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❪ IV.❫ ━ MINE

vindo para o frio
enterrado sob o calor
eu era um fantasma
mãos envaidecendo
ajoelhando-me ali, sobre
o coração. deus também
se intrigou... sentindo
eu estava apenas me apaixonando.

━━ ONLY,
RY X.

CAPÍTULO QUATRO
MINHA.

TER LILY EVANS COMO sua, era maravilhoso para James, mas não era sua como um objeto, era sua de outro jeito. Do jeito de como ela se entregava para ele, do jeito de como ela confiava nele e do jeito de como ela precisava dele mesmo estando grudada com o moreno... Era aquela sensação de cumplicidade e paz.

E perto nunca fora o suficiente.

Ao abrir seus olhos esverdeados, a Evans lembrou-se da noite passada e um sorrisinho preencheu seu rosto. Ao olhar para o lado, mesmo com os raios solares deixando sua visão um tanto turva, ela conseguiu ver que Potter não estava ao seu lado. Alarmada, sentou-se na cama se cobrindo com o lençol e olhou para os lados, por um momento ela pensou que James tivesse a abandonado, mas o rapaz logo adentrou a cabana e ela respirou aliviada.

─ Por que essa cara de assustada? ─ ele perguntou se sentando na frente da Evans.

James segurava uma bandeja com um suco, um prato com ovos, linguiça e uma laranja ao lado; ele posicionou a bandeja na mesa de canto. Potter aproximou-se de Evans e beijou a pontinha do nariz dela, Lílian sentiu algo no seu estomago se revirar ─ e não era apenas a fome.

─ Imaginei que você estivesse com fome, então como acordei mais cedo e fui para o refeitório, eu peguei um pouco de comida para você.

Sem nem perceber, Lily estava com a cabeça mais jogada para o lado e com um pequeno sorrisinho de canto no rosto.

─ Você é tão fofinha me olhando assim ─ James murmurou e Lílian abriu um sorriso maior.

─ Obrigada!

─ Nem sei o porquê do tom de surpresa, eu já te falava isso antes de estarmos juntos.

─ Nós estamos juntos?

James ficou avermelhado, causando risadas em Lily. Ela logo o puxou para um selinho, já que tinha acabado de acordar e provavelmente seu hálito não estaria um dos melhores para um beijo.

─ Nós estamos juntos ─ ela afirmou encarando os olhos de James.

─ Nem parece que estamos juntos... Nunca imaginei que isso fosse possível.

─ Nada é impossível, JayJay! ─ ela bagunçou os cabelos dele.

─ E lá vem você me chamando de JayJay... ─ ele resmungou revirando os olhos. ─ Eu me lembrei de uma coisa.

─ Do que?

─ De que caso nós ficarmos juntos para sempre, o que vai acontecer ─ Lily sorriu. ─, você me deverá um carro!

─ Você me aguentaria por toda uma vida? Eu acho que não, eu sou chatinha.

─ Você adora contar essas piadas... E eu não te aguentaria por apenas uma vida, talvez duas ou três vidas... Depende de como você vai vir na próxima vida, se for como um ditador nazista acho que nosso romance está cancelado!

Evans riu e James se levantou e deu um beijo na testa de Lily, fazendo com que as orelhas da garota ficassem avermelhadas.

─ Tenho reunião, eu provavelmente irei demorar.

─ Okay, vou comer e irei para meu quarto.

Dito e feito, Lily comeu tudo rapidamente e depois de entregar a bandeja para a cozinheira, se encaminhou até seu quarto. Não sabia ao certo que horas eram, estava um dia nublado e ela não conseguia ver onde o sol estava. Então com um certo medo de sua amiga estar dormindo, entrou de modo cauteloso no quarto, mas ao fechar a porta e encarar o seu cômodo, viu Alice sentada de perninhas cruzadas na cama de Lily.

─ Oi, Alic...

─ Onde você estava? Você sumiu e eu fiquei te procurando! ─ a Longbottom levantou-se e caminhou até sua amiga, mas então fez uma careta ao reparar algo. ─ Está com cheiro de homem... Gostei do perfume.

Alice pareceu demorar alguns segundos para ligar tudo, mas ela ficou boquiaberta e de olhos arregalados enquanto Lílian riu.

─ Meu Deus, você dormiu com alguém! ─ a morena colocou as duas mãos na boca. ─ Espera, mas e o James?

─ Digamos que...

─ Você partiu o coração dele! Coitado do James... Ele é tão gente boa, amiga! Você ainda está rindo, você é cruel.

─ Eu não parti o coração dele, Alice ─ a Longbottom encarou Lília, totalmente confusa. ─ Nós nos resolvemos.

E se Lily achava que tinha visto uma expressão de surpresa saindo de Alice, estava completamente enganada, pois a morena arqueou suas sobrancelhas e logo remexeu suas mãos. Longbottom abraçou a amiga, quando se afastaram, Lily poderia jurar ver as lágrimas que se juntavam nos olhos da morena.

─ Meu Deus, eu estou tão feliz por você, Lils! Aaah, eu nem acredito que você e o James se resolveram! Vocês tem que ficar juntos... Juntos para sempre! Ai, ai, ai, eu te amo, Lily!

Alice estava em êxtase, o que causava surpresa e risadas vindo de Lílian.

─ Ok, nós vamos ficar juntos para sempre... Mas eu preciso pegar minhas coisas para tomar banho.

─ Você ainda não tomou banho? Sua nojenta!

─ Vou fingir que não ouvi você me chamar de nojenta e vou seguir minha rotina.
























Esconder o romance não era tão fácil, James e Lily estavam praticamente grudados um ao outro como aqueles casais que ela tanto odiava. Matthew Evans suspeitava de algo, mas se manteve calado, ao contrário de Gideon que fazia um pequeno escândalo toda vez que via James e Lily tentando disfarçar algo.

Após a reunião naquele dia, James teve uma série de outras durante os outros dias, por isso as vezes ficava cansado demais. Mas nada atrapalhava sua ansiedade e vontade de ver Lílian, era como se tivesse medo de a perder e por isso quisesse aproveitar cada momento com ela.

No refeitório, Lily estava comendo o almoço que era servido para todos, então ao escutar o barulho da porta se abrindo, viu James entrar e caminhar até sua direção. Os dois sorriram discretamente, Potter cumprimentou os oficiais e logo foi até a mesa de Gideon e Lílian.

─ Senhor Prewett ─ James o cumprimentou tirando seu quepe. Olhou para Evans e tentou esconder o sorrisinho maroto. ─ Senhorita Evans.

─ Senhor Potter.

─ Que palhaçada é essa, hein? ─ perguntou Gideon, fazendo James e Lily o olharem. ─ 'Tá na cara que vocês tem algo, e se não tem, deveriam ter. Então por que não assumem logo isso tudo?

─ Você contou para ele?

─ Não! ─ Evans exclamou.

─ Bem, Gideon, nós pretendíamos contar para todo mundo na pequena reunião que Moody dará.

─ Ah, sim, a festinha... Okay ─ Gideon afirmou. ─ Mas acho que todo mundo vai fingir a cara de surpresa porque vocês estão sendo bem óbvios.

─ Não estamos! ─ Lílian pensou em jogar algum pedaço de comida no seu amigo, mas aquilo só iria estragar comida e ela não faria isso.

Antes que Potter pudesse falar algo, um rapaz com vestes de soldado adentrou ao refeitório e caminhou até James.

─ Senhor Potter, bom dia ─ o rapaz disse sério. ─ Moody pediu para o Senhor ir até a porta de entrada, ele lhe espera lá.

E como dois curiosos natos, Gideon e Lily se intrometeram em levar James até a porta da mansão. Moody também estava lá, ele não falou nada, mas tinha um sorrisinho no rosto. Então um carro adentrou o terreno e logo parou perto da fonte principal que ficava de frente para a mansão, James e Lily ficaram boquiabertos ao verem quem chegara.

Os Potter desceram do carro primeiro, Lílian olhou para ver a cara de surpresa de James e viu que o homem tinha lágrimas se acomulando nos olhos. Em seguida, Remus, Sirius e Peter saíram; James correu para falar com todos. Por um momento, um milésimo de segundos, Evans esperou Marlene descer do carro também e a recepcionar com um belo sorriso.

Viu um fantasma, foi? Vem me abraçar, sua tapada! Marlene falaria aquilo, mas Lílian lembrou que sua melhor amiga estava morta e que nem se lembrava ao exato quais foram as últimas palavras que trocaram. Isso a destruía. Mas voltando de seu transe, Lily caminhou até os meninos que já tinham sido cumprimentados e então abraçou Peter primeiro. Deu um abraço apertado nele e em Remus, então murmurou:

─ Eu estava com tantas saudades de vocês.

Ao se aproximar de Sirius, algo na atmosfera havia mudado, era como se ela se lembrasse de tudo o que ele havia passado e contado naquela carta. O olhar da ruiva dizia eu sinto muito, Sirius concordou com a cabeça e ela logo o abraçou. Quando soube da morte de Marlene e Regulus, Lily chorou a noite toda.

─ Lily, querida! Que surpresa ─ Euphemia Potter murmurou ao se afastar do abraço que Lílian dera.

─ Ah, sim... ─ ela falou sem jeito e logo abraçou Fleamont que a agarrou e tirou os pés dela do chão, assim como faziam quando ela era criança. ─ Seu pai voltou bem?

─ Sim, sim ─ Evans se afastou e ficou ao lado de James. ─ Mas o que vocês estão fazendo aqui?

─ Enquanto nossa casa está sendo reconstruída pelos ataques, pensamos Por que não visitar nosso Jay? Então os meninos concordaram com a ideia e aqui estamos. Planejamos a surpresa com Moody.

─ Foi uma surpresa em tanto ─ James falou secando os últimos resquícios de lágrimas, Lily quis o abraçar e falar que ele era a coisinha mais fofa do mundo. ─ O pessoal das antigas vão adorar te rever, pai! Hoje teremos uma pequena festinha... Reunião, e vocês tem que ir.

─ Claro que vamos, mas você tem que nos contar mais sobre como vai aqui ─ Euphemia logo se aproximou do filho enquanto Fleamont carregava duas maletas e seguia James que mostrava a mansão.

Lily passou o resto do dia em se quarto e conversou com os meninos, depois de estar mais livre dos pais, James os chamou e Lílian ficou sozinha. Quando estava mais perto da hora da pequena festa que dariam, ou reunião, Lílian colocou um vestido de Alice mais bonito do que os seus ─ pois ela não estava preparada para tantas reuniões/festinhas assim.

Ao chegar na tenda onde teve a mesma festa de antes, Lily logo avistou os Potter e seu pai, então foi até eles. Cumprimentou todos, mas ficou um pouco nervosa ao falar com James, pois normalmente o recepcionaria com um beijo.

─ Olá.

─ Oi ─ James respondeu com um sorriso travesso, Lílian respirou fundo e virou a cara para o lado.

─ Lily! ─ Euphemia a chamou e a ruiva logo olhou a morena. ─ Como está sendo trabalhar aqui?

─ Ah... Está sendo normal. Só no começo que foi um pouquinho difícil, mas já peguei o ritmo.

James queria rir ao ver o nervosismo de sua namorada, achava engraçado a coitada ficar sem saber o que fazer.

─ Hum, e o Moody está te tratando como, filho? ─ perguntou Fleamont.

─ Normal... No começo ele parecia nem gostar de mim, mas agora está sendo normal e até legal de vez em quando.

─ Ah sim ─ Fleamont riu e deu um gole em sua bebida. ─ Ele é assim mesmo.

Eles conversaram mais um pouco, Euphemia notou o quanto Lílian parecia dispersa e quis conversar com a ruiva. Até que eles foram interrompidos pela chegada de Kendra Dumbledore que logo abraçou James.

─ Jamie! ─ a morena exclamou e Lily revirou os olhos. ─ Esses são seus pais?

─ Sim, sim... Essa é minha mãe, a Euphemia, e o meu pai, Fleamont.

─ Olá, Senhor e Senhora Potter! ─ a morena apertou a mão dos dois rapidamente, e eles pareciam ter gostado de Kendra, o que fez Lily se sentir ameaçada. A Dumbledore logo se virou e viu Lílian ao lado de James, então abriu um sorriso maior ainda. ─ Você é a Lílian Evans?

─ Aham ─ Lily afirmou dando um sorriso falso.

─ Aah, Lily! James falou tanto sobre você ─ Kendra abraçou Lílian, que olhou confusa para James que se divertia com as expressões da Evans.

─ James também me falou sobre você, disse que era bonita, e é mesmo ─ Lily tentou ser simpática, não queria causar uma má impressão para alguém tão radiante quanto Kendra.

─ James é um fofo mesmo ─ a morena disse dando um soquinho no ombro do amigo.

─ Pois é... Vocês parecem bem amigos, né? ─ Lílian alfinetou o Potter e logo pegou uma bebida que estava sendo servida pelo garçom, então deu um gole nela.

─ Ah, sim.

─ O que você faz aqui, jovem? ─ perguntou Fleamont.

Os Potter passaram alguns minutos conversando com Kendra, mas a morena logo disse que iria dançar e foi embora da roda de conversas.

─ Kendra é uma moça muito educada e bonita, James ─ Euphemia apontou. ─ Vocês são só amigos mesmo? É que você sabe, né... Tem muitos amigos que se apaixonam.

Lily logo se engasgou com sua bebida ao ouvir a ultima parte, e tossiu ao tentar se estabilizar, viu que Euphemia tinha um sorrisinho de lado. Ela estaria mesmo blefando?

─ Pois é, James! Ela seria uma ótima noiva ─ Fleamont tinha um olhar travesso.

─ Não! ─ os pensamentos de Lily falaram mais altos e a ruiva logo se avermelhou. ─ Quer dizer, JayJay está na flor da idade... Ele tem muito o que curtir ainda.

─ Então você não quer que ele se case? ─ perguntou Euphemia.

─ O que? Pufff... Claro que eu quero! Mas o meu Jamie talvez ainda não tenha achado a pessoa certa, não é, amigo? ─ Lily pousou sua mão no ombro do namorado.

─ Ou talvez eu já tenha achado ─ James disse encarando a Evans. ─ Vou pegar uma bebida, daqui a pouco eu volto.

Enquanto James se embaralhou no meio das pessoas, Lílian seguiu seu olhar até o Potter e viu que ele saiu da tenda. Curiosa, Evans pediu licença e logo deixou os Potter sozinhos, então caminhou para fora da tenda e olhou para os lados, procurando por James.

─ Ai, merda! ─ Lily murmurou ao sentir seu braço sendo puxado por uma mão, a ruiva logo teve suas costas batidas contra a madeira brusca de uma árvore qualquer que se tinha por perto.

─ Por que você está de olhos fechados?

─ Eu tive medo de ser um assassino! ─ Lily murmurou para James abrindo os olhos, então logo sorriu. ─ Se bem que com esse corpinho e essa carinha, você me mata.

─ Meu Deus, Evans ─ James riu. ─ Esse flerte foi péssimo, eu conheço um melhor!

─ Qual, Potter? ─ a ruiva tinha um tom orgulhoso na voz, a fim de imitar James.

James não falou nada, apenas puxou o rosto dela e logo beijou os lábios dela. Ele desceu as mãos até a cintura dela e a apertou com força, Lílian então juntou seus quadris enquanto adentrava sua língua ao beijo. Poderia ficar horas beijando James Potter, era incrível como ele sabia exatamente o que fazer e como fazer; era melhor do que em seus devaneios.

─ Isso não foi um flerte, Potter ─ Lílian disse ao se separar para tomar ar.

─ Mas eu sei que você gosta ─ James passou uma de suas mãos pela coxa dela, fazendo Lily arfar, então logo começou a beijar o pescoço dela.

Lily o puxava para si cada vez mais, como se quisesse tê-lo cada vez mais. Era intenso e prazeroso ter aquele homem beijando seu pescoço e acariciando seu corpo; era uma das melhores sensações do mundo para Lily. James então voltou a beijar os lábios da ruiva enquanto sua mão invadiu os limites do vestido dela, adentrando elas até a coxa da Evans. Porém, logo foram atrapalhados pela voz de Euphemia.

─ Eu disse! Você me deve dez libras, Fleamont.

─ Ridícula ─ Fleamont murmurou pegando sua carteira.

─ Mas mãe... Vocês apostaram? ─ James perguntou incrédulo ao se afastar de Lily.

─ Sim, qual o problema disso, filho?

─ Você não pode apostar na minha vida amorosa, mãe! ─ o Potter mais novo exclamou.

─ James, querido ─ Euphemia aproximou-se de seu filho, então logo ajeitou o cabelo bagunçado dele. ─ Eu sou sua mãe, eu posso tudo.

─ Isso não tem coerência!

Fleamont, Lily e Euphemia riram, então a morena logo olhou para Evans e disse:

─ Lily, querida... Quero falar com você.

Lily parou de rir na mesma hora, ficou nervosa e já previa o discurso de ódio e mãe super protetora que Euphemia daria. Evans concordou com a cabeça e logo começou a caminhar pela base de Godric's Hollow ao lado de sua sogra. O silêncio estava começando a irritar-la.

─ Eu sabia que isso iria acontecer uma hora.

─ O que? ─ Lily perguntou surpresa, as duas logo pararam de andar e Euphemia logo ficou de frente para Lily.

─ Eu sempre reparei o jeito que vocês se olhavam ─ a Potter tinha um pequeno sorriso nostálgico. ─ James sempre foi apaixonado por você.

─ Eu comecei a sentir algo por ele meio que quando ele foi embora... Não sei, na verdade, acho que algo sempre existiu mas eu não tinha consciência dos meus sentimentos.

─ Você parecia triste sem ele ─ Euphemia murmurou. ─ Lily, eu te conheço por quase a vida toda, sei que você é uma boa garota e que também deve gostar muito de James. Mas por favor, não magoe meu filho. Se você fizer isso com ele, eu irei tentar entender ambos lados, mas eu nunca irei esquecer de que você quebrou o coração dele.


























─ Nós estamos melhorando nisso.

─ Você diz isso toda vez, Lírio ─ James falou prendendo uma mecha do cabelo dela que caia na água da banheira, então logo beijou os ombros dela.

Uma banheira em tempos como aquele parecia ser algo luxuoso, mas não tão luxuoso quando na mansão do prefeito já se tinha aquela banheira. E James tinha conseguido permissão para usá-la, graças ao irmão do prefeito.

─ Mas é que nós estamos! ─ a ruiva riu e aconchegou suas costas no peito do Potter.

─ Você não tem muita gente com quem comparar...

─ Não preciso comparar para saber que você é bom ─ ela virou apenas sua cabeça e deu um selinho em James.

Após alguns minutos calados, apenas aproveitando a água quente, James disse:

─ Bem, depois de todas essas reuniões foi decidido uma coisa ─ Potter tinha um tom estranho, Lílian não gostava de o escutar assim. ─ Eu vou para a fora do Reino Unido.

─ James ─ Lílian murmurou virando-se para encarar o Potter.

─ E eu entendo que você talvez queira me impedir, mas Lils, eu preciso ir... E por favor, não vamos brigar por isso.

─ Não vamos brigar por isso ─ Lily respirou fundo, sentindo uma mão gigante apertar seu coração. ─ E eu entendo...

─ Sério? ─ ela concordou com a cabeça e deu um sorrisinho entristecido de lado. ─ Mas olha, eu vou voltar em agosto ou setembro, e eu já comprei nossas passagens de trem... Nós vamos passar o Halloween na casa de meus pais, depois vamos visitar os seus e vamos assumir nosso noivado.

─ Mas não estamos noivos!

─ Ainda não ─ ele sorriu de lado.

─ Então eu agora irei esperar um pedido de noivado surpresa?

─ Sim! Você não acha isso incrível? ─ ele a puxou para si. ─ Você é tão sortuda em ter um namorado como eu, bonito, forte, carinhoso, amoroso, que vai te pedir em noivado... Meu Deus, eu sou um sonho!

A brincadeira de James fez Lily rir, então ela se deitou no peito dele sem ligar se seu cabelo estava sendo um pouco molhado.

─ Quando você vai?

─ Daqui a um mês.

─ Promete voltar para mim?

─ Sim ─ ela o olhou e logo subiu seu dedinho, ele entrelaçou o seu dedo mindinho ao dela eles logo se beijaram. ─ Bem, já vou me vestir porquê marquei de sair com os meninos e depois vamos para a praia.

─ Manda um beijo para eles ─ Lílian falou observando James colocar a toalha em volta da cintura.

─ Você vai sair com minha mãe? Sei lá, depois da conversa de ontem acho que você não vai querer criar má impressões para a sogrinha! ─ James riu e Evans revirou os olhos.

─ Haha, muito engraçado, hein ─ a ruiva comentou sarcástica. ─ E ela me conhece desde que eu tinha uns seis anos, James.

─ Verdade... Mas já vou indo, Lírio.

James se vestiu e Lily terminou de se banhar. Lily passou o dia conferindo alguns pacientes na enfermaria que já não estava tão lotada, então depois ficou conversando com Gideon, e depois fora chamada para sair com os Potter, os Longbottom e os Marotos. Estava cansada, mas aceitou o convite mesmo assim e se arrumou rapidamente, colocando uma blusa de botões ensacada na sua calça; deixou os cabelos soltos e vestiu um casaco por cima.

Os Marotos também já sabiam do relacionamento de James e Lily, pois Potter já havia contado mesmo não tendo tempo de anunciar na festa. O grupo foi visitar Godric's Hollow e parou no supermercado da cidade para comprar algumas bebidas e comidas para poderem ir até a praia. A praia estava vazia, e de fato, com uma água congelante ninguém iria querer tomar banho. Fleamont, Sirius e James fizeram uma fogueira improvisada usando álcool; após sentarem em volta dela, conversaram muito sobre tudo.

Sobre a vida, sobre o que pretendiam fazer quando acabasse a guerra, se iriam para a guerra... Peter parecia crente de que iria já para alguma base militar, já Sirius não parecia tão empolgado com a ideia e Remus nem abria a boca. Depois de um certo tempo, Frank e Alice foram caminhar pela praia, Euphemia e Fleamont fizeram o mesmo, enquanto apenas os Marotos e Lily ficaram por ali.

─ Lily, eu posso te fazer uma pergunta? ─ Peter perguntou se sentando ao lado de Lily, que antes estava distraída ao ver James, Sirius e Remus brincarem na areia e molharem seus pés no mar.

─ Sim.

─ James me contou que você... Bem, que uma bomba explodiu bem perto de você ─ Lílian suspirou ao lembrar-se daquele péssimo dia. ─ Doeu? Quer dizer, claro que doeu... Mas como você se sentiu?

─ Como eu me senti? ─ o loiro concordou com a cabeça e Lily o olhou ─ Havia um bebê e sua provável mãe, eu estava prestes a salvar os dois, mas aquilo tudo me deixou aérea. Foi como um imenso choque de realidade, e eu apenas fiquei paralizada e não fui rápida. Ambos morreram, e como eu me senti? Bem, eu me senti impotente, fraca, inútil e eu só esperava a morte ali mesmo... Sei que parece um tanto dramático, mas ninguém espere que uma ajuda chegue.

─ Mas o James chegou e salvou, certo?

─ Ele me salvou de tantas maneiras ─ Lílian olhou para seu moreno e abriu um sorriso de lado. ─ Com ele, eu me senti forte, feliz e completa. Então ele não me ajudou só pelo fato de ter me tirado daquele lugar péssimo, mas por ter estado comigo em todos os momentos que pareciam ser difíceis... A morte da Lene, do Regulus, da Dorcas...

─ Ninguém esperava isso.

─ Ninguém espera que uma pessoa que você ama, seja roubada de você.

Peter concordou com a cabeça, sem saber muito o que falar, então passou a mão pelo ombro de Lily.

─ Ei, Rabicho, tire as mãos de minha namorada!

O trio se aproximava, todos estavam rindo e Sirius logo se sentou ao lado de Peter e pegou a primeira bebida alcoólica que viu.

─ O que? N-não, James... Não é isso que você está pensando.

James riu e se sentou atrás de Lily, a puxou e ela sentiu suas costas baterem contra o peito dele.

─ Ah, tudo bem... Sua falta de experiências com mulheres me faz ficar aliviado.

─ Boa, Pontas! ─ Sirius disse gargalhando.

─ James! Isso não foi legal de se falar ─ a ruiva deu um murrinho no braço do namorado. ─ Quem disse que o Peter não me deu uma cantada?

─ O que? ─James e Peter exclamaram na mesma hora, fazendo Lily rir.

Sirius logo chamou Peter e Remus para uma corrida bem infantil, James e Lily riam enquanto observavam a cena dos três Marotos correndo de forma destrambelhada.

─ O Peter soltou mesmo uma cantada para você?

─ Não, seu bobinho ─ Lily disse rindo enquanto entrelaçava suas mãos as de Potter.

─ Ainda bem que ele não é um traidor!

─ E eu não sou infiel! ─ Lily exclamou irritada e James riu. ─ Eu não quero que você vá embora.

─ Vou ficar em outro lugar só por algumas semanas, Lily.

─ Eu sei, mas o que vou fazer sem você? ─ Lílian falou de jeito dramático e James logo a puxou e deu um beijo na bochecha dela.

─ Não sei, aprontar por aí com o Gideon.

─ Explodir a sala de alguém igual aos Marotos? ─ os dois riram, então logo ficaram calados.

Eles passaram cerca de dez minutos ou dez horas encarando o entardecer e o mar, escutando as ondas e a brisa fresca do amor os aconchegar. Eles não tinham noção do tempo. James apertou mais Lílian sob seu corpo, então beijou a cabeça dela.

─ Eu poderia passar minha vida todinha aqui e com você.

─ E por que não? ─ o coração de James deu um salto.

Eles poderiam estar juntos, mas o futuro era muito incerto e isso deixava ambos um tanto aflitos, pois queriam estar um ao lado do outro. Por isso, nunca tiveram muitas conversas sobre o futuro, mas aquela ali nasceu com tanta espontaneidade que nenhum dos dois se recusou a falarem.

─ Nós poderíamos ter uma casa em Godric's Hollow, visitaríamos o mar todos os dias, iríamos ter um gato chamado Bichento...

─ Teremos dois filhos ─ James completou. ─ Um moreno, mas com seus olhos e sua inteligência, e uma ruivinha com minha cara! Seriamos felizes e toda essa guerra já teria acabado.

Lily respirou fundo, pois sabia bem que a guerra não estava nem perto de acabar.














































O mundo nunca mais seria novo novamente, isso era um fato. A vida de Lily mudou de um jeito trágico, teve que amadurecer de uma garota com metas para uma mulher que salvava vidas. Já James, bem, o cabo teve que amadurecer de um garoto brincalhão para o homem que não lutara apenas para o bem de seu país, mas sim para o bem das pessoas que amava.

Mesmo com os dois imaginando o futuro deles, os dois também tinham medo do que ocorreria no futuro. E por mais que Lily se imaginasse ao lado de James, apenas James, ela sabia que as coisas poderiam não ser assim, e isso a deixava ansiosa o tempo todo, e não só por seu futuro, mas sim o da sua família. Estar com o Potter a apenas alguns meses não significava que eles eram apenas dois jovens apaixonados com planos incertos, pois os dois já se amavam há muito tempo, mas a paixão chegara em outro momento. Então o correto a se dizer era que ambos eram dois melhores amigos apaixonados, que se conheciam por uma vida inteira, e que queriam ficar juntos.

Uma semana após se divertir muito com os Marotos e os Potter, Lily os viu partir de volta para Londres e foi um tanto triste. Entretanto, Lily e James tinham mais tempo sozinhos, o que variava desde relações sexuais a momentos em que ele a perseguia por sua cabana enquanto ela corria gritando: Pare, James! Você parece uma criança. E o moreno fazia uma voz grossa e falava: Eu SoU uM mOnStRo, Eu VoU tE cOmEr!!! Então Lily logo acabava na cama dele, gargalhando alto por sentir as cócegas do namorado.

E bem, tudo era diferente mesmo que ainda fossem melhores amigos e já se conhecessem há anos; pois naqueles momentos, eles estavam se conhecendo como casal. Mas aquilo não mudava o fato de que eles ainda eram melhores amigos, pois a amizade continuava mais forte ainda.

Eles eram cúmplices um do outro, assim como parceiros e amigos.

Lílian sempre abraçava James ao perceber que ele estava desanimado, geralmente quando ia dormir. Então o moreno se prendia a cintura dela e afagava sua cabeça no peito dela enquanto Lily passava suas mãos pelo cabelo dele, fazendo cafuné. Mas uma coisa que ─ infelizmente ─ se tornou normal, fora a ansiedade de Lily. A mulher simplesmente se sentia mal de uma hora para outra, e isso acabava com ela. As vezes, Evans tinha pequenos surtos ao imaginar todos que conheciam mortos ou machucados, então seus amigos sempre tentavam a acalmar, mas James era o que tinha o abraço mais aconchegante.

Ele era o melhor para ela, e ela não iria saber o que fazer sem ele.

Uma notícia boa que ocorreu no mês de agosto, fora que James iria ter o seu trabalho adiado para novembro, o que dava para ele ter mais tempo com sua família. No Halloween, ficou com sua família, e em um jantar especial, juntou a família dos Evans e dos Potter para anunciar oficialmente o namoro. E por mais que ambos pensassem no noivado, nenhum dos dois haviam falado sobre ele, pois James pensava que Lily pensaria que ele estaria sendo precipitado; e Lily era apenas insegura sobre James não aceitar.

Mas uma noite depois, Euphemia puxou seu filho para uma conversa no canto da sala e logo retirou o seu anel de casamento. James ficou boquiaberto, sabia o que a morena estava fazendo.

─ James Fleamont Potter ─ ela abriu a mão do filho e colocou o anel. ─ Se eu souber que você estragou o futuro noivado de você e da Lily, eu irei puxar seu pé e lembrar que você perdeu a mulher da sua vida.

─ Pelos vistos as ameaças vem para o filho também ─ James murmurou e Euphemia o fuzilou com aqueles grandes olhos azulados. ─ Era brincadeira. Mas enfim, eu não posso aceitar ele, mãe, ele era seu.

─ Exato, ele era meu, assim como foi da sua avó e da chata da sua bisavó... Que a Senhora Potter descanse em paz, mas aquela velha era chata ─ James riu, fazendo Euphemia rir também. ─ Ele também irá cair nas mãos de seu filho ou filha, e por aí vai.

─ Obrigada, mãe... Mas eu não vou pedir a Lily em casamento nessa noite.

─ Quem disse isso, seu tonto? ─ Ouch, James murmurou rindo. ─ Você pode pedir ela quando quiser, tanto hoje quanto daqui a onze anos... Não é como se ela fosse fugir de você, mas seria bom eu presenciar o casamento de vocês.

─ Também queria presenciar ele ─ Euphemia riu do jeito besta que seu filho tinha, então logo o puxou para um abraço.

─ Lembre-se que eu te amo, filho ─ a mulher murmurou. ─ E que se você perder esse anel, eu vou te bater!

─ Sua delicadeza me espanta.

─ Não importa ─ a mulher comentou ao se afastar e logo apertou as bochechas do filho. ─ Meu bebê está crescendo!

─ Ah, meu Deus, mãe...

Os meses começaram a passar rapidamente e tanto Lily quanto James odiavam aquilo, então eles aproveitavam bastantes as conversas e os beijos até irem dormir. Antes do dia um de novembro, Evans e Potter fizeram um jantar especial na cabana dele, o que acabou em muito vinho e James perseguido Lily e falando que era um monstro, e depois tiveram relações.

─ Sabe, eu gostaria muito de ser um verdadeiro jovem e poder curtir a vida ─ James murmurou já fechando os olhos pesados ao abraçara Lily, que estava de costas para ele e deitada na cama.

Curtir a vida, o que seria isso para ele? Lílian pensou, e então antes mesmo de perguntar, percebeu que James já dormia. Evans preencheu a cabeça dela com aquilo, não sabia o motivo, mas logo se sentiu um fardo para James Potter. Talvez curtir a vida remetesse a ser solteiro, e que James talvez não quisesse falar aquilo, mas estava bêbado, então...

No outro dia, Lílian planejava esquecer aquilo, e por um momento ─ enquanto se despedia dele na estação de trem ─ ela esqueceu. Mas então se perguntou: Será que sem mim, ele curtiria a vida melhor?  James a abraçou fortemente e beijou os lábios dela por uma última vez, então abriu a mão dela e colocou um colar fino e dourado.

─ Era para eu ter te dado isso ontem a noite, mas eu esqueci ─ Lily se permitiu rir, mas ainda estava tensa. ─ Acho que tenho que ir, Lírio.

James então se afastou, e na mesma hora, Lily disse que o amava, e o moreno sorriu e disse que também a amava, então entrou no trem. Lílian ficou em seu quarto o dia inteiro, a falta de James ao seu lado era uma coisa que a deixava entediada. Ela não entendia como ele poderia gostar de ser soldado, era algo nobre e estupidamente perigoso! Mas ela não entendia mais ainda o que James queria dizer com curtir a vida... Mas Lily pôde se distrair com a notícia que Alice deu uma semana depois:

─ Eu estou grávida!

A mulher parecia radiante enquanto contava para todo o refeitório que parabenizou ela e Frank. Lílian tentou se animar e mostrar apoio pela amiga, mesmo que aquele assunto fosse entediante para ela... Evans não era de sonhar com filhos e nem um amor eterno, e Alice sim.

─ Qual nome eu deveria dar? Se for menina, acho que Charlotte seria um bom nome!

─ É um nome bonito ─ Lily deu um gole em seu suco. ─ Posso até imaginar a tia Lily, que sou eu, gritando: DESÇA DAÍ, CHARLOTTE! SUA MÃE IRÁ ME MATAR SE TE VER ROLANDO NA GRAMA E FICANDO TODA SUJA!

─ Por que minha filha estaria rolando na grama? ─ Alice perguntou e as duas riram.

─ Sei lá, nem todo mundo é perfeito! Talvez ela goste de aventura.

─ E se for um menino, qual nome seria bom?

─ Eu gosto de Harry.

─ Nah, muito normal ─ Alice resmungou. ─ Ainda irei pensar, mas enfim, James mandou notícias?

─ Sim. Quatro cartas já mandadas, disse que nos dois primeiros dias estava cansado pela viagem e não conseguiu escrever. Respondi todas.

─ Ele foi fazer o que ao exato?

─ Não sei, talvez ir para a linha de frente ou apenas participar de reuniões.

─ E isso não te preocupa?

Lílian então parou para pensar, Claro que eu me preocupo! A ruiva pensou mais e mais, então imaginou se James fosse de fato para a linha de frente... Ele poderia morrer, e isso logo fez com que um embrulho se formasse no estômago dela.

─ Olá, madames educadas e indelicadas ─ Gideon sentou-se ao lado de Alice e a parabenizou, então logo olhou para Lily. ─ Poxa, Lilica, eu sei que você não gosta de mim, mas não precisa fazer essa cara de enjoada.

─ Não é isso, eu só preciso... ─ Lílian sentiu seu estômago se embaralhar de novo, então correu para fora do refeitório e foi até o banheiro que tinha no andar térreo. A ruiva vomitou dentro do vaso sanitário, então sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e logo sentiu alguém segurar seu cabelo.

─ Pode soltar tudo... Por mais que seja uma nojeira, eu estou aqui e vou segurar seu cabelo ─ Gideon disse, e antes que Lily pudesse retrucar, ela vomitou todo o seu almoço.

─ Me desculpa... Me desculpa ─ ela pediu enquanto pegava o papel ao lado para limpar a boca. ─ Eu não queria ser inconveniente, eu só estou dando trabalho!

A ruiva mordeu os lábios para evitar o choro, mas o gosto amargo do vomito logo invadiu sua consciência e ela se levantou rapidamente para lavar a boca. Havia soltado algumas lágrimas, não sabia o porquê delas, mas Evans se sentia tão cansada ultimamente e não sabia ao exato o motivo.

─ Só porquê você se acha inútil, não significa que seja ─ Gideon se aproximou de Lily. ─ Você não está bem, eu vejo isso. Foi a partida do James?

─ Eu só não gosto de vomitar ─ Lily murmurou e os dois riram baixinho. ─ É que sei lá... Eu me sinto tão perdida e não é só a ausência dele.

─ Se sente deslocada?

─ Sim e não... Eu gosto das pessoas daqui, desse local em si ─ a ruiva bufou. ─ Deixa para lá, é só paranóia de minha cabeça.

─ Você sabe que é melhor falar algo, né? E talvez você esteja confusa sobre o que sente e precise de mais tempo para pensar ou sentir.

Lílian concordou com a cabeça. Mais duas semanas passaram e os enjoos de Lily se tornavam mais frequentes, e ela concluiu não era apenas por James ter ido embora ─ e ela se sentiria muito ridícula por ter passado mal tantas vezes por conta de um homem. Alice a aconselhou ir na Madame Pomfrey, e depois de falar que não era nada várias vezes, foi praticamente forçada a ir por seus amigos.

Lily não contou sobre os enjoos para James nas cartas que escrevera, achava que não era basicamente nada mesmo vomitando quase todas as suas refeições em alguns dias e sentisse suas mamas sensíveis e inchadas frequentemente. Aquilo era uma merda para Lily, também sentia algo como cólica e inchaço abdominal, sem falar na falta de ar que tinha quando estava ansiosa ou fazia alguma atividade que precisasse de seu esforço.

─ Como James está, Lily? ─ perguntou a Madame Pomfrey ao adentrar a cabine em que Lily estava sentada na maca, só para aliviar a dor nas costas mesmo.

─ Meu Deus, por que todo mundo me pergunta sobre o James? ─ a ruiva exclamou irritada. ─ Que merda! Eu tento me distrair com atividades do dia a dia, mas sempre tem um imbecil que me pergunta sobre ele! Então eu sempre fico querendo chorar porque eu sinto MUITA falta dele, e vocês ainda me fazem lembrar dele... Aí eu sempre choro no meu quarto porquê eu fui uma namorada tão irresponsável que nem me preocupei com o que ele iria fazer nessa viagem!

Madame Pomfrey estava chocada com o comportamento repentino da ruiva que logo respirou fundo.

─ E sem falar que ele pode estar muito bem com outra... ─ sua voz estava embargada pelo choro. ─ Ai merda, eu não aguento mais chorar... Isso já virou tão normal, tem algo de errado comigo?

─ Bem, analisando seus sintomas e esse surto que eu acabei de ver ─ Lílian se avermelhou. ─ Posso concluir algo.

─ Eu vou morrer?

─ Deus te livre disso, garota! Você está longe disso... Na verdade, terá uma nova vida.

─ Por que eu tenho uma doença que vai me fazer morrer?

─ Meu Deus, Lily! Nada disso ─ a mulher se aproximou de Lílian que tinha as mãos tremendo. ─ Você provavelmente está grávida.

─ Não!

─ Sim! ─ Alice exclamou, revelando que estava escondida e escutando a conversa o tempo todo. A morena logo correu até sua amiga e abraçou. ─ Aaah, nós vamos ter bebêzinhos quase no mesmo tempo. Eu estou tão animada!!!!

─ Eu não estou grávida!

─ Eu já consigo até ver a carinha do Henry aqui ─ Alice apontou para a barriga da Evans.

─ É Harry.

─ Aaah, vocês já estão tão unidos assim ─ a morena abraçou a amiga mais uma vez. ─ O amor materno é lindo!

─ Sim, sim... Agora me solta.

─ Como será que o James irá reagir a isso? É capaz dele desistir de tudo por você e por esse bebê.

As palavras que Alice disse, ecoou pela mente da Evans. Desistir de tudo... E foi aí que Lily se sentiu pior ainda. Não queria que James tivesse sua vida, ou carreira, afetada. Queria ver seu namorado crescer e não ser um peso para ele. Quando mais uma semana se passou, Lily pensou seriamente na possibilidade de estar grávida. Mais uma semana se passou e ela viu que realmente estava grávida pela pequena aumentada que teve no abdômen, sem falar nas alterações de humor e desejos estranhos que ela tinha.

Lily nunca idealizou aquela tradicional vontade que toda mulher tinha; ela não queria se casar caso não amasse o homem, ela não queria ter filhos... Ela queria um futuro promissor em alguma faculdade, e mesmo que fosse difícil, ela iria conseguir aquilo. Mas a guerra veio, e depois qualquer coisa era devastadora ou intensa demais. Evans nunca pensou em ter que cuidar de uma vida quando nem tinha sua vida e mentalidade estável, seria impossível criar uma criança naquele ambiente de guerra.

A ruiva pensou seriamente em abortar o feto, mas sem nem perceber, já tinha se apegado e falava com a criança sozinha. Apenas amigos de confiança sabiam daquilo, mas James não sabia de nada e Lily apenas não sabia como contar, ou se queria contar.

Matthew Evans reagiu com surpresa, mas ficou feliz e disse que iria mimar muito o seu neto. Lily ficou um pouco mais aliviada com aquilo, e logo mandou uma carta para sua mãe e irmã. Pediu para todos guardarem segredo, não queria que nenhuma fofoca chegasse aos ouvidos de James ─ mesmo que ele estivesse bem longe.

Frank tinha uma mania de falar enquanto escrevia, e ele estava no quarto de Alice e Lily escrevendo uma carta. Lily estava se acordando de um cochilo quando viu Frank adentrar ao quarto com Alice, então viu que a morena dormia e que o Longbottom estava escrevendo algo.

Sei que ela pode ser um fardo, mas ela gosta de você ─ Frank murmurou baixinho enquanto escrevia. ─ Só não machuque os sentimentos da coitada, ela não está bem emocionalmente agora... Vive chorando.

Lily arregalou os olhos pensando se aquela pessoa era definitivamente ela. Mas quando Frank finalizou suas palavras com: Espero que tenha sorte aí, James. Lily teve a certeza ─ mesmo não ouvindo o resto da carta por estar em uma espécie de transe ─ que ela era um fardo para James.

Então por que ele ainda estava com ela? Por que ele parecia querer tanto ela? Naquela noite, Lílian se encheu de pensamentos e teorias. Talvez todas as promessas fossem vazias e era tudo pelo sexo, e sua insegurança gritava mais alto naquele momento. Ela odiava se sentir daquela forma, e sabia que aquilo fazia mal para o bebê ─ mesmo sem ter a ficha caída completamente, ela estava bastante eufórica ─ e para ela. 

Lily tentou se manter bem para suas dores musculares pararem e para o bebê também ficar bem, ela tinha plena consciência de que já poderia ter estragado a vida de James, de algum jeito, e não queria estragar a vida de seu filho também.





















Lílian Evans não imaginou que tudo fosse ocorrer daquele jeito, mas uma coisa levou a outra. Sua insegurança e paranóia a levaram a pedir descanso por uma semana, e assim ela pretendia esclarecer tudo com sua mãe e irmã ─ que talvez a ajudassem. Mas por Lily, ela não queria mais voltar até Godric's Hollow e ser surpreendida por James, assim teria que contar sobre o bebê e ele teria mais um fardo.

Então ela pensou em não voltar mais, e por mais que fosse loucura, era um plano que iria deixar James bem ─ ou ela achava isso. Lílian não sabia de onde todos aqueles sentimentos tinham vindo, não sabia como tudo aquilo tinha vindo a tona. Talvez fosse a pressão psicológica, talvez fosse uma enorme crise existencial, talvez fosse só sua mente balbuciando.

Lembrava-se de quando estava deixando James na plataforma de trem, ele parecia triste por ter que deixá-la, mas feliz por finalmente ir trabalhar. Potter então entregou um colar para Lily, parecia apenas uma linha dourada, mas aquilo significou tanto para a Evans, que ela não imaginava ouvir as palavras que Frank dissera na carta.

Por que ele não me falou o tempo todo? Lily se perguntava enquanto viajava no trem, então no tédio, pegou todas as cartas de James, a quais ela havia ignorado e nem aberto naquelas últimas semanas... Como se já se preparasse para o término da relação e pelo fato dela ter que ser uma mãe solteira com seu futuro arruinado.

Após ler as cartas, se deparou com uma, a mais antiga de todas. A carta a qual fora enviada por James antes dele ir para a base, antes de Lily se sentir apaixonada, e antes de tudo mudar.

A ruiva respirou fundo, sugando e soltando todo o ar de seu pulmão, então logo começo a ler o início. Uma certa sensação nostálgica a atingiu quando viu a data, lembrou-se de quando era apenas uma melhor amiga enciumada.

    "Olá, Lily

    Falta um dia para eu ir até a estação de trem e talvez nunca mais voltar para você, Sirius, Remus, Peter, o papai ou a mamãe... E eu realmente não queria ir para a guerra enquanto estou brigado com você, mas eu preciso escrever sobre nós. Eu tive um sonho, que sempre seríamos melhores amigos. E agora, quando a partida está próxima, eu valorizo o nosso mundo e as nossas escolhas, as amizades e ambições.

    Nós só damos valor ao toque quando o perdemos, e sinto que se eu não te abraçar por uma última vez... Eu não sei, eu só preciso sentir o cheiro de seu cabelo acaju ou olhar para seu rosto uma última vez.

    Espero que um dia me perdoe, me perdoe por ser um louco ousado e destemido, me perdoe pelo talvez fim de nossa amizade. Mas quando nos encontrarmos, seja lá onde for, no além ou em outra vida, eu irei falar que te amo. Não importa onde estejamos, juntos ou separados, eu sempre irei lembrar de sentir o peso de seu corpo contra o meu; sua cabeça jogada em meu peito enquanto nossas respirações e batimentos eram sincronizados.

    Sem você, minha vida não seria a mesma. E não, eu não estou sendo dramático. As vezes parece que você é a única a me entender! E eu sou extremamente grato por Deus ─ ou sei lá quem comanda tudo, se tiver alguém... ─ ter me dado a dádiva que foi te conhecer. Ah, Lírio, você sempre me faz sorrir nos piores momentos, então irei lembrar-me de você e irei sorrir.

    Tentarei seguir firme não só por você, mas por meu irmão (Sirius), e meus pais. Se necessário, irei escrever todos os dias para você e para meus pais e amigos, e se você não me responder, eu não irei desistir.

     Naquele sonho em que eu mencionei no início, você vestia um belo vestido de tecido fino e branco, seus cabelos estavam soltos e ondulados, seu sorriso estava mais bonito do que nunca. Estávamos perto de uma árvore, parecia o lago em que nós íamos, mas era tudo mais limpo e nós conseguíamos ver o céu nitidamente. Era tudo perfeito, e você estava ao meu lado. Nós passamos horas conversando, mas eu não lembro de quase nada... Você se deitou sob meu peito e nós ficamos ali, como se o mundo não estivesse sendo destruído aos poucos. Acho que naquele sonho, eu passava a eternidade ao seu lado, nós estávamos unidos e éramos melhores amigos.

    Espero que conquiste o que você merece, pois você tem potencial e talento, então lute para conquistar tudo aquilo que deve ser seu por direito. Espero que tudo isso passe, espero que o mundo não se destrua pois ainda quero te ver uma última vez.

Carinhosamente,
James Potter."

Simplesmente não fazia sentido ela ser um fardo para ele, parecia estar tão apaixonado. E de fato, se apaixonar por Evans fora mais fácil do que dar seu primeiro sorriso, mas Lily não pensava que ele a amava tanto depois de ter conquistado ela.

Quando chegou em Londres, sua mãe a contou que estava com câncer e isso deixou a ruiva triste. Então seu descanso de uma semana virou cerca de três meses, e os três meses, viraram cercas de anos após um tempo. Lílian queria o melhor de James, queria poder acompanhar sua mãe nos últimos momentos, e para isso, se afastar para o Potter se sentir livre era necessário ─ já que ele ficaria feliz assim, na mente de Lily ─ e se aproximar de sua mãe também.

Ela foi embora tão rápido quanto todos os seus sentimentos se acumulando no peito por ter se arrependido ─ depois de um certo tempo ─ por não ter conversado com James. Mas naquele momento, já era tarde, e ela tinha perdido as esperanças de ainda ser a garota de James Potter.

❛ ━━━━━━━ ✪ ━━━━━━━ ❜

Oi! Sei que para muitos a "fuga" de Lily não teve um motivo claro o suficiente, mas deixe me explicar sobre o que ela tinha.

Em um ambiente caótico, onde Lílian salvava (mesmo não sendo médica) vidas de algum jeito, onde sua cidade tinha acabado de sofrer por ameaças de ataques aéreos de setembro de 1940 até maio de 1941, onde ela poderia simplesmente perder sua família e seu namorado que era também melhor amigo, ela desenvolveu TAG.

TAG é a sigla para Transtorno de Ansiedade Generalizada, que de acordo com vários sites, é um distúrbio caracterizado pela "preocupação excessiva ou expectativa apreensiva." O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a presença quase permanente de preocupação ou tensão, mesmo quando há poucos motivos ou quando não existe um motivo algum para isso. As preocupações parecem passar de um problema para outro, como questões familiares, amorosas, relacionadas ao trabalho, à saúde ou de várias outras origens.

E por mais que eu vá abordar mais sobre a gravidez de Lily no próximo capítulo, ela passou por bastantes situações ruins, como tensão muscular, dores de cabeça e náuseas. Lily também se preocupava excessivamente com o que James realmente queria, mesmo que ele fosse bem claro ao falar e demonstrar que estava feliz ao lado dela; também tinha o fator de sua insegurança. Sei que não dei muito detalhes sobre essa doença, mas eu sinceramente não consegui achar um momento para abordar de fato tudo o que ela sentiu, e fiquei até com medo do capítulo ter ficado ruim por conta disso, mas espero que não tenha ficado!

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