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•✨ Railey

Então quer dizer que a vida é desse jeito mesmo, decepções, amargura, tristeza, mas... de fato existia um pingo de felicidade na vida da Railey, uma garota bastante temperamental de poucos amigos mas os que ela tinha com certeza eram fiéis e ela sabia disso e se não sabia um dia iria descobrir, desde pequena Railey sempre foi caidinha pelo seu vizinho Tommy e isso pode-se dizer que gerou algumas complicações na vida dela em maior parte da família já que a família da Railey não se dava tão bem com a do Tommy e também com a família da... conversa pra outro dia.
Railey estava agora deitada na cama, mas não na sua cama e sim na do seu amor meio que proibido.
o que vai querer comer agora? – perguntou Tommy vestindo a camisa.
– o que você quiser fazer.
– quer me ajudar a preparar? – falou ele se virando e sorrindo pra ela.
– com certeza, com você tudo fica bem...
Ela agora o puxa pela camisa caindo assim em cima dela que estava ainda deitada apenas com o cobertor cobrindo seu corpo.
– Railey... – disse ele indo para o lado dela deitando-se olhando para o teto.
– sim...
– o que seus pais acham disso tudo? não quero viver a vida toda desse jeito.
– não importa o que eles acham Tommy. – disse revirando os olhos e se vestindo.
– claro que importa, eu quero você mais do que tudo, mas isso complica... quero te tocar, te beijar. – ele dizia beijando as costas dela. – estar contigo sempre!
– é complicado e você sabe, estávamos tão bem por que você tocou nesse assunto?
– esse é o segundo dia que você falta a escola pra ficar aqui comigo.
– então esse é o problema?
– não...
– e qual é? – pergunta ela agora de pé indo para a janela.
– só... quero que você seja feliz, e sinto que só comigo você não vai ser feliz.
– quem colocou isso na sua cabeça Tommy?
– eu... quem mais colocaria?
– não sei... esses seu amigos da faculdade talvez?
– eles não são assim!
– tá certo então, vai indo preparar nossa comida que eu já vou te ajudar.
Tommy a olha com indiferença e segue para a cozinha apenas com sua camiseta regata e sua cueca, Railey o observava sair de fininho e então corre até a estante do quarto e pega seu celular discando o número da Pearl.
– Railey!
– oi amiga, sei que não sou muito de ligar e você também sabe mas eu tava pensando que a gente poderia matar aula amanhã.
– não vai dar... queria de verdade, mas eu tô de certa forma querendo focar nos meus estudos. – falou Pearl.
– desde quando você estuda? brincadeira, tá certo então... vai perder as novidades.
– que novidades?
– ia te contar amanhã mas já que não quer ir... – dizia Railey se olhando no espelho.
– Railey, você já faltou dois dias a escola só nessa semana, queria que você estivesse mais presente comigo...
– e eu tô amiga...
– não! não tá, você tá agindo como a Kate, Wendy, Emma... todas elas foram se afastando aos poucos.
– se chama vida Pearl.
– sei que temos mas... tem toda aquela coisa de amizade, sinto que posso estar ficando pra trás nesse quesito.
– deve ser coisa da sua cabeça, olha, se é tão importante pra você eu dou um jeito de ir amanhã...
– ótimo, a novidade é sobre quem ou o que?
– sobre o meu vizinho... – disse Railey rindo.
– não vai me dizer que finalmente conseguiu pegar ele...
– beijos amiga, amanhã mais detalhes, tenho que dormir cedo, se não acordo insuportável.
– não desli...
Railey agora guarda o celular e segue para a cozinha onde estava Tommy preparando macarrão com alguma coisa assando, parecia galinha enquanto Railey se aproximava ele cantava uma música, ele nunca foi de cantar em público e tinha vergonha de se mostrar mas tinha esquecido que Railey estava naquela casa.
linda voz!
– por que não fez sinal dizendo que estava aí? – disse ele se recuperando do susto.
– só queria te ouvir cantar...
– já tá dando a hora de você ir embora.
– quer que eu vá?
– claro que não! mas imagina seus pais resolver ligar para a escola ou qualquer coisa do tipo.
– vou comer rápido então.
Os dois comiam enquanto se olhavam, o coração dos dois praticamente sorriam um para o outro, o brilho naquele olhar e tudo mais fazia Railey se apegar ao amor dele mais do que nunca, ela não gostava de sua família o que a mantinha longe de todos, ela nunca revelou isso para suas amigas mas ela se sentia mais confortável em se abrir com Emma e Pearl justamente por terem problemas com a família quase parecidos, Kate também tinha mas ela agia de forma diferente sobre esse assunto.
acabou? – perguntou Tommy.
– ah... sim.
– quer que eu te leve, já está um pouco tarde...
– não, não precisa.
Railey se levanta e vai até a cadeira em que Tommy estava, da um beijo nele e vai pegar suas coisas no quarto, Tommy a observava sair da cozinha e rapidamente se levanta e a segue até o quarto.
você tá bem?
– sim, por que não estaria? – fala Railey vestindo suas roupas.
– você se fechou do nada.
– não é nada com você, é só que quando chega a hora de eu ir... sinto um vazio.
– já estamos prestes a acabar com isso Railey...
– não, não estamos, quem você quer enganar?
– ninguém, só querendo te deixar feliz até por que meu mundo sem você nele não é nada.
Railey agora se senta na cama e começa a chorar, suas mãos cobrindo seu rosto com vergonha do Tommy ver mas o mesmo segue até a cama e a abraça com força dando um leve sorriso enquanto seu olhar brilhava juntamente com as lágrimas que estavam prestes a cair também.
é muito difícil sabe... tento me manter forte mas não consigo ficar assim por muito tempo, também sou humano!
– sabe o que você vai fazer? – falou Tommy segurando seu rosto. – você vai pra sua casa, não vai ligar pra nada que ouvir, vai direto pro seu quarto e aí você me liga e conversaremos a noite toda, ok?
– ...
– ok Railey?
– tá bom.
Os dois dão um último beijo e então Tommy a acompanha até a porta, Railey vai pela rua devagar olhando para todos os lados cautelosa para que ninguém a visse a frente de sua casa estava escura mas na varanda tudo estava claro, seu pai estava dormindo na cadeira de balanço, ela caminha bem devagar para não acorda-lo e finalmente abre a porta de sua casa conseguindo entrar dando de cara com Suzanne sua mãe.
– onde você estava?
– na casa da Pearl...
– eu já disse que não quero... esquece não adianta falar não é.
– ainda bem que se tocou, não vou ficar muito tempo aqui.
– pra onde você vai?
– até o shopping, preciso fazer umas compras. – dizia ela prestes a subir as escadas.
– com que dinheiro?
– com o que vocês me davam quando lembravam que ainda tinha filha.
– já é tarde Railey, se você for vai ficar pouco tempo por lá.
– ótimo!
Railey continua subindo as escadas até finalmente chegar no seu quarto, em questão de segundos ela se troca vestindo outra roupa e começa a arrumar sua bolsa, com poucas coisas mas mesmo assim precisava ser arrumada assim como seu quarto, já que ela não passava muito tempo na sua casa quase não arrumava nada por lá.
Ela estava agora descendo as escadas até se separar agora com seu pai no final dela e sua mãe logo atrás.
onde você pensa que vai? – berrou seu pai.
– ao shopping... – falava descendo um degrau.
– você não vai, já está tarde!
– não importa, eu sei me cuidar, você é tão presente que nem me viu entrar aqui nessa casa! – gritava ela.
– você é um desgosto pra essa família Railey!
– não importa! vocês não gostam de mim e eu não gosto de vocês, estamos ótimos assim não é? estou cuidando do meu futuro e olha... sem a ajuda de vocês.
– cuidando do futuro... – ele riu. – faltando a escola e indo pra casa do vagabundo do Tommy?
Naquele instante o coração da Railey havia congelado, seu pai a olhava com desgosto e sua mãe também que agora estava chorando, Railey agora estava sentada na escada sem saber o que falar e muito menos o que fazer mas em um piscar de olhos ela se levanta e desce em direção a porta passando por eles até seu pai segurar seu braço e a olhar no olho.
você... não vai! – dizia seu pai rangendo os dentes.
– e quem vai me impedir? você? – Railey começa a rir. – essa rivalidade tosca com a família do Tommy é entre vocês e os pais dele, eu e ele não temos nada a ver com isso então... sugiro que você largue meu braço ou eu vou fazer um escândalo no meio da rua!
O olhar dos dois era desafiador, Suzanne agora estava na escada chorando enquanto Railey se encarava com seu pai até ele soltar seu braço e ela sair rua afora o mais rápido que conseguiu, seu braço estava vermelho de tanto que ele apertou, o que a Railey queria era simplesmente chorar mas então engoliu o choro e seguiu até o shopping daquela maldita cidade.

Pelo shopping ser um pouco perto de sua casa ela chega em minutos depois de andar um pouco, ela queria gastar praticamente todo o dinheiro que vinha juntado por anos até que lembrou que precisava dele para o futuro que planejava com o Tommy.
Agora ela estava a caminho da loja da Zara, estava quase fechando, havia poucas pessoas na loja por conta da hora e lá estava ela olhando uma jaqueta preta com alguns gliters no ombro pensando em comprar, ela tira a jaqueta da demonstração e começa a observar cada detalhe até alguém tocar em seu ombro.
Railey?
Railey sem se virar põe de voltar a roupa onde estava e se vira lentamente olhando com um olhar de desprezo antes mesmo de olhar cara a cara pra pessoa que havia lhe chamado.
ainda trabalha aqui? – falou Railey.
– sim... mas estou morando em Willow Side agora.
– ainda bem, não quero mais cruzar com você.
– aí qual foi Railey, éramos tão amigas...
– isso mesmo que você falou, e você tá querendo enganar quem Marie? só por que se mudou, só por que deixou sua antiga vida para trás não quer dizer que você seja boa.
– você tem razão sabe... – falou Marie dando um passo à frente aproximando-se de Railey – continuo a mesma filha da puta traíra, mentirosa que você conheceu.
– e não me deixa surpresa, agora com licença que tenho compras a fazer...
– eu ainda não acabei!
– mas eu... acabei, sabe Marie você se acha tanto não é? você simplesmente precisa entender de vez que você não é mais nada pra mim e...
– como anda o Tommy? – interrompeu Marie.
– você não se atreva a falar sobre ele!
– pobre Railey não é... pegando resto dos outros, não sei o que você vê nele, aliás... não sei o que eu vi nele naquele tempo.
– você o magoou!
– e você não?
– ...
– oh... você não contou a ele? o que ele vai achar, foi magoado duas vezes praticamente no mesmo dia e além do mais...
Naquele instante tudo o que a Marie falava ecoava pelos ouvidos de Railey que só sentia raiva com todas aquelas palavras, suas mãos ficavam trêmulas e a raiva subiu até a cabeça e tudo que a Marie agora vê é o tapa que a Railey tinha dado e com isso um empurrão, Marie cai por cima dos manequins enquanto Railey a olhava no chão sem um pingo de dó.
você escorregou? desculpa...
– você vai me pagar garota! – falou Marie com a mão no rosto enquanto se levantava.
– sorte a sua que não tem quase ninguém na loja, imagina o mico que ia ser pra você.
– você vai pagar caro por isso sua vaca!
– esperando... – falou Railey pegando algumas roupas e indo para o caixa. – ah... arruma isso tudo aqui ok?
Marie agora estava com um ódio mortal da Railey, enfim nasceu naquele lugar uma rivalidade antiga porém mortal, uma rivalidade que podia fazer daquela cidade o mais completo inferno e que com certeza iria envolver ambos familiares, tudo estava somente no começo.
Railey agora estava indo para casa, realizada pelo que tinha acabado de fazer porém um pouco trêmula com medo de que seu segredo chegue aos ouvidos do Tommy, ela com certeza o amava mas aquele segredo poderia deixa-la mais uma vez sozinha e agora sem o Tommy.
Railey chegava na sua casa, tudo estava escuro, obviamente seus pais já tinham ido dormir, Railey apenas entra em sua casa e segue para seu quarto, vai até o chuveiro e começa seu banho, um banho relaxante para ela que passou por um dia bastante turbulento e estressante, após o banho ela simplesmente deita na cama e pega no sono o mais rápido que conseguiu.

No dia seguinte Railey acorda descansada e feliz após lembrar do que tinha feito com a Marie, assim que acorda ela já começa a se arrumar para fingir em ir para a escola pois iria pra casa do Tommy, após ficar totalmente pronta ela pega seu celular e liga para Tommy.
alô?
– Tommy? tudo certo por aí? – perguntou Railey.
– tudo sim meu bem...
– então estou indo.
– Railey... você não disse que iria para escola hoje?
– mas eu tô com saudades, ontem foi um inferno aqui em casa e no shopping.
– o que teve no shopping?
Railey fica em silêncio por alguns segundos com medo de revelar que tinha visto a Marie.
uma vendedora me atendeu mau.
– ah sim, qualquer coisa se quiser eu caço ela e faço ela ser demitida. – disse ele rindo.
– não precisa meu lindo...
– então vai pra escola, quando voltar você passa um tempo aqui comigo.
– promete?
– por você qualquer coisa.
– tá certo, beijo.
Railey desliga o celular e pega suas coisas pronta pra escola, descendo as escadas ela encontra sua mãe que também estava saindo de sua casa.
onde vai? – pergunta Railey.
– agora vai fingir que se importa?
– ...
– foi o que pensei.
– sem lição de moral hoje cedo.
Railey sai na frente de sua mãe e segue para a escola, de todas as cinco do grupo ela era a única que morava perto de tudo, shopping, escola, mercado, entre outros estabelecimentos, o dia para ela só estava apenas começando e a medida que ela chegava na escola mais felicidade vinha em seu rosto, enquanto o tempo passava ela sabia que estaria mais perto de ficar com o Tommy.
Ao chegar na escola ela vai direto para o corredor de sua sala e de longe observa a Pearl uma grande amiga pra ela, sorrindo e devagar ela se aproxima e vai colocando a mão no ombro da amiga.
que susto merda! – grita Pearl se virando rapidamente.
– foi mal vida, não queria te assustar... – diz Railey sorrindo.
– você veio!
– claro que eu vim, prometi a você não prometi?
– amiga... – dizia Pearl olhando toda a roupa da Railey. – ...isso é uma escola, não um desfile de moda.
– gostou? comprei na Zara!
– tá, e o que queria me contar sobre o seu vizinho?
– nada demais, só que ele puxou assunto comigo ontem e quando eu estava vindo pra escola também.
– então já deu o primeiro passo não foi?
– isso, mas acho que ele só quer amizade enfim... vou vendo no que dá.
– as meninas já sabem? – pergunta Pearl bebendo água.
– não, e também não vou contar agora, primeiro quero ter certeza de tudo antes de sofrer, já não basta a Wendy e a Emma sofrendo...
– nisso você tem razão, a propósito vamos para a aula, você já perdeu muitas e eu não quero perder nenhuma.
As duas continuam conversando sobre o tal vizinho da Railey que se chamava Tommy, eles nunca tinham trocado uma palavra se quer durante todo esse tempo segundo o que a Railey dizia para as amigas, mas por algum motivo ele fez seu primeiro contato com Railey.
O corredor ia acabando e as duas chegavam na sala de aula, o professor ainda não tinha chegado então não iria contar o atraso das duas, Kim e Iasmin as olhavam de longe enquanto as duas procuravam um lugar para se sentar.
você viu? – disse Railey sentando-se.
– o que?
– aquelas suas amigas não pararam de olhar pra gente.
– foi sobre a conversa que tivemos no ônibus eu acho...
– foi séria?
– não sei se foi Railey, na verdade era algo que pra mim já estava resolvido, não sei pra elas sabe...
– entendo, e como tá a situação na sua casa com seu pai e tudo que vem acontecendo?
– é... – Pearl respira fundo enquanto mexia na sua bolsa. – complicado, ele quer entrar na minha vida novamente sem ao menos me conhecer.
– mas você deu espaço pra ele lhe conhecer? ou você simplesmente não quer?
– ...
– esse silêncio não responde nada Pearl.
– aí eu tô confusa ok?
– quem não ficaria nessa situação?
– a Kate por exemplo, tem uma ótima maneira de lidar com os problemas pessoais dela.
– sim, xingando os pais e depois descontando tudo no corpo dela...
– Railey!
– sou amiga dela e não vou passar pano para as coisas idiotas que ela faz...
– mas isso... esquece.
Railey deixa um pouco de falar e começa a olhar para a janela da sala pensando no beijo do Tommy e suspirando a cada instante e um pouco no tapa que ela havia dado na Marie, dentro de instantes Júnior chega na mesa da Pearl a olhando devagar, Pearl não sabia o que estava acontecendo apenas o encarava de volta com um olhar confuso, Railey estava pensando no Tommy mas também estava ligada com o que estava acontecendo, após Júnior sair de perto ela se vira para a amiga.
– o que ele queria? – pergunta Railey depois de observar tudo.
– tá afim de uma festa nesse final de semana amiga? – perguntou sorrindo para Railey.
– com você qualquer lugar! – respondeu Railey na mesma hora.
Depois disso o professor chega e a aula começa, Railey puxava assuntos com Pearl mas a mesma só queria prestar atenção na aula, eram seu último ano naquela bendita escola e ela não queria ter um pingo de preocupação em ir pra recuperação.

Mais tarde naquele dia as aulas já haviam acabado e enfim mais um dia se encerrava naquela cidade, Pearl e Railey caminhavam agora para a saída da escola para cada uma seguir seu caminho a partir dali.
– você vem amanhã de novo? – perguntou Pearl.
– tenho que sair com o Tommy esqueceu?
– Railey...
– o que?
– esquece, já tô cansada de te dar conselhos e você fazer tudo ao contrário do que digo!
– você não precisa cuidar da minha vida Pearl, sei muito bem cuidar de mim mesma... até qualquer dia. – falou Railey revirando os olhos.
Railey segue seu caminho sem olhar para Pearl que também seguia o dela, Railey agora andava o mais depressa que conseguia tudo para chegar no Tommy e ficar com ele, andava tão rápido que parecia que seu coração iria saltar pela boca, ao chegar na rua de sua casa ela olha primeiro para a varanda de sua casa e não vê ninguém, porém ao fixar seu olhar na casa do Tommy ela vê ninguém mais ninguém menos do que a Marie que agora abraçava o Tommy e se despedia dele, o olhar da Railey mais uma vez se fixou na Marie, então o confronto havia começado e com isso o segredo da Railey também foi revelado?

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