•✨ Desaparecida
Pearl balançava a cabeça para frente e para trás querendo que aquilo não fosse verdade, uma garota que mal sabia andar pela cidade, Wendy andava pelo parque procurando por alguém que batia com a descrição da Lindsey, perguntando pra várias pessoas se tinham visto a garota e a medida que recebia um “não” o medo da Pearl se tornava dela também, pois do jeito que o LeeLand estava tudo poderia acontecer e então o caso da April amiga da Kate, tudo girava na cabeça de Wendy junto com seus problemas.
Pearl tentava se levantar com a ajuda de Emma que tentava deixar ela sentada ainda.
– você não vai sair daqui nesse estado...
– Emma, a menina não sabe nem dar um passo nessa cidade, onde será que ela está!
– não sabemos... mas vamos encontra-la.
– se eu continuar parada aqui eu não vou encontrar.
– vamos esperar a Wendy voltar pelo menos... – Emma diz acariciando a amiga.
Pearl concorda com acenando com a cabeça enquanto esticava o pescoço pra procurar pela Wendy que pelo visto também tinha sumido entre as pessoas do parque, não demorou muito até Pearl surtar novamente e se levantar indo em direção a casa da Kim.
– você vai voltar lá? ela vai te chutar pra fora Pearl!
– não importa, a menina não sabe andar por aqui Emma, se fosse com qualquer uma de vocês tenho certeza de que não estariam tão calmas assim.
– não encontrei... – dizia Wendy aproximando-se.
– ótimo... – indaga Pearl. – vamos na casa da Kim, ela deve ter ficado por lá.
As três então seguem para a casa cujo qual a inimiga das três estava arrumando toda a bagunça com a ajuda de Iasmin na varanda, assim que Iasmin as enxerga indo até a casa ela corre pra dentro e chama Kim que logo aparece acompanhada da amiga, Pearl estava prestes a abrir o portão de madeira onde tinha uma cerca enorme ao redor da casa.
– podem parar aí! – gritou Kim. – estragaram minha festa e agora simplesmente aparecem na maior cara de pau?
– estamos procurando alguém, ela deve ter se perdido na cidade. – falou Wendy.
– se estragamos essa sua festa medíocre é porquê mereceu! – gritou Pearl.
– não viemos aqui para encontrar a Lindsey? – perguntou Emma.
– e viemos, só que essa garota se acha superior aos outros, sendo que não é, você não passa de uma vaca Kim!
– quero que você esqueça que eu existo, vai ver se eu tô na esquina.
Kim entra com Iasmin e fecha a porta deixando toda a bagunça do lado de fora enquanto arrumava tudo lá dentro, Emma se vira para Pearl confusa.
– porquê Júnior não está com elas?
– acho que foi pra casa...
– vai falar com ele?
– claro que não Emma, no momento acho que eu sou a última pessoa que ele quer ver.
– meninas, vamos focar na Lindsey, não quero ser interrogada pela polícia por um desaparecimento... – falou Wendy.
– mas todos que estavam nessa festa são suspeitos. – afirmou Pearl.
– não importa, só não quero ser mais uma, vou ajudar vocês a procurar mais um pouco e vou pra casa. – disse Wendy.
As meninas então continuam procurando pela Lindsey desaparecida, Pearl matinha seu coração na palma de suas mãos junto com Wendy que sentia a dor da amiga e que não queria estar na pele dela, só de pensar que poderia ir presa Wendy quase tinha um treco.
Emma andava sozinha pelas ruas de LeeLand procurando por Lindsey, as ruas estavam completamente vazias, até ela ver alguém vomitando atrás de uma árvore e logo deduz que só poderia ser alguém da festa bêbado, ela vai em direção da pessoa que estava com o dedo enfiado na garganta forçando o vômito.
– Wendy? – Emma se assusta ao ver a amiga.
– oi... – Wendy fala se levantando e limpando a boca.
– você ficou louca?
– aí Emma não enche, já estou bem melhor viu... acabei comendo demais na festa.
– e porquê não me procurou pra te ajudar?
– eu não pensei!
– pra pensar com a boca você pensa não é?
– me deixa em paz, vamos continuar procurando essa garota...
– não! não! você em primeiro lugar, sabe o que isso significa não é?
– nem começa Emma, só foi uma vez...
– de gole em gole a galinha vira alcoólatra Wendy!
– frase feita agora? me deixa em paz e vamos ajudar a Pearl...
Wendy deixa Emma falando sozinha perto da árvore e sai na frente procurando pela Lindsey, os olhos de Wendy estavam vermelhos e a coloração de sua pele havia desaparecido, estava totalmente pálida, Emma andava atrás da amiga caso algo mais grave acontecesse com ela.
Pearl estava agora passando pela ponte que ia até o centro de LeeLand na esperança de encontrar Lindsey e voltar com ela pra sua casa, mas quem ela encontra logo mais a frente é Júnior que conversava com alguns amigos que estavam na festa, Pearl se pergunta se deve chamar sua atenção ou apenas seguir pela ponte tentando ser invisível, mas então, ela resolver voltar, por ironia do destino ela escuta sua voz grave lhe chamar com delicadeza, ela para e se vira o observando caminhar em sua direção.
– porquê fez aquilo? – pergunta ele.
– você sabe porquê.
– mas comigo? então me usou desde o início pra conseguir fazer aquela merda?
– ah... qual foi Júnior? você é menino, com certeza deve estar bem falado por aí enquanto eu... inclusive a Kim estamos saindo como, putas, piranhas, vagabundas, entre outros xingamentos baixos...
– mas só era me dizer que ia fazer isso, fiquei como um idiota olhando vocês duas brigarem!
– e por quê não fez nada pra ajudar? olha Júnior... – Pearl respira fundo. – da licença que preciso encontrar uma pessoa.
Pearl passa por ele encostando sua mão na dele de propósito, seu olhar sedutor foi de encontro aos dele quando ele se vira e a observa caminhar para o outro lado da ponte, Júnior estava feliz com o que tinha acontecido pois por um lado, estava livre de Kim, por outro... não sabia se Pearl queria seu amor.
Emma ainda estava na cola de Wendy que revirava os olhos todas as vezes que olhava para trás e observava a amiga preocupada, seu celular toca fazendo Wendy parar um pouco de andar.
– alô? – responde Wendy.
– está livre?
– quem tá falando?
– Henry...
– ah... depende.
– me diz onde você está que vou te buscar.
– não sei se devo ir...
– fala sério Wendy, você está me devendo faz muito tempo um saída.
– estou na rua 370 em LeeLand próximo a pequena praça
– chego aí em instantes.
Wendy desliga o celular e se vira para Emma que a olhava com uma das sombrancelhas levantada prestes a falar alguma coisa.
– vai sair com quem? – diz Emma.
– Henry está vindo...
– e você vai deixar a Pearl na mão?
– você da conta de achar.
– sério Wendy? que merda você tomou nessa festa, você não está agindo como você agiria normalmente...
– estou devendo a ele essa saída faz muito tempo, como o mesmo disse na chamada.
– e tem que ser agora? – Emma levanta a voz.
– calma...
– aí Wendy, faz o que quiser da sua vida, vou procurar a Lindsey.
As duas agora seguem caminhos opostos, a coloração no rosto de Wendy voltava a aparecer aos poucos, mas o desejo de vomitar que saia de suas entranhas era muito forte, mas ela tentava se manter focada, Wendy segue para a praça pra esperar pelo Henry que iria busca-la.
–★–
Kate ainda continuava a cantar, sua voz pelo visto impressionava Victor a cada frase da música, em cada gesto que ela usava, até mesmo Hope ficava impressionada, Paolla olhava para o celular não dando atenção para Kate que terminava a música.
– And I don't talk shit about you on the internet, never told anyone anything bad, Cause that shit's embarrassing, you were my everything, and all that you did was make me fucking sad...
– tá bom... – interrompeu Victor.
– não fui bem? – falou Kate.
– foi incrível! e pra poupar sua voz resolvi te deixar relaxar, você só parece tensa no palco e...
– deve manter contato com o público. – falou Hope. – parece uma mosca morta no palco.
– se eu pareço...
– ela está certa Kate, estamos fazendo isso pro seu bem, nessa gravadora formamos cantores para o mundo da música, e quero que você seja a próxima... – falou Victor sorrindo.
– enquanto a mim você não está nem aí não é? – Hope diz.
– é aí que você entra Hope...
– não entendi.
– não precisa entender por agora, vem Kate, vamos assinar o contrato e você já pode ir...
Kate o acompanha para outra sala, Hope agora estava sentada respirando o mais fundo que conseguia para tirar seu ódio do corpo, Paolla se aproxima da irmã pra tentar acalma-la.
– essa garota vai arruinar tudo Paolla!
– não vai... Victor gosta de você.
– não! ele gosta mais de dinheiro e essa tal de Kate pode dar uma baita grana pra ele.
– o que você vai fazer?
– infelizmente... vou fazer essa garota desafinar.
Hope se levanta e logo Paolla vai atrás com medo do que a irmã pudesse fazer, seu olhar agora continha ódio, Hope da um empurrão na porta e entra dando um susto nos dois.
– desculpem o susto... – dizia ela. – mas... cá entre nós amor, como você vai adicionar ela como uma nova cantora a ser descoberta?
– já te disse como, você vai apresentar ela...
– eu? – gritou Hope.
– sim, quem mais iria? a Paolla?
– Victor não acredito nisso, passei dias, meses, anos, pra conquistar algo na vida enquanto essa daí só cantou um verso de uma música!
– dói não é? ver uma negra se dando bem...
– você não ponha palavras na minha boca sua cadela!
– pois fique você sabendo que eu não vou me rebaixar um minuto se quer a essa... essa sua maneira de falar...
Hope respira fundo para não falar mais nada e se senta ao lado de Victor que agora entregada os papéis para Kate assinar.
– pode assinar se quiser fazer parte da nossa equipe... – dizia Victor. – prometo a você que vai ser muito reconhecida e, se não for, vamos lutar por isso, não vou te deixar sozinha.
Kate pega sua caneta, Paolla estava de pé na porta fixando seu olhar nela, Hope estava ao lado de Victor com o braço apoiado em seu ombro, suas mãos soavam aos poucos, estava agora lendo o nome “assinatura” milhares de vezes, sua respiração ficava ofegante, ela segura a caneta com força e ao colocar a ponta na folha seu celular toca, ela nem se quer olha pra ver quem estava ligando apenas pede licença para Victor e se retira da sala.
– alô?
– oi Kate...
– seja lá quem for você obrigado, não sei se assino ou não.
– assina o que?
– esquece, quem é?
– Will...
– ah... faz tempo não ouço sua voz.
– andei ocupado esse tempo, eu não amava a April de verdade mas sentia um carinho por ela.
– carinho e traiu ela?
– como eu falei, eu não a amo...
– sabe Will, antes eu tinha a certeza de que poderíamos dar certo, mas você se mostra impulsivo, raivoso e descontrolado.
– eu só fiquei com raiva naquele dia... me perdoa?
– não sei se devemos continuar nos vendo, na verdade nem sei se devo te perdoar...
– por favor Kate...
Kate agora se senta olhando para a sala onde Victor estava e olha para a janela, já estava muito tarde e tudo começou a ficar confuso na sua cabeça, perguntas do tipo “que gravadora faz uma entrevista nesse horário?”, Kate volta sua atenção para Will que ainda estava na linha.
– se me perdoar... apareça na minha casa qualquer dia, vou lhe mandar o endereço e... por favor, vem...
Will desliga sem esperar Kate dizer mais nenhuma palavra, a mesma agora se levanta indo para a sala em que estava, todos estavam no local menos Paolla que não estava mais lá, Kate se senta devagar na cadeira em que estava e manda a folha e a caneta de volta para Victor que a olha com indiferença enquanto Hope lançava um sorriso de lado.
– preciso de mais tempo pra pensar... se não se importa.
– assim do nada? – Victor franze a testa.
– não é do nada... eu, estou confusa e preciso de tempo, se não quiser me dar esse tempo eu entendo...
– não... pode ter o tempo que precisar, não dou a cara pra um talento tão fácil assim.
– obrigada pela oportunidade. – disse Kate se levantando.
– ele não da oportunidade pra qualquer uma fique você sabendo! – falou Hope também se levantando.
Kate ignora Hope e acena com a cabeça para Victor que continuou sentado naquela cadeira enquanto Hope a observava sair da sala, Kate entra no elevador e aperta para o térreo, sua mente estava limpa e segura de alguma forma, ela sabia que precisava de um certo tempo para pensar em algo tão sério como seguir a carreira de cantora, embora fosse seu sonho desde criança praticamente, mesmo seus pais não apoiando em nada ela estava disposta a correr atrás de tudo sozinha mas... ela pelo menos estava feliz consigo mesma.
–★–
A perna de Railey ainda doía um pouco mas, se ela quisesse sair daquele quarto do hospital o mais rápido possível deveria treinar um pouco, ela usava as moletas que estavam perto da cama em que estava de repouso e andava em círculos pelo quarto, as vezes doía demais então ela apenas descansava, naquela noite ela não conseguiu pregar os olhos com o que tinha descoberto sobre sua família, tudo que lhe deixou em choque foi saber que sua mãe não era tecnicamente sua mãe.
Seu subconsciente lhe dizia para ligar pro Tommy, ela gostava dele mas era necessário de verdade deixar claro que precisava deixar ele ir, ela sentia que ele a amava mas, não era prudente continuar com aquela relação e devia deixar claro de uma vez, ela caminha de um pé só com a ajuda da moleta até seu celular que estava no criado mudo e digita o número de Tommy.
– Railey? – pergunta ele com a voz trêmula.
– ...
– Railey, estou ouvindo sua respiração, porquê me ligou?
– preciso falar com você.
– pode falar.
– pessoalmente, por favor.
– ainda está no hospital?
– claro, minha perna não vai melhorar da noite pro dia Tommy, vem logo... – Railey olha pro relógio. – mas se bem que já está tarde, melhor você vir amanhã.
– não... se quiser vou hoje.
– vai pra onde? – pergunta uma voz de fundo.
– quem é? – pergunta Railey.
– minha mãe... voltou hoje cedo de viagem, e já soube de tudo entre nós.
– passa pra ela... quero contar umas verdades na cara dessa velha ridícula!
– não... amanhã eu vou! – cochichou ele.
Railey não teve chance de dizer mais nada, Tommy desliga o mais rápido que conseguiu deixando Railey no escuro mais uma vez, ela se senta devagar na cama revirando os olhos com dor na perna que estava quebrada e deita na cama agora pronta para dormir enquanto pensava como iria despejar o seu amor de alguns anos por quem omitiu até para as amigas para que a notícia não chegasse nos ouvidos de seus pais ou até os pais de Tommy, incluindo seus talvez inimigos, Zack e Marie.
–★–
Emma continuava caminhando pelas ruas ainda mais escuras de LeeLand, seu coração acelerava mais e mais a cada passo que dava, não sabia para onde ir mais então resolve voltar até a casa de Kim que agora estava completamente limpa e escura, ela se estressa por uns instantes e volta decidida a ir embora até esbarrar com alguém.
– que susto! – disse ela com a mão no peito.
– desculpa, estou indo pra casa já... – falou a pessoa cambaleando.
– espera, você me é familiar...
– sou?
– não é amigo da Kate?
– Ka-te ss-im. – falou ele gaguejando
– Luke não é?
– sou...
– o que faz aqui tão longe de New Garden?
– só... curtindo...
Ele fala isso e simplesmente sai andando cambaleando batendo em tudo que é lugar, Emma resolve dar a volta na casa de Kim, tudo que conseguia ouvir era o barulho dos grilos e o coachar dos sapos que provavelmente estavam escondidos na grama, Emma observa atentamente o pé de alguém logo atrás da casa virando a esquerda, ela segue e observa ninguém mais ninguém menos do que a Lindsey, seu corpo completamente descoberto, sem roupa alguma, as roupas estavam ao lado do corpo, Emma se aproxima devagar e toca em seu pé que estava muito frio o que significou que ela já estava morta faz muito tempo, Emma começa a chorar desesperadamente, pega seu celular e liga para Pearl, suas mãos tremiam sem parar.
– encontrou? – Pearl pergunta.
– vem... – ela respira fundo enxugando as lágrimas. – vem até a casa da Kim, rápido!
– o que foi? você não parece normal.
– Pearl!
– estou indo...
Pearl desliga e segue o mais rápido possível até o encontro de Emma que agora estava sentada ao chão observando o corpo nu de Lindsey, a culpa passava por ela muito rápido, seu coração muito acelerado, ela desviava o olhar do corpo com medo de olhar, mas de uma coisa ela estava certa, a maioria que estava naquela festa iria ser interrogado, inclusive ela.
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