Chapter thirty six
- Luca, o que estamos fazendo nesta região? – Intrometido, como de costume, Nick perguntou assim que começamos a nos aproximar de nosso destino, e o GPS mostrou a localização final.
Não respondi ao que certamente seria usado como fofoca entre as tricotadeiras depois, e chequei mais uma vez se o endereço que tinha colocado no GPS do carro estava correto. Da outra vez, a sem noção tinha indicado um trajeto bem diferente.
- Você não está bebendo, está? – Indagou, realmente preocupado, e não consegui deixar de encará-lo com uma expressão de tédio estampando meu rosto.
Ele se achava demais, não achava? Nunca tinha bebido de verdade em toda minha vida, e começaria agora só por causa de uma bunda gostosa e de um infeliz que não sabe trabalhar? Emocionado do caralho. Amadureci já faz um bom tempo, e não é de hoje que merdas acontecem em minha vida.
Se tivesse que beber por acontecimentos que me desagradavam, teria sido uma criança alcoólatra. Afinal, não pensava nem por um segundo que a traiçãozinha deles chegava aos pés das inúmeras vezes que tentaram me exorcizar por afirmarem que meu transtorno na verdade era o demônio que tinha tomado o meu corpo. Patética situação recorrente.
Nick virou em mais uma rua, e chegamos diante do estabelecimento. Apontei onde deveria estacionar, era o mesmo lugar que estacionamos na outra vez, e logo desci tirando Apolo e entrando sem aguardar o imprestável sem bolas, que parecia tremer na base.
- E aí, cara? – Com o mesmo sorriso fácil da outra vez, o barman, aparentemente também gerente do estabelecimento, me cumprimentou, olhando para Apolo em seguida, como se o cumprimentasse também.
- Sem clientes de novo? – Destaquei com um sorriso de lado, sentando-me no banco alto diante do balcão, recebendo a mesma cerveja que tomei no outro dia com a sem noção.
- Nada com uma visão agradável como aquele dia. – Sorriu malicioso, olhando para trás de mim. – Tá sozinho hoje? – Perguntou, divertido com a sobrancelha arqueada e acabei rindo de leve, compreendendo aonde ele queria chegar. Ainda não entendia o que tinham visto de tão especial naquela maluca.
- Falei para você que era furada. Só quer, quem não a conhece. – Eu disse simples tomando um gole da bebida, ao mesmo tempo que via Veterano o nome – ou quase isso – que a sem noção nem fez questão de descobrir no outro dia, encarando a porta de modo desconfiado.
Me inclinei para olhar na mesma direção, porém antes de fazê-lo, Apolo deu um pequeno rosnado característico, e dei um sorriso de lado, sabendo exatamente quem era.
- Ele tá comigo. – Afirmei a contragosto, sabendo que mesmo com raiva, não poderia permitir que Veterano fizesse algo contra o palhaço castrado, que entrava como uma menininha andando para a toca do lobo.
- Caiu bem o nível, em cara – zombou, e não pude deixar de concordar. A infeliz podia ser uma cobra sorrateira, porém era uma visão melhor do que olhar para cara sem sal de Nick, sem contar a falta daquela bunda gostosa rebolando como se fosse a dona de tudo na minha frente. Porra de traseiro. – por que do engomadinho metido a segurança hoje?
Acabei gargalhando, até o cara que não conhecia a reputação do preguiçoso, já tinha entendido que ele era só um palhaço castrado.
- Não vejo graça nenhuma.
- Só porque você é o motivo da piada. – Veterano rebateu ao resmungo insignificante do outro, rindo zombeteiro e lhe servindo uma cerveja. – Suponho que o filhotinho beba.
- Mais do que esse aí deveria. – Nick respondeu ranzinza, e não demorou para que Apolo rosnasse em alerta, afastando-o de mim fazendo que se sentasse no banco seguinte, desconsiderando o que estava ao lado do meu.
- Não teve problema algum da outra vez. – Veterano contrapôs, olhando direto para mim, que por um instante fiquei nervoso. Contudo, acredito que ele sondou bem o que a sem noção fazia, porque fez igual, atingindo parcialmente o mesmo resultado.
Voltei a ficar despreocupado, afinal se tinha conseguido beber, mesmo que pouco, e me controlar perto da infeliz que queria tanto torcer o pescoço, não seria difícil fazer o mesmo do lado de Nick, onde já tinha aprendido a anos a tolerar o comportamento irreverente.
- Mas o que manda, chefe? É só uma tarde entre amigos? – Mediu Nick de cima a baixo pelo menos umas duas vezes antes de voltar os olhos para mim de novo. – Ou o término com a sua garota foi tão difícil assim?
Acabei gargalhando outra vez, observando a cara de divertimento dele, e a cara de espanto no rosto de Nick. Talvez o dia ficasse um pouco melhor. Veterano e seus amigos conheciam bem sobre mulheres loucas.
- Tá mais para uma terceira opção, mano. – Respondi, ainda rindo. – Seu Presidente vai aparecer aí hoje? – Olhei ao redor, notando a movimentação sutil de Apolo.
- Já tá querendo jogar a maluca para ele? – Perguntou, divertido. – Pensei que tinha dito que isso não era seguro.
Ele arqueou a sobrancelha, e bebi outro gole da bebida, acenando como se dissesse um silencioso exato.
- Não querem um rato entre vocês. – A sem noção realmente não era de confiança, nunca foi, na verdade, e não era isso que eu queria. Não arriscaria os planos que tinha, colocando uma pessoa tão escorregadia entre eles.
Veterano fechou a cara assim que identificou a completude do que falava, e Nick, surpreendentemente estando mais alerta do que o de costume, logo ajeitou a postura ficando atento ao que acontecia.
- Podemos te ensinar a lidar com esse tipo de pessoa também. – Sorriu, mas dessa vez de modo maldoso. – Temos uma boa forma de tratá-los.
Seu sorriso permaneceu, contudo, neguei com a cabeça. Podia me sentir traído, e a maldita de fato me traiu, no entanto não negava que meu pai estava parcialmente correto de que ela ainda estava fazendo seu maldito trabalho, seja para quem fosse.
- Espero que, no mínimo, tenha feito o trabalho e a deixado sem andar por uns dias. – Comentou, ainda com os ombros tensos, e analisei bem seu comportamento confirmando o que tinha visto em minhas pesquisas. Eles não perdoavam traições, e a infeliz sem noção também estava correta, eles também não eram de perdoar na cama.
Nick fez uma careta, claramente entendendo o comentário do outro homem errado, porém apenas me ative a acenar um leve não com a cabeça. Não começaria uma confusão por uma palhaçada dele e de modo algum por aquela coisa sorrateira e venenosa.
- Vai deixar que ele fale assim da Cat...
- Cala a boca, Nick. – Cortei-o, mesmo que Veterano tivesse se afastado de nós, passando por uma porta que imaginava levar a cozinha.
- O que? Não. Pense em Nina, você deixaria que alguém falasse assim dela?
- Cala a boca, caralho. – Falei mais ríspido que o normal, deixando um tom mais contido, mostrando que realmente não estava brincando.
Veterano não estava falando de agressão, tinha lido sobre o assunto e encontrado alguns poucos casos, onde deixava mais do que claro que essa era uma das regras imutáveis deles: eles não batiam em mulheres, não estupravam, não vendiam drogas, e outras coisas preferi ignorar e não saber. Não eram tão relevantes assim, a desgraçada que dormiu na minha cama tinha cometido todas elas, e certamente mais de uma vez na vida.
- Então, o que você deseja do Presidente do meu MC? – Indagou, cauteloso e nitidamente sondando o terreno, como imaginei que um integrante respeitado como ele deveria fazer.
- Uma troca de favores. – Disse simples, pegando um dos salgadinhos no pratinho que ele acabara de colocar em minha frente, automaticamente lembrando da sem noção que monopolizou o pratinho na última vez aqui.
Veterano arqueou a sobrancelha me examinado por um tempo, porém ao olhar para cara de pateta de Nick, ele logo sorriu como quem já estava pensando em mil coisas que poderia ser benéfico para eles em uma troca de favores, deixando Nick mais aborrecido do que já estava.
- Então aproveite a cerveja, ele já está chegando. Vou falar para ele trazer uma bunda doce também, agora você pode experimentar.
Ri do seu comentário, recordando o que tinha falado na nossa última conversa. Tinha sido legal conversar com outro macho com bolas e não perder tempo ouvindo histórias de maricas fofoqueiras como acontecia com as outras únicas pessoas que eu conversava. Não podia mentir e de certo modo agradecer a sem noção por ter me apresentado o lugar.
Parecia ser um bar tranquilo no período da tarde, e estar aqui mais uma vez me fazia sentir como um cara normal da minha idade — alguém que podia frequentar lugares assim sem se preocupar. Mas ao olhar para o lado e mais uma vez ver a cara de tacho de Nick preocupada, e olhar no meu próprio relógio notando que tinha passado 40 minutos que estávamos aqui e pouco tínhamos passado do meio da tarde, que eu era tudo... menos normal.
Pessoas normais não precisavam se preocupar, ou se sentir nervosas como eu fiquei quando o bar de repente lotou, com todos os possíveis clientes exibindo suas jaquetas de couro juntamente com a insígnia de fênix na manga. A infeliz teria amado essa merda da insígnia deles.
Uma ansiedade começou a me invadir quando as pessoas não paravam de entrar, porém tentei ao máximo me ater ao motivo de estar aqui, e que justamente por isso poderia ficar tranquilo.
- Veio dizer que a mulher tá livre? – O chefe do MC que não fiz questão de saber o nome na outra vez, chegou já puxando assunto ao sentar-se do meu lado, e seus homens me rodearam sentando em bancos ao nosso redor.
- Vai na fé, mas esteja preparado para os cadáveres que ela vai desenterrar. – Levantei a cerveja em uma saudação simples, ele olhou para Veterano confirmando se tinha entendido o que tinha falado e o homem fez uns gestos que imaginei ser comuns entre eles, fazendo meu novo parceiro de negócios confirmar com a cabeça não escondendo a raiva que passou rápido por seus olhos.
- Meu amigo aqui disse que tem uma proposta para mim. – Foi direto ao ponto, e diferente de Veterano, percebi que ele não era de sorrisos e brincadeiras. Não comigo, pelo menos, mas lembrava bem que tinha sorrido fácil para a rata sem noção.
- Estou precisando de um novo segurança inflexível no quesito lealdade. – Nick nos olhou, não disfarçando nem um pouco o quanto estava chateado, contudo essa era a verdade. – Alguém que responda apenas a mim não importa o que aconteça.
Ele olhou para mim concordando com a cabeça enquanto virava quase toda a cerveja de uma vez só, depois olhou de soslaio para Nick, o que fez dois de seus homens encararem meu ex segurança também.
- O que você teria para oferecer em troca?
Poderia facilmente oferecer dinheiro, mas aí estaria entrando mais no ramo da infeliz do que no deles. Os fênix não eram mercenários, e por mais que tivessem seu próprio comércio, identifiquei facilmente que preferiam contatos. Fato que os aproximava e os deixavam bem parecidos com aquela maldita.
- Sei que estão com alguns problemas na justiça – fiz um gesto que demonstrava não ser nada de mais, quando Nick olhou para mim e ao redor com receio. –, além de quê, seria útil ter um próprio advogado entre vocês. Posso dar acesso para que um escolhido seu, entre nesse mundo.
A expressão no rosto do líder do Moto Clube até poderia ser imparcial, porém muitos de seus homens tinham entregado o jogo. Alguns, acreditei que era mais por uma esperança relacionada aos seus filhos. Já tinha visto aquele olhar muitas vezes em meu pai.
- Acho que não é uma parceria interessante. – Declarou, mas apesar de alguns olhares decepcionados, logo compreendi do que se tratava. O que me deixou com ainda mais raiva daquela filha da puta.
A polícia pode não ter batido na minha porta, no entanto, isso não era sinônimo de que não estávamos envolvidos. Pelo contrário, poderia facilmente significar que tinha contatos mais fortes do que James, e por isso conseguia esconder a minha merda e fugir dos holofotes.
Muitos clientes tinham ligado, deixando óbvio que se não fizéssemos nada que de fato comprovasse que somos inocentes, que saltariam do barco na primeira oportunidade. Não éramos os únicos que limpávamos a casa, e para os de fora, nós éramos a sujeira para ser limpa.
- Conheço pessoas, não vou negar. – Infelizmente, não tinha para onde correr a infeliz tinha me colocado nesse fosso, e agora era cavar para sair. – Contudo, não é da forma que está pensando, não sabia dessa porra e certamente não concordo com ela.
- Isso quer dizer que você vai pisar no pescoço do desgraçado e mandá-lo para o inferno?
Não era exatamente uma pergunta e notei isso assim que ele abriu a boca com um sorriso debochado, deixando Nick mais incomodado do que antes. Apolo, no entanto, pouco se importou com a aproximação de qualquer um deles, só se sentou e esfregou a cabeça na minha perna recebendo o afago que dei a ele.
- No meu mundo, não ficamos esperando as coisas se resolverem. Resolvemos nós mesmos.
- No meu mundo, não nos metemos em brigas que não são nossas, usamos outros meios para destruir. – Rebati com tranquilidade. Ainda tinha bolas no meio das minhas pernas e não seria intimidado por ninguém. Tinha dormido com um inimigo pior, não me iludia quanto a isso.
- Bom saber que não é um covarde. – Olhou sem propósito para Nick, e acabei gargalhando. Mesmo que obviamente não tivesse jogado uma indireta para meu ex segurança, o comentário ainda caia como uma luva.
Observei-o virar outra cerveja praticamente em um gole só, analisando o que se passava ao redor. Todos pareciam esperar por alguma coisa.
- Léo está à sua disposição. E se for se sentir mais confortável com um revezamento, posso pensar em outros. – Olhei para o garoto que parecia se sentir honrado com o que o líder falava. – Ele é jovem, mas é de confiança. Assim como qualquer outro dos meus homens. – Garantiu, porém não passou despercebido a ameaça velada.
- Não sei se é o mais indicado para o que posso precisar.
Analisei o garoto mais uma vez, e ele não era apenas jovem, era pequeno demais. Dava três dele fácil. Seria um massacre.
- Não se engane – Chamou minha atenção para si novamente. –, treinamos muito bem os nossos jovens. E no fim você só precisa de alguém do seu lado. – Assegurou. – Não abandonamos os nossos, e ao primeiro sinal de que ele precisaria de ajuda, estaríamos lá.
O garoto sorriu da ponta do bar, e ficou claro que não era a primeira vez que o Clube o resgataria.
- Ok. Mande o... Léo? – Ele confirmou. – Mande-o trazer os nomes de quem está precisando de defesa jurídica, e os nomes dos estagiários. Acredito que saiba que essa pessoa deve estar cursando ou ter cursado Direito. – Ele confirmou outra vez. – Então estamos certos. A partir de quando posso contar com ele?
- De agora, se quiser. – Olhei para o garoto, e talvez fosse bom começar hoje mesmo. – Ou pode ficar e aproveitar o resto da noite conosco.
Fez um gesto com a mão, e não estava errado quando julguei estarem esperando por algo. Ao sinal de seu líder, uma mulher fechou a porta do bar, e outras deram a volta no balcão pegando bebidas e colocando nas bandejas para servir.
- Vou passar dessa vez.
Tratar de negócios costumava preencher a minha mente, mas agora que tínhamos entrado de acordo, a ansiedade começava a voltar em peso. Não conseguia me sentir confortável mesmo sabendo que conseguiriam me conter com tranquilidade.
- Mas vou levar meu novo segurança comigo. – Disse, e quando fui procurar o garoto com os olhos, me surpreendi ao vê-lo já transando com o que eles chamavam de bunda doce.
Veterano tinha comentado algo sobre o assunto na outra vez que estive aqui, contudo não tinha levado a sério de que eles transavam realmente na frente de todos. E não só transavam. – Olhei a mulher fazendo um oral descarado em um homem bem no meio do bar, disponível para todos verem.
- Tem certeza? – Indagou pela primeira vez sorrindo, e confirmei. Isso não era para mim. Provavelmente o garoto que seria meu novo segurança, tinha mais experiência que eu no que se referia a sexo. E isso porque ele tinha só uns 18 anos, no máximo. O que só ressaltava minha própria desgraça e o quanto era problemático. Trinta e cinco anos, apenas 4 mulheres, e o sexo mais selvagem e diferente foi com ela.
- Já tenho algo marcado. – Afirmei, e não demorou para que ele mandasse alguém chamar Léo.
Veterano acabara de aumentar o som, aumentando também a minha ansiedade. Lugares barulhentos e bebida quase sempre eram sinônimos de confusão. Preferia ficar longe.
- Possesso. – Apertei a mão que o líder do clube me estendeu, e apenas depois fui notar pelo que agora via em sua jaqueta, que se referia ao seu nome. Era um apelido mais estranho que o outro, comecei a perceber.
- Jonathan. Mas você já deve saber. – Ele confirmou, e assim nos despedimos com Léo chegando se aproximando ainda ajeitando a calça. Por sua cara, ele ainda não tinha gozado.
Ri, sádico, me divertindo com seu sofrimento, e ri ainda mais, quando olhei para cara de Nick e vi o completo choque em sua expressão. Ele nitidamente não sabia se corria de medo por estar em um cômodo trancado com um bando de motoqueiros, ou se entrava na festa e ia comer alguém. Ou o contrário.
Gargalhei com seu desespero, e saí fazendo um carinho em Apolo por ter se comportado, sendo seguido pelo pateta e o entristecido senhor mastro sem bandeira.
- Não acredito que está pensando mesmo em colocar uma criança para me substituir.
- Criança não faz criança. – Léo rebateu com ironia, e Nick continuou com seus resmungou inúteis de protesto.
Apolo rosnou impaciente assim que entramos no carro. Tinha apenas poucos segundos que Nick estava em sua dissertação sobre o que o garoto não seria capaz de fazer, que ele era apenas um jovem cheio de hormônios, que vacilaria na primeira semana, e mais uma porrada de coisas que não dei a mínima, enquanto colocava o novo endereço no GPS deixando-o sofrer ao prender um Apolo irritado no banco, quase mordendo sua mão quando sem querer Nick encostou demais ao prender o cinto do cão.
- Eles são sempre assim? – O garoto novato observou, e nem mesmo Nick conseguiria contestar isso. Léo poderia ser um talento nato.
- É um caso de amor e ódio, mas sem o amor. – Zombei olhando para trás conferindo como Apolo estava.
O cão tinha deitado em parte do banco deixando apenas um pouco de espaço para o garoto. Mesmo com o carro sendo grande, Apolo não fazia questão alguma de dispor mais espaço para aquele que ele olhava como se fosse um intruso em seu território.
- Esse aí não gosta de ninguém, essa é a primeira lição. – Nick se queixou ligando o carro e saindo do estacionamento.
Ignorei as próximas dicas ridículas, e todas as palhaçadas que meu ex segurança inútil proferia. Um caralho que Apolo tinha outro dono. Aquela sem noção não era dona nem do próprio rabo, quanto mais dos meus bichos.
Concentrei no celular e no que Adara me atualizava, contando que a Polícia divulgou ter encontrado algumas centenas de gravações. Por hora ainda não tinham anunciado o conteúdo de nenhuma delas, mas dadas as acusações, não série difícil esperar que fosse material relacionado a pedofilia.
- Ah não Luca, você só pode estar brincando comigo. – Nick se alterou ao compreender para onde estávamos indo. – Nini nunca vai te perdoar se fizer isso.
- Sou solteiro, não devo satisfação da minha vida para ninguém. – Contrapus simples, não dando mais espaço para que disse qualquer merda insignificante.
Não era porque eu e a sem noção tínhamos fodido como dois animais, que iríamos nos casar e ter filhos. Nina precisava entender que nem todos eram como ela e aguardavam pelo casamento, ou casariam se algo assim começasse a acontecer.
Nick demorou mais do que o de costume para chegar na Luxúria, e isso só serviu para me provar o quanto ele era um vendido desleal.
No lugar de estar do meu lado, ele ainda estava pensando na sem noção e na maneira equivocada que ele via as coisas. Não tínhamos compromisso algum. Ela certamente sabia disso.
- Passe para o novato o que ele precisa saber, e vá embora. Não quero te ver quando sair. – Ordenei no tom mais ríspido que já tinha o tratado em todo o tempo que nos conhecemos. Não era só raiva da minha parte, era decepção mesmo. Nem a porra de um amigo eu tinha permissão para ter. Esse inferno dessa doença tinha me roubado tudo.
Talvez realmente fosse possuído por demônios... eram eles o ladrão que vinha para matar, roubar, e destruir, descrito em João 10:10. Todos os três pontos eu já tinha alcançado com amargo sucesso.
Entrei no quarto conhecido, fazendo o de costume. Não permiti que Maia falasse, e não tivemos preliminares. Foi puro sexo, sem beijos e nada do que fosse necessário para gerar alguma ligação. Pela segunda vez, porém a primeira vez assim, comi apenas a porta dos fundos, e deixei que me chupasse usando o preservativo.
A sem noção tinha sido a única que confiei – ou seja lá o que foi – para me ter de forma crua. E olha aonde cheguei? Traído pela única que provavelmente nunca deveria ter confiado. Isso não se repetiria.
Nota do Autor
Olá lindezas do meu coração, gostaram de ter mais um capítulo quentinho 🥰..
O que acharam do novo segurança? Acham necessário? Ou é só drama para vocês?
Também se sentiriam traídos se estivessem no lugar de Luca? Ou entendem o lado de Cath e Nick?
Me conte tudo, então por favor não esqueça de votar 🌟, e comentar..
Até o próximo 😘..
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