Prólogo
"Todo dia vou a vários lugares, sem sair do lugar".
Essa frase é meio confusa e um pouco sem sentido, mas talvez você entenda com o tempo. Isso não significa que irá concordar com ela.
O ideal seria entender como a humanidade chegou até aqui.
Como os diversos obstáculos e desafios que quase colocaram um fim a tudo.
No ano de 2060 cientistas usando telescópio engenhosos e cálculos precisos puderam prever o fim do mundo. Uma segunda lua.
Com 10 vezes a massa da lua original, o objeto se aproxima causando pânico em massa. Contudo ela não iria colidir com a Terra, e sim a orbitaria.
Talvez pudesse ser bonito uma segunda lua nos céus, temos até nome para ela, Nyx. Sim, a deusa da noite na mitologia grega.
Ela ficaria em torno de 50.000 mil quilômetros de distância de nós e seria muito brilhante. O problema seria o efeito de maré.
Com ele mais forte a rotação do nosso planeta seria mais lenta, o que um dia antes era vinte e quatros horas, agora era uma semana. 150 anos foi a previsão para quando atingiria a sua menor velocidade de rotação.
Os dias começariam a durar mais e consequentemente ficariam mais quentes e o oposto com a noite. Quase 70 graus embaixo do sol e -60 sobre o céu estrelado.
Quando a ameaça surgiu foram colocadas duas soluções, ir para outro planeta ou fazer trilhos em volta do planeta para que pudessem viver numa zona habitável. A partir dessas propostas foi uma correria contra o relógio.
Embora a ideia do foguete pudesse ser tentadora ela tinha dois problemas. Encontrar um planeta habitável e a duração da viajem.
A construção dos trilhos parecia ser mais prática e fácil, o problema seria o confinamento. O local era óbvio, o Norte seria mais fácil, visto que o sul a maior parte seria os oceanos.
Então foram feitos 10 trilhos para dez trens. Todos funcionando a base de energia solar que seria abundante.
O primeiro trem carregaria cerca de 5 mil pessoas e teria em torno de 1 quilômetro e 60 vagões. Para a classe alta.
3 três de 3 quilômetros cada, 20 mil passageiros cada. Para a classe média de trabalhadores que requeriam um certo nível de conhecimento.
4 trens de 5 quilômetros cada, 25 mil pessoas cada. Trabalhadores braçais e alguns com sorte que escaparam do fim.
E os outros dois para animais, não para preservação apenas, mas para fonte de alimentos. Chamamos de Arcas de Noé.
165 mil pessoas foram o que sobraram de um planeta de 8 bilhões. Mas o que aconteceu com o resto?
Era algo que a maioria tinha uma ideia do ocorrido, mas preferia não pensar nisso. O fim do mundo exige outros preocupações e compaixão não era algo que cabia na bagagem.
Todos andariam no sentido anti-horário, no fuso de 3 horas após o amanhecer. O Sol era sempre visto um pouco acima da linha do horizonte.
Todo o planeta se tornou desértico e para facilitar colocaram armazéns para guardar mantimentos sem ser afetado pelas mudanças climáticas. De vez enquanto ele para e abastece.
Mas isso não é só uma história sobre o fim, é também sobre as pessoas. Para falar delas, temos duas.
Fábio e Elisangela. Fabio no trem executivo e Elisangela na segunda linha.
Os problemas do fim do mundo não acabaram e 50 anos após atingir a menor velocidade já registrada, eles se tornaram serão maiores. Algo no deserto que parecia sem vida aguarda atenciosamente.
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