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Capítulo 20

Fiquei no quarto deitada na cama, a sensação de estar perto das pedras havia passado. A única coisa que havia ficado era a já conhecida sensação de vazio no estômago e a vontade de comer tudo o que tinha pela frente. Quando ficar no quarto se tornou insuportável resolvi ir até a cozinha. Abriria uma exceção para beber um pouco, ou muito, não sabia ainda.

Fui até a cozinha sem nenhuma interrupção e peguei a garrafa de whisky que já fazia tempo que estava guardada no armário. Tirei o pó com água e abri, comecei a beber ali mesmo. Vi que Bae parou na porta da cozinha, me olhou um tempo e falou:

– Fazia tempo que não te via beber, boneca – ele estava fazendo um esforço para agir normalmente e eu realmente apreciei isso nele. 

– Me dei esse direito hoje – respondi tentando sorrir.

– Aproveita bem – ele me ofereceu um sorriso e saiu.

Continuei bebendo até faltar dois dedos para acabar o whisky da garrafa. Tomei metade de uma garrafa em pouco tempo. Apesar de não ser novidade para mim, me senti estranha, fazia muito tempo que eu não bebia daquele jeito. Antes de terminar a garrafa senti que um dos meninos chegava. Eu havia ficado atenta para todas as presenças novamente.

Vi o Aruna entrar na cozinha mas me mantive em silêncio.

– Hannah, vi que voltou a beber – ele disse de maneira cautelosa.

– Me dei esse direito hoje – dei a mesma resposta que eu havia dado para o Bae.

– Se deu esse direito – ele disse como se pensasse em algo. Ele estava sério e havia algo estranho na forma dele falar – Você sabia, que o Ivan era meu melhor amigo?

Senti um frio percorrer a espinha.

– Sinto muito – eu respondi, não queria entrar naquele assunto.

– Sim, deve sentir mesmo – o olhei perplexa pelo jeito que ele respondeu – Eu também queria ter o direito de passar um tempo com o meu melhor amigo, mas por sua causa eu não posso.

Eu me levantei sentindo uma ameaça real vindo dele. Nunca o tinha visto daquele jeito. Ele geralmente era gentil e calmo. Meu coração acelerou e eu fui me afastando dele.

– Talvez eu ainda tenha esse direito não é, Hannah? – seu olhar havia se convertido em algo raivoso, olhos injetados em sangue. Notei que suas presas estavam muito maiores do que de costume.

– Aruna, eu não quero brigar. Só quero ficar sozinha – eu disse tentando me afastar ainda mais dele – eu realmente sinto muito...

– Que tal eu libertar meu amigo, então? – ele continuou, parecia falar mais consigo mesmo que comigo agora.

– Aruna, você mesmo ouviu que não é assim que funciona... fica longe... por favor, fica longe... eu não quero te machucar...

Mas falei tarde demais. Ele avançou em mim e eu coloquei o braço na frente. Senti uma mordida terrivelmente forte e dolorida. Eu não queria brigar, mas eu não podia deixar ele continuar. Ativei o selo de vento, não usei muito forte a ponto de machucá-lo, apenas o fiz para afastá-lo. Mas ele era rápido e em poucos segundos ele estava perto novamente. Lancei mais uma rajada de vento para afastar ele, mas ele apenas abaixou para desviar. Senti ele pegando no meu calcanhar com força e me vi sendo lançada contra uma das prateleiras da cozinha, fazendo com que muita coisa caísse. Senti minha cabeça sangrar. Sabia que ele já estava em cima de mim de novo. Eu estava tentando não lutar, mas fui obrigada a fazer uma pequena chama em uma das mãos e antes que eu pudesse queimar ele, vi duas figuras chegando e o lançando para longe.

Me levantei com facilidade apesar do corte na cabeça e me coloquei na defensiva. Me lembrei daquele primeiro dia no orfanato. Vi o Bae batendo no Aruna toda vez que ele tentava se aproximar, ele seguiu com isso até que o Aruna parou de tentar.

– Chega, Bae! O que você pensa que está fazendo Aruna? – Rafael estava extremamente irritado e era notável até mesmo pelo seu tom de voz.

– A culpa é dela! – o Aruna gritou.

Quando o Matteo chegou com a Lucy eles ainda estavam discutindo e nesse momento tanto a Lucy como o Matteo se colocaram na minha frente. A Lucy não pensou duas vezes antes de montar os campos dela fazendo com que todas as luzes do orfanato se apagassem e o Matteo pegou uma de suas facas, ele nunca as usava, mas eu sabia o quanto ele era bom com elas. 

Os vampiros pararam de brigar e se viraram para onde nós estávamos, mas aparentemente tanto Lucy quanto Matteo, não estavam dispostos a escutar ninguém. Qualquer movimento que eles faziam na nossa direção Lucy aumentava a energia concentrada nela e Matteo apertava ainda mais sua faca. 

Quando Elon chegou, ele não sabia o que fazer. Não podia ir para o lado dela, já que a ameaça estava sendo contra a sua família, mas também não queria tomar parte pelo lado dos vampiros, pois não queria perder a Lucy.

– Vamos nos acalmar – Rafael tentou apaziguar a situação – Nós não vamos machucar a Hannah.

– Acalmar? Isso é o que acontece quando confiamos em vampiros – Matteo falou entredentes  sem pensar duas vezes. 

– Matteo, tudo bem... vamos nos controlar – eu tentei acalmá-los também.

– Controlar, Hannah? Você percebeu que você não machucou nenhum deles só porque você não quis? O que você iria fazer? Deixar que te matassem, como da primeira vez? – foi a vez de Lucy falar contra eles, ela parecia tão irritada quanto o Matteo agora.

– Lucy, calma. Vocês não sabem o que aconteceu – eu continuava tentando explicar.

– Por favor, a Hannah tem razão – o Bae tentou – Vamos tentar resolver isso de uma maneira mais civilizada. 

– Eu não confio em vocês, estavam os três aqui enquanto ela sangrava. Posso excluir apenas o platinadinho ali – Matteo disse apontando para o Elon – Cheguei e vi a Hannah caída e com uma ferida na cabeça e uma mordida no braço enquanto os três brigavam. Brigando por um pedaço dela, talvez?

– Matteo já chega! – eu disse com força dessa vez – Eu estou bem e antes de vocês julgarem qualquer coisa vocês precisam saber exatamente o que aconteceu! 

Saí de trás do Matteo que ainda tentava me proteger. 

– Lucy, fecha esses campos, por favor. Olha a situação que estamos! Vai mandá-los para onde agora que realmente precisamos deles? – eu disse olhando pra Lucy. 

Elon aproveitou a situação e foi para o lado dela, aparentemente  foi algo que a acalmou já que ela fechou os campos em seguida. 

O Rafael e o Bae ainda seguravam o Aruna que agora parecia sem reação nenhuma. Fui até a pia para lavar o sangue da minha cabeça e do meu braço. Olhei para o braço e a ferida estava bastante feia, precisaria cobri-la até fechar pelo menos um pouco. Meu estômago estava me matando. Fazia quanto tempo que o Rafael não comia? Eu não lembrava mais. Eu sabia que os outros ainda iam para a cidade se alimentar diariamente, mas ele não fazia isso. 

Só nessa hora que eu vi o Apollyon. Ele provavelmente havia chegado fazia pouco tempo, já que parecia surpreso com toda a cena. Aproveitei sua ignorância e pedi para ele me ajudar com o corte na cabeça que não queria parar de sangrar. Era estranho não ter fechado depois desse tempo, o que me fez supor que o corte havia sido fundo. Eu sabia que, mesmo assim, era questão de pouco tempo para que o corte fechasse, mas me preocupava com a quantidade de sangue que saía enquanto tinha 4 vampiros perto e um deles com muita fome.

O Apollyon pegou dois panos que estava em uma das gavetas que havia sido lançada por uma das minhas rajadas de vento. Um ele me entregou para que eu fizesse pressão na cabeça e o outro ele amarrou no meu braço. Eu sabia que ele queria saber o que tinha acontecido, mas ele era prudente e resolveu guardar silêncio.

Quando o sangramento da cabeça parou eu quebrei o silêncio mortal.

– Quero falar com os quatro – eu disse tranquila.

Eu entendia a reação do Aruna e preferia deixar resolvido essa questão com eles. Apesar de eu ter pedras de Ceifeiro e de Incubus, eu sabia que não era ninguém conhecido para meus dois amigos. Os únicos que tinham perdido algo próximo por conta dos experimentos do meu pai foram os vampiros, afinal ainda podíamos salvar a Erica. Claro que a Ayla e a Sophi não contavam nesse caso, porque elas eram alquimistas também. 

Vi os olhares perplexos de todos, inclusive dos próprios vampiros. 

– Você ficou louca Hannah? – o Matteo não conseguia se segurar.

– Eu sei me cuidar Matteo. Você acha que do jeito que estamos vamos conseguir fazer alguma coisa juntos? Ou você acha que simplesmente dá para esquecer nossas diferenças da noite para o dia e amanhã vamos estar amigos de novo e vamos poder ir para a guerra estando do mesmo lado? Mas, para te acalmar, eu prometo que te grito se surgir problemas – ele  ficou olhando fixamente para mim – Estou te prometendo, você não confia em mim?

– Está bem – vi que seus braços caíam ao lado do corpo – Eu confio em você, mas vou ficar atento a  qualquer sinal de problemas.

Dei um beijo no rosto dele e lhe ofereci um sorriso. Lucy não falou nada. Ela parecia confusa, mas no fundo eu sabia que ela entendia. Talvez tivesse conversado com o Elon nesse meio tempo sobre isso, porque ela apenas concordou com a cabeça.

– Apollyon, fica com o Matteo e com a Lucy por favor e não deixe que eles façam nada imprudente – pedi para o Apollyon que tentava adivinhar a situação.

Fui com os quatro até o jardim, não muito próximos da mansão e nem muito próximos da saída. Eu encostei em uma árvore agradecendo por não sentir o corpo pesado.

Todos pararam na minha frente esperando o que eu tinha para falar. Em cada expressão eu via algo diferente. O Elon parecia triste, dividido. O Aruna agora parecia ausente, sabia que havia sido difícil suportar aquilo até agora. O Bae me olhava sério, não parecia me odiar, mas mantinha uma certa distância e o Rafael... O Rafael era o que mais parecia divido, divido entre a imensa dor sobre a descoberta do experimento com o irmão, uma dor profunda por saber que uma parte da essência do irmão estava implantada em mim. Também podia ver frustração e tristeza. Aqueles rostos me davam uma mostra de cada dor sofrida.

– Eu entendo a raiva de vocês – eu comecei – Entendo que deve estar sendo muito difícil até agora, mas nenhum dos que estão lá dentro sabe da ligação do Ivan com vocês. Para eles Ivan é apenas um nome conhecido entre nós. 

Vi cada rosto se pondo mais triste.

– Sei que talvez vocês não queiram falar sobre isso agora, mas precisamos – eu continuei – O que aconteceu agora foi apenas uma amostra do que vocês estão realmente sentindo. Eu perdi muita gente no decorrer da minha vida e sei o como é. Eu não saberia o que fazer no lugar de vocês. Eu sinto o desespero de cada essência dentro de mim e isso é aterrador. Então, eu vou pedir apenas isso: deixem essa luta acabar, me deixa pagar a minha dívida com o Matteo do pacto que eu fiz com ele, prometo pagar assim que a luta acabar e depois disso, façam o que quiserem comigo, mas me prometam que não vão descontar em nenhum deles – eu disse apontando para o orfanato – Só me prometam isso, que terão a minha palavra que eu não vou fugir ou me defender.

Vi a surpresa no rosto de cada um, uma surpresa dolorosa, mas eu estaria fazendo um favor para mim mesma propondo isso para eles. Depois de conseguir matar o meu pai, eu não teria mais objetivos aqui.

– Hannah... – o Rafael começou a falar com a voz apertada pela tristeza.

– Não precisa falar nada agora se não quiser, Rafael. Eu posso tomar a responsabilidade disso. Sou o experimento 42, o experimento que deu certo. Recebi essas essências após uma desobediência de uma ordem dada pelo meu pai, talvez não tivesse acontecido se não fosse a minha desobediência, ou talvez sim, não tenho como saber. A maioria das pessoas que eu conheço estão mortas enquanto eu sigo aqui, talvez essa seja uma das injustiças que eu preciso arrumar.

– Ele não está dentro de você, Hannah – o Bae disse enquanto olhava para mim. 

– Eu sei disso, mas foi para um experimento comigo que ele morreu. E se isso for fazer com que vocês se sintam melhor, então eu não me importo. Só peço aquilo que eu já pedi. Esperem a luta acabar, me deixem pagar o que eu devo para o Matteo e depois podem fazer o que quiserem. Aruna – falei virando apenas para ele – Sei o quanto é frustrante não conseguir defender um amigo e eu realmente sinto muito por tudo isso. Te admiro por ter se mantido calmo até agora. Não tenho raiva nenhuma de você, espero que você saiba. 

Ele ainda parecia vazio enquanto me olhava. 

– Rafael – eu segui – não sei como é estar na sua pele. Eu nunca tive uma família de verdade. Não me importei em perder minha mãe, claramente não me importarei se meu pai morrer e certamente nunca tive um irmão de sangue para amar e muito menos para perder, mas criei laços intensos há mais anos do que você possa imaginar. A Lucy está comigo desde os meus 12 anos. Talvez não seja o suficiente para saber como é ter um laço de sangue de verdade, mas faria qualquer coisa para protegê-la. Ela é a única família que realmente tenho. Por favor, assim que tudo acabar, deixe ela seguir a vida dela tranquilamente. Elon e Bae, eu não sei o quão próximos vocês eram dele e isso me assusta por não saber o que eu posso esperar de vocês, mas sei que independente disso, a perda de alguém é sempre dura.

Ninguém falou nada, todos pareciam pensativos. E antes de eu voltar para o orfanato adicionei uma única coisa.

– Ah, e por favor, não contem para ninguém, especialmente para a Lucy. Elon, principalmente você que é o mais próximo dela. Ninguém precisa saber disso além de vocês. 

Voltei para o orfanato. Apesar de ter colocado a minha vida nas mãos deles, eu me sentia tranquila. Fazia muito tempo que eu realmente queria desistir. No fim, o Apollyon não teria muito trabalho comigo nos próximos anos. Apesar da tranquilidade, eu sabia que mesmo essa minha proposta era egoísta. 

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