Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CINCO


Alex

Estaciono em frente à cafeteria Coffee Love's. Pego minha mochila e corro para a entrada. Nunca gostei da ideia de me atrasar para lugar nenhum, sempre fui àquela garota que chegava primeiro nas aulas na época da escola.

O sol já está indo embora, e o fim de tarde colore o céu em vários tons de amarelo e laranja. Assim como o sol, o calor se vai aos poucos, dando lugar ao frio. Puxo a gola da minha jaqueta para cima.

Posso ver Peter através da grande janela de vidro. Ele está sentado exatamente na mesa que sento todos os dias. Sorrio com isso. Somos parecidos afinal.

Empurro a porta da cafeteria e ouço um sino tilintar, o som é suave e marca a minha chegada. Automaticamente a cabeça de Peter se levanta e nossos olhares se fixam.

Caminho para a sua mesa.

— Me desculpe o atraso. Aconteceram algumas coisas e...

— Não precisa se desculpar. Imprevistos acontecem Alex, não se preocupe. — Seu sorriso aparece. Como um sorriso pode ser tão bonito e combinar tanto com uma pessoa?

— Achei que você ia ficar chateado. — Faço uma careta.

— Claro que não. Aliás, fui eu quem te convidou, o mínimo que tenho que fazer é esperar a dama. — Pisca um dos olhos de forma brincalhona.

Coloco minhas coisas em cima da mesa e me sento no banco de frente a ele.

— Obrigada, me sinto lisonjeada. — Começamos a rir.

Uma garota de cabelos ruivos e olhos verdes se aproxima da nossa mesa.

— Olá. Posso ajudá-los? — Sua voz é baixa e suave.

— Claro. Vou querer um cappuccino, por favor. — Sorrio educadamente.

— O mesmo. — Peter diz.

Assim que fazemos nossos pedidos ouço meu celular tocar em minha bolsa. Bruno Mars toca por toda a cafeteria. Sibilo um desculpe para Peter que apenas acena com a cabeça.

— Oi Chloe. — Faço uma careta já esperando a bomba da vez.

— Hey Alexinha do meu coração. — Sua voz é melosa. Algo ruim está para acontecer.

— O que aconteceu? — Ergo as sobrancelhas.

— Te liguei para ver se você quer sair com a galera do campus. — Diz alegre.

— Não Chloe! — Bufo revirando os olhos. — Outra festa? Não é possível. Aonde é que você arranja tantas festas assim? — Pergunto intrigada.

— Qual é Alex! Você nunca sai desse seu mundinho. — Grita do outro lado. Como sempre escandalosa. — Se você não for irei tacar fogo nesses trapos fora de moda que você chama de roupa!

— Não apele Chloe. Não meta minhas roupas nisso. — Digo indignada. — Mas ultimamente ando cansada. Eu não quero ir.

— Cansada? De ficar trancada dentro de casa? — Pergunta com ironia.

— Que droga Chloe. — Reclamo. Se me perguntarem qual é a pessoa mais insistente que eu conheço, não terei duvidas em responder. — Tudo bem, eu vou nessa porcaria de festa.

— Tem uma palavrinha chamada respeito, Alex. — Ironiza do outro lado da linha.

— E você não conhece a palavra limites. — Digo em uma careta. — Me passe o endereço da boate.

— Sabe aquela boate chamada Night Power? Então, será lá mesmo. Você vai arrasar com os caras, vai beijar muito, pode ter certeza querida. — Reviro os olhos. — Estamos pensando em ir às nove.

— Balada? Não pode ser um barzinho? Eu já te falei que não vou beijar ninguém, sua louca tarada. — Falo perdendo o pouco de paciência que sobrará. Dou uma olhada em Peter e vejo que ele está concentrado nos livros, alheio a nossa conversa. — Balada as nove, nessa sexta-feira, na Night Power então? Okay, tentarei ir.

— Você não tentará. Você irá senhorita Alex. — Ela continua do outro lado da linha.

— Certo, eu vou. — Digo tentando evitar com que ela continue falando. — Tchau e tente parar um pouco com as festas. Ou pelo menos, parar de me chamar para ir às mesmas. — Ouço seu risinho.

Desligo antes de Chloe dizer mais alguma coisa insana. Guardo o celular na bolsa.

— Então... Por onde quer começar? — Peter pergunta enquanto abre a sua mochila. Sou pega de surpresa. De repente a conversa com Chloe desaparece da minha cabeça.

— Tenho uma tonelada de pesquisas para fazer, então se quiser se concentrar no seu trabalho, não tem problema. Posso ajudá-lo também. — Digo enquanto finjo me concentrar no meu notebook.

— Não seja modesta Alex. Pode contar comigo para o que precisar. — Levanto meus olhos e o foco em seu rosto, o analiso. Respiro profundamente.

— Obrigada. — Digo baixo, mas sai como um sussurro.

Viro meu notebook em sua direção.

— Estava pesquisando sobre a psicopatia. Sei que é algo que talvez todo mundo já saiba, mas achei interessante colocar isso no trabalho. — Mordo o lábio inferior nervosamente. Porque estou nervosa?

Vejo os olhos de Peter correr pelas linhas do pequeno texto na tela.

"Psicopatia ou sociopatia é a designação atribuída para um indivíduo com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade, caracterizada em parte por um comportamento antissocial, diminuição da capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro, pela pertença de uma atitude de dominância desmedida. Esse tipo de comportamento agonista é relacionado com a ocorrência de delinquência, crime, falta de remorso e dominância, mas também é associado com competência social e liderança. A psicopatia, descrita como um padrão de alta ocorrência de comportamentos violentos e manipulatórios, é frequentemente considerada uma expressão patológica da agressão instrumental, além da falta de remorso e de empatia."

—Wow, nunca li algo tão assustador. — Diz balançando a cabeça após ler.

— Sim, às vezes penso como alguém pode ser assim. Não sentir remorso? Sério, isso é doentio. — Sinto um leve arrepio na nuca.

— Não mais que matar uma pessoa. — Peter diz enquanto olha para a rua através da janela.

— Tem que ser bastante frio para fazer algo assim. São nesses casos que vemos o quão terrível a humanidade pode ser. Por um lado é triste, mas por outro é bom, porque nos fazem ver a realidade, e nos fazem entender que o mal existe, mesmo que ele seja invisível. — Digo enquanto olho para a tela do computador.

Viro para o lado oposto e meu olhar se perde através da janela, e por um minuto me perco em pensamentos. Do outro lado da rua vejo um casal andar de mãos dadas com uma garotinha de cabelos castanhos enquanto riem e a levantam do chão. Não consigo evitar e sorrio junto com eles. O bem também existe.

Volto minha atenção para Peter e o pego olhando para mim fixamente. Estava distraída que nem percebi. Sinto minhas bochechas esquentarem. Ótimo.

— Mas casos como aquele — Diz apontando para a direção onde o casal se fora. — Me fazem acreditar que nem tudo está perdido. Que ainda há esperança.

Sinto sua mão tocar a minha suavemente sobre a mesa. Não sei o que isso significa, mas faz o meu coração disparar.

Engulo em seco e tiro minha mão da sua. Acalme-se Alex, não aja como uma idiota.

Peter pigarreia e o clima entre nós se quebra. É como se saíssemos de um torpor.

— Pelo jeito você é viciada em cappuccino, hein? Quer outro? — Diz apontando para o copo vazio do meu lado.

Sorrio acenando em sinal de positivo.

— Eles são as minhas perdições. Sempre venho aqui e bebo um, é ótimo. — Me levanto com o intuito de ir até o balcão. Peter toca meu braço sobre a jaqueta.

— Você fica aqui, já volto. — Sorri de volta.

Sento-me com um suspiro. Olho para o teto branco da cafeteria e penso sobre tudo o que acabou de acontecer. Em tão pouco tempo, me senti ligada a Peter de uma forma que nunca senti com ninguém antes. Franzo o cenho. Ele sentiu o mesmo?

Nesse momento vejo com o canto dos olhos um vulto negro passar por mim rapidamente, em direção onde fica a saída. Em questão de segundos algo se choca bruscamente.

Me viro pelo reflexo e vejo que o vulto se trata de um homem com uma blusa de frio preta, o capuz da jaqueta cobre o seu rosto. Ele está de costas e não posso vê-lo.

Do lado oposto está Peter com uma expressão de surpresa. Sua camisa está manchada de cappuccino. O líquido marrom escorre pelos seus braços também.

Os dois estão um ao lado do outro, cada um virado para uma direção. E se olham fixamente. O ar entre eles parece denso e pesado.

— Me desculpe. Mas tente prestar mais atenção por aí, cara. — A voz de Peter quebra o silêncio.

O homem demora alguns segundos parado no mesmo lugar, sem se mover um centímetro. Sinto que mesmo através do capuz seus olhos estão focados em Peter. Algo sobre esse homem me chama a atenção.

Sem dizer nada, o sujeito continua seu caminho para a porta. O sino tintila alto, um som seco marcando a sua saída.

Olho para Peter.

— Eu sinto muito pelo o que acabou de acontecer. — Me levanto e tento ajudá-lo.

— Você não é a culpada. Aquele cara que esbarrou em mim. Na verdade acho que ele não foi muito com a minha cara. — Sorri olhando para o estrago feito nas suas roupas e braços.

— Vamos, vou te ajudar. Isso deve estar queimando. — Entrego alguns guardanapos para Peter.

— Um pouco. — Continua rindo enquanto se limpa.

— Pare de rir, isso não é nada engraçado. — Cruzo os braços.

— Claro que é. Nunca pensei que um dia eu tomaria um banho de cappuccino.

Tento segurar o riso, mas ele escapa. Reviro os olhos.

— Sinto muito mesmo. Você quer ir ao meu apartamento? Você pode tomar um banho.

Paro quando percebo o que acabei de dizer. Meu rosto queima violentamente.

— Q-quer dizer...

— Agradeço a oferta, mas preciso recusar. Já está tarde, e amanhã tenho treino. E não tenho roupas reserva aqui. — Dá de ombros brincalhão.

— Certeza? — Pergunto novamente, enquanto tento esconder a minha vergonha.

— Certeza.

Olho para a hora no meu notebook. Já passa das sete horas da noite. O tempo passa rápido ou o que?

— Oh meu Deus, está tarde mesmo.

— Vamos lá, te ajudo a guardar suas coisas.

Concordo e guardo tudo em minha mochila, Peter faz o mesmo. Tento evitar olhar para as manchas gigantes na sua roupa. Que 'encontro' desastroso. Com certeza Chloe vai rir como uma louca quando souber.

Saímos da cafeteria e sinto o vento bater em meu rosto. O ar fresco da noite é maravilhoso.

— Acho que é aqui que o nosso encontro termina. — Peter diz ao meu lado. As luzes dos postes iluminam o seu rosto e seu cabelo, transformando alguns fios castanhos em dourados.

— Parece que sim. — Espero que ele não tenha notado o tom triste na minha voz.

— Te vejo amanhã? — Diz há alguns passos de distância, indo para o seu carro preto.

— Claro. — Sorrio.

Algo me vem à mente.

— Peter, espere!

Seus passos param no mesmo instante.

— O que? — Suas sobrancelhas se franzem.

— Me esqueci de perguntá-lo mais cedo. Chloe me ligou àquela hora para falar sobre uma festa na boate Night Power, sexta feira agora, às nove. Você quer ir? — Minhas mãos apertam a alça da mochila com força. Novamente agindo como uma adolescente de doze anos.

— Você vai? — Diz um pouco alto por causa da distância.

— Sim.

— Então estarei lá. — Sorriu uma última vez antes de entrar em seu carro.

***

Já são quase nove horas de sexta feira. A semana passou tão rápido que quase não a vi, exceto pelo episodio da cafeteria. Como esperado, quando Chloe soube do que aconteceu ela riu durante três horas seguidas. Seu exagero não conhece limites.

Ouço alguém bater na porta. Ao abrir vejo uma Chloe sorridente olhando para mim. Sua roupa está divina como sempre. Usa uma saia de cós alto preta, com uma blusa de mangas compridas vermelha, e um salto preto enorme. Seus cabelos castanhos estilo chanel estão levemente ondulados. Com certeza ela sabe como se vestir.

— O que você está fazendo aqui? Achei que nos veríamos na festa. — Olho confusa.

— E eu pensei que já estaria pronta. — Ela diz me olhando de um modo estranho.

Olho para a minha roupa. O que há de errado em ir para uma festa usando calça jeans e uma camiseta do Batman?

— Já estou pronta idiota. — Reviro os olhos. Acho que isso já está virando um hábito.

— Pelos deuses! Com certeza você não irá com isso. — Coloca a mão sobre a testa de forma dramática. — Não posso ser vista com alguém que se veste como uma nerd do colegial.

Pegando meu pulso Chloe me arrasta para o meu quarto, e começa a vasculhar o meu guarda roupa. As suas caras de nojo são evidentes.

Depois de alguns minutos, se vira em minha direção com um sorriso satisfeito. Em uma de suas mãos há um vestido branco e rodado que bate um pouco a cima dos joelhos.

— Esse é o look perfeito. — Exclama alegremente.

— Um vestido? Não quero usar um vestido. — Falo fazendo uma careta.

***

É, estou usando o vestido que Chloe escolheu. Maldita seja ela.

Chegamos ao lugar marcado. A festa está lotada, vários alunos do campus já estão por aqui. Uma música alta ecoa pelo lugar. Ao entrar me separo de Chloe e vou em direção ao bar, vejo Tiffany sentada em um dos bancos.

— A srta. Certinha está bebendo? — Digo sorrindo ao me aproximar.

Ela levanta o copo em minha direção. Um liquido transparente brilha. Seria vodka? Não, é água mesmo.

— Não seja tola Alex. Você sabe que não bebo. — Responde com um sorriso de lado.

— Todo mundo já bebeu pelo menos uma vez.

— Não em meu turno, minha cara.

Sorrio para Tiffany.

— Chloe também obrigou a vir? — Peço ao bartender uma batida de morango sem álcool.

— O que acha? Ela sempre me obriga a vir. Da última vez ela ameaçou as minhas roupas.

— Sério? Então ela é uma assassina de roupas então. Também ameaçou as minhas. — Tiff dá de ombros e gargalhamos.

De repente sinto uma mão encostar em meu ombro. Ao me virar me deparo com um par de olhos verdes brincalhões.

— Olá bela dama. — Vejo em uma de suas mãos um copo com um líquido amarelo.

— Hey Peter. Aproveitando a festa? Pelo visto já visitou a mesa de bebidas. — Arqueio as sobrancelhas em direção ao copo.

— Sim, imagino que você também. — Indica apontando para o meu.

— Ah não, sem álcool para mim essa noite. — Brinco.

— Hum, o clima está bom, mas ainda estou aqui. — Ouço a voz de Tiffany me tirar de meus devaneios.

— Ei Tiffany, como está? — Peter pergunta educado.

— Bem, Peter. — Tiff diz.

— Nada de álcool para você hoje também? — Ele pergunta com as sobrancelhas arqueadas.

— Oh, você adivinhou. Sim, sou do time da Alex.

Nós três conversamos sobre coisas da faculdade e sobre o time de basquete de Peter. Nem percebi o tempo passar quando vi que estava no segundo copo de batida.

Nesse momento, a música muda e todo mundo caminha para a pista.

— Quer dançar, Alex? — Peter pergunta estendendo a mão para mim.

— Não sei dançar. — Tento arrumar uma desculpa.

— Pois irá aprender agora. — Ao dizer isso me puxa para a pista de dança. Olho para Tiffany com a feição perdida enquanto ela apenas ri, e acena ao longe.

A música que toca é GDFR do Flo Rida

Nossos corpos se movem no mesmo ritmo. Sincronizados. Nossos passos são como se tivéssemos ensaiado há semanas, o que não é o caso. Seus olhos prendem os meus de forma inexplicável. Por alguns segundos tudo desaparece. É como se existisse somente nós dois, juntos.

O que realmente sinto por ele? Não sei ao certo, mas sei que é algo forte. Profundo.

Peter se aproxima de mim, seus braços me cercam de forma protetora, como se quisesse me proteger de todos os corpos ao nosso redor. Seu rosto se aproxima lentamente do meu, sinto sua respiração quente e acelerada próxima, encaro seus lábios e... Algo gelado e molhado cai sobre mim. Dou um passo para trás, com o susto e me deparo com uma garota me olhando com os olhos arregalados, e um copo vazio em mãos.

— Ai meu Deus, me desculpe! Eu não queria d-derramar... — Diz desesperada. — Venha, irei te ajudar a limpar isso, me desculpe. — Seu semblante é de culpa.

— Não, tudo bem, irei sozinha. — Digo tentando um sorriso tranquilizador.

— Droga... — Ouço Peter grunhir ao meu lado. — Vou te levar até o banheiro. — Diz abrindo caminho entre a multidão.

— Espere Peter, não precisa. Irei sozinha. — Sorrio nervosamente. — Aproveite a música. — Ao dizer isso saio apressadamente em direção ao banheiro. A vergonha queima meu rosto. Porque tinha que acontecer isso justamente na frente do Peter? É o troco pelo o que aconteceu aquele dia na cafeteria? Justo.

Entro no banheiro e vou em direção aos lavatórios. Ignoro algumas garotas que conversam alegremente sobre garotos. Pego um pedaço de papel e começo a me limpar, ou pelo menos tento. Que obvio falha drasticamente, o vestido está ficando mil vezes pior. Chloe com certeza vai ter um enfarto. O que aquela garota bebia?

O vestido branco agora está com uma mancha enorme vermelha. Acho que apenas piorei a situação. Depois de um bom tempo suspiro frustrada, e resolvo sair.

No corredor dos banheiros, ainda olhando o estrago feito no vestido sinto algo se chocar contra mim, me desequilibro e quando acho que vou cair com tudo no chão, mãos fortes seguram minha cintura, olho para cima e me deparo com um par de olhos azuis brilhantes.

— Te peguei.

Seus olhos cor de safira me chamam a atenção. Eles me lembram de algo. Alguém.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro