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Capítulo 4

E, se você tiver um minuto, por que nós não vamos
Falar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?
Isso poderia ser o final de tudo
Então por que nós não vamos
Para algum lugar que só nós conhecemos?
Algum lugar que só nós conhecemos
Oh, simplicidade, aonde você foi?
Eu estou ficando velho e preciso de alguém em quem confiar
Keane - Somewhere Only We Know

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– Está bem – comecei me dando por vencida, tentando esquecer a dor que eu sentia no estômago e o mal estar – como eu disse antes, eu morava aqui. Isso aqui era uma espécie de orfanato para meninas, mas quem entrava não saía mais. Meus pais eram alquimistas e estavam constantemente buscando a "perfeição humana". Não virei alquimista porque queria seguir os passos deles, afinal qualquer amiga que eu fazia morria pelas mãos deles através dos experimentos. Eu frequentemente ficava trancada no meu quarto escutando os gritos de cada criança que era levada para o laboratório e aquilo me apavorava. Meus pais diziam que nunca fariam nada comigo, que o que eles faziam era para o meu bem.

Eu era apenas uma criança e não queria perder ninguém, então comecei a estudar o que meus pais faziam e descobri como fazer inúmeras misturas. Todos os dias eu roubava alguma coisa do laboratório e acabei criando uma pedra chamada calculus albus, ou na linguagem dos meus pais uma forma primária para a pedra vitriol, conhecida popularmente como pedra filosofal hoje em dia. 

Eu escondi a pedra, sabia que ela poderia salvar a próxima menina levada. Entrei de fininho no laboratório e quando eu vi que a menina estava sofrendo e meu pai estava um pouco mais distante, eu fui até a mesa onde ela estava amarrada e coloquei a pedra perto dela e antes que eu pudesse sair, ele me viu, peguei a pedra rapidamente e fiquei olhando-o.  Não preciso dizer que isso foi o fim do experimento para o meu pai naquele dia. Ou era o que eu pensava, a menina estava viva e apesar do medo, eu estava feliz por ela não ter morrido.

Vi a expressão do meu pai mudando de raiva para um ódio puro e foi então que ele pegou uma faca e a matou, cortou o pescoço dela e depois me obrigou a ficar vendo. Ficou repetindo com uma certa frequência que eu havia sido responsável pela morte dela e quando ele foi me bater eu me protegi com o braço.

Tudo mudou quando ele viu a pedra na minha mão, ele não me bateu, apenas ficou me olhando atônito. 

– O que isso na sua mão, querida? – o tom de voz dele mudou para um tom muito mais carinhoso. Como te falei, eu era criança e não entendi que havia uma certa maldade no tom carinhoso que ele usava.

– Eu fiz um calculus albus, para minha amiga não sofrer – respondi com um pouco de constrangimento. 

– Muito bem minha filha, vejo que você tem muito talento e pude ver que a pedra funciona. Vamos, pare de chorar. Você foi incrível – ele disse enquanto passava a mão na minha cabeça. Que tal irmos almoçar juntos, eu você e a sua mãe? Leva a pedra para que ela possa ver.

Eu ainda estava com os olhos cheios de lágrimas, mas afinal de contas era meu pai, e em seguida, a menina morta ficou esquecida para mim. 

Meus pais até então me davam tudo, eu tinha qualquer coisa que eu queria. O almoço transcorreu feliz, rimos e meu pai contou para minha mãe sobre a pedra que eu fiz. Ela parecia muito orgulhosa enquanto eu mostrava a pedra. Muito mais do que eu esperava.

Passamos o dia juntos, eles me mostraram algumas outras pedras que eles haviam criado e me falaram um pouco sobre o processo de criação Opus Magnum e sobre a pedra de vitriol que eles estavam tentando criar. As informações entravam rapidamente pela minha cabeça e eu fazia questão de mostrar para eles o quanto eu entendia tudo o que eles falavam. A noite eles me levaram para a cama, algo que nunca acontecia. Me contaram uma história para dormir, a história contava como uma pessoa ficava forte e tomava o poder. Como alguém fraco e com conhecimento poderia ganhar o mundo. Se despediram e falaram que o dia seguinte seria um dia especial para nós.

Eu dormi feliz, já não lembrava do que tinha acontecido pela manhã, até a manhã seguinte. 

Acordei amarrada na mesa do laboratório, entrei em pânico, não sabia o que estava acontecendo. Comecei a gritar pelos meus pais e a chorar desesperadamente.

Quando meu pai apareceu, ele apenas disse que eu não precisava ter medo, que aquele seria um dia muito especial. Me amordaçou e me deu um beijo na testa. Vi que ele derretia a pedra que eu havia feito. 

Minha mãe chegou do meu outro lado e fez a marca de um selo que chamamos de selo de Asclépio no meu braço esquerdo, ou símbolo da cura e no centro do selo meu pai aplicou a pedra derretida em mim.

A dor foi terrível, meu braço queimava e as lágrimas escorriam sem parar. Eu estava com medo e, apesar de saber que tinham sido os meus pais que tinham feito aquilo comigo, eu não queria que eles saíssem de perto de mim.

O desespero aumentou quando eles simplesmente me deixaram na sala sozinha.

Não sei quanto tempo durou a dor, e não sei dizer quanto tempo fiquei presa na mesa. Depois que a dor diminuiu eu acordei e dormi umas 4 ou 5 vezes.

Quando meus pais voltaram finalmente, ele voltou com uma faca e a primeira coisa que ele fez foi fazer um corte na minha perna. A dor não foi tão terrível quanto eu esperava, mas senti muito sangue escorrendo e em poucos minutos meu pai sorriu para a minha mãe e confirmou que o corte havia se fechado sozinho.

Eu fui o primeiro experimento a sair vivo, e foi através de algo que eu criei. Usaram os meus estudos para a criação de outros experimentos e a partir daí o índice de morte das pessoas do orfanato baixou. 

Passei a ser treinada para lutas todos os dias e era severamente punida caso alguma coisa desse errado. A partir daí todos os experimentos que davam certo em outras meninas era implantado em mim também. Através dos estudos constantes eu fui capaz de manipular qualquer elemento natural através dos quatro elementos básicos da natureza. Fogo, água, terra e ar. 

Quando eu fiz 12 anos, eu conheci a Lucy, que estava sendo treinada, mas ela era fraca para os padrões dos meus pais. Ela manipulava pouca coisa que tivesse energia, lembrando que na época não existia energia elétrica, ela basicamente dependia de dias de chuva acompanhada de raios. Ela não era "útil" para o campo de batalha, o que acarretava inúmeros castigos para ela.

Nessa época eu já não sabia o que era ter carinho ou amor dos meus pais, sabia apenas o que era ser um soldado para eles.

Percebi com o tempo que nem minha mãe e nem meu pai envelheciam e logo quando eu completei 22 anos percebi uma mudança no meu corpo que não era normal e depois disso nunca mais envelheci também. Nesse período já tinha passado por inúmeros processos e experimentos. Eu era considerada o melhor experimento até então. E então aconteceu: Veio a guerra dos cem anos e através de um pagamento muito generoso para os meus pais, eu e muitas outras mulheres fomos mandadas para a guerra. 

Ninguém podia saber da nossa existência, passamos por soldados homens e nossa alquimia era usada para dizimar milhares de pessoas. Fomos treinadas para isso. Não tínhamos um lado, estávamos do lado de quem pagasse mais. 

Porem havia algo para qual eu não havia sido treinada. Eu não era capaz de tirar vidas. Não queria ver o sofrimento de ninguém. Não participava de nenhuma batalha, fugia de todas elas. Estava assustada e sofria com aquilo. Vi muitas companheiras morrerem em campos de batalhas. Tínhamos um corpo que curava com uma certa rapidez, mas todas nós temos fraquezas e como te falei seguimos sendo humanas.

Foi nessa época que eu conheci Apollyon. Ele levou a maioria das almas de quem eu conheci.

Minha mãe ficou sabendo das minhas fugas e das ajudas que eu dava para qualquer um que eu encontrasse ferido em campo de batalha, não importa se eram amigos ou inimigos e passou a usar chantagem comigo. 

Ela levou a Lucy e a manteve presa. A cada vez que eu fugia, a Lucy era torturada.

Cega pela raiva e pelo desespero de ver a única pessoa que eu amava sendo torturada e ameaçada de morte, eu entrei de cabeça na guerra. Matei quantos pude, mesmo sofrendo muito com isso. 

Não participamos da guerra inteira, deixaram de pagar meus pais e eu voltei para o orfanato onde tive meu castigo por desobediência. Fui responsabilizada pela morte de quarenta e duas companheiras e como castigo me implantaram a pedra de cada uma das que encontraram mortas. Foram meses recebendo uma pedra atrás da outra, um poder atrás do outro, mas receber as pedras não era só receber o poder delas, era aprisionar o sofrimento de cada uma dentro de mim. A cada essência de pedra colocada em mim, eu via os últimos minutos de vida delas. 

Senti a dor de cada uma, 42 tipos de sofrimentos diferentes, 42 tipos de pedras e essências diferentes.

"Não sei se consigo continuar falando sobre isso", pensei tentando respirar fundo, era muito doloroso relembrar tudo aquilo, mas eu tinha decidido contar e teria que aguentar. "Vamos voz, não falha agora"

Após o meu castigo voltei para o treinamento, vi inúmeros rostos novos no orfanato. Pessoas que sofriam muito mais do que eu. Eles matariam qualquer uma delas sem pensar e isso não aconteceria comigo. Nesse ponto eu estava protegida. 

Os anos transcorreram sem muitas novidades. Fomos mandadas para pequenas missões. Matávamos nosso alvo e não questionávamos nada.

Fiquei cega para qualquer sofrimento que não fosse o meu. Eu havia me transformado em uma simples máquina de matar.

Passei a ver cada vez menos Lucy, não queria que ela se machucasse. Ainda a amava, mas não poderia me dar o luxo de ter amigos. Esse era o meu destino.

Passamos parte da primeira guerra em alguns conflitos e fomos contratados pela Alemanha Nazista na segunda guerra. 

Olhei para baixo envergonhada dessa época da minha vida.

Como em qualquer guerra, eu fazia apenas o que era pedido, eu havia perdido qualquer rastro de sentimento dentro de mim.

Passei a ser conhecida como o experimento 42, para que todos se lembrassem o que aconteceria caso não cumprissem as ordens, eu era um lembrete a base de sangue. Uma máquina de guerra.

Passei a liderar tropas e fui designada a matar qualquer judeu que aparecesse, e então  Lucy apareceu na minha vida de novo. Ela foi designada para a equipe que eu estava liderando. Ela não estava de acordo com aquilo, ela nunca tinha perdido a sua postura. Ela aos poucos me lembrou de como éramos. O sonho de uma vida normal. A vontade de casar e ter filhos. Me fez ver que eu não era a máquina que acreditava ser, eu era a criança que tentou ajudar uma amiga a não sofrer. Ela quebrou a pedra que envolvia meu coração de novo e eu passei a enxergar novamente todo o sofrimento causado pela guerra. 

Secretamente eu e ela passamos a salvar qualquer pessoa que estivesse em perigo. Passei a usar o selo do fogo com muito mais frequência. Salvava os judeus perseguidos e no lugar eu incinerava corpos mortos em campos de batalhas para que acreditassem que eu havia cumprido minha parte.

Nessa época passei a ser amiga de Apollyon, por incrível que pareça ele me deu uma trégua na minha suposta sentença de morte e passamos a trabalhar juntos. Lucy desenvolveu um poder incrível de teletransporte através da energia das casas e de satélites. O que era de grande ajuda para sairmos de emboscadas grandes e nessa época também ficamos sabendo do primeiro ser considerado sobrenatural. O nome dele era Ivan, ele aproveitava o campo de batalha para se alimentar. 

Notei nessa hora uma mudança nas feições do Rafael, talvez eu devesse tentar saber um pouco mais sobre aquilo mais tarde.

Apollyon nos dava qualquer informação que precisávamos, quem já havia morrido, onde estavam as maiores batalhas e por fim, aonde estava esse tal ser. Eu não tinha nada contra ele, apenas não queríamos problemas e por isso, evitávamos os locais onde ele estava.

Não demorou muito para que meus pais ficassem sabendo do Ivan. Não sei muito bem o que aconteceu, sei que de alguma forma eles conseguiram fazer uma pedra através da vida dele, não posso dar detalhes dessa parte infelizmente, pois sou ignorante em relação a esse experimento. 

Quando eu voltei para o orfanato,  Lucy foi acusada de traição e condenada à morte, pois haviam descoberto o que fazíamos. Eu fui presa na maca por dias seguidos para receber mais pedras, eu já nem sabia o que queriam conseguir comigo, quando finalmente me soltaram, me proibiram de sair do quarto, eu já não poderia falar com mais ninguém. A partir de um grande desespero, aproveitei a situação da ausência do meu pai, que havia saído para fechar negócios com alguém. Esperei que a noite chegasse, desci até a cela em que Lucy estava, não existia energia ali para que Lucy não pudesse fugir, claro que ninguém contava com mais uma traição minha. Destruí a parte de baixo da sela, fazendo um buraco que desse para ela passar, o que ela conseguiu fazer com uma certa dificuldade. Com o barulho não demorou até que a minha mãe aparecesse e descobrisse os meus planos. Sem pensar duas vezes botei fogo na minha mãe, que dava gritos horríveis de dor, continuei lançando fogo no corpo dela até que não sobrasse mais corpo nenhum. Fugimos aquela mesma noite. Desde então juntamos informações para saber como podemos matar o meu pai. Tudo isso mudou desde que ele sumiu do orfanato. Não sabemos quantas mulheres ele já recrutou desde então, mas talvez as respostas estejam aqui. Pelas informações que conseguimos de experimentos que já nos atacaram, meu pai está muito forte, já usou diversas vidas de seres sobrenaturais para melhorar os seus poderes. Precisamos dessas respostas para poder pará-lo.

Acabei de contar exausta, meu estômago continuava doendo e agora eu sentia uma tristeza terrível por ter repassado essas cenas. Eu precisava voltar para o quarto. 

Esperei um pouco mais para ver se ele iria falar alguma coisa. Demorou alguns minutos até que ele me fez a primeira pergunta.

– Como se chama seu pai?

Olhei para ele surpresa, pensava que ele iria querer saber coisas mais significativas.

– Jonathas Geber, e minha mãe se chamava Heidi Geber – falei e fiquei olhando a reação dele, ele parecia tenso.

– Não é possível, segundo a história o casal Geber morreu no ano 815 – o olhar dele mostrava espanto, um certo temor e raiva ao mesmo tempo. Eu apenas abaixei a cabeça – Quando você nasceu?

Eu engoli a pergunta em seco, mas sabia que precisava responder.

– Bem depois do que você imagina. Nasci em abril de 1169. Já imagino a sua próxima pergunta então já responderei. Não sei se sou ou não filha de sangue deles. Eu não conhecia esse segredo deles quando era criança e muitas vezes torço para que eu não seja, mas isso não faz diferença na verdade. Eu o matarei de qualquer jeito.

Olhei para ele, que continuava tenso no mesmo lugar. Esperei alguns minutos e resolvi terminar o assunto.

– Preciso descansar. Lembrar de tudo isso me dói muito e ...

– Você é realmente humana?

– Digamos que não sou um ser sobrenatural, mas também não sei se eu me considero um ser humano também, mas sim, de acordo com os ceifeiros eu sigo sendo humana. Apenas sou uma humana que burla a morte. Meu sangue não se mistura com as pedras que foram colocadas em mim se é essa a sua preocupação. Meu sangue continua sendo de um simples humano – falei acreditando que ele havia ficado preocupado por conta da mordida. Me levantei e fui em direção a saída do pequeno salão e a última coisa que eu ouvi ele dizendo foi:

– Irei te ajudar.

Eu acenei com a cabeça e saí.

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