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Capítulo 18

    O livro na mão de Ella irradiava algo mais profundo do que Magia Negra. Os raios de sol que entravam pelo quarto de Lydia incidiam na capa dura cor de sangue, iluminando os traços negros que provavelmente seriam palavras, as quais a fada não sabia ler. Durante a fuga do hospital, a jovem entregara o livro às Sombras, que a esconderam onde nenhuma criatura chegaria. As próprias Trevas temiam aquele livro, como se fosse um ultraje tanto para a Luz quanto para a Escuridão. Desde que aceitara as Sombras em si, os sussurros de Morte e Caos tinham desaparecido, substituídos por conselhos apenas quando necessários. Com aquele livro na mão, tudo o que as Sombras sussurravam na sua cabeça era para Ella voltar a entregar-lhes o livro para elas o esconderem. Ella invocou-as com facilidade, reparando na falta de manchas negras que outrora lhe cobriam o corpo quando usava Magia Negra. As Sombras rodearam-na e ao livro, que por fim desapareceu como fumo da sua mão, escondido de tudo e de todos.

    A fada voltou a deitar-se, encarando o rapaz à sua frente. Isaac dormia profundamente, o rosto pacífico fazendo Ella sorrir. Pensar na noite anterior fazia-a corar, relembrando o calor que os invadira várias vezes durante a noite. Com carinho, Ella afastou os caracóis loiros que caíam para os olhos fechados do lobisomem, apreciando o contacto físico entre eles. A sensação de estar viva, de estar feliz pela primeira vez em anos e de ser olhada como Isaac a olhara era surreal.

- Bom-dia.- sussurrou Isaac, abrindo os olhos.

    Ella sorriu, envergonhada, o que fez Isaac sorrir também. Aquela era a primeira vez que via Ella sem as suas barreiras, sem medo e sem traumas. Por instinto, o rapaz puxou-a para si, abraçando-a com força. Nenhum deles disse nada. Isaac beijou o topo de cabeça dela, fazendo Ella se sentir acarinhada. Sentia-se uma menina outra vez, o coração a bater de forma desenfreada e completamente nova. Quando parou para escutar, percebeu que o coração de Isaac batia de igual forma, como se ambos tivessem acordado depois de um longo sono sem emoções.

    O toque de um telefone tocou algures na casa, fazendo Isaac se afastar da fada com relutância. Ella olhou-o sem entender, ainda encostada a ele como se não houvesse mais nada no mundo.

- O meu telemóvel está a tocar lá em baixo.- ele explicou, fazendo uma careta- O mundo real chama-nos, acho eu.

    Ella assentiu, baixando o olhar. Tudo não passara de necessidade e desejo, a ligação entre os dois apenas um momento. Com brusquidão, a fada pôs-se de pé, enrolando-se no lençol com vergonha do seu corpo cheio de cicatrizes. O rosto dela queimava e a fada respirou fundo, procurando a frieza que adotara para ela depois de tudo o que passara.

    Isto até Isaac Lahey a abraçar por trás, pousando-lhe um beijo suave na bochecha.

- Tu és linda, não precisas esconder nada.

    Ella corou, arregalando os olhos. O rapaz abraçava-a com carinho, ignorando o telemóvel que continuava a tocar lá em baixo, ignorando o som de um carro a estacionar à porta de casa, ignorando tudo à exceção do corpo tenso de Ella. Quando sentiu a fada relaxar junto de si, o lobisomem virou-a, com um sorriso de canto no rosto.

- Eu gosto de ti, Ella. Esses teus olhos encantaram-me assim que os vi...- confessou, acariciando a bochecha dela- Mesmo que tivesses quase a matar-me.

    Ella soltou uma risada baixa, lembrando-se do primeiro contacto que tiveram, no loft de Derek. Tinha acabado de ser expulsa do Reino das Fadas e entregue às Trevas, estava frágil e assustada e apenas se defendera deles.

- Já percorremos um bom caminho desde essa altura.- comentou a fada, sentindo-se mais confortável perto dele- A minha vontade de te matar já diminuiu.- Ella piscou-lhe o olho, fazendo-o rir.

- Notou-se ontem à noite.- disse Isaac, beijando-a enquanto ela ria.

    Nenhum deles sabia o que eram ou o que sentiam. Alguma coisa era e Ella percebera isso pela forma como Isaac a beijava, com carinho e não apenas com desejo. Era confortável e natural, algo que Ella não compreendia.

- Agora sim é melhor irmos. Lydia está a abrir a porta de casa neste momento.- disse ele, vendo-a arregalar os olhos.

- Tenho de me vestir!- exclamou ela, desatando a correr para a casa de banho.

    Isaac riu. Nunca Ella parecera tão humana.

    Noah Stilinsky estava a pé há várias horas. Depois de tanto tempo em coma, umas horas de sono e estava pronto para a ação. Para infelicidade de todos, não se recordava de nenhum ataque antes do coma nem de nada que o levasse a isso. No entanto, memórias que não se recordava de ter tinham invadido a sua mente e por isso estava sentado no chão, com caixas abertas e fotografias espalhadas no chão. Tinha que haver algum registo, alguma coisa que provasse o que ele se tinha recordado.

    A rapariga. Ella. O Xerife reconhecera-a de imediato, os olhos dela iguais aos dele, o rosto tão parecido ao de Claudia. O casal Stilinsky tinha tido um filho, Stiles. Mas antes disso, tinha tido uma filha, uma menina que Claudia amara assim que a vira. Como é que Noah se tinha esquecido da menina? Como era possível não haver uma única fotografia da sua filha? E seria Ella realmente sua filha?

    Um barulho na cozinha sobressaltou-o. Quando uma mulher entrou no seu campo de visão, o Xerife não hesitou em puxar a arma que tinha posto no coldre essa manhã, um hábito seu que tinha mesmo não estando a trabalhar. Lilith sorriu ao ver o homem achar que podia derrubá-la com aquela coisinha, ficando sempre admirada com a coragem que os humanos tinham.

- A tentar recordar a sua filha, Xerife?- perguntou, com uma voz doce- Lamento ter-lhe tirado as memórias de Ella, foi apenas um meio para um fim. Tal como o senhor.

- Você é Lilith, a mãe de Ella. Stiles contou-me o que fez à menina, como pôde?

- Correção: eu não sou a mãe de Ella e a própria já sabe disso. Não finja que ainda não entendeu.- por esta altura, os dois andavam à volta um do outro, como dois lobos prontos a atacar- E aquela ingrata matou a minha filha, Nadika. A minha herdeira.- a voz de Lilith tremeu-lhe numa rara demonstração de fraqueza- Tinha que pagar. A única razão porque está viva é por ser minha filha. As fadas não perdoam, Xerife. Não lhes está no sangue, por isso a pena de uma traição é a morte. Em vez disso, entreguei-a às Trevas.

- Mais um meio para um fim, imagino.- disse o Xerife, apertando a arma- Desapareça da minha casa e não se aproxime mais dos meus filhos.

    Lilith sorriu, como não podia deixar de ser. O pobre homem não sabia mas o seu filho querido já lá não estava. A sua namorada dormia sozinha na cama dele, imersa num sono profundo do qual só a rainha das fadas poderia acordar.

- O seu filho contou-lhe que eu o Abençoei?- perguntou a rainha, estudando-o.

    O Xerife assentiu, lançando um olhar ao telefone, que se encontrava tão perto dele. Se conseguisse alcançá-lo, talvez pudesse chamar Lydia, que com certeza teria mais chances de derrubar aquele ser sobrenatural do que a sua arma.

- Eu só fiz isso por um motivo. Ella era uma fada e nada tinha a ver com o assunto. Já o seu filho... Stiles é um humano com vestígios do povo mágico, por parte de Claudia, a sua mulher. Lamento mas o seu filho... É a peça essencial para o que preciso fazer.

    Quando Noah se apercebeu do que a mulher queria dizer, já era tarde. Como fumo, Lilith desapareceu, levando consigo o seu filho.

- STILES!- gritou, correndo para o quarto do rapaz- STILES!

    Mas Stiles ja lá não estava, a janela do seu quarto aberta e uma Banshee adormecida na sua cama. E Noah soube que aquele inferno estava longe de acabar.

    Na verdade, estava cada vez mais perto.

- Estás pronto?- perguntou Lilith, com a voz gélida.

    O Nemeton irradiava uma energia fora do comum, apercebeu-se a rainha. Fora ali que a sua menina morrera. A sua filha, Nadika. Uma mãe nunca deve perder um filho, não importa o sangue que corra nas nossas veias.

    Lilith não era Má. Era uma fada, a rainha delas. Tudo o que ela fazia era por um Bem Maior, ela realmente acreditava nisso. A morte de Nadika só viera toldar ainda mais o seu julgamento, a levando a acreditar que tinha que fazer aquilo pela filha, para a honrar.

    Junto da rainha, Lorenzo chorava lágrimas de sangue pela filha que nunca conhecera e que tinha perdido tão cedo. Não havia mais nada para lutar, ninguém a quem provar que não era Mau. Restava apenas seguir a mulher que lhe destruíra a vida e que era tudo o que lhe restava.

- Sim. Irei fazer os preparativos. Quando a Lua de Sangue estiver no céu, tereis o teu portão, minha Rainha.- respondeu o Darach, ajoelhando-se - Tereis tudo o que sempre desejastes.

- Por Nadika.- sussurrou Lilith aos ventos- Pela minha Herdeira. Pelo meu povo que viveu no medo todos estes séculos.

- Por Nadika- sussurrou Lorenzo, de cabeça baixa.

    Um pássaro cantou ali perto e os ventos sopraram com mais força, respondendo ao chamamento da rainha.

    A hora estava quase a chegar.

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