Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

15 - A GARAGEM

“Prefira sempre ser a primeira versão de você mesma, do que a segunda versão de outras pessoas.”

Judy Garland



Assim que estaciona o carro na frente da sua casa, com o presente nas mãos, o Personal vai direto na vizinha falar sobre a alimentação rigorosa que ela seguirá neste mês.

Quando aperta o interfone, uma senhora aparentando ter 55 anos de idade abre a porta e o rapaz conhece Thereza, a nova cozinheira que começou a trabalhar na casa da piloto.

A mulher faz uma cara feia ouvindo as instruções do cardápio que o Personal trouxe, estava achando tudo muito esquisito.

— Ela precisa de arroz e feijão com fígado para ficar forte. - a mulher começa a questionar.

— Uma dose de carboidratos, fibras e proteínas sempre é a melhor escolha, mas depois de um mês quem sabe.

A senhora agora muda a expressão facial para quem não entendeu nada do que Rick disse e também resolveu não questionar mais.

— Pode deixar a lista comigo que estou saindo e na volta eu passo no supermercado. - descendo as escadas, Liz se encarrega de fazer as compras para garantir que tudo seja seguido à risca.

— Onde está a Jully? - a pergunta saiu automaticamente assim que percebeu que a piloto não desceu também.

— Na garagem. - Liz pega as chaves do carro em cima do aparador perto da porta de entrada.

Rick sabia que a casa tinha uma garagem no subsolo, a rampa de descida na lateral da construção indicava isso, mas sempre estava com o portão fechado impossibilitando qualquer visualização.

— Como eu entro lá?

— Por ali. - Liz indica uma porta exatamente ao lado da escada. - — E ela vai adorar seu presente. - de um jeito insinuativo a assistente fala antes de sair, deixando o personal sem graça de novo.

— Não é o que você está pensando. - ele diz em voz baixa já que não tinha mais ninguém na sala e abre a porta indicada, se depara com a continuação da mesma escada só que descendo.

Assim que pisou no ambiente o Personal não pode conter um assobio ao ver um carro de Fórmula 1 com a garota debruçada em cima do capô aberto, mexendo em alguma coisa lá dentro.

O carro parecia muito com o que ela corre, embora fosse todo branco sem nenhum logo.

— Não acredito que você tem seu próprio carro de corrida na garagem??? - ele coloca a caixa que trazia numa bancada lateral antes de se aproximar mais.

Jully ri alto ainda na mesma posição. - — Quem me dera se Paul me deixasse trazer meu carro para casa, isso é só um protótipo.

— Mesmo assim é tão...tão... incrível. - os olhos azuis do Personal brilhavam fitando o objeto que tanto admirava.

— Nunca viu um de perto?

— Só dá arquibancada quando ia assistir no autódromo.

— Quem sabe você possa ir comigo na próxima corrida. - Jully fala numa simplicidade algo que fez até o coração do Personal acelerar.

— Sério??? Isso poderia ser possível??? - o rapaz fala de um jeito como se fosse criança que acaba de ganhar seu doce preferido.

Ainda concentrada no que estava fazendo no motor, a garota acha graça do tom de voz que o rapaz diz. - — Claro!!! Isso é, se eu conseguir estar de volta daqui a um mês.

— Eu farei tudo para que sim. - o rapaz debruça também em cima do capô do carro, mas do outro lado, e percebe que ela desaparafusava uma peça lá de dentro.

A garota levanta a cabeça encarando o rapaz que percebe algumas pequenas manchas de graxa nas suas bochechas.

— Sempre li sobre isso, mas ver pessoalmente é quase que inacreditável. - o rapaz estava encantado.

— Você está se referindo a eu estar mexendo nesse motor né?

— Sim... é praticamente uma lenda no automobilismo, você pode ter os melhores mecânicos do mundo e…

— ...e todos não concordam e se recusam a fazer o que peço por ser "fora dos padrões" - Jully termina a frase. - — Só me restou "colocar a mão na massa"... mas não tiro a razão deles, afinal se algo der errado a Team Racing iria culpá-los.

Ela consegue enfim tirar o corpo do injetor e o coloca na mesma bancada que Rick colocou o presente, porém na outra ponta, ela puxa uma banqueta alta para sentar e o Personal para ao seu lado.

— Acho que explicando assim acabou não ficando tão "incrível" agora. - a garota sempre tenta minimizar todo esse tabu que a imprensa criou em cima dela.

— Eu continuo achando você completamente  incrível em todos os sentidos. - Rick fala imediatamente com o olhar fixo nela.

Depois dessa fala a piloto até se desconcentrou parando na mesma hora o que estava fazendo e encara o rapaz tentando interpretar o que ele disse, o que tem sido cada vez mais difícil, já que ultimamente muitas frases com duplos sentidos foram ditas a esmo.

"Isso foi com segundas intenções ou é coisa de fã emocionado?" - ela fica um tempo o encarando assimilando.

— Você está falando por falar. - ela diz ainda pensativa.

— Negativo, já te disse que não sou do tipo puxa saco e nem devo ser assim na minha profissão, pois prejudica meus alunos. - na mesma hora o rapaz rebate numa resposta bem criteriosa.

"Deixe de imaginar coisas".  - Jully se repreendeu soltando um leve suspiro e volta a sua atenção na peça engraxada na sua frente. - — Você é sempre super profissional?

— Preciso ser e está na hora do treino e estamos meio atrasados. - o rapaz olha no relógio no seu pulso.

— Ok, só me dê um tempo para tirar essa graxa das mãos. - ela se levanta para ir num lavabo ao fundo da garagem enquanto Rick começa a observar o ambiente.

Ficou tão fascinado no carro de corrida que não percebeu os três modelos de carros "normais" que também estavam lá dentro, as aspas ficou por conta que dois deles não eram tão normais assim, pois o Ford Mustang Mach 1 ainda com plásticos no banco e uma McLaren 720 Spider não se acham em qualquer garagem por aí.

Foi impossível não soltar outro assobio ao se aproximar desses modelos. - — Vejo que você gosta de máquinas.

— São só emprestados. - Jully responde um pouco mais alto de dentro do lavabo.

— Deve ser bom ter amigos assim. - ele diz num tom de brincadeira.

— Desse tipo de "amigos" garanto que você não ia querer. - agora ela fala em tom de deboche.

— Porque não?

— São apenas empresas que pedem para fazer um test drive nos seus carros, mas no fundo só querem fotos ou vídeos comigo dirigindo, eles acham que aumentam suas vendas se conseguirem associar esse carro a um piloto. - a garota agora sai do lavabo enxugando as mãos numa pequena toalha

— E aumentam?

— Acho que não, não são carros populares para ter uma venda tão ampla como eles querem.

— Mas serão de futuros clientes específicos que podem ser influenciados a tomarem uma decisão dependendo de quem eles vêem consumindo.

— Você falou como os patrocinadores agora. - a garota cruzou os braços.

Rick solta uma risada alta. - — Eu sei muito bem como é, não esqueça que trabalho com vários profissionais do esporte e a maioria fazem isso.

E era bem assim mesmo, muitas vezes a aula do Personal quase se transformava num comercial de TV de tantas fotos e vídeos que seus alunos faziam dos produtos que usavam, só que a maioria eram tênis, roupas esportivas, suplementos alimentares e equipamentos de academia...mas carros de luxo era a primeira vez.

A garota acompanhou na risada, é muito bom ter alguém que entende tudo que ela passa. - — Do mais o mesmo então.

— O que é aquilo coberto com capa no canto? - Rick se referia a um ítem que era pequeno demais para ser carro e largo demais para ser moto.

Jully vira a cabeça para onde o rapaz apontou e seu sorriso se desfaz momentaneamente, mas logo voltou porém mais discreto, ela nada diz e se aproxima do objeto de curiosidade do rapaz para puxar a capa marrom que cobria.

Rick arregala os olhos com a boca junto, ele achou que sua cota de surpresas nessa garagem já tinha acabado, mas se enganou.

— Não acredito no que estou vendo… - o Personal não conseguiu falar mais nada.

— Foi aqui que tudo começou. - Jully quebra o silêncio que se formou momentaneamente.

Para Rick não precisava de mais explicações, pois ele sabia exatamente do que se tratava.

O famoso primeiro carro de corrida da Jully que foi presente de seu falecido pai estava impecável, o Kart Race GX270 ainda mantinha a pintura original porém bem brilhante e pneu novos.

O modelo antigo e parrudo que ganhou fácil seu primeiro campeonato graças às adaptações técnicas que ela mesmo fez estava materializado na sua frente, precisou passar suavemente a mão na lataria para saber se era real...e era.

Só fãs entendem o que é estar diante de itens como esse, ler todas as histórias e de repente estar presenciando o que sempre admirou foi algo bem empolgante. O rapaz nem tentou disfarçar o quanto estava encantado com isso.

— Você tem ideia o quanto isso é incrível! - ele diz num sussurro.

— Hummmmm quando visitei a McLaren Technology Centre no Reino Unido e logo na entrada dei de cara com os carros que Niki Lauda e Ayrton Senna foram campeões mundiais...eu quase surtei.

O rapaz a encarou por uns instantes antes de soltar uma risada alta com a comparação inusitada. - — Então você sabe muito bem do que estou falando.

Os dois voltam a se olhar em silêncio por algum momento.

— Bom...por mais que eu queira ficar aqui e olha que eu quero muito, eu acho que agora temos mesmo que ir, os treinos hoje irão se estender porque vamos correr em volta do lago. - o Personal volta a realidade.

— Ok...e que caixa é essa? - a garota agora aponta para o pequeno objeto "esquecido" em cima da bancada.

De repente Rick ficou sem jeito que até perdeu a linha do seu raciocínio, já deu vários presentes as pessoas, porém em datas comemorativas em específico, nunca deu presente por dar, ainda mais a uma aluna, ficou sem saber como agir.

— Ah eu...queria te dar... hummm... isso... porque eu vi e...achei que ia ficar bem em você...quer dizer ficar mais confortável para você treinar. - totalmente sem graça Rick tenta achar uma explicação plausível.

— Confortável? - Jully levanta as sobrancelhas.

— É...a Lorrane é minha sócia e ela é especialista em tecidos esportivos e tem uma linha para todas as necessidades dos atletas. - sua explicação acabou soando mais como propaganda do que deveria.

— Você é sempre tão gentil assim com seus alunos. - já próxima ao objeto a garota começa a desfazer o laço caprichado que estava nele.

— É...bem...para falar a verdade...você é a primeira aluna que dou um presente.

Jully para momentaneamente o que estava fazendo e encara o rapaz envergonhado à sua frente.

"Eu acho que não estou imaginando coisas". - ela pensa com um leve sorriso satisfeito antes de voltar a desembrulhar o pacote.

— É linda...obrigada. - ela leva a peça próximo ao seu rosto para inalar o perfume gostoso que exalava antes de fixar seus olhos verde-claro no rapaz, que também sorri satisfeito dela ter gostado.

E ficaram assim…entreolhando-se num silêncio reconfortante, mas não por muito tempo.

— Então...agora vamos. - o Personal chama para o treino, pois já estavam mais do que atrasados e ela tinha uma campeonato para ganhar.



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro