▪Capítulo 21 - Incontrolável
Depois que Spencer saiu da enfermaria, olhei para o Dr. Kim e suspirei. Aquilo estava mexendo com a minha mente. Sentia que a qualquer momento eu poderia mata-lo. Dr. Kim olhou para mim, respirando fundo.
— John, Você deve controlar-se. — Falou ele, cruzando os braços.
— Tenho medo que faça algo contra Alexa… Não consigo controlar… — Digo e logo levanto-me da cadeira, ficando de pé. Ele me olhou franzindo o cenho, como se estivesse tentando entender o que eu tinha acabado de falar.
— Não deve agir por impulso. — Ao falar aquilo, percebi que ele não havia entendido o que eu acabara de falar.
— Não sei como explicar… É como algo me empurrando a fazer alguma coisa, sem ter controle das minhas próprias ações, toda pressão em minha mente e corpo me deixa sem saída… É o que acontece comigo. — Tentei deixar de uma forma simples para explicar, mesmo assim, eu não conseguia falar tudo que sentia.
Vi a expressão em seu rosto, não era nada boa, ele parecia preocupado e demonstrava saber alguma coisa. Kim virou as costas e pegou uma pequena caderneta e começou a folheá-la, até que parou em uma folha.
— Dr. Kim? Você sabe alguma coisa? — perguntei.
— Eu teria que fazer alguns exames antes de definir algo assim. — Ele respondeu, olhando para os lados.
— Isso também pode ser problemas psicológicos. Seu medo pode fazer você ter reações automáticas, que vão além do seu controle - Disse ele, levantando-se e afastando-se de mim, percebi que o mesmo estava tentando mudar de assunto.
— Você deve ir, John… — Falou ele, olhando em meus olhos, mas eu não estava convencido daquilo.
— Eu preciso saber o que está acontecendo comigo! — Exclamei. Precisava de respostas ou iria acabar matando alguém.
— John, as respostas irão vir com um tempo, se você tiver paciência. — Falou o Dr. Km. Tinha a impressão de que ele me escondia muitas coisas, mas que no fim, eu iria descobrir tudo, de qualquer maneira.
— Alexa ainda está sozinha? — Indagou Kim. Ao me dar conta disso, olhei alguns segundos para o Dr. Kim e saí correndo em direção a minha casa, sem falar nada, pensando em como ela deveria estar todo esse tempo em que estive fora.
Quando já estava perto da porta, apenas abri a mesma e ingressei em minha casa.
— Alexa! — Exclamei ao entrar em casa, mas não obtive respostas. — Alex! — Aumentei a intensidade da minha voz, esperando respostas.
Estava começando a me desesperar, quando ouço a voz conhecida e doce vindo da escada.
— John? — Ela estava paralisada e sua expressão estava triste.
Subi as escadas o mais rápido possível e a abracei.
— John… Onde você estava? — Perguntou ela, não queria preocupa-la com nada disso. Então menti.
— Recebi mensagens do general Russel, eu não poderia demorar muito ou ele iria me rastrear. — Essa foi a pior mentira que eu já contei em minha vida.
Ela sorriu tentando disfarçar a preocupação, e eu sorri tentando disfarçar a mentira que eu acabara de falar. Alexa olhou diretamente para minha blusa e logo o sorriso do seu rosto desaparecera.
— O que é isso? — indagou ela, franzindo o cenho.
— O que? — Perguntei, confuso.
— Por que tem uma gota de sangue em seu blazer? — Disse ela.
Rapidamente olhei para baixo, observando a gota de sangue, o sangue de Spencer, que havia respigando em meu blazer.
— Isso… É… vinho! Bebemos um pouco e pingou na blusa. — Alex olhou confusa e desconfiada, ela não parecia estar acreditando muito em minhas palavras.
— Vinho…? — Perguntou ela.
— Por que seria sangue? — Falei soltando um risinho bobo para disfarçar a minha aflição.
Ela balançou a cabeça negativamente olhando para baixo e sorriu inocentemente.
— O corvo que vimos hoje mais cedo… Ele machucou a asa, não consigo amenizar isso… — Ela falou com desanimo.
— Alex, se isso fizer você se sentir melhor, irei levá-lo ao Dr Kim e ele saberá o que fazer com ele. — Falo sorrindo.
Mas, meu sorriso some ao ouvir meu bracelete apitar, havia recebido uma mensagem de Spencer: “Tudo mundo irá descobrir”, senti meu coração acelerar ao ler aquela frase. Porém, respondo a mensagem com a seguinte frase: “Depois que isso acontecer, se arrependerá do dia em que nasceu.”
— Eu não sei… Tenho uma sensação ruim, acho que não foi uma boa idéia vir para cá. — Disse Alexa.
— Alex, você precisa estar perto de mim para estar segura. — Alexa soltou um suspiro exausto, como se estivesse farta daquilo.
— Por que não chamamos o Dr. Kim aqui para conhecê-lo melhor? — Pergunto, esperando uma resposta positiva.
— Pode ser… — Disse ela, insegura.
Dei um sorriso forçado e me afastei para mandar uma mensagem a Kim, pedindo para que ele viesse o mais rápido possível.
Alexa P.O.V
Estava sentada sobre a imensa cama de John, o silêncio dominava o quarto naquele momento. Era inevitável não olhar para o pequeno retrato que ficava sobre a cômoda ao lado da cama, onde estava uma foto da mãe de John.
Tentava imaginar o motivo de sua morte, mas nunca perguntaria isso a John, percebia que aquilo o machucava.
Perdida em meus pensamentos, ouvi pequenos passos que se aproximavam do quarto, olhei para a porta do quarto e lá estava o homem estranho que me fazia sentir calafrios pelo corpo. Encolhi meu corpo sobre a cama enquanto o encarava. Seu olhar era intenso, e ele não piscava. E então, começou a dar passos lentos em minha direção, sentando-se ao meu lado na cama.
— Onde está o John? — Perguntei um pouco assustada, mas me esforçando para não demonstrar meu medo.
— Houve um imprevisto, ele lhe deixou sob minha responsabilidade. — Disse ele.
— bondoso da parte dele, mas, da próxima vez fale que sei me cuidar sozinha. — Respondi em um tom grosseiro.
O Senhor apenas deu um sorriso fraco e logo em seguida suspirou.
— Soube que ganhei seu voto de confiança, obrigado — Disse ele, novamente com um sorriso no rosto.
— John não deixou claro de que não me passas nenhum pouco de confiança? E que só estou fazendo isso porque não tenho nenhum outro caminho a seguir? — Digo em um tom autoritário dessa vez. Ele deu um sorriso forçado e virou a cabeça.
— Não exijo sua confiança, eu também não confiaria em ninguém se estivesse em seu lugar. — Disse ele. Continuei calada, apenas o ouvindo falar.
— Pode me chamar de Dr. Kim ou apenas Kim. Não precisa confiar em mim, mas também não precisa temer. Se quisesse mesmo te fazer algum mal, já teria feito à muito tempo, Alexa. — Acrescentou ele. Aquilo me fez soltar um longo suspiro de alívio, talvez eu devesse relaxar um pouco.
— Quando entrei aqui, percebi que estava olhando para a moldura com a foto da mãe do John. — Arregalei um pouco os olhos ao ouvir ele falar, me surpreendia o fato que ele soubesse algo sobre ela. Então finalmente abri minha boca para falar, mostrando interesse em suas palavras.
— Você sabe algo sobre ela? — Perguntei com curiosidade. Ele balançou a cabeça e suspirou.
— Se eu te contasse, ficaria com medo. — Disse ele.
— Penso que nada mais me assusta — Digo, com uma voz calma. Ele sorriu enquanto olhava para mim e falou.
— Me diga o que você sabe sobre ela. — Disse ele.
— Que ela morreu quando ele era muito novo — Falo enquanto olho para a moldura com a foto.
— Alexa, ela não morreu... — Disse ele. Arregalei os olhos com a informação que ele acabara de dar.
— Ela foi assassinada por Russel — De repente, o desgosto tomou conta do meu corpo, aquilo era extremamente perturbador.
— Não fique triste por isso, todos perdemos alguém — Disse ele, despertando minha curiosidade mais uma vez.
— Você também perdeu pessoas? — Pergunto.
— Minha mulher e meu filho — Disse ele, com as mãos nos bolsos do blazer.
— Eles morreram? — Perguntei mais uma vez.
— Não. — Disse ele — Espero que não. — complementou.
— E você sabe onde eles estão agora? — Perguntei. Dr. Kim deu um longo suspiro e olhou para cima.
— Estão em um lugar muito distante agora. — Respondeu ele. Aquelas respostas só despertavam mais curiosidade em mim, aquele homem parecia saber de muitas coisas, e principalmente o porquê disso tudo estar acontecendo.
Quando estava me preparando para fazer outra pergunta, John apareceu na porta do quarto...
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