provas disso e a certeza de que alguém que não sabemos quem foi, porém deve ser muito influente, conseguiu vários acordos de sigilo e parte dos casos dos envolvidos, não será divulgado.
Apenas mais uma vez que me vendi. Não era nada que não tivesse feito outras vezes por escolha própria ou por obrigação.
- Tudo bem, depois nos falamos mais.
O telefone dele tocou assim que terminei de falar, e ele se despediu com um aceno saindo da sala. Direcionei meus passos para fazer o mesmo, e sair pelo corredor pouco transitado com o capacete em mãos.
Passei pelo loiro que chegou pouco depois de mim e encarei o seu olhar com meu jeito amistoso de sempre, não temendo a análise profunda que ele parecia tentar fazer.
Segui para a saída fazendo o percurso de volta para minha moto, satisfeita por conseguir completar o que vim fazer. Não era certeza sobre o sistema não ter proteções mais fortes, contudo talvez eles se preocupassem mais com assuntos federais do que municipais.
Coloquei meus óculos escuros antes de passar pela multidão que agora sobressaia na entrada, descendo pela lateral da escada enquanto checava meu celular. Obviamente os carniceiros uma hora descobririam que Luca tinha chegado e uma hora viria até aqui.
Tinha muito a agradecer às pessoas da mídia por amarem uma fofoca e sempre publicarem alguns bilhetinhos adoráveis que lhes enviava, mas duvidava muito de que o chefinho fosse gostar de toda essa movimentação.
- Sabia que era a sua.
A voz ríspida e totalmente possessa, chegou aos meus ouvidos antes que tirasse os olhos da tela do celular, e olhasse para frente. Luca estava escorado em minha moto, como um vulcão prestes a entrar em erupção.
- Que porra você fez, Cath? – Indagou erguendo o corpo e encurtando o espaço entre nós. – Vamos para minha casa, precisamos conversar.
Sorri maliciosa, lembrando do que acontecia no lugar das conversas.
- Cazzo.
Passou as mãos no cabelo impaciente, bagunçado ainda mais os fios que tinha certeza de que não ficaram um segundo arrumados depois que ele tomou outro banho. Olhei sua roupa mais formal que a anterior, algo típico que ele usava para trabalhar, notando que a gravata já tinha sumido, e os primeiros botões da camisa já estavam abertos. Era o terceiro sinal de sua irritação exacerbada.
- Para o seu apartamento... Merda.
Ele mesmo se xingou, dando um sorrisinho malandro olhando na minha direção, mas logo fechou a cara.
- Vamos para a droga do escritório...
- Humm, lugar novo. – Provoquei subindo na moto, e coloquei o capacete depois de tirar os óculos e dar uma piscadela para ele.
- Vamos ver até quando seu sorriso vai durar. – Anunciou sombrio, seguindo para seu carro, que só agora notei que estava estacionado na frente e Garcia o aguardava. Outro carro estava ali quando cheguei.
Certamente não seria uma conversa amigável. Não que fossemos tal coisa.
Nota do Autor
E minhas lindezas, gostaram do capítulo?
Quais segredinhos descobriram?
Notaram algo particularmente diferente entre a conversa de Prasad com a Maluca?
E esse sorrizinho dele quando olhou para Cath e Mia se abraçando? Hum 🤔..
Cath parece ser carinhosa com a Mia, não é? Do jeito grosseiro dela, claro kkkk..
O que acharam da visita a delegacia? Gostaram de conhecer o nosso Jake falso? Kkk
Mas acho que vocês estão mais preocupados com outra coisa, não é? O que será que vai acontecer nessa conversa do Chefinho com a Sem Noção? Parece que uma certa Docinho está realmente com raiva 🤭..
Me conte tudo meus amores, amo muito conversar com vocês..
Tudo de melhor, até o próximo.. E por favor não esqueçam de votar 🌟 e comentar 😘..
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