Porcentagem
Voltei depois de 1000anos, mas espero que alguém ainda leia isso.
Desculpem ser ausente, mas estou cuidando da minha saúde mental. Aliás, tentando cuidar dela ainda mais. Está um pouco difícil.🤡
Espero que gostem e comentem.
Estamos em reta final e talvez tenham apenas mais alguns capítulos.
Boa leitura.
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Dois Anos Depois
POV Camila
Romance.
Eu olhava para o meu segundo álbum de estúdio finalizado e só pensar que foram longos meses de trabalho com minha equipe, produzindo, escrevendo. E agora ele está bem aqui na minha frente, pronto para que o mundo o conheça também. Depois de uma pausa ao finalizar minha primeira turnê, eu voltei com muito mais ideias e minha equipe de produção, os bailarinos e a Lauren compraram todas. Já tínhamos lançado alguns singles, mas agora é oficial e estamos apenas esperando a data de lançamento do álbum e logo mais a Romance Tour. Mas ainda temos um longo caminho para percorrer e muitas premiações para participar, programas de TV e desfiles
Hoje passei o dia ensaiando todas as coreografias, estou ainda mais confiante e mais alinhada com os meus bailarinos para as próximas apresentações. Minha esposa que não gostou tanto da ideia de ficar em casa sozinha, Lauren precisou viajar para Manhathan na última segunda e chegou ontem à noite. Fez um drama que parecia até que eu estava indo morar no Japão, fez biquinho e tudo, só não insistiu tanto porque estava capotando de sono.
-Camila? Camila, desce aqui. _ Ouvi de longe minha esposa chamar e automaticamente surgiu um bico nos meus lábios, odeio quando ela me chama de Camila. _ CAMILA?
-Tô indo, Amor.
-Camila?
-Espero que seja algo sério pra você estar me chamando assim. _ Reclamei chegando na sala de estar e vi Lauren jogada no sofá. _ O que foi?
-Nada, eu só queria saber se você quer lanchar hoje. Peço alguma coisa?
-E você me chamou de Camila para isso?
-É.
-Você sabe que eu não gosto.
-Mas não é o seu nome?
-Pra você, não. _ Choraminguei deitando no espaço do sofá para ficar de conchinha e ouvi a sua risada baixinha. _ Amor?!
-Você é tão dramática.
-Sou mesmo. Assim parece que você está irritada.
-Não estou irritada, minha princesa.
-Então para de me chamar assim.
-Tá bom, minha deusa. Desculpa.
-Quero ir lanchar hoje, Amor. Faz um tempinho que a gente não sai assim. _ Comentei, agora é mais tranquilo com o final da turnê. _ Quero ir no lugar e comer.
-Sabe que vamos encontrar seus fãs, não é?
-Sei. Você não gosta muito, não é?
-Eu gosto deles, são bem carinhosos com você e comigo também.
-Então...
-É que eu não quero que eles vejam que eu como muito. _ Ela falou e acabei rindo, Laur morre de vergonha das nossas fotos distraídas. _ Não ri. Você come igual passarinho, já eu...
-Oh, meu dragãozinho. Sabe que você fica linda em todas as fotos.
-Quem fica linda comendo, Karla?
-Você. E para de me chamar assim que eu não gosto.
-Vira pra cá, hm? _ Ela pediu e virei beijando a ponta do seu nariz antes de encarar seus olhos num tom clarinho. _ Que foi?
-Eu te amo tanto, vidinha.
-Também amo você, minha deusa.
Selei os nossos lábios sentindo sua mão pousar em minha cintura e a sua língua passear por minha boca lentamente enquanto eu sentia meu corpo estremecer só com um beijo. Arranhei levemente sua nuca e finalizei o beijo vendo seus lábios num tom avermelhado enquanto eu distribuía beijinhos pelo seu rosto. Nesses dois anos de rotina corrida com shows e gravações, meu maior medo era perder a Lauren, principalmente por termos tão pouco tempo sozinhas e por ela não gostar muito de holofotes.
Os primeiros shows fora do país foram uma verdadeira prova, eram muitas viagens de avião e tínhamos que passar muitas horas no ônibus com o pessoal da equipe. A Lauren adora todos eles, mas odiava as madrugadas pós-show, eles não paravam de falar até chegarmos no hotel que às vezes ficava em outra cidade que faríamos outro show e ela só queria dormir. Lauren tem espírito de idoso, gosta de ficar no seu cantinho para descansar, de silêncio, então ainda que ela não falasse, eu percebia seu incômodo.
Eu morria de medo dela falar que voltaria para casa, que não estava gostando da rotina doida que minha carreira proporcionava, mas principalmente de que nós nos perdêssemos. O que felizmente não aconteceu, Laur só comprou abafadores e começamos a sentar nos primeiros bancos do ônibus quando precisávamos usá-lo pós-show. Em compensação, meus pais amam a bagunça da equipe, ainda mais agora que viajam frequentemente conosco, mama na última viagem encheu a cara com todos eles, parecia até uma adolescente.
Meus pais recentemente se mudaram para Los Angeles, com as viagens de shows e o cansaço, papa achou mais seguro que ficassem por perto ao invés de voltar para Miami sempre. Eu adorei, morro de saudades do nosso mundinho em Miami, de como íamos à praia aos finais de semana ou fazíamos as quartas da pizza. Sem falar na saudade que eu sentia de ficar agarrada nos meus pais, de ser muito mimada pelo meu pai enquanto ouvia mama dar os melhores conselhos do mundo. E agora tenho os dois aqui comigo.
-Seus pais nos chamaram para almoçar lá amanhã.
-Você quer ir, vida?
-Quero. Pedi sua mãe para fazer bolo de chocolate.
-Não sabia que você queria comer, bebê. _ Fiz um leve carinho em seu rosto e senti sua mão pousar em minha bunda. _ Podia ter me falado que eu fazia.
-Você estava na correria, fiquei sem graça de pedir.
-Amor, eu adoro cozinhar para você.
-Desculpa.
-Tudo bem, vida. Mas pode falar comigo quando quiser alguma coisa. _ Beijei a ponta do seu nariz e escondi o rosto na curva do seu pescoço. _ Saudades do seu cheiro.
-Temos três dias de folga, dá para matar a saudade.
-Sem safadezas. Falei de ficar agarrada em você, não de transar.
-A gente pode fazer isso depois de transar.
-Lauren?!
-Foi mal.
-Incrível como você é toda certinha, mas para transar isso some.
Vi suas bochechas corarem e voltei a ficar agarrada na minha esposa enquanto ela voltava sua atenção para a televisão, iria passar um jogo de basquete e ela sempre gosta de assistir. Peguei meu celular para responder algumas mensagens e vi uma mensagem da minha mãe perguntando o que eu queria de almoço, já que Lauren escolheu o bolo para o café da tarde. Sentia tanta saudades de momentos assim com meus pais, da comida de casa, mas principalmente de ver o quanto meus pais gostam de quem eu escolhi para passar toda a minha vida. Meu pai semana passada levou Lauren para assistir um jogo de vôlei, ele é o maior fã dela.
[•••]
-Amor, deixa eu ganhar um pouquinho também. _ Reclamei vendo minha esposa ganhar de mim no basquete, estávamos numa loja de jogos. _ Lauren!
-Linda, se eu deixar você ganhar não vai ser justo. Você vai aprender o que com isso?
-Que minha esposa é boazinha.
-Você é demais, Camila. _ Ganhei um beijo na testa e cruzei os braços. Lauren ganhou as últimas três rodadas. _ Mas eu prometo jogar de olhos fechados para te ajudar, pode ser?
-Vai ser pior ainda, Boo.
-Tá, você joga três vezes e eu uma.
-Obrigada.
-Quem disse que isso foi um favor? _ Senti Lauren me puxar pela cintura e arquei a sobrancelha. _ Quero meu pagamento. Essa é minha condição.
-Um beijo?
-Mais do que um beijo.
-Dois?
-Camila...
-Lembrando que amanhã vamos nos meus pais e tem piscina. Não quero ficar toda marcada.
- Prometo não me comportar.
-Lauren?! _ Ouvi sua risada e voltamos a jogar. Às vezes eu sentia falta de programas comuns, mas entendia que era o preço da fama e que algumas coisas não tem eram mais tão livres assim. _ Amor, você prometeu...
-Mas você errou as três vezes, Camz.
Fiz biquinho vendo minha esposa quase sentando no chão de tanto rir pior eu ter errado as três cestas e cruzei os braços antes de ir ao carro, pelo menos esse jogo eu tenho chances de ganhar. Vi Lauren se aproximar com o rosto todo vermelho ainda e beijar meu ombro enquanto fazia carinha de cão arrependido, mas caindo na gargalhada outra vez. Levantei o dedo médio vendo seu riso parar e comecei a partida sem avisar para que eu tivesse vantagem, Lauren sabe jogar muito bem isso e eu não queria perder outra vez.
-Você roubou.
-Joga e fica quieta. _ Rebati concentrada no jogo e senti sua mão em minha coxa fazendo um leve carinho. _ O que foi?
-Senti falta disso.
-De me ganhar?
-De aproveitar o dia como fazíamos antes.
-Também senti falta disso, meu amor. _ Larguei o volante virando para beijá-la e Lauren simplesmente voltou a jogar. Trapaceira. _ Sua filha da... Mãe.
[•••]
Dia Seguinte
Enjoada.
Desde a hora que acordei estou com um enjoo terrível, sequer consegui tomar café e agora estou aqui nos meus pais tentando disfarçar para a Lauren ou iríamos parar no hospital. Ela já queria me levar assim que falei hoje cedo e até agora não parou de perguntar se estou melhor, se quero comer alguma coisa. Lauren odeia me ver assim porque sabe que doente perco peso rápido, fico extremamente fraca e a nossa rotina não me permite passar tanto tempo me recuperando assim. Mas tentei explicar que talvez tenha sido o lanche ontem e que já tinha tomado um chá que minha mãe fez para enjoo, aliás, ainda estou aqui tomando com alguns biscoitinhos de água e sal.
-Hija, tem certeza que isso é só enjoo normal?
-Tenho, ontem a gente comeu lanche e... Como assim enjoo normal?
-Gravidez.
-Não! Não, não... A gente não vai ter nenhum bebê agora, mama.
-Certeza? Porque você reclamou até do cheiro de alho. _ Mama falou picando cebola e fiquei parada pensando se existe possibilidade de ter acontecido. _ Vocês se previnem?
-Sim, é bem raro transarmos sem camisinha. Lauren não quer filhos agora e eu tomo remédio.
-Entendi.
-Esse mês eu parei com o remédio porque vou colocar implante, mas a gente continua se prevenindo. _ Falei e ela soltou um risinho enquanto lavava as mãos. _ O que foi?
-Acho que vai ser uma menina.
-Mãe, eu não estou grávida. Para com isso.
-Hija, eu conheço você e sua pele está maravilhosa.
-Sim, são os cremes que eu uso.
-O nome desse creme é gravidez. Escuta sua mãe.
-Para com isso, mama. Eu não estou grávida. _ Repeti tentando fazer o cálculo desde minha última menstruação e notei seu olhar em mim. _ Eu não posso estar grávida.
-Por que não? O único método infalível é não transar.
-A gente não planejou, mama. Lauren acha que estou tomando remédio ainda.
-Você não falou do implante?
-Falei. Ela disse que era para eu fazer o melhor para minha saúde e a pílula estava me fazendo mal.
-Então ela sabe?
-Não, eu disse que ia ver com o meu ginecologista a melhor forma. Só que eu parei de tomar a pílula e ela não sabe.
-Camila...
-A gente não fez nenhuma vez sem desde que eu parei de tomar.
-Nada é totalmente seguro.
-Mas ela só tem quarenta por cento de chances, mama.
-Pelo visto ela usou bem a porcentagem.
-A Lauren vai ficar puta comigo. _ Choraminguei realmente pensando na possibilidade da minha mãe estar certa. Lauren sempre falou de termos filho quando minha carreira estivesse mais estabilizada. _ O que eu faço, mãe?
-Um teste e se der positivo fale com sua esposa. Ela também é responsável pela criança na sua barriga.
-Mas não tem criança aqui, mama.
-Tem, meu amor. E você vai ser uma mãe incrível, hm? _ Ela abriu os braços e corri para o seu abraço sentindo as lágrimas caírem. _ Ela vai adorar, filha. Sabe que a Lauren ama você mais que tudo.
-Mas a gente não planejou, mama. E se ela achar que eu fiz de propósito?
-Camila, vocês são casadas. E mais do que isso, você conhece a Lauren desde pequena, sabe o quanto ela é responsável e o quanto ela te ama. A Lauren nunca vai te culpar ou deixar você assumir essa responsabilidade sozinha.
-Sogra, a senhora pode... _ Ouvi a voz da minha esposa e tentei limpar as lágrimas antes que ela percebesse. Impossível. _ O que houve, minha linda?
-Nada, Amor. Eu só estava conversando com a mama e lembrando da infância.
-Sabe como a Kaki é chorona.
-Sei... Está melhor do enjoo?
-Um pouquinho.
-Não quer mesmo ir ao médico?
-Não, vida. Já vai passar.
-Tá bom. _ Ela murmurou a contra gosto e mandei um beijo no ar. _ Sogra, a senhora pode me dizer onde fica a maleta de ferramentas? O tio Ale precisa de uma chave de fenda.
-Tem uma maleta preta na varanda, ele estava mexendo nisso ontem.
-Obrigada.
Vi Lauren sair do ambiente e minha mãe olhou como se dissesse um “vai fazer esse teste”, mas eu não estava preparada. Nunca pensei nessa possibilidade de engravidar assim, os últimos exames da Lauren constataram que ela só tinha 40% de chances de me engravidar e ela deixou bem claro que queria poder ter mais detalhes quando fôssemos tentar. Principalmente por questão de saúde, ela quer ter a certeza de que eu e o bebê estaríamos seguros, que seria uma gestação segura. Eu não sabia como me sentir, não queria estar grávida sem ter conversado com a minha esposa e planejado tudo, estava com medo de que ela pudesse não gostar da notícia.
A minha mente parecia pensar em tantas coisas desde o “gravidez” que minha mama falou.
Gravidez.
-Eu tô com medo.
-Ei? Vai ficar tudo bem mi hija. _ Senti um beijo no topo da minha cabeça e deixei algumas lágrimas caírem. _ Mas você realmente tem que fazer o teste, sabemos das condições da Lauren e quanto antes começar a acompanhar melhor.
-Esse se ela não gostar, mama?
-A Lauren adora crianças e é louca por você, não se preocupa.
-Promete?
-Prometo, minha Kaki.
[•••]
Nervosa.
Apesar do enjoo terrível passado, eu ainda não conseguia tirar da cabeça a conversa com minha mãe. Até ontem eu só pensava em nós duas, na minha carreira e nas viagens que programamos, agora estou surtando com a possibilidade de ter um bebê na minha barriga. Desde o almoço eu praticamente fugi da Lauren, ela me conhece demais e não faço ideia de como dizer isso, mas também não quero mentir para minha esposa. Tínhamos acabado de sair da casa dos meus pais e Lauren dirigia para nossa casa em silêncio enquanto eu olhava alguns reels no Instagram tentando me distrair.
Algodão doce. Algodão doce?
Hmmm... Algodão doce.
-Amor, quero algodão doce.
-Algodão doce? _ Lauren perguntou me olhando de relance e voltou a atenção para a estrada. _ Onde vende isso aqui? Não lembro de ter comido aqui em Los Angeles.
-Não sei, vida. Eu só quero muito comer isso.
-Tem que ser hoje?
-Tem.
-Tá, eu vou olhar na internet onde tem por aqui.
-Obrigada.
-Melhorou mesmo. Já está com espírito de formiga.
-Boba. _ Beijei seus rosto ganhando um sorrisinho de lado e ela parou próximo de uma praça. _ Aqui tem?
-Espero que sim. Normalmente vendem em praças, mas qualquer coisa eu procuro em outra.
-Não vai se incomodar?
-Claro que não, minha princesa. Estou feliz de você pedir algo para comer hoje.
-Te amo.
-Eu também. _ Ela falou parando o carro perto de um carrinho de pipocas. _ Boa noite, amigo. Por aqui vende algodão doce?
-Boa noite, patroa. Até vende, mas o rapaz já foi embora.
-Obrigada, amigão.
-Nada.
-Vida, deixa isso pra lá. Vamos para casa.
-Eu vou encontrar, princesa.
[•••]
-Você não podia ter deixado isso acontecer, Camila! Que porra! E agora como a gente vai resolver isso?
-C-como assim?
-Camila, isso acaba com os planos de turnê, apresentações. Sabe quanto dinheiro a gente vai perder por isso?
-Aconteceu, Lo. _ Senti meus olhos encherem de lágrimas e Lauren passou a mão no cabelo. _ E-eu não pensei que a camisinha não fosse proteger.
-Você não pensa em nada mesmo. O que eu vou falar para a Republic?
-Lo, para de pensar só no dinheiro. O que a gente vai fazer?
-Eu preciso de um tempo para assimilar isso tudo.
-T-tempo?
-Eu realmente não queria um filho agora, Camila.
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O que acharam?
Esperavam essa reação da Lauren?😐
Comentem as expectativas dessa reta final.😶
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