Nonetheless... I have you
Não estava concentrada na aula, meu coração estava transbordando de alegria, estava finalmente gostando de alguém e eu estava animada só de olhar para ele.
Lee Minho, depois que ele havia mostrado suas cores verdadeiras passei a odiar menos ele e acabei ficando. E então ficava igual uma idiota disfarçando olhares para o garoto. Mesmo sabendo que pedi para ele se afastar, já estava me arrependendo.
No final da aula tomei coragem para agradecer ele por tudo e fui em sua direção.
- Lee Minho!- Disse animada observando o garoto guardar seus pertences.
- Huh?- Ele levantou a cabeça em minha direção surpreso e depois seu rosto ficou sem expressão. Era compreensível, depois de tudo que havia falado para ele. Mas eu engoli meu orgulho e fui falar com ele, queria muito que ele reconhecesse.
- Obrigada, eu... Eu não sei como agradecer, acho que... Posso pagar um almoço para você, sei lá.- Disse sem graça, não sabia como falar aquele tipo de coisa para o menino que eu estava gostando e que pedi para se afastar do nada.
- Não se preocupe, eu não faço as coisas esperando outras em troca.- Ele se levantou e abaixou sua cabeça rapidamente se despedindo e foi em direção ao seu grupo de amigos.
Eu havia acabado de levar um fora. Eu estava parada e incrédula perto de sua carteira, não estava acostumada com esse tipo de situação, simplesmente estava me explodindo em vergonha, eu fui o mais rápido o possível para o banheiro para evitar que os outros pudessem ver minhas lágrimas de raiva...ou vergonha.
Eu estava sentindo tudo aquilo quando nem mesmo havia me declarado para ele.
Molhei meu rosto tentando evitar que ficasse vermelho e esquentasse, até que ouvi o barulho da porta do banheiro abrir, era Minhye e sua bolsa de maquiagem. Eu estava morrendo de vergonha, ao ver Minhye entrando o banheiro enfiei meu rosto dentro da pia.
- Seolhee? Está tudo bem? Trouxe meu kit de emergência... Achei que estivesse no seu período mas pelo visto é pior.- Ela havia chegado sorridente pensando que iria salvar vidas, mas me ver deprimida lhe deixou deprimida também.
- Acho que eu mereço...- Olhei para o teto impedindo as lágrimas de descerem pelo meu rosto.
- Você não merece nada de ruim Seolhee, que besteira é essa que você está dizendo?- Ela me olhou preocupada e me encarou. Sentei-me na bancada do banheiro e escondi meu rosto pensando em como explicar sem me envergonhar.
- Eu falei para ele se afastar... A situação toda foi horrível e ele provavelmente se sente mal, eu não queria isso, eu só falei no calor do momento.- Eu sabia o porquê havia falado aquilo pra ele, eu sabia porquê pedi para ele se afastar tão de repente, ter alguém como eu gostando dele seria apenas um peso, eu nem gosto de mim, eu não gosto de nada, qualquer tipo de relação com ele seria infeliz, pois eu estaria nela.
- Oh... Mas... Então você gosta dele?- Ela perguntou séria como uma boa ouvinte.
Respirei fundo encarando o chão, sem coragem de olhar nos olhos de Minhye.
- Escuta, eu estou tentando mudar ok? Está sendo difícil, eu percebi o quanto eu sou idiota e eu conversei com alguém hoje que me fez pensar mais ainda e que para as coisas mudarem eu não posso esperar dos outros, a mudança tem que começar de mim. Eu quero me tornar alguém melhor, pra mim, pra você, pro meu irmão, meu pai, minha mãe e talvez, se Minho me aceitar nessa transição, eu mudaria por ele também.- Disse contando os quadrados do chão, esquecendo completamente da presença de Minhye, aquela que mais me julgava e me dizia a verdade.
- Isso não tem nada a ver com o que estávamos falando, mas creio que eu vá entender.- Minhye me olhou franzindo a testa e se sentou ao meu lado.- Que tal conversámos em outro lugar? O banheiro vai lotar daqui a pouco.- Ela disse carinhosamente descendo e pegando sua bolsa, sinalizando a saída.
Desci da pia e andamos até o terraço da escola, Minhye não soltava o meu ombro, talvez ela estivesse com medo, mas não sabia o motivo.
Subimos a escada e logo aquela sensação me atacou, foi onde Minho me encontrou.
Sentamos no banco e sentimos finalmente um vento, o terraço era silencioso e agradável.
- Vai me contar?- Minhye me lembrou da conversa, eu não era acostumada a contar meus sentimentos tão facilmente, não sabia como consegui contar tudo aquilo tão rápido para Minhye. A mesma talvez estivesse surpresa, ela também não compartilhava muita coisa.
- Você sabe que não gosto de me expor não é? Quando eu caí da escada depois que discutimos, não consegui me levantar, eu fiquei com tanta raiva que comecei a chorar. Até que Minho me encontrou, minha mente estava uma bagunça eu não estava sã. Fiquei muito mal também, você não me deu mais satisfação.- Beliscava a ponta do meu dedo tentando me acalmar.
- Por isso falou para ele se afastar? As coisas foram rápido demais?- Minhye franziu o cenho tentando entender.- Eu sinto muito não ter falado nada, eu fiquei uns minutos no terraço refletindo o que havia falado e quando ia descer Minho já estava lá. Talvez fosse um jeito de vocês se aproximarem e eu não quis atrapalhar. Não sabia que iria transparecer como se eu não me importasse.
- Pelo menos você se explicou. Apesar de tudo, eu tenho medo, meu pai quer que eu cuide dos hospitais no lugar dele, já que eu sou sua única opção, as vezes ele me trata como se eu só tivesse nascido para isso e ele têm me controlado assim. Eu tenho vergonha Minhye, não quero que Minho veja esse lado da minha família. Não quero que ele se prejudique com isso.
- Não use seu pai como desculpa, você não vai ser obrigada a nada, você tem essa pressão, mas ele nunca te obrigou a nada. Siga em frente com Minho, você fica feliz com isso, o que vier depois é só consequência.- Minhye me encarou séria.
- E como você sabe disso?- Olhei para Minhye e ela desviou o olhar pensativa.- Você não sabe de nada, você sabe o que meu pai fez? O absurdo que ele fez?
- Minha mãe trabalha na sua casa... Ela é a empregada de lá...- Ela disse ignorando o que eu havia falado.
- Isso é alguma novela? Não vai dizer que meu pai te pagou também para ser minha amiga?- Perguntei desesperada conectando a coincidência da sua declaração.
- Seolhee? Não, claro que não. Minha mãe... Nada deixa para lá.- Minhye torceu o beiço e revirou os olhos.
- Conta Minhye.
- Vou escutar o que você tem a dizer primeiro, depois conversamos sobre isso.- Ela disse me esperando falar.
- Isso é mais informação pra minha cabecinha, como quer que eu esqueça?- Disse indignada olhando para Minhye que evitou meu olhar.
- Eu sou sua amiga, nada mais importa, eu vou te ajudar a lidar com seus problemas e vou escutar todos. Depois falamos sobre a minha vida.
- Tudo bem... Se você estiver desconfortável não vou forçar você.- Disse da boca pra fora, pois ainda não estava conformada, queria conhecer mais Minhye. Saber que quase tudo que ela me contava ainda estava longe de ser ela mesma é devastador.
- Eu prometo que conto, mas não agora.- Ela disse segurando minha mão.- Agora me conte sobre você e Lee Minho.- Ela sorriu e eu assenti observando a garota em minha frente.
- Enfim... Mas não tem a ver com ele, fui ao hospital depois da minha crise e o psicólogo foi falar comigo, eu suspeitei ele ser novo demais e ser muito bonito.- Eu e Minhye rimos mesmo eu sabendo que se tratava de algo sério.
- Um psicólogo bonitão? Eu não ia me concentrar e só ia falar o quão apaixonada estava.- Minhye suspirou rindo e eu assenti.
- Não é? Mas não é algo que a gente espera ser recíproco, porque querendo ou não, é errado, mas ele de repente me chamou para tomar café e eu achei estranho, ele estava sendo muito gentil.- Fiz uma cara de nojo e Minhye se assustou.
- Com toda razão, eu posso sonhar com ele mas ele não pode sonhar comigo, eu ficaria assustada.- Minhye disse que ficou com calafrios e eu ri.
- No final, não era algo nesse nível, não sei bem o que é pior, eu fiquei assustada e recebi uma notícia bem inesperada.- Minhye se aproximou como se eu estivesse contando uma história que estivesse perto do clímax.- Meu pai... pagou um psicólogo pra quebrar o código de ética e contar tudo das minhas terapias para ele, ou seja o psicólogo queria ser meu amigo pra eu confiar nele.- Minhye tampou a boca apertando meu ombro.
- Não, não, isso é sério?- Ela abriu a boca várias vezes de novo não acreditando.- Você é a protagonista? Que inveja.
- Não é assim que se responde isso! É bem grave.- Comecei a rir de Minhye que ria da minha desgraça.
- Isso é muuuito problemas de gente branca. Apesar de não sermos, mas você entendeu.
- Seria rich people problems então?- Eu ri achando vergonhoso me nomear assim.
- Um rico falando que é rico é vergonhoso.
- Concordo.- Nós olhamos pro céu dando um fim neste conversa esquisita.- Que clichê... Eu odeio.
- Mas está vivendo um, todos nós em algum dia da nossa vida passamos por um, e você Kang Seolhee, não vai escapar.- Ela riu me olhando, provavelmente estava com uma cara de besta ao perceber que eu estava numa situação clichê.- Acho que esse é um momento clichê que nós duas vamos passar agora, mas saiba que eu sou sua amiga e vou estar sempre aqui para tudo que você precisar, então não hesite em me contar nada okay, senhorita Kang Seolhee?- Ela disse rindo e eu assenti me deitando no ombro dela.
- Acho que nós duas vamos mudar juntas. Você sempre foi durona comigo, agora está toda melosa.- Ri e Minhye me empurrou para o outro lado do banco.
- Não gosto de ouvir isso, vamos só aceitar que estamos amadurecendo. Aí combinamos que não vou ficar esfregando sua mudança na sua cara.- Ela deu um sorriso forçado que me fez rir.
- Concordo.- Apertamos nossas mãos selando um "contrato".
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