Capítulo 2
Michael Sullivan era um dos fiscais das lojas de Demetrian e sempre conseguia resolver todas as ocorrências de produtos defeituosos junto a gerência do local. Goslov passava por ele e revirava os olhos todas as vezes que o via, invejava-o. Só não fazia nada devido ao seu superior, Demetrian, que o mantinha na empresa por exercer bem sua função e isso aos olhares de muitos era agradável. Ninguém tinha o que falar contra ele. Além do mais, era um homem temente a Deus e que buscava agir de acordo com a sua vontade. Michael tinha a certeza que ele somente sairia dali se Deus assim o quisesse.
Após o fim de seu turno, foi para casa descansar de mais um longo dia turbulento no trabalho. Haja problemas! E ele se questionava se sempre haveria tantos assim. Sentia-se extremamente exausto e não estava mais na flor da juventude, então seu corpo pedia por um pouco de descanso.
Em casa, foi recebido pela sua sobrinha Naara, uma moça de pouco mais de 21 anos, uma bela jovem aliás, que por onde passava muitas pessoas a admiravam por sua beleza natural. Ela era simples, comportava-se e vestia-se com modéstia, bem reservada e tinha um coração bastante humilde. Era uma garota doce no falar, mas que se precisasse ser rude, ela o fazia sem pestanejar. Tentava de tudo para ajudar seu tio, porém nunca conseguia um emprego; então ficava a cuidar da casa e a aperfeiçoar seus talentos naturais para a música e para a poesia. Amava entoar cânticos a Deus, pois isso a alegrava. Queria ter seus pais ali para vê-la crescer na fé e vê-la realizar seus sonhos, mas eles já não faziam mais parte da existência.
— Tio! Que bom que chegastes — proferiu, animada e saltitante para mostrar-lhe a nova canção que compusera; porém, desta vez, ele quis escutá-la cantar noutro momento. Precisava dormir um pouco mais desta vez e ela o compreendeu. Ficou um pouco triste, mas foi compreensiva. Ele havia trabalhado bastante desta vez. Contudo, ela voltou a sorrir e cantarolou como uma menina no meio da sala. Seu tio, que escutava ao longe, deu um breve sorriso e, como de praxe, rogou a Deus que cuidasse dela e de seus sonhos. Ela merecia ser ainda mais feliz do que já era. Em seguida, Michael adormeceu de exaustão e Naara permaneceu em seus aposentos cantando, mas quase pianinho por respeito a seu tio.
No dia seguinte, ela, após despertar e ter feito suas higienes e o desjejum, seguiu ao quarto de seu tio para ver se este já estava de pé. Na verdade, ele já havia saído para o trabalho e antes fizera questão de lavar a louça usada no café da manhã, por isso ela não fazia ideia disso. Procurou por ele e nada. Seguiu para a sala e foi em direção a varanda. Foi quando ela viu o entregador de cartas colocar uma carta na caixa e acenar para ela. Naara se levantou do assento em que tinha acabado de sentar e foi até o local, vasculhando a única carta que se encontrava ali. Ao pegar, olhou para o selo; e pensou ser algo para seu tio, afinal tinha o selo da empresa em que ele travalhava. Um G com a letra y um pouco abaixo do mesmo, envoltos de um círculo. Por curiosidade, ela decidiu abrir e estranhou ao ver que a carta se dirigia a ela e não a Michael.
Prezada, senhorita Sullivan.
É com grande prestígio que esta carta é dirigida a ti a fim de convidá-la para conhecer pessoalmente o CEO da empresa Gregory Entertainment em um jantar de negócios. A sua presença será recompensada com uma boa quantia e desde já contamos com sua discrição. Mais informações serão entregues na ala pessoal do mesmo. O jantar está marcado para às 20:00h, nesta quarta-feira. Contamos com a sua presença.
— Mas que ousadia! — cogitou rasgar a carta, mas conteve-se. Iria mostrar ao seu tio quando ele chegasse. — Jantar de negócios, sei. Pouco me importa conhecê-lo! Já o vi suficiente nos noticiários, ora! — falou consigo, na imensa casa onde somente havia sua pessoa. Estava aborrecida, afinal; mas se agradou de uma possível recompensa, mas ainda sim não fora bem redigida aos seus olhos e dava um ar de um encontro, talvez para a prostituição. Nunca se sabia o que poderia vim de uma pessoa ímpia que deveria estar com os hormônios a mil, já que estava solteiro, agora.
Passou o dia matutando isto, e, por não suportar mais, decidiu orar a fim de se acalmar. Era a melhor coisa a se fazer no momento e deixar as preocupações de lado.
Ao anoitecer, seu tio mal chegara em casa e ela já foi até ele, afoita, mostrando a carta que recebera da empresa.
Michael leu calmamente e gargalhou, incrédulo com as palavras; contudo deixou de sorrir quando viu claramente o símbolo da empresa estampado. Ele conhecia o selo como ninguém.
— Quem te enviou isso, filha?
— O entregador de cartas? — questionara o óbvio.
— Mas por que ele iria querer um encontro com você? Negócios? Com toda certeza não é para que seja admitida na empresa, pois eles não trabalham assim.
— Pois é. — Assentiu, cruzando os braços, com um olhar de poucos amigos.
— Vou ligar para o gerente para ver se ele sabe de alguma coisa relacionada a isso — disse, pegando o celular e telefonando para o mesmo. Após alguns segundos, a ligação fora atendida.
— Alô?
— Clovis, aqui é Michael, o fiscal.
— Ah, diga Michael. Aconteceu alguma coisa?
— Você está ciente da empresa ter mandado alguma carta de convocação para conhecer o senhor Demetrian?
— Carta? Não, não. Até onde eu sei, não. Por que perguntas?
— Ah! Curiosidade apenas, já que falaram sobre isso.
— Pois não chegou aos meus ouvidos isso.
— Tudo bem, obrigado. Até mais.
Ele encerrou a ligação e encarou a sobrinha estranhando aquilo. Talvez era uma pegadinha da corporação com alguns funcionários e ele estava entre eles.
— Sabe de uma. Eu vou onde está marcado e o senhor vai comigo para ficar de vigia. Qualquer coisa o senhor chama a polícia e tudo se esclarece — sugeriu, Naara.
— Sabe o perigo disso?
— O que não é perigoso nesta vida, tio? — proferiu, risonha.
— Pois então drible eles. Não use seu nome verdadeiro. Use o seu apelido Nao.
— Tudo bem.
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Desculpem a demora!
Espero que gostem.
Não se esqueçam de deixar seu voto! Vale muito. :)
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