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▪Capítulo 14 - Desconfiança

Eu não havia dormido aquela noite, minha mente focava na Alexa, sentia que ela não estava bem sozinha, eu tinha que achar uma maneira de deixa-la segura, mas... Como vou fazer isso?

...

Enquanto eu estava perdido em meus pensamentos, senti meu bracelete apitar, como sempre, era o General Russel. Minha preocupação com aquilo começou a aumentar. Olhei sua mensagem: "Preciso que venha ao meu escritório, tenho que falar com você."

O que ele queria falar comigo? Será que Spencer teve a coragem de abrir a boca? Se sim, aquele dia seria o último da vida dele.

Troquei a roupa normal por uma formal, precisava manter a formalidade enquanto estivesse perto do General. Fui até o escritório dele, dessa vez, sem pressa, não queria chegar lá. Infelizmente eu tinha chegado. Bati na porta de seu escritório e ouvi uma voz baixa, vindo de dentro.

- Pode entrar, Russel. - Disse o General. Abri a porta do seu escritório e entrei, em seguida, fechei a porta calmamente, sentindo minha mão suar na maçaneta da mesma.

- John Russel. Não pude deixar de parabenizar pelo seu trabalho ontem. - O general levantou de sua poltrona grande, de couro, e se aproximou de mim com passos lentos e firmes.

- Obrigado... General Russel. - Falei tentando não gaguejar por sentir ele se aproximar. Sua presença sempre me deixava nervoso.

- Você parece muito comigo quando era de sua idade. - Disse ele. Fiquei calado, o ouvindo. Eu parecia ele? Isso não deve ser bom.

- Eu era inseguro, e fraco como você. - Ele falou em um tom de decepção. Abaixei a cabeça ao ouvir suas palavras, mas automaticamente, levantei a mesma para não demonstrar meus sentimentos naquele momento.

- Temos que ser fortes, você é um homem, você leva meu sobrenome. Você precisa mostrar a todos que você não é um garoto vulnerável e idiota. - Eu não podia contrariar suas palavras, se eu era frágil para ele, então eu era frágil, e não podia falar "mas" nem "menos".

- Sim, senhor. Me desculpe. - Falei pausadamente, sem olhar em seus olhos. Eu estava aflito e com medo, Spencer não seria tão burro de falar algo para o General... Seria?

- Há algo que me preocupa... - Disse o General. Ele olhou para baixo e apoiou a mão esquerda em meu ombro.

- Disseram que eu deveria ficar de olho em você - Naquele momento, me veio a imagem de Spencer, ele era um cara morto. - Há algo que você queira me contar? John? - Engoli seco e olhei para seu rosto, ele estava de frente para mim, tentando olhar em meus olhos.

- Não, senhor. Acho que essas pessoas estão enganadas. - Falei desviando meu olhar de seus olhos. Ele balançou a cabeça, concordando.

- Espero eu, não estar enganado. Será muito pior se você não me contar a verdade agora. - Ele ficou andando envolta de mim, fazendo um pequeno círculo com seus passos em minha volta.

- Não irei lhe decepcionar, está tudo sob controle. - O General deu um pequeno sorriso, cínico e ameaçador. Era óbvio que ele desconfiava, e se eu não agisse rápido, algo ruim poderia acontecer.

Ele voltou a sentar-se em sua poltrona e fez sinal com a mão para que eu saísse de sua sala. Imediatamente eu saí e fechei a porta, minha mão estava suando e tremendo, mal conseguia fecha-la. Respirei fundo, aliviado por estar fora de sua sala, mas, aflito por estar praticamente ferrado.

Comecei a dar passos lentos, de volta a minha casa, mas cessei meus passos ao ouvir uma voz suave me chamar.

- John! Venha aqui. - Olhei para trás vendo o Dr. Kim, achei estranho, porém, me aproximei do mesmo e ele me encarou por alguns segundos antes de começar a falar algo.

- Você precisa de ajuda para salva-la. - Arregalei os olhos ao ouvir suas palavras. Sabia de quem ele estava falando, mas... como ele sabia de algo sobre Alexa?

- Do que está falando? Salvar quem? - Falei, tentando disfarçar ao máximo. Dr. Kim deu um pequeno suspiro e me olhou.

- Sei que você gosta daquela garota, não tente me enganar, John. - Engoli seco, sinto um pequeno arrepio e formigamento, estava tenso e assustado.

- Como você sabe disso? Como você sabe dela? - Falei em um tom meio confuso e curioso.

- Não se preocupe, John... Estou do seu lado, apenas quero ajuda-lo. - Balancei a cabeça positivamente e o encarei.

- Não tenho como ajuda-la, seria muito perigoso. - Ele me olhou e deu um sorriso, seus olhos puxados ficaram menores do que já eram. Parecia que já tinha alguma idéia em mente.

- Leve-a para sua casa - Olhei para ele, franzindo o cenho, era a idéia mais perigosa que ele tinha em mente.

- Isso seria muito perigoso, alguém poderia encontra-la... - Ele me olhou com um olhar tediante, como se fosse me dar uma resposta óbvia.

- John... Homens não entram em casa de outros homens. Então... Qual é a probabilidade? - Ele estava certo, as probabilidades eram mínimas, mas, quando se tratava de Alexa, eu sentia que qualquer coisa ruim poderia acontecer.

- Mas você sabe que não podem entrar na cidade sem o bracelete. Os sensores e os alarmes não deixariam - Eles haviam criados sensores para as mulheres exiladas ficarem longe da cidade. Dr. Kim sorriu e tirou um bracelete do bolso.

- Identidade falsa, ninguém saberá que uma Exilada entrou aqui... Mas seja discreto. - Ele colocou o bracelete em meu bolso, e eu o olhei, confuso.

- Por que está fazendo isso? - Por que ele queria tanto me ajudar? Aquela dúvida estava me corroendo.

- Não me ajudaram quando eu mais precisei. - Disse ele, dessa vez, seu olhar mudou, seus olhos ficaram tristes e o sorriso havia sumido de seu rosto. Aquilo me comoveu profundamente.

- Obrigado. - Dei um pequeno sorriso e voltei a andar novamente, em direção à minha casa. Eu estava preocupado, estava prestes a fazer uma coisa bastante perigosa, isso arriscaria muito a vida de Alexa, mas, sentia que, perto de mim ela ficaria mais segura... No entanto, estava pronto para pôr meu plano em ação e a sacrificar tudo por ela.

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