Capítulo 5
E todas aquelas coisas que eu não disse
Bolas demolidoras dentro do meu cérebro
Eu vou gritar bem alto hoje à noite
Você pode ouvir a minha voz, desta vez?
Esta é a minha canção de luta
Leve de volta a minha canção de vida
Ela prova que estou bem
Meu poder está ligado à ela
(A partir de agora) eu vou ser forte
Eu vou jogar minha canção de luta
E eu realmente não me importo se ninguém mais acredita
Porque eu ainda tenho muita luta que ficou em mim
Rachel Platten - Fight Song
๑ ۞ ๑, ¸¸, ø¤º ° '° ๑ ۩ ๑, ¸¸, ø¤º ° '° ๑ ۞ ๑
Precisava ficar sozinha, e mais uma vez acabei trancada a maior parte dos dias no quarto tentando controlar todas as emoções que eu estava sentindo desde que tinha falado com o Rafael. Não via nem mesmo a Lucy, precisava antes me controlar.
Quando me senti preparada saí para o jardim. Já estava escuro. Achei Lucy com Elon, eles realmente estavam muito próximos, mas eu estava começando a me acostumar com a ideia de que ela precisava de alguém mais além de mim. Eles estavam sentados em um banco do jardim principal.
– Oi, Lucy – eu disse com um sorriso mais triste do que eu esperava.
– Hannah, finalmente! Como você está?
– Desculpa ter te preocupado, estou bem. Afinal sou o experimento 42, sempre fico bem.
– Nunca mais se chame assim! – ela realmente detestava quando eu me colocava nesse lugar, mas era quem eu era – Você sabe que não tem culpa!
– Fale isso para as 42 pessoas que morreram... mas não vim aqui discutir isso com você. Quer treinar.
– Claro! O Elon pode ver? – os olhos dela estavam iluminados com o meu convite. Esse sempre havia sido o nosso melhor momento.
– Claro que pode, mas por favor, fique em um lugar seguro. Hoje quero treinar pra valer.
– Não esperava menos da rainha da Alquimia – Lucy falou rindo.
Eu apenas ri e disse para irmos para um lugar isolado, pois eu pretendia fazer um bom estrago durante o treino.
– Elon, tem algum lugar assim para treinarmos? – Lucy perguntou animada.
– Podíamos ir para as montanhas, mas o melhor seria chamar os outros também, nunca se sabe o que encontraremos por lá.
– Está bem, pode falar com eles, por favor? – eu perguntei a Elon, em seguida virei para Lucy – Pega seu equipamento. Quero força total hoje.
– Sério? Posso mesmo? – ela parecia uma criança que acabava de receber o melhor dos presentes.
– Sério sim. Vamos matar o pai – um sorriso malicioso apareceu na minha boca sem que eu pudesse controlar muito bem.
– Vamos matar o pai – ela parecia muito animada e pela falta de reação do Elon, ela provavelmente já havia contado muita coisa a ele.
๑ ۞ ๑, ¸¸, ø¤º ° '° ๑ ۩ ๑, ¸¸, ø¤º ° '° ๑ ۞ ๑
Esperamos pouco tempo até que todos estivessem reunidos no jardim.
– Olha só, finalmente a gracinha saiu da sua reclusão – a voz do nosso Don Juan foi a primeira que eu ouvi, a essa altura eu já sabia que o nome dele era Bae, mas eu não conseguia deixar de pensar nele apenas como Don Juan mesmo – É um colírio te ver novamente.
Enquanto ele falava, ele se aproximou muito, como se quisesse me beijar. Eu o afastei e respondi.
– É bom te ver também Bae – nesse tempo que eu estava aqui, parecia que eu finalmente tinha aprendido a confiar neles. Sabia que ele, o Aruna e o Elon ia com muita frequência para a cidade, mas a Lucy me garantiu todas as vezes que confirmou através das próprias investigações que não houve mortes nem desaparecimentos nesse tempo.
Cheguei à conclusão de que o que falavam era verdade, eles se alimentavam e apagavam a memória recente das vítimas.
– Olá Hannah, quanto tempo – foi a vez do Aruna me cumprimentar de uma maneira animada – Finalmente vou poder ver seu treinamento. Estou ansioso para isso.
Eu dei um sorriso sincero dessa vez, o que era raro para mim. Eu estava começando a me sentir em casa. Sabia que isso não era certo na minha condição, mas não podia deixar de sentir um certo prazer em ter "pessoas" ao meu lado.
๑ ۞ ๑, ¸¸, ø¤º ° '° ๑ ۩ ๑, ¸¸, ø¤º ° '° ๑ ۞ ๑
Chegamos em alguma montanha longe da casa, tinha uma parte com um campo aberto grande o suficiente para uma luta justa.
Eu estava com um macacão curto, mostrando todos os selos possíveis, tanto dos braços como das pernas. Fazia tempo que eu não me sentia livre desse jeito. Prendi o cabelo para trás.
– Nossa... acho que vou te chamar para um drink depois, gata – Bae seguia falando durante o caminho todo.
Percebi que o Rafael continuava me olhando, mas ele não foi capaz nem de me dar um "oi".
– Sabe Bae, ela fica linda assim... chama atenção de muitos homens, mas sinceramente, quando ela se veste assim eu fico com medo – Lucy disse rindo – Na verdade não sei se estou preparada para o que está por vir.
Eu me sentia confiante apesar do desconforto por conta das cantadas do Bae.
– Vamos começar logo, Lucy. Com o uso das pedras e dos selos.
– Oh meu Deus! Fazia alguns séculos que eu esperava por isso. Vou te apresentar meu mais novo ataque. Se prepare Hannah.
– Estou mais que preparada – disse acionando o primeiro selo. Resolvi ver o como eu manejaria o uso do selo de Mjollni, um selo que atraía energia através de raios. Sabia que ali eu poderia usar tranquilamente. Eu nunca usava esses selos porque originalmente não me pertenciam. E eu não queria usar da morte de minhas companheiras para lutar, mas nesse tempo que passou eu cheguei à conclusão de que seria uma desonra para a morte delas eu não usar tudo o que eu tinha para matar o meu pai.
Assim que os primeiros raios apareceram me cercando, a Lucy me respondeu chegando com um teletransporte para perto de mim.
– Péssima escolha Hannah – ela disse já tomando toda a energia que ela conseguia e lançando uma forte rajada de energia no meu peito.
Fui lançada para longe, mas meu plano havia dado certo, ela estava onde eu queria agora.
– Talvez você devesse olhar melhor ao seu redor Lucy... você está exatamente onde eu queria – minha sorte é que eu caí agachada e consegui fazer os selos ali mesmo.
Havia levado a Lucy até um terreno com bastante terra, fiz o selo da terra o mais rápido que pude e levantei a areia ao redor dela, fazendo uma prisão natural. Aproveitei que ela ainda estava com bastante energia estática e fiz com que uma corrente de água chegasse próximo.
Parei o ataque pouco antes de chegar aonde eu tinha marcado. Me levantei devagar e disse.
– Primeira morte Lucy. Você precisa ver bem o que tem ao seu redor. Não sabemos quantos manipuladores de energia e elementos vão trabalhar juntos.
– Droga. Não durou 5 minutos.
– Lucy se concentra, você não pode atacar só porque eu te dei a chance de aumentar seu poder. Tenha em mente que o inimigo pode te conhecer bem. De pé, vamos mais uma vez – desfiz a prisão de terra que tinha em volta dela e esperei ela absorver o resto de energia que tinha no lugar.
Olhei-a e resolvi tentar ataques corporais dessa vez. Agachei e peguei a minha adaga. Ela olhou nervosa para minha mão.
– Droga, isso está ficando sério – eu a ouvi resmungar.
Eu sabia o quanto ela era rápida e a vi manipular os aparelhos dela de longe, fazendo com que, em questões de segundos, cada uma ficasse em um canto do campo. Não vi a velocidade com que ela fez tudo, mas ela se movimentou tão rápido entre os aparelhos que a única coisa que eu senti foi o chute que me levou para longe. Bati com força em uma pedra grande bem próximo onde os vampiros estavam olhando.
Fiquei de pé sentindo o corpo dolorido e cuspi um pouco de sangue. Não parei para ver a reação deles, não podia me distrair. Essa era a lição número 1.
– Agora sim Lucy, você entendeu – disse fazendo o selo da terra enquanto levantava várias estacas do chão até onde ela estava. Uma delas pegou em seu braço, mas ela conseguiu sair de lá para perto de uma das suas máquinas.
Seguimos a briga por um bom tempo, ela tinha uma luta corporal incrivelmente rápida, e eu tinha vantagem em qualquer luta a longa distância.
A surpresa veio quando ela conseguiu abrir um selo que eu desconhecia. Ela fez com perfeição o selo do Elmo do terror.
Ela chegou até onde eu estava com uma velocidade impossível de seguir com os olhos. Ativei o selo Vegvisir e montei uma barreira protetora o mais rápido que pude para me proteger do ataque dela. A barreira era de um amarelo transparente, ela absorvia ataques diretos, mas apesar da barreira ter absorvido a maior parte do ataque da Lucy, eu levei um dano muito grande também.
Fiquei caída no chão por um tempo, surpresa que ela pudesse fazer um selo daquele nível. E meu último recurso para acabar com a briga foi ativar pela metade o selo do Valknut. Não o completei, na verdade eu nunca o havia feito por completo, o que aconteceria ao completar era um total mistério ainda, de qualquer jeito ela sabia que novamente havia sido derrotada, mas tenho que admitir que foi por muito pouco.
– Você sabe que você é muito apelona quando resolve usar os selos proibidos, certo? – ela falou enquanto me ajudava a levantar – Espero não lutar com ninguém como você.
Eu dei um leve sorriso enquanto aceitava a ajuda dela, mas logo eu tive que agachar de novo enquanto dava um grito de dor. Meu estômago doía muito. Por que eu não pensei que com todo o sangue que tiramos uma da outra seria difícil para um vampiro só assistir? Que burra eu sou!
Vi que todos eles se aproximavam de nós duas com expressões preocupadas.
– Eu estou bem, não se preocupem – mas não, não era só a dor, tinha algo a mais no ar. Era a presença de Apollyon – Lucy, fica preparada.
Minha expressão preocupada deixou Lucy em alerta, que usou o resto da energia dela para juntar seus equipamentos.
– Ei, vocês – eu disse olhando para os vampiros – melhor vocês se afastarem de novo.
– Vocês não estão em condições de continuar com essa luta, ou treino, seja lá como vocês chamam essa atrocidade – Rafael falou com aquele tom superior que ele sempre usava para falar.
– Rafael, não é isso... temos um visitante – falei olhando fixamente para onde a presença estava se fazendo maior – Lucy, vou contar até 3. Fixa o olho lá. Vou ativar o selo Mjollnir de novo e você ataca naquela direção. Depois eu uso a prisão de terra que usei com você.
Fizemos como eu havia dito e logo Apollyon resolveu aparecer para todos dentro da prisão de terra.
– Ora, ora, isso é maneira de receber um amigo Hannah. Ah, oi Lucy. Que surpresa você por aqui, achei que não te veria mais tão cedo.
– O que você quer, Apollyon? – perguntei irritada.
– Hannah, Hannah... você não vai desistir, não?
– Já disse que não posso morrer ainda.
– Uff... você é muito difícil sabia? Mas tudo bem... não estou aqui para te levar, não dessa vez, então poderia me soltar, por favor? Você sabe que se eu quiser sair daqui eu saio, certo?
– Como eu vou saber que está falando a verdade?
– Você sabe que eu não minto. Já vi que você resolveu manter a amizade com eles – ele disse apontando para os 4 que estavam um pouco mais distantes – Boa escolha. Talvez eles devessem ajudar na luta então.
– Não coloca eles no meio da briga. Eles não têm nada a ver com isso – apesar do meu laço estreito com o Apollyon, ultimamente eu andava perdendo completamente a paciência com ele.
– Na verdade temos sim – ouvi o Rafael falando.
– O que? – fiquei surpresa com isso – Do que você está falando?
– Talvez essa história eu te conte outra hora.
– Não se coloquem em risco à toa, seus idiotas – falei aumentando a voz.
– Não é a toa – ele respondeu rispidamente.
Eles se juntaram a nós rapidamente.
– Enfim, chega com isso... tenho almas para levar. Não posso perder tempo aqui. Trouxe novidades, Hannah. Quero renovar o nosso trato. O que você acha?
– O que cada um ganha com isso? – foi a pergunta mais óbvia no momento. Eu sabia que ele não faria isso só para me ajudar.
– Digamos que o Sr. Geber está dificultando o meu trabalho e ultimamente ele está conseguindo através das alquimistas dele uma boa quantidade de seres sobrenaturais. A captura mais recente dele foi um súcubo.
– Por que você está preocupado com essa súcubo afinal de contas? Desde quando você se importa com esse tipo de coisas?
– O nome dela é Erica, e bom... digamos que tenho motivos particulares para querê-la a salvo.
– Apollyon! Você se apaixonou por um súcubo? – Lucy gritou parecendo animada novamente.
– Lucy, cala a boca antes que eu te leve comigo – ele respondeu seriamente – Você sabe que eu não tenho autorização para me apaixonar por ninguém.
– Oras, ter autorização não significa que não aconteça, certo?
– Lucy – eu disse – isso é algo particular dele. Não força a barra – eu sabia que Lucy as vezes era um tanto petulante com os outros – Vamos supor que eu aceite o seu acordo. O que eu ganho com isso?
– A localização do seu pai – eu arregalei os olhos na direção dele – E informações sobre ele, além de ajuda com a luta.
– Pode realmente fazer isso? – perguntei, mas já sabia a resposta.
– Você sabe que posso Hannah, mas em troca, me ajude a salvar a Erica.
– Feito – concordei, eu sabia que ele nunca voltava com a palavra dele e apesar de estar um pouco atordoada com isso, senti que finalmente estávamos em vantagem.
– Por enquanto fique segura no orfanato. Eu voltarei para dar mais detalhes.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro