09. Ficou Porque Quis, Meu Bem
Kim Jongin não estava preparado para um Do Kyungsoo de quatro e gemendo seu nome.
O calouro chegou em seu limite, gozou e precisou de um pouco de ar, um que de preferência fosse puro e não viesse com o cheiro da pele daquele baixinho, que facilmente enchia a cabeça de alguém de alguém. Caíra na dele duas vezes seguidas, e aquele definitivamente era o máximo que tinha a oferecer naquela noite.
Se Kyungsoo quisesse mais, que procurasse outro pau para sentar, porque aquele guerreiro jazia abatido após três longas batalhas.
— Como você consegue ter tanto fôlego? — Perguntou enquanto se desviava dos beijos do mais velho e de suas mãozinhas perigosas e traiçoeiras — Por favor, Kyungsoo, estou usando a boca para respirar.
O baixinho desistiu de seu interesse em beijinhos pós-sexo e saiu andando pelo quarto ainda nu, suado e com os cabelos completamente bagunçados. Ele também não fazia ideia de onde estavam os seus óculos e muito menos os seus chinelinhos cor de rosa e com joaninhas em cima. Procurava roupas de cama limpas, e uma fronha limpa também seria muito bem-vinda.
A má notícia é que estavam na gaveta de baixo.
— Acho que essa tarefa é sua. — O mais velho apontou para a gaveta fechada, lá embaixo, quase rente ao chão — Não consigo me abaixar o suficiente para chegar até ali, não sem sentir que tem um raio me atravessando e destruindo todos os meus órgãos internos.
— Pensei que...
— Não faça comentários! — O impediu imediatamente, antes que a conversa fosse para o rumo errado — Nós fizemos TRÊS vezes, não sou o Super Man para ter um cu de ferro, qualquer um ficaria nesse mesmo estado se tivesse passado 2h dando para você!
Jongin ergueu as mãos já pronto para se render, ele já havia chegado à conclusão de que não venceria Kyungsoo em um debate, mas antes de se calar, ele iria jogar na mesa seu melhor argumento, e só então, se calaria.
— Em minha defesa...
— Você não tem defesa nenhuma, a única coisa que você tem é um pau enorme.
Como é que ele conseguia fazer isso? Jongin ficou o encarando enquanto seu melhor argumento derretia mais rápido que sorvete que caiu na calçada no meio de uma ebulição global.
— Um pau que você quis! — Foi a única coisa que conseguiu dizer, pois de resto sua mente não estava processando, ainda mais enquanto observava Kyungsoo abrindo a gaveta com o pé — E deixa que eu pego isso.
O mais novo se abaixou ao lado da cômoda para arrancar o lençol de cama de lá de dentro, e em seguida fuçar por uma fronha limpinha e cheirosinha, que de quebra ainda estava bem gelada. E enquanto fazia isso, Kyungsoo ficava o olhando com uma carinha estranha.
Carinha estranha era meio que o seu natural, já estava na hora de normalizar aquele rostinho meio psicopata.
— O que foi? — Perguntou — Tá me olhando de um jeito... quer dizer, você sempre me olha assim, mas agora tá me olhando assim de um jeito mais intenso.
— Eu sempre te olho de um jeito intenso.
— Mas agora é um intenso, intenso.
Kyungsoo piscou os olhos umas oito vezes e abriu a boca procurando alguma lacrada possível, mas acabou não encontrando nenhuma de suas frases de contexto perturbador que certamente deixaria o outro assustado ao ponto de preferir ficar calado.
Descobriu que não gostava de destruir a paz de espírito de Kim Jongin, pelo menos, não depois de ter dado para ele como se não houvesse o amanhã. Queria um Jongin feliz e em paz, que sorria e o pegava no colo, e que, de preferência, não estivesse fugindo para longe ou se escondendo debaixo de um carro para não ter que chegar perto dele.
Esse Jongin que tinha agora era ótimo demais para perder.
— Quer passar a noite aqui? — O baixinho perguntou ainda bastante incerto, mesmo que já fosse quase madrugada, se lembrava de já ter mandado pessoas embora bem mais tarde — Tipo, dormir abraçados e essas coisas que algumas pessoas fazem depois do sexo. Mas se não quiser, tudo bem, eu entendo que agora esteja cheio de expectativas de se ver longe de mim para sempre.
Por que aquilo pesou tanto dentro dele? Do Kyungsoo finalmente se deu conta de que havia alcançado seu objetivo e talvez, só talvez, na mente de Jongin aquilo significasse que a perseguição acabou e que não precisaria mais se preocupar com um Do Kyungsoo baixinho e intrometido aparecendo do nada e tentando ver seu pau.
— Eu não estava pensando em ir, mas se a sua segunda frase for uma indireta, eu posso ir.
— E se a sua segunda frase for uma indireta? — O mais baixo jogou uma carta de reversão antes mesmo de sentir o impacto do +4 que o outro havia lançado sobre ele — Quer dizer, pode ser que você esteja querendo ir embora, e ao invés de dizer isso na minha cara, esteja jogando para cima de mim e querendo dar a entender que eu que mandei você ir embora!
Um detalhe que ninguém podia deixar passar era que os dois estavam discutindo isso nus, com um deles agachado ao lado de uma cômoda e o outro de pé e com uma marca muito nítida de mão na nádega direita.
Kyungsoo também estava com a mão na cintura em sua costumeira pose de xícara de café.
— Eu quero ficar.
Jongin estava com um olhar estranho e muito quieto quando disse isso, quase como se não tivesse tanta certeza ou estivesse com medo de como as coisas se seguiriam à partir desse ponto. Rejeitou Kyungsoo diversas vezes até chegarem ali, e se o baixinho quisesse se vingar? Aquele garoto era traiçoeiro e dono de uma fama meio esquisita.
Ele era todo esquisito, na verdade.
Mas um esquisitinho fofo.
Safado também, mas fofo.
— Tá bom, fica.
Os dois se olharam por quase trinta segundos inteiros, ambos com sorrisos tortos e interesses turvos. Talvez tudo estivesse bem, no fim das contas.
Kyungsoo apenas observou enquanto Jongin trocava os lençóis da cama e a fronha também. Ele tinha uma bundinha tão bonita e firme que fazia até pena que não estivesse em uso, uma pena que durou apenas pelo tempo suficiente para se lembrar de que estava fazendo um bom uso de outra coisa.
Além disso, Jongin só tinha 19 anos e todo mundo sabia que o auge para dar o cu era 22, um dia ele iria chegar lá.
— O que foi? — O mais novo perguntou ao notar a forma vidrada como o Do olhava seu traseiro — Já disse que você não vai me comer.
— Nem tenho pau suficiente pra isso, nem sou ativo, mas se quiser experimentar, eu posso indicar umas...
— Não quero experimentar.
— Olha, você quem perde. — Acabou sendo uma afirmação mais séria do que havia programado — Quer dizer, você é solteiro e vai conhecer outras pessoas, nós não estamos tendo nada sério e nem nada... ah, sei lá! Eu só tô querendo deixar claro que não estou te forçando a ficar.
Jongin notou que ele havia ficado nervoso, o que era o indicativo de muitas coisas, até porque Kyungsoo nunca ficava nervoso.
— Hyung. — O chamou — Se eu ainda estou aqui, é porque eu quis ficar.
[...]
— Kyungsoo está estranho.
Chanyeol estava com eles na hora do almoço, comia calmamente enquanto escrevia alguma coisa na barra de pesquisa de seu celular. O mais alto do grupo olhou na direção do mais fogo no rabo e acabou dando uma risadinha baixa que apenas ele entendeu.
Fogo no Rabo era o nome do contato de Kyungsoo em seu celular.
— Seu amigo é estranho o tempo todo. — Respondeu e a risadinha debochada veio junto, até porque já era de praxe — Esse não é o normal dele? Ele costuma fazer essa cara, só que geralmente tá olhando pra alguém e cometendo uns três crimes da pasta de assédio sexual.
Baekhyun olhou feio para seu namorado.
— Não fala assim dele, ele tá se recuperando e já garantiu que vai deixar o seu amigo e o suposto pau enorme dele em paz. — Apenas o Byun conseguia falar sobre isso como se estivesse comentando sobre a recuperação de uma dor de coluna que alguém obteve ao dormir mal — Kyungsoo sabe onde fica o limite, e pode ter certeza de que nunca mais o verá nem perto de Kim Jongin.
Não deu para a frase fazer efeito, se fosse uma pastilha efervescente não teria tempo o suficiente para derreter no copo.
Jongin surgiu no meio de todos os outros alunos do Campus, e já foi colocando sua bandeja sobre a mesa, além de ter sentado ao lado de Kyungsoo e o abraçado pela cintura como se fossem as pessoas mais íntimas do mundo.
A cereja do bolo foi o beijão de desentupidor de pia.
— Isso aí não estava no roteiro. — Baekhyun tentou se defender como se fosse culpado de alguma coisa — Foi tudo completamente improviso dos atores, isso que dá contratar um pessoal sem experiência nenhuma em set de filmagens, essa cena não combinou com o resto.
— Baekhyun, do que é que você tá falando? — Lu Han, que até então estava em um cantinho sem fazer nada além de tentar manter as ervilhas separadas do restante da comida, se viu obrigado a se manifestar — Que roteiro?
O Byun cruzou os braços de um jeito específico demais para conseguir se explicar depois.
— Lu Han, fica na sua, você fala muito pouco para ser um dos personagens principais, tá aqui só de figurante.
— Quem você tá chamando de figurante?
Lu Han até deu uma levantadinha do banco, foram apenas 2cm, mas o suficiente para deixar claro que havia se aborrecido. O chinês não foi muito além disso, não tinha tanta energia assim para ficar gastando atoa.
— Parou! — Chanyeol agarrou os braços de ambos, esse era o ponto para fazer todo mundo cessar com aquela discussão que não servia para nada além de chamar uma atenção bem errada para aquela mesa — O assunto principal aqui é que houve um beijo muito aleatório e fora de contexto entre duas pessoas que até ontem estavam condenadas a passar a eternidade em locais diferentes após a morte, e acredito que não preciso especificar qual deles é que ia para o Inferno.
Kyungsoo teria se aborrecido e iniciado uma confusão bem exagerada caso não estivesse com quatro pregas do cu arrebentadas.
— Ia? — O Do se resumiu a isso — Então não vou mais?
— Vai. — O Park respondeu com ênfase demais — Só que agora o Jongin vai junto com você, até porque tá abraçado com o Diabo já.
O baixinho forçou uma risada sem graça e já estava quase cedendo aos seus desejos genuínos de enfiar aquele canudinho na garganta daquele infeliz e mandar ele ir pedir ajuda no projeto Tamar.
— Olha, a sua sorte é que ontem eu tive um se... — Jongin já havia passado tempo o suficiente perto de Kyungsoo para saber que ele iria jogar sobre aquela mesa alguma informação completamente obscena e que entraria na mente de todos causando um monte de traumas. Por isso colocou a mão na boca dele e impediu seu discurso +18 que certamente seria selecionado como um conto da Playboy.
— Teve o quê? — Baekhyun perguntou curioso demais.
Todo mundo já tinha entendido, pela forma como Jongin estava querendo se esconder debaixo da mesa já ficava bem claro que tudo ali tinha um conceito sexual muito explícito.
Kyungsoo até estava sentado todo torto.
— Nós conversamos sobre Beyblade. — Jongin falou a primeira coisa que veio em sua cabeça — Kyungsoo-hyung e eu vamos visitar algumas lojas de brinquedo e comprar algumas para um campeonato, vocês querem participar, acho que mais competidores pode deixar as coisas mais interessantes.
Lu Han tinha certeza de que o lance da Beyblade certamente era algo sexual que Kyungsoo tinha falado na noite passada, mas Jongin não entendeu. Ele ter falado aquilo era quase os convidar para uma orgia.
Apenas sorria e acene.
— Vai ter alguma premiação? — Chanyeol perguntou, era outra pessoa que também não tinha entendido.
Baekhyun mastigou aquele pedaço de bolo como se ele fosse feito da pedra de calcário mais dura que existisse no mundo, e por dois minutos aquele mastigado foi a única coisa ouvida além dos burburinhos das outras mesas e alguém andando por aí com um tênis riscando um chão.
O Byun engoliu e tomou um gole de suco.
— Conheço um lugar que vende Beyblade.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro