Parte 2 - Capítulo 1: Mal entendidos
Eu não sabia o que fazer.
Saí correndo atrás de Minho mas as pessoas simplesmente não saíam da minha frente. O lugar era pequeno mas mesmo assim não o encontrava.
Senti alguém segurar meu pulso, puxei com toda força antes de virar e puxaram novamente.
— Seolhee, seus amigos, saíram, estão lá fora.— Nathaniel me segurou com a expressão séria e eu continuei procurando por Minho.— Por que não vai lá fora?
— Não acho que ele esteja lá fora.— A esse ponto nós estávamos gritando pelo volume da música. E continuei procurando por Minho com os olhos.
— Seolhee.— Nathaniel segurou meus ombros.— Espera um pouco, não deixe o impulso te controlar.— Ele segurou minhas mãos e por algum motivo... eu não queria me sentir relaxada com isso, apesar do meu coração estar quase saindo pela garganta.
— Nathaniel! Me esquece, acorda, a gente não se conhece mais, você não sabe quem eu sou e eu não quero saber quem você é, me solta.— Eu gritei no seu ouvido e fui até o bar onde logo encontrei Minho, sozinho.
— Seolhee. Estava te esperando.— Ele deu um sorriso fraco. Ele estava com um copo, parecia whisky.
— Você está bebendo?— Perguntei incrédula.— Minho o que é isso?
— Eu fiquei desanimado, resolvi me animar. Fiquei chateado que logo após eu me confessar, você estava sorrindo para outro homem.— Ele sorriu visivelmente bêbado.
— Você é maluco?— Fiquei em pé em sua frente sem saber o que fazer.— Você não prefere conversar primeiro?
— Seolhee, ele tocou sua perna e ficou um tempo assim, você não sentiu?— Ele bebeu de novo.— E você sorrindo pra ele.
— Eu não senti, provavelmente por conta dessa calça estar parando com a circulação do meu sangue. Mas Minho, sai desse bar, vamos conversar.— Já estava desconfortável perceber que haviam pessoas nos olhando.
— Você sempre me fez de bobo... Eu aceitei.
— Minho... Eu vou embora.— Olhei ele já impaciente.
Ele estava completamente maluco, não sabia que ele era possessivo a este ponto. Sequer namoramos formalmente.
— Pode ir.— Ele pagou e se levantou indo em direção a algum lugar que eu não sabia que existia, uma cortina preta.
Eu queria chorar, que doidice é essa? A gente mal começou a namorar e ele fica assim?
— Minho! Você está visivelmente transtornado, se não quiser acabar com nosso relacionamento antes de começar, vamos pra casa.— Atravessei a cortina e ele me abraçou, seu coração estava acelerado.— Minho, está escuro aqui.
— Assim eu não preciso olhar nos seus olhos.— Ele começa a acariciar minha nuca ainda me abraçando.
Não consegui devolver o abraço pois ele me apertava e apertava meus braços.
— O que você tem? Você ainda é menor de idade, por que diabos está bebendo whisky? Você está maluco?— Exclamei com a voz trêmula.
— Eu...— Ele me soltou e se encostou em algum lugar.— Seolhee eu sou o filho mais velho. Eu trabalho e cuido do meu irmão. Nós moramos "sozinhos".
— O que? Não tinha um momento melhor para explicar isso?— Falei sem saber como reagir.
— Eu estou explicando... o porquê eu bebo, eu precisava de algum vício para sair um pouco dessa vida ruim, espero que você possa me ajudar nisso.— De repente ele segurou meu rosto e beijou minha bochecha.— Eu gosto muito de você, eu quero você, por favor não me deixa.
— Minho eu nunca pensei nisso.— Ok talvez eu tenha pensado um tempinho atrás.— Minho vamos sair daqui.
— Eu quero dormir com você.— Ele se apoiou em mim.— Eu quero ficar para sempre com você.
— Acho um pouco cedo, quando você me pedir em namoro eu talvez pense na possibilidade.
Eu não encontrei mais ninguém do grupo por perto, pedimos um carro para a casa do Minho, e eu simplesmente esqueci de mandar mensagem para eles avisam e então aqui eu estava.
Na cama do Minho presa de baixo dele. Ele dormiu e eu mal consigo respirar.
— Bom, geralmente ele bebe sozinho no quarto dele, papai fazia a mesma coisa, mas pelo menos o Minho sabe se cuidar, papai parecia um bebê...— Minjun, o irmão de 13 anos do Minho estava ali me encarando sofrendo na cama do Minho.
— Eu sinto muito por isso Minjun, não é fácil ter tendência alcoólatra na família.— Eu tentei demonstrar uma expressão de empatia mas sem conseguir respirar era difícil.— Você não consegue tirar ele de cima de mim?
— Ele treina, ele pesa meu quadruplo.— Ele deu de ombros.— Mas eu posso tentar.
— Tem alguma coisa que ele não faz? A cada minuto descubro algo diferente.— Suspiro e começo bater nele.— Minho!!!! Você vai me sufocar!!!!
— Ah desculpa...— Ele se virou de barriga para o teto e eu vi... eu vi.
Eu vi um pouco da sua barriga musculosa.
E o Minjun me observou vendo o que eu olhava.
— Eu disse.— Ele gargalhou.
— Que vergonha. Desculpa Minjun, sério.— Me levantei ajustando minha roupa saindo da cama.
— Ele fica sóbrio rápido, dá uma água para ele, boa noite.— Minjun foi embora e fechou a porta.
— O que?— Observei Minho todo aberto na cama.— Você está bêbado ou cansado?
— Cansado, fiz muita coisa hoje.— Ele abre os olhos.— Pode me dar a água?
Procurei pelo quarto e havia uma garrafinha.— Isso não é cachaça não é?
— Não, não é.— Ele sorriu calmo.
— Minho.— Entreguei a garrafinha em que ele logo bebeu e me olhou após chamá-lo.— Posso te beijar?
Meu coração acelerou, nunca tive tanta coragem na minha vida.
— Seolhee.— Ele virou a cabeça pro teto e suspirou.— Você não percebe que esse é o melhor momento pra um erro?
— Hein? Não, eu só quis te beijar o dia inteiro desde quando eu te vi-
— Meu Deus. Cala a boca. — Ele gargalhou e se encolheu na cama.
— Você está me deixando chateada e frustrada eu não estou entendendo.— Me aproximei tentando obter respostas mas minha vontade era pular pela janela que havia eu meu lado, eu falei demais.
— Eu posso ser maluco mas você é mais.— Ele se sentou na cama me olhando.— Seolhee você é maluca.
— Sabe. Isso é ofensivo.— Eu o olhei séria não entendo nada de suas afirmações.
Ele puxou meu rosto e me beijou.
Finalmente e eu sorri.
Ele sorriu quando eu sorri.
— Seolhee não faz isso. Eu estou bêbado e não tem nada para me impedir além do seu consentimento, óbvio, de te beijar por horas seguidas e fazer você dormir abraçada comigo.— Ele ainda segurava meu rosto e me beijou novamente devagar, e cada vez mais devagar, fazendo eu sentir todas as emoções possíveis do meu corpo.
— Mas...— Falei meio ao beijo.— M-minho.
— Seolhee?— Ele meu puxou para um abraço em seu colo.
— E se eu quiser o que você quiser?— Falei com um sorriso desajeitado.
— Olha sua cara no espelho, essa é a cara de alguém que tem certeza de alguma coisa?— Ele mostrou a câmera frontal do celular dele e bateu uma foto minha.
— Meu Deus, Minho, apaga isso.— Me soltei do seu abraço desesperada morrendo de vergonha, como ele usa minha vunerabilidade assim? Minha segunda vontade nesta noite de me jogar pela janela.
— Você é belíssima.— Ele mexia algo no celular e me ignorava.
— Minho se você mandar isso para alguém eu juro-
— Jura o quê?— Ele riu.
— Juro que eu... Nunca mais venho na sua casa.— Falei ficando em pé na sua frente.
— Estamos quase para nos formar, não é algo que eu queira.— Ele fingiu tristeza.— Se eu ainda pudesse te ver pela escola eu faria sua vida um inferno por estragar a minha não querendo mais me ver.
— Na verdade... Eu queria conversar com você. Você bebe a muito tempo?— Senti-me ao seu lado.
— Minha tela de bloqueio.— Ele colocou minha foto. Completamente ignorando minha pergunta.
— Minho não me provoca.
— Eu nasci para isso.— Ele deitou na minha coxa.— Faz um ano, meu pai foi embora trabalhar, nos deixou na "supervisão" da minha tia, a mãe da Minhye. Mas ela tem a vida dela e eu aprendi a me virar.
— Ele liga para vocês? Manda dinheiro?— Perguntei preocupada.
— Não. Ele arrumou uma família, ele liga para pedir dinheiro, nunca para dar. Uma hora eu perco a paciência.— Ele me olhou e respirou fundo.— Não queria te assustar, mas já que você está aqui, queria que soubesse que minha família é só essas pessoas, Minjun, Minhye, a titia.
— Você só me assustou lá na festa.— Disse batendo em sua testa.
— Desculpa, eu realmente fiquei chateado. Eu não deveria ter te acusado assim, é que você é tão incrível, eu não te mereço.— Ele fechou os olhos.— Estou com sono.
— Vou para casa então, amanhã a gente conversa melhor.— Disse querendo me levantar.
— Não era você que estava implorando para dormir comigo?— Ele riu ainda de olhos fechados.
— Você disse que eu estava sendo equivocada então assumo meu equívoco, passar bem.— Levantei bruscamente e Minho se assustou abrindo os olhos.
— Você é má. Quero terminar o namoro.— Ele me olhou com a cabeça pendurada fora da cama.
— Não lembro de nenhum pedido de namoro.— Fiz careta segurando a maçaneta da porta.
— Você iria para a cama com um cara sem namorar com ele?— Ele se levantou e me prendeu na porta.— Seolhee, quer namorar comigo?— Ele colou sua testa na minha.
— Agora eu não quero mais.— Virei o rosto e ele beijou minha bochecha.— Agora você quer sim.— Ele saiu e revirou uma gaveta do lado da sua cama.— Você quer porque eu passei dias fazendo isso, logo, você é obrigada.
Ele me deu uma caixa de veludo do tamanho da minha mão, era uma pulseira prateada, cheia de corações entrelaçados.
— Agora eu realmente me sinto obrigada a namorar você.— Não conseguia esconder meu sorriso dele, eu estava muito feliz.— Como assim você que fez? Está mentindo não é?
— Eu trabalho como assistente de uma moça que faz jóias e essas coisas, ela me ajudou obviamente.— Ele mostrou um sorriso, parecia de criança, orgulho do que ele havia feito e orgulho de ver meu sorriso.— Todos os corações, todos os seus corações, todas nossas vidas, estão entrelaçadas e conectadas, para sempre.
— Deus me livre.— Disse tentando colocar a pulseira. E Minho ficou em silêncio, achei que ele riria. O olhei séria.— Eu estava brincando, desculpa.
— Me dá essa pulseira eu não quero mais nada de você, sai da minha casa.— Ele pegou a caixa da minha mão.
— O que? Minho eu estava brincando.— Arregalei os olhos e ele também.
— Eu também estou brincando, é seu, meus corações, são seus.— Ele puxou meu pulso rindo e colocou a pulseira.— Você está acostumada com isso e eu também, pode fazer o que quiser com meu coração, ele sempre foi seu para começo de conversa.— E me deu um selinho.— Boa noite, vou pedir um carro para você.
— Você é maluco...— Soltei o ar que eu prendi desde quando ele abriu a boca.
— E eu te amo Seolhee.— Ele falou no meu ouvido.
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