Muitas horas se passaram desde nossa última conversa. Ao acordar, percebo que já é dia. Ao olhar ao redor, a paisagem semi-desértica com colinas ao longe e ao longo da estrada era muito bonita.

Adam me cumprimenta, dando-me um bom dia e questionando se estou bem. Trocamos poucas palavras depois disso, e eu fixava minha atenção em cada paisagem passageira, apenas imaginando o quão distante poderia estar de casa.

Não muitas horas depois, chegamos a um ponto onde havia uma floresta ao nosso lado direito e em nosso lado esquerdo, uma grande pradaria. Adam anunciou que estávamos chegando e começou a dirigir para uma discreta cabana que se mostrava ao longe situada entre um campo de vegetação seca e a vasta floresta.

Ao sair do carro observo a antiga cabana. Não estava em mau estado então deveria haver alguém lá.

Ao nos aproximarmos um homem mais velho surge próximo à porta. Era como se ele soubesse de nossa chegada e estivesse esperando por nós.

Entramos e pude ver o interior bem humilde, no qual se destacava mais uma pequena mesa redonda com dois banquinhos.

Eu me sentei em um dos bancos esperando enquanto Adam conversava em outro cômodo com o senhor desconhecido. Quando ambos voltam o senhor se senta no banco em minha frente e me encara, não de forma rude ou assustadora, apenas como se buscasse implicitamente por alguma resposta.

Senhor: Meu nome é Sebastian. Adam me contou tudo o que aconteceu na noite passada e me colocou a par da sua situação. Me diga Mathew, você não tem ideia de onde veio?

Mathew: Eu... Não tenho certeza. Na noite passada eu apenas estava naquele lugar, não sei como e nem onde está minha família.

Sebastian: E você já havia visto algo como ontem antes?

Mathew: Não, nunca... Quer dizer... Não desse jeito.

Sebastian me ancara intrigado e depois de olhar Adam por um brev momento pigarreia como se limpasse a garganta.

Sebastian: Para ser sincero nós nunca vimos algo assim. Você é um tanto quanto diferente... Mathew.

Mathew: Como?

Sebastian: Quando Adam te encontrou, aquele ser já havia estendido a mão em sua direção. Geralmente isso seria o fim. Entretanto, aqui está você. O que quero dizer é que de alguma forma, o poder dele não funcionou em você. Bem... Pelo menos não como deveria.

Adam: Nós já encontramos algumas outras pessoas resistentes aos poderes de controle mental deles como é o caso do senhor Sebastian. Mas você...

Sebastian: Eu talvez tenha uma teoria. Entretanto, o importante neste momento é que você está seguro. Não se preocupe vamos cuidar de você.

Após ouvir as palavras daquele homem eu sinto uma sensação estranha. Minha mente estava pesada assim como minha respiração. Meus olhos embaçara, era como aquele breve  ultimo momento de lucidez antes de cair no sono.

Era como se eu tivesse perdido a consciência por um momento. Abro os olhos quase que em um sobressalto e percebo algo diferente... uma sensação de calor, algo macio sobre mim. Eu estava em minha cama.

Com os olhos ainda embaçados consigo ver minha mãe ao meu lado, minha vó dormindo em seu sofá antigo e a luz que adentrava pela janela de vidro da porta, pois já era dia.

Por um momento houve silêncio em minha mente ainda nebulosa.

Mathew: Foi um sonho?

Naquele momento eu não sabia, mas este era apenas o começo.