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42 - PISTA

Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar!”

Cecília Meireles


Rick anda vagarosamente pelo local demarcado no chão com os espaços que ficam posicionados os carros de corrida antes da saída e para exatamente em cima do Grid de Largada.

Ele olha extasiado todos os detalhes da pista a sua frente, ver pessoalmente tudo isso dá uma sensação indescritível, até mais que inacreditável, com tudo é tão diferente de como ele era acostumado assistir pela tela de TV.

O rapaz sai de seus pensamentos sentindo algo ser colocado na sua cabeça.

— Pronto já está bem "disfarçado". - sorrindo, Jully acaba dando a ele um boné da Escuderia completando o uniforme.

Boné esse igual ao que ela estava usando só que com seu costumeiro rabo de cavalo saindo pelo vão do regulador traseiro e ambos usavam óculos escuros modelo aviador, o dele marrom e a dela verde escuro.

— Obrigado. - ele agradece, ajeitando o item melhor na sua cabeça.

— Agora vamos fazer o Track Walk. - lado a lado começam a caminhar pela pista.

Rick sabia o que esse termo significava, Track Walk nada mais é quando os pilotos tem a chance de fazer uma volta completa a pé pela pista um dia antes do treino classificatório, geralmente acompanhados de seus engenheiros e mecânicos.

Essa técnica era muito usada pelos grandes pilotos das décadas de 80 e 90, mas hoje em dia está cada vez mais escassa.

— Mais alguém virá? - o rapaz olha para trás para ver se alguém os seguia.

— Não, os engenheiros da Team Racing são prepotentes demais.

— Como assim? - Rick não conseguiu entender onde é prepotente eles fazerem o mínimos de seus trabalhos.

— Eles confiam demais nas "máquinas". - a piloto faz aspas invisíveis com as mãos se referindo aos carros e aos inúmeros computadores. - — Não subestimo a tecnologia que ajuda bastante, mas não tem computador no mundo que substitua a percepção humana.

— Mas ao menos o Karl sendo o outro piloto teria que estar aqui, fazendo o mesmo. - o rapaz comenta o óbvio.

— E está. - ela diz sem emoção.

Rick volta a olhar para os lados e não tinha ninguém perto deles, até o barulho de um drone chamar sua atenção e olha para cima.

— Não acredito que "esse" e o Karl. - o rapaz aponta para cima vendo o objeto voador que ficou um pouco parado em cima do casal antes de continuar seu trajeto.

— É o próprio! Karl nunca soube fazer o dever de casa direito, depois reclama que não ganha porque "seu carro está com defeito". - ela diz num tom de sarcasmo, tirando um sorriso do Personal.

— Agora sei porque ele é ruim, mas quem acompanhava você para fazer o reconhecimento das pistas?

— Ninguém, só muito às vezes o Pitty que ia reclamando o tempo todo, ele odeia caminhar. - ela solta uma risada acompanhada do rapaz.

— Pode ter certeza que disso não vou reclamar, já estamos antecipando nosso aeróbico diário. - o rapaz fala empolgado.

— Você é a companhia mais perfeita que já tive para reconhecimento de pista. - eles se olham momentaneamente, mas estavam mantendo a discrição, afinal a imprensa estava por todos os lados.

Não estavam se escondendo, mas também não queriam ser explícitos, a atenção deve ser exclusiva ao retorno da Jully, o mundo deve dar ênfase à inédita provável vitória da primeira mulher no campeonato de F1 e não desviar o assunto para o novo namorado da piloto.

Vez e outra a garota parava olhando para o asfalto esfregando o pé no chão como que analisasse algo, ia até às curvas compenetrada e Rick sabia que ela estava estudando o percurso.

— Foi muito bom terem construído essa zebra aqui. - ela diz assim que passa num determinado ponto.

— Zebra?

— Essa parte listrada de vermelho é a área auxiliar fora da pista para que o carro consiga contornar a curva sem sair do traçado, esse ponto era complicado nisso. - ela analiza.

— Agora quem está me ensinando é você.

— Que sorte a minha ter um aluno tão apaixonado por F1. - ela dá uma piscada para o rapaz.

A piloto para bem no início do Cotovelo. - — Esse é o ponto mais crítico.

— Literalmente é uma curva de 180° deve ser bem perigosa. - o Personal solta um assobio impressionado com essa curva fechada, realmente incrível como que pessoalmente ver esses trechos são totalmente diferentes quando visto pela tela de TV.

— Não tão perigosa como a da Loews, mas requer atenção redobrada aqui.

— Loews? - esse nome era novidade para ele.

— Nome dado à mais famosa e antiga curva na pista de Mônaco.

— E porque esse nome? - Rick estava bem curioso.

— Em Mônaco, todos os trechos são batizados em referência a pontos famosos da cidade-estado, Loews é um desses pontos.

— Eu nem sabia que tinham nomes.

— Tem sim, todas menos a última curva, que ganhou o nome de idealista Antony Noghès, foi uma homenagem que fizeram a ele por conseguir colocar o pequeno país no circuito das corridas mundiais, foi tão apaixonado por automobilismo que participou do projeto da construção do circuito e também criou a bandeira quadriculada que encerra as corridas. - ela volta a caminhar.

— Uauuuuu. - o rapaz nem fazia ideia desses detalhes, mesmo ele sendo fã, não chegava nem perto de Antony Noghès.

A garota se posiciona bem no canto direito do começo da curva e aponta numa linha imaginária a esmo à sua frente indo até outro ponto contando seus passos, olha de um para o outro intercalando as posições.

— O que está fazendo?

— Calculando o apex. - ela fala reflexiva.

O rapaz fez uma cara que não entendeu e ela continua.

— Apex é o mesmo que ápice, é como um ponto imaginário de uma curva em que o piloto realiza a sua tangência, existe uma velocidade mínima e máxima para virar essa curva, se frear demais perde milésimos de segundos valiosos, porém de acelerar demais corre o risco de sair da pista. Aqui dá para virar a uns 190 km/h.

— Nossa!!! Isso é bem rápido! Todos fazem esse cálculo? - matemática era a última coisa que Rick imaginou que era usado dirigindo numa pista.

— Não, cada um tem seu estilo de fazer a mesma curva, então pode variar de piloto para piloto conforme conduzem o seu carro, digamos que sou mais detalhista.

— Você deve estar me achando um chato perguntando tudo assim. - Rick ficou sem jeito.

Ela solta uma risada alta. - — É o contrário, adoro explicar e falar de corrida, achar alguém tão interessado como você é bem raro, geralmente eu sou a chata do rolê por falar esses assuntos que a maioria das pessoas sentem tédio.

— Para mim é impossível ficar chateado aqui, me sinto com uma criança dentro da loja de doce.

Jully dá um leve sorriso de boca fechada vendo a empolgação do namorado, ela se posiciona no final do cotovelo numa área asfaltada de escape. - — Ainda bem que substituíram a caixa de brita que ficava aqui.

— Esse eu sei o que é, são os bancos de pedra com areia projetados para os carros diminuírem a velocidade caso aconteça de escapar da pista.

— Já posso dar nota dez. - a garota sorri. - — Cansei de levar pedrada no capacete por estar atrás de carros que se perdiam nessas caixas, muito melhor e mais seguro serem asfaltados como estão agora.

Um pouco mais de uma hora estavam de volta no mesmo ponto de partida que saíram, andaram aproximadamente mais de 5km e de tão empolgado que estava nem sentiu o percurso, até porque os dois correm mais que isso e em bem menos tempo todos os dias.

— Agora vamos nos simuladores para saber se eu decorei direito. - ela diz entrando no boxe.

A pergunta do "porque disso" ficou na ponta da língua do rapaz que dessa vez, preferiu esperar para ver pessoalmente do que se tratava.

Do boxe, retornaram ao Paddock, que estava mais cheio do que antes, parecia um formigueiro de mecânicos e equipe técnica, Rick olhava tudo com muita curiosidade assim como alguns também olhavam curiosos para ele.

Todos já sabiam que a piloto estava dividindo o mesmo apartamento no Motorhome com o rapaz, só não tinham a certeza se era alguma relação mais do que profissional.

Após passarem pelo corredor, entram numa sala onde tinham vários simuladores virtuais de direção, cada cadeira era conectada a três telas logo a frente, ela senta na primeira e pega uma espécie de máscara para dormir.

Rick apenas observa curioso do porque ela está colocando essa peça vendando seus olhos.

Com as mãos no volante, que é uma réplica idêntica dos carros de corrida, ela escuta um pequeno apito avisando que começou e começa a dirigir literalmente de olhos fechados.

Em compensação Rick abre levemente a boca em choque, seu olhar intercala na pista simulada na tela como um videogame e na piloto dirigindo sem ver absolutamente nada.

Ela freia, acelera, faz as curvas impecavelmente numa velocidade absurda na réplica da pista que andaram agora a pouco a pé, e por mais empolgado que o rapaz estivesse, tentou ficar em silêncio para não desconcentrá-la.

Depois de um tempo, outro apito indica o término do percurso, ela levanta apenas um lado da máscara que vedava seus olhos espiando os dados das pontuações no relatório feito: Grand Chelem!

Termo usado quando um piloto faz uma corrida perfeita, com a pole position, a volta mais rápida e lidera a corrida em todas as voltas, esse efeito tem esse nome.

— Você tem idéia do quanto é incrível isso que você acabou de fazer??? - ainda impressionado o rapaz fala em choque.

A garota dá uma leve sorriso, não consegue ver isso tão incrível assim, afinal é algo rotineiro que faz parte do seu trabalho, de todos os pilotos para dizer a verdade. - — Logo você se acostuma.

— Porque vocês fazem esse treinamento às cegas?

— Quando estamos dentro do carro, principalmente quando alcançamos perto dos 320km/h, tudo que enxergamos em volta são borrões de luzes passando por nós, nesse ponto dependemos apenas dos reflexos para nos guiar, então eles devem estar bem apurados, e para conseguir isso só decorando o circuito com olhos vendados.

— Uauuuuu!!! - ele já perdeu as contas de quantas vezes falou isso porque a cada passo que dá dentro do Autódromo, mais impressionado fica. - — E eu fiquei tagarelando o tempo todo no percurso te atrapalhando. - o Personal franze as sobrancelhas.

— Para falar a verdade você me ajudou a decorar o circuito, conversar sobre o trajeto é um jeito mais rápido de fixar informações do que só observar em silêncio. Dar as explicações para suas perguntas foi uma espécie de reestudo para mim. - a garota dá um leve sorriso. - — Você fez perguntas de coisas que eu não tinha percebido ainda e graças a isso pude estudar mais detalhadamente as mudanças nesse circuito.

O rapaz abre um radiante sorriso de estar conseguindo ajudar de alguma forma. - — Pode contar comigo nesses seus estudos sempre que precisar.

— Vai me ajudar mesmo?

— Claro!

— Então senta aí e corre comigo. - ela aponta para a cadeira simuladora ao lado.

— Aqui? Eu não sei usar isso. - o rapaz responde assustado.

— É como videogame, só que ao invés de apertar os botões do Joystick,  você usa o volante e pedais.

— Mas eu vou bater no seu carro. - o rapaz está receoso.

— Ótimo, espero que bata bastante, assim eu estudo métodos de como escapar das suas batidas sem sair da pista. - ela o tranquiliza.

Rick senta na cadeira ao lado com um sorriso de orelha a orelha, realmente sentia uma criança dentro de uma loja de doces…pensando bem, mas que isso: uma criança dentro de uma fábrica de doces.

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