Na festa as meninas se divertiam como nunca enquanto as luzes não paravam de piscar, Wendy se divertia de seu modo com um clássico copo de bebida na mão enquanto dançava girando com seus olhos fechados no ritmo da música, Emma também estava com seu copo de bebida acompanhando Wendy caso ela precisasse de alguma ajuda, Pearl por outro lado dançava mantendo seu olhar sedutor na direção de Júnior que estava abraçando Kim no topo da escada.
Pearl sem avisar nada segue para o banheiro carregando sua bolsa que estava um pouco pesada com algumas coisas, Emma e Wendy continuaram dançando até Wendy se sentar cansada na varanda seguida por Emma que acompanha a amiga que já estava um pouco bêbada.
– você tá bem amiga? – pergunta Emma quase caindo por cima da amiga.
– estou... só estou sentindo falta de algumas pessoas que eu não deveria sentir.
– se for do Gustavo... se você está sentindo falta fale com ele.
– eu e ele somos muito amigos, e a forma que deixamos de nos falar foi estranhamente...
– nem vem Wendy, você mesma disse a nós que ele disse para o Fred que você gostava dele, mesmo que fosse nítido você confiou a ele algo que não era pro Fred saber.
– eu sei... – disse Wendy bebendo mais um pouco.
– então se a amizade ele é tóxica pra você... deve se afastar, mas se sente saudade fala com ele de novo.
– não é simples assim Emma...
– sei que não é, mas... como eu disse, não é culpa sua ele agir como um idiota, vou procurar a Pearl.
Emma se levanta para procurar a amiga enquanto Wendy continua na varanda com seu copo de bebida quase vazio, sua visão começa a balançar um pouco a deixando tonta, ela pega seu celular e começa a fuçar o Instagram de seus amigos que foram para tal festa em Willow Side.
Wendy sorria olhando os amigos se divertindo, ao passar para o próximo ela observa duas pessoas se beijando e estranha por achar já ter visto aquelas pessoas, ela então tira print da tela e vai até a galeria pra dar zoom na foto, a medida que seus dedos aproximavam das pessoas que estavam aos beijos mais seu mundo caía, Guilherme aos beijos com Fred, ela não acreditou, seu celular cai no chão enquanto ela vomitava um pouco, pega novamente seu celular e volta pra festa, pulando e dançando mais do que nunca, sua visão vai direto ao bolo que estava partido em pedaços para os convidados pegarem, Wendy se senta ao lado da mesa e começa a comer desesperadamente enquanto suas lágrimas caíam.
Pearl sai do banheiro e agora vai para a sala de estar onde continham várias pessoas dançando e conecta algo atrás da TV da casa da Kim, ela tem um leve susto assim que alguém lhe toca por trás.
– o que está fazendo? – pergunta Emma.
– o meu plano que tinha preparado.
– jurei que iríamos fazer isso nós três juntas.
– e vamos... mas a maioria das coisas eu já deixei prontas, agora preciso que você encontre o Júnior e peça para ele me encontrar aqui embaixo no banheiro.
– o que você está pensando em fazer Pearl...
– só procura ele, aquela Kim me odiava agora vou fazê-la me odiar mais ainda.
Pearl da as costas e volta para o banheiro enquanto Emma revirava os olhos e foi a procura de Júnior o mais rápido que conseguia andando por vários cômodos da casa no andar debaixo e não consegue encontrar ele, então Emma vai até o andar de cima passando por várias pessoas dançando no meio da escada até o ver sentado na cama em um quarto conversando com a Kim e mais algumas pessoas, Emma tenta chamá-lo de forma mais sútil possível mas não obtêm sucesso, logo então o próprio Júnior se levanta para fechar a porta e a vê acenando, diz alguma coisa para as pessoas que estavam no quarto e fecha a porta.
– é amiga da Pearl não é?
– sim... ela está querendo lhe ver no banheiro, lá no andar debaixo.
Júnior agradece pela informação e segue até o andar debaixo, no mesmo instante Emma pega o celular e avisa a Pearl com a seguinte mensagem... “ele está indo.”, e então a discórdia toda estaria quase formada, Pearl lhe manda uma mensagem de volta dizendo “dentro de alguns minutos pede pra Kim descer.”, Emma não estava entendendo o que a Pearl queria com tudo aquilo então desce pra pegar mais um copo de bebida e começa a esperar mais alguns minutos até mandar a Kim descer.
Wendy agora comia cada salgado e doce que via pela sua frente, suas mãos meladas, as pessoas passavam por ela e começavam a julgar, as lágrimas ainda escorriam de seu rosto como se ele estivesse prestes a dessecar, seu coração havia sido perfurado o mais fundo possível e então foi só uma questão de tempo pra tudo de sua infância voltar com tudo trazendo-a de volta ao seu passado obscuro.

–★–

Railey ainda estava na cama do hospital, depois da visita da Marie mais dúvidas sobre a família do Tommy e a sua começaram a surgir, ela não era tão chegada a sua família e então pra acabar de uma vez com tudo ela liga pra sua mãe discando o número mais depressa possível antes que a sua coragem se esgotasse.
– mãe... pode vir aqui no hospital, preciso te perguntar umas coisas.
– pode perguntar por aqui...
– não... prefiro pessoalmente.
– certo, dentro de meia hora chego aí.
Railey desliga o celular com o coração quase saindo pela boca agora restava apenas esperar por sua mãe onde por fim iria saber tudo que ocorria entre suas famílias.
Dentro de alguns minutos sua mãe chega e para surpresa de Railey sozinha, pois pra todo lugar que ela ia sempre levava seu pai como um animal na coleira, o olhar das duas se cruzam junto com um sentimento de raiva mesmo não sendo deixado claro, Railey se ajeita na cama e sua mãe se senta em uma das poltronas.
– e então... o que você queria?
– vou direito ao assunto, quero saber o que realmente tem na nossa família com a família do Tommy.
– você não vai gostar da história filha...
– agora eu sou filha? passei horas aqui no hospital e vocês nem me procuraram.
– não é você que diz que sabe se virar sozinha?
– e eu sei! mas agora preciso saber de tudo!
– se é assim que você quer...
Sua mãe agora sai da poltrona e segue até a cama de Railey sentando-se ao seu lado, ela respira fundo enquanto olhava no fundo dos olhos de sua filha e então... começa a falar.

“19 Anos Atrás”

Há muitos anos atrás Cindy, “mãe” de Railey e Lenna mãe de Tommy eram muito amigas, isso porquê desde a época do colegial as duas sempre foram confidentes, ambas já moravam sozinhas cada uma com seus devidos esposos porém em uma das famílias nada era como o esperado, Cindy não podia ter filhos e seu esposo Brian queria ter um filho o tópico da conversa dos dois sempre era esse, todo dia, na hora do almoço, na hora da janta, hora de ir trabalhar, e isso vinha desgastando Cindy que se via 100% pressionada com a ideia de ter um filho com o homem que amava.
– vai querer seu almoço agora querido? – perguntou Cindy da cozinha.
– sim... pode trazer.
Cindy põe a comida no prato e segue para a sala de estar onde Brian estava assistindo a algo na TV, põe o preto em um dos braços do sofá e se senta ao lado de seu esposo.
– quero lhe propor uma ideia... – disse Cindy ajeitando-se.
– que tipo de ideia?
– eu já falei com a Lenna e...
– falou o que com a Lenna! – exclamou Brian.
– que susto... – fala Cindy assustada. – que ela poderia gerar nossa filha ou filho...
– isso é loucura Cindy!
– porquê seria loucura?
– sabemos da sua atrofia no útero, ela também sabe, mas ainda acho que isso é uma péssima ideia...
– faz muito tempo você quer filhos comigo...
– eu sei... a Lenna já tem o Tommy...
– que já está com quase dois anos! – gritava Cindy.
– não importa, ela tem que dar atenção imediata ao bebê dela, não ao que ela vai gerar na barriga...
– certo Brian...
O tempo foi se passando e com isso a ideia da barriga de aluguel foi saindo da cabeça de Cindy, mas também Cindy foi até o hospital sozinha com Lenna escondidas dos esposos e foram realizar o procedimento, Lenna estava feliz em fazer aquele gesto para a amiga, Cindy também estava, mas uma certa coisa martelava em sua cabeça sem parar.
Assim que todo o procedimento acaba as duas saem do hospital o mais rápido possível voltando assim para as suas determinadas casas, Cindy assim que chega em casa encontra Brian parado na frente da porta perguntando onde ela estava o dia todo.
– eu saí com a Lenna...
– apenas isso tem pra me dizer?
– o que quer que eu lhe diga Brian?
– quero que me conte onde você foi com a Lenna, desde a nossa conversa sobre a Lenna criar nosso filho você mudou, aí de repente aparece depois do dia todo fora?
– estou cansada de não ser feliz, quero ser feliz com você!
– mas eu sou feliz do jeito que estamos...
– Lenna e eu fizemos a barriga de aluguel, agora mesmo ela pode estar esperando nosso filho ou filha...
– Cindy...
– não está feliz?
O silêncio de Brian foi o suficiente para Cindy perceber que havia feito uma grande merda em sua vida, depois que ele soube de tudo os dois quase nem se falavam, o tempo foi passando e com isso a barriga de Lenna vinha a mostra, mas em um dia qualquer, Brian demorou para chegar do trabalho, Cindy preocupada liga para seu celular e não obtêm respostas então segue para casa de sua amiga que esperava sua filha, já que eram próximas ela não bateu na porta, apenas entrou chamando pelo nome da amiga que estava no quarto completamente sem roupa alguma ao lado de Brian também sem nenhuma roupa, Cindy ao ver aquela cena começa a gritar de ódio querendo partir pra cima da Lenna mas, por estar esperando sua filha ela não faz nada enquanto Brian tentava separar as duas, o coração de Cindy agora se torna em ouro ódio e então foi tudo esclarecido naquele dia.
Tommy era na verdade filho do Brian e não do esposo de Lenna, eles estavam separados faz alguns meses logo após saber de toda a verdade e abandonar Lenna, Cindy fica mais chocada ainda e naquele instante a amizade das duas estava condenada, a única coisa que as matinha unidas era nada mais nada menos do que a barriga de aluguel que Railey iria nascer, Tommy foi um dano colateral de uma paixonite entre dois vizinhos.
Depois que Railey nasce, Lenna mora um tempo na casa de Cindy que já se conformou que não era mais amada pelo Brian e enquanto a amiga apenas o ódio por ela prevalecia, Lenna ficou com Railey até um ano de idade e então o resto tudo foi Cindy que a cuidou com muito amor mas ao olhar para filha sempre via o fruto do amor de Brian e Lenna o que a deixava com raiva, Tommy e Railey eram quase sempre proibidos de brincar juntos mas quando crescem e vão para mesma escola Cindy e Lenna não havia pensado na hipótese deles se aproximarem tanto, Brian ainda continuou casado com Cindy porém apenas no papel pois a mesma não lhe dava atenção pois só sentia raiva e ódio pelo ex esposo.

“Dias Atuais”

Railey assim que escuta toda a verdade não fica tão chocada pois parte dela já esperava que a história séria em torno de traição.
– então, você não é minha mãe? – pergunta Railey pausadamente.
– não... e quero que você entenda, não sou sua mãe de sangue, mas foi eu quem te criei, eu que te acompanhei cada idade, eu que estive com você... – Cindy começa a chorar. – eu te amo Railey.
Railey segura suas lágrimas para não chorar agora deitando-se na cama e ignorando sua suposta mãe que agora estava de pé diante dela.
– filha...
– por favor, me deixa sozinha por um tempo, tô com dor de cabeça e... só quero pensar, quando eu sair desse inferno falo com você.
– ...
– por favor.
– só quero que saiba que te amo...
Disse a mãe de Railey antes de sair do quarto do hospital, Railey agora se perdia em seus pensamentos, ela não sentia raiva de sua mãe, nem se Tommy, mas seu ódio se voltava contra seu pai e Lenna, os grandes culpados dessa história.

–★–

Kate estava soando com medo de não passar na tal entrevista que nem ela sabia como seria ou como iria acontecer, lá estava ela sentada em um sofá com um copo d'água em uma de suas mãos enquanto a outra arranhava suas pernas de tão nervosa que estava, Hope e Paolla a observavam de longe falando algo nos ouvidos umas das outras até o Victor chegar.
– está pronta Kate?
– se eu soubesse do que se trata.
– é só uma audição, só isso...
– só? – Kate franze a testa.
– isso, você vai apenas cantar e daremos início a sua entrevista.
– é pra cantar bem se quiser entrar pra equipe meu bem. – disse Hope.
– pode deixar querida...
Kate agora segue para o pequeno palco improvisado, Paolla torcendo para ela tropeçar em algo enquanto Hope e Victor a olhavam atentamente, Kate respira fundo, olhando os refletores a sua volta, ela fecha os olhos e apenas se imaginar estando sozinha naquela sala, sem Hope, Victor ou Paolla, ela se concentra a cada batida de seu coração e começa a cantar acusticamente sem a ajuda de aparelhos de som ou qualquer efeito na voz, assim que ela começa a cantar os olhos de Victor brilham cada vez mais, Hope por outro lado olhava o entusiasmo do namorado e criava mais raiva ainda de Kate, mas apenas a voz dela era ouvida no lugar.
– You called me again, drunk in your Benz, driving home under the influence, you scared me to death, but I'm wasting my breath...
A voz dela para Victor era como um anjo saindo do céu, Victor agora tomava um drinks enquanto a apreciava cantar.

–★–

Júnior entra no banheiro e observa Pearl sem a sua blusa usando somente a calça, Júnior fecha a porta do banheiro um pouco confuso.
– o que é isso?
– fiquei com saudade de você...
– estou aqui... – falou Júnior aproximando-se.
– agora você pode ser só meu.
Pearl antes de partir pra cima de Júnior aperta um botão desligando o som na sala de estar, Emma que estava do lado de fora corre para chamar Kim que a segue desesperada assim que Emma diz que o som foi desligado, Kim aparece no topo da escada acalmando todos enquanto descia os degraus seguindo para a sala.
– quem desligou isso? – dizia Kim olhando para o som.
– não sei, resolvi te chamar, antes que o pessoal se irritasse mais. – falou Emma.
E então as pessoas agora estavam boquiabertas apontando para a TV que agora transmitia toda a pegação de Pearl e Júnior, Emma ao ver a cena põe a mão na boca e começa a rir sem parar, porém, Kim sentia um imenso ódio, ela vai até o banheiro onde tudo estava acontecendo abrindo a porta com tudo começando a bater em Pearl que revida também enquanto as duas se xingavam, Emma num instante corre para ajudar a amiga enquanto Júnior sai do banheiro completamente constrangido enquanto as observava brigarem, várias pessoas filmavam aquela cena, Emma tentando ajudar a amiga até que Iasmin chega lhe dando um empurrão, a mesma então começa a bater em Iasmin, a briga estava feita, Wendy ainda estava em seu mundo chorando enquanto comia mas quando ouviu todo o barulho sai de seu transe e corre pra ver o que estava acontecendo e ao ver as amigas brigando tenta separar.
– solta ela Emma! – gritou Wendy puxando-a.
– agora vem pra cima sua vaca! – gritou Emma pra Iasmin.
– Pearl! – Wendy puxa a amiga que vinha com um pouco do cabelo de Kim nas mãos.
– você vai me pagar por isso sua vaca! – falou Kim rangendo os dentes.
– veremos então meu amor, cansei de ser a trouxa pra você nesse inferno de cidade! – gritou Pearl.
Kim no mesmo instante começa a gritar com todos pedindo para ele irem embora, dizendo que a festa já havia terminado, as pessoas começam a vaiar a dona da festa que manda todos embora na base do ódio enquanto xingava Pearl em seus pensamentos.
As meninas agora saem da festa junto com a multidão que só comentava da briga enquanto sorriam como loucos, as três param um pouco mais a frente da casa da Kim e caem no chão perto de um parque que estava um pouco vazio por conta da hora, só as pessoas da festa estavam naquele parque.
– vocês enlouqueceram? – perguntou Wendy.
– eu fui tentar ajudar a Pearl até aquela garota começar a me bater...
– era por isso que não queria contar a vocês. – completou Pearl rindo.
– tá bem, foi demais, incrível... se perguntou se o Júnior gostou? querendo ou não invadiram a privacidade dele.
– o que deu em você Wendy? – fala Pearl.
– desde que ela não fala com Gustavo está assim mal humorada. – disse Emma revirando os olhos.
– Gustavo beijou o Fred... – falou Wendy.
Pearl e Emma se olham e começam a rir não acreditando no que Wendy havia dito, ou não tinham certeza do que acabaram de ouvir, podia ser culpa da bebida ou do hype da festa ou da briga.
– estou falando sério... – continuou Wendy.
As meninas agora ficam sérias observando o olhar da amiga brilhando com as lágrimas prestes a vir.
– eles não te merecem Wendy... – falou Emma.
– isso, eles só estão te magoando, vai viver sua vida.
– agora vai ser um pouco difícil, tudo da minha infância voltou, estou me sentindo tão...
– gente! – Pearl interrompe. – cadê a Lindsey?
As três agora de levantam num só pulo do chão, algumas pessoas da festa ainda continuaram no parque junto a elas, Pearl começa a ficar nervosa com tudo, já eram quase meia noite e com a Lindsey desaparecida numa cidade na qual ela nem conhecia complicava muito pro lado da Pearl.
– eu tinha deixado ela com vocês! – falou Pearl.
– comigo não! – Wendy e Emma disseram em couro.
– meu Deus... eu tô fodida!
Pearl agora volta a se sentar no chão encostada numa árvore, toda a vontade de rir sumiu junto com a vontade de ajudar a Wendy seja lá com o que ela fosse falar, o medo agora era seu melhor amigo e ela não sabia por onde procurar a Lindsey apenas estava lá, sentada batendo a cabeça no tronco enquanto Emma a abraçava e Wendy tentava olhar por cima das pessoas pra tentar enxergar a garota.

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