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Capítulo X - A sombra da maldade

— E então, Peter... — James chama o garoto de longe, parecendo ser cauteloso com as suas palavras. Em resposta, o rapaz só ri e pensa "e lá vamos nós". — Você... quer contar pra gente o porquê da Amy te odiar?

Essa pergunta em qualquer outra ocasião o pegaria de surpresa, não esperando algo tão direto e, sinceramente, doloroso. Porém, nesse caso, ouvir o som de um tapa e reclamação baixa logo depois foi o suficiente para fazer Peter soltar outra risada. Ele não precisou olhar para trás para entender que aquilo tinha sido Emma, repreendendo James por sua fala, ela provavelmente também não esperava algo assim.

Com toda honestidade, ele preferia ficar quieto e não ter que responder nenhum interrogatório, até por conta de onde estavam. No meio de uma floresta aparentemente pacífica, com árvores por todo lado e o cheiro de natureza, porém sem nenhum indício de vida. Um único pássaro cantando seria o suficiente para tirar aquela sensação estranha de morte em um lugar tão bonito, mesmo assim, apenas silêncio. Ainda por cima, a tarefa deles ali não era nem um pouco agradável: achar fugitivos da Coalizão, duas mulheres e uma criança que fugiram com suprimentos durante a confusão.

Ele não se voluntariou para isso, nem mesmo tinha interesse algum em lidar com algo assim, pois ele entendia e pretendia fazer o mesmo que esses fugitivos. O problema é que ele não tinha escolha, Laura insistiu para ele vir e trazer Emma, e novamente James veio como intruso. Aparentemente ele não podia nem mesmo expressar insatisfação, visto que depois do ataque três dias atrás ele não tinha visto Amy em lugar nenhum, e Laura demonstrou ter algum envolvimento nisso. Ele preferiu ouvir ela e não tentar forçar ela a revelar se estava falando a verdade, Peter certamente não gostaria que Amy morresse por sua culpa, mesmo que ela "odeie" ele.

— Ela não acredita que esse papo de perder as memórias é inteiramente verdade, só isso até onde eu saiba. — o rapaz mente nessa última afirmação, imaginando que a voz em sua cabeça seja um ótimo ponto de partida para entender os motivos de Amy. — E acho que não vai acreditar por um bom tempo.

— Não faz sentido, ela não pode continuar odiando você, vocês eram tão–

— James, eu não sei se quero falar disso agora. — Peter corta o rapaz bruscamente, porém tentando soar o menos rude possível. Ele não estava irritado com o assunto, só não queria falar disso em toda oportunidade que tivesse, já bastava pensar o dia todo. — Ela não acredita em mim, eu não posso fazer nada.

Peter não sabia se era impressão dele ou não, mas o clima parecia ter piorado bastante com isso. Uma olhada rápida para James mostra que ele não parecia estar irritado ou algo parecido, porém com certeza sua mente ainda estava em outro lugar. Peter até cogita ceder as questões, só que ele se convence de que por um dia ele tinha o direito de relaxar sobre isso. De qualquer forma, após ouvir James e Emma sussurrando na distância, ele sabia que eventualmente esse assunto iria voltar. Ele tinha uma vaga impressão de que James não era o tipo de pessoa que desistia fácil.

Tentando se distrair disso e focar na sua infeliz tarefa, o rapaz começa a tentar procurar rastros, qualquer pista que seja. Ele não sabia se era bom em encontrar pegadas ou manchas minúsculas de sangue ou coisa parecida em galhos. Ainda assim, era o melhor a se fazer, então ele começa a olhar para todos os lados em busca de qualquer atividade humana, e...

É, Peter definitivamente não estava se sentindo bem tendo negado aquela conversa, e nenhuma distração tiraria isso de sua mente.

— James, Emma, como que... — ele pensa em como formular a sua pergunta de forma que tente evitar o máximo assuntos ruins, embora talvez seja inevitável. — Como eu era antes disso tudo?

Ele nem precisou olhar para trás para ver os olhos do rapaz brilhando.

— Ah, cara, você era demais! — James parece tentar se controlar para não falar alto demais, aparentemente ainda tendo um semblante de consciência da tarefa que eles tem. — Era o tipo de cara que todo mundo gostava, nunca arrumou briga com ninguém, esse tipo de coisa.

— Só não era um exemplo durante as aulas. — Emma complementa e o trio fica em silêncio por alguns segundos. — Sem ofensas.

— Não ofendeu. E eu acho que você tá exagerando, todo mundo gostava parece exagero.

— Bem, não dá pra ter certeza se era todo mundo, mas nunca ouvi ninguém falando mal de você pelas costas. — a ruiva parece pensar positivamente nessas memórias, dando uma sutil risada. — Não é como se você fosse uma estrela ou um astro de televisão, mas o ás do time estadual de vôlei indo para o nacional... isso botou você e esse cara aqui nos holofotes por um tempo.

Ela dá uma cotovelada no rapaz ao seu lado, que ri e se anima ao falar disso.

— Eu lembro! A gente sentiu o gostinho da fama nesse tempo, foi massa. Na real... você tá sendo modesta, hein garota?

Curioso, Peter se vira para eles e vê Emma corando e escondendo o rosto, se lembrando da época dela de brilhar. Novamente, ele tinha a certeza de que sabia do motivo, só não conseguia se lembrar bem. Decidindo se juntar à conversa de vez, ele faz uma pergunta.

— Qual é a história de fama dela?

— Se eu e você estávamos no topo do vôlei, ela tinha passado do topo na natação. Eu apostei com uma rapaziada que ela iria pras Olimpíadas qualquer dia desses, tô te falando.

— Você pensa muito de mim, eu não... — ela dispensa os elogios e trava, ficando ainda mais vermelha do que já estava, quase ficando com a mesma cor de seu cabelo. — Você apostou ao meu favor?

— Ué, por que eu não apostaria? Eu sempre te achei legal.

Se seres humanos pudessem emitir vapor e sons de chaleira, Emma certamente estaria fazendo isso nesse momento. Peter presumiu que ela não estava acostumada com elogios, o que foi uma grande surpresa pelo que foi contado. Antes que ele pudesse ajudar mais James em sua tarefa de elogiar ela até ela explodir, a garota muda o assunto.

— Precisamos nos concentrar, não queremos ser pegos de surpresa.

Ela acelera na frente deles e pega certa distância, encerrando completamente aquele assunto. Concordando silenciosamente que ela estava certa, Peter e James se olham com um sorriso, e Peter entendeu que o olhar dele naquele momento era de nostalgia e uma felicidade passada. Mesmo que seja triste pensar que talvez eles não mantenham o que tinham de amizade depois disso, ele parece se reconfortar ao saber que eles se divertiram muito no tempo que tiveram.



A procura durou mais algumas horas antes de levar a algo. O tempo foi preenchido com James vez ou outra quebrando o silêncio para contar uma "última coisa, prometo!", geralmente histórias engraçadas dele no passado, coisas que presenciou e outras que apenas ouviu falar. Em um momento o rapaz mencionou que era um consenso geral que Peter e Amy iriam sair casados do ensino médio enquanto contava uma dessas histórias, mas ao ver o olhar triste no seu amigo, decidiu parar.

O momento de lembranças dos dois acabou quando Peter repentinamente sentiu um arrepio em sua espinha. Era parecido com o de três dias atrás, quando percebeu que Kimiko estava observando ele de longe, só que ainda assim tinha uma diferença. Era difícil explicar de uma forma que fazia sentido, porém o arrepio parecia indicar algo mais agressivo, como se ele estivesse sendo atingido por más intenções.

— Ai, James, eu preciso mijar, tem como tu acompanhar a Emma por um tempo? — ele mente, cedendo a sua curiosidade, mesmo contra todos os seus instintos. — Vou dar esse momento de privacidade pra vocês.

— Por que eu ia querer um mo- — James começa a questionar antes de travar e abrir uma expressão de choque, como se só agora a situação estivesse atingindo-o. — Eu não, eu...

Ele tenta se explicar e desiste quando vê o sorriso de "eu não acredito em você" do seu amigo. Ficando em silêncio e concordando com a cabeça, ele acelera o passo até se aproximar de Emma, levantando o seu braço para colocar no ombro dela, porém mudando de ideia no último segundo.

Peter ri por um instante, logo depois ficando sério quando aquela sensação percorre o seu corpo novamente, como se estivesse lembrando a ele de que há perigo por perto. Sem querer chamar muita atenção, ele segue a direção que sentia estar correta, tomando muito cuidado por onde pisa para não fazer barulho. Como agora estava chegando perto do pôr do sol, a iluminação já estava ficando pior, logo ele tem que dobrar a atenção.

O rapaz caminha até encontrar uma formação bem peculiar de rochas, quase como a entrada de uma gruta. Instintivamente ele pega a sua faca — visto que Laura novamente não iria confiar nele com uma arma de fogo — e se aproxima, segurando a respiração quando estava virando a curva para ver completamente o que estava por lá. Quando finalmente viu o motivo de seus arrepios, o rapaz se encontrou com mais perguntas do que respostas.

Primeiramente, como diabos ele sabia tão precisamente que tinha alguém ali? Ele não estava ouvindo som nenhum até então.

Segundo, entre uma mulher jogada no chão com um ferimento profundo na perna e apenas um canivete para se defender e um rapaz armado e saudável, como poderia o rapaz em questão estar mais surpreso do que a pessoa ferida? Sua primeira reação foi a de recuar, dando um bom passo para trás e ficando fora do alcance dela.

— Isso! Pra trás! Pra trás, entendeu? Se não eu corto teu pescoço.

Ele vê a pessoa jogada no chão ameaçá-lo com tanta ferocidade e toma um bom momento para olhar ela melhor. Era uma mulher com volta de uns quarenta anos, mas a situação parecia envelhecer ela mais uns dez, o que era o comum entre sobreviventes que ele viu até então. Ela estava pálida pelo que ele acreditava ser o sangue saindo de sua perna por um bom tempo, porém não parecia nem um pouco fraca, apontando aquele canivete como se ela pudesse cortar qualquer coisa com aquilo.

— Ei, ei, calma! — Peter guarda a faca novamente e levanta as mãos em um sinal de paz, decidido que ela era uma das pessoas que procuravam. Ele não fazia ideia de como ela tinha acabado nessa situação, visto que sua perna estava enfaixada e cobrindo qualquer vestígio do que poderia ter causado aquilo. Considerando que haviam outras duas pessoas, elas provavelmente tinham fugido e deixado ela para trás. Ele não duvidaria se ela dissesse que foi por ordens dela. — Eu não quero te machucar, tá? Eu não vou contar pros outros que você tá aqui, então fica calma.

— Não fode, moleque, eu vi você no escritório da Laura, você é mais um dos capachos dela.

— Senhora, eu prometo que não quero contar pra ela, sério, e-eu não sei se tenho alguma coisa pra ajudar com a sua perna aqui, mas eu posso tentar afastar a busca pra outro lado, coisa assim.

Talvez seja pelo tom de voz desesperado dele ou pela aparente bondade que ele carregava no olhar, mas aquelas palavras pareciam ter no mínimo reduzido um pouco da agressividade dela. Mesmo assim, seu canivete ainda estava pronto para fazer o máximo de estrago que poderia.

— Ai, garoto, fala a verdade. — ela encara ele com um fogo nos olhos, parecendo escanear ele por dentro. — Vocês acharam a outra mulher e a criança?

— N-não, eu acho que não pelo menos, ninguém avisou nada a gente. Escuta, eu tenho água e uns biscoitos, você tá precisando? Eu não sei se posso demorar muito, se alguém vier atrás de mim vai ficar mais difícil te esconder.

— Só... só a água.

Ela afirma e espera ele tirar uma pequena garrafa de sua mochila, se aproximando para pegar como se fosse um animal estudando se ele apresentava alguma ameaça ou não. Quando ele estende a mão para oferecer a água, ela pega a garrafa com força e velocidade, recuando antes de abrir a tampa e virar tudo enquanto apontava o canivete para ele.

Ele não protestou, apenas esperando ela terminar de beber enquanto fechava a mochila e pensava nos seus próximos passos: o ideal a fazer era voltar a sua dupla e propor que voltem, vendo que os dois estavam cansados não seria tão difícil convencê-los. De resto era apenas mentir bem o suficiente para Laura e rezar para ela não notar. Com sorte, essa mulher já estaria longe quando viessem procurar novamente. Infelizmente, ele sabia que ela não tinha muitas chances, visto que além do sangramento ela teria que se preocupar com monstros durante a noite.

— Moleque, obrigado pel-

BANG!

Um som ensurdecedor ecoa por toda a floresta, finalmente atiçando os pássaros que Peter tanto esperava ouvir. Se antes aquele arrepio indicava perigo, o que ele sentiu agora indicava morte iminente. Se sua mente demorou para processar o que tinha acontecido, seu corpo demorou ainda mais. Seus olhos lentamente fazem seu caminho até a mulher que estava falando com ele até esse instante, esvaziando o líquido daquela garrafa como se fosse o néctar dos deuses.

E como ele temia ter sido o caso, agora ela estava expressando a imagem oposta da que ele via antes. Em vez de uma guerreira ferida, agora ele via uma pessoa comum e definitivamente morta. Um buraco em sua testa escorria sangue lentamente, e seu pescoço foi lentamente inclinando para frente, ao mesmo tempo em que ele ouvia o pequeno canivete encontrando o chão. Ela provavelmente nem entendeu o que havia acontecido, e ele sente desespero em saber que talvez ele saiba o que vai acontecer com ele.

— Sabe, eu admito que esperava mais de você.

Uma voz mais familiar do que ele gostaria de admitir e agora ainda mais tenebrosa se fazia presente ao seu lado, acompanhando uma mão em seu ombro. Ele não queria aceitar, ele não podia aceitar se quisesse acreditar que sairia vivo dessa, porém ele sabia que era Laura, e ela provavelmente não estava feliz.

O rapaz se vira até ela lentamente, ainda em choque. Como esperado, ela estava com uma cara de descontentamento. Não chegava a ser raiva nem ódio, ele havia descoberto como ela ficava nessas situações, então ele percebeu que naquele momento ela parecia estar lidando com uma mera inconveniência. Provavelmente ele era isso, uma inconveniência.

— E-eu, eu não... você não... ela...

— Shh, shh. — ela bota um dedo na boca enquanto pede para que ele fique em silêncio, usando a mesma mão que havia botado em seu ombro anteriormente. Com sua outra mão ela pega um revólver e encosta na testa dele, e seu coração parecia ter sido apunhalado quando ele sentiu o metal frio da arma em sua pele. — Eu te dei uma oportunidade de ouro, melhor do que você merecia, e agora você tomou a escolha errada. Você sabe o que vai acontecer agora?

— Você vai... me matar?

Somente quando ele faz essa pergunta que tudo parece virar realidade. A morte da mulher que ele iria tentar proteger, o fato de que ele era o próximo. O desespero do futuro em que James e Emma se culpariam por deixar ele se afastar, já que Laura com certeza inventaria uma desculpa para não admitir que foi ela. Ele nunca teria a oportunidade de saber se Kimiko realmente levaria ele ao futuro que prometia, e que ela certamente ficaria decepcionada pela morte dele antes de sequer ter a chance dele aceitar o acordo.

E por alguma razão, ele sentiu que iria quebrar uma promessa, um juramento que fez a Amy muito tempo atrás. Céus, se ela estava furiosa e perdida agora, como ela ficaria caso ele realmente morresse dessa vez? Aliviada por acreditar que ele é outra coisa? Triste e arrependida? Ele não queria saber, o que era bom, visto que ele não saberia de mais nada nunca mais.

— Não, garoto, eu vou te dar uma demonstração do que é medo de verdade.

Seu coração pula uma batida ao ouvir o "não", demorando para entender o resto da frase dela. Imediatamente após ela terminar de falar as coisas ficam ligeiramente mais estranhas, como se algumas coisas estivessem sumindo aos poucos e Peter não tivesse certeza do que exatamente. A primeira coisa a notar foi que Laura apenas congelou, como se estivesse parada no tempo. Ele só percebeu que havia congelado também quando não conseguiu mexer nada em seu corpo, nem mesmo os olhos.

Tudo no ambiente havia parado, aquela imagem congelada em seu campo de visão como se ele estivesse vendo uma foto. Logo depois ele percebeu que aos poucos suas sensações foram indo embora também, seu coração acelerado parecia ter parado completamente, o frio em seu corpo — em verdade, qualquer sensação de temperatura — desapareceu logo a seguir. Aos poucos Peter foi sentindo como se estivesse sendo expulso do próprio corpo, e até aquela foto começou a apresentar defeitos.

Algumas coisas começaram a derreter, as cores foram se misturando e se tornando objetos que ele não conseguiria garantir sua existência no mundo. Quando prestou atenção o suficiente, percebeu que o rosto de Laura parecia difícil de enxergar, uma falha naquela sua realidade que rapidamente foi se tornando uma mancha como todo o resto. Não parecia ter demorado muito para tudo se tornar completamente irreconhecível, um mar de coisas sem forma e sem cores reconhecíveis, um retrato de abstrações intermináveis.

As coisas ficaram assim e ele não sabia dizer por quanto tempo. Segundos? Minutos? Milênios? Não parecia fazer muita diferença, afinal, aquilo passou tanto em uma fração de segundo quanto em várias eras. Aos poucos seus questionamentos saíram de "eu morri?" para "eu sequer vivi?", e por fim para nada. Qualquer resquício de pensamento ou ideias na sua mente havia chegado à inexistência.

E como se fosse o seu Big Bang pessoal, todas as cores, sensações e formas do mundo se expandiram diante dos seus olhos, como se ele estivesse presenciando a criação. Ele existia novamente, ele tinha capacidade de pensar, seu corpo sentia frio e seus olhos enxergavam formas que existiam nesse mundo. Acima de tudo, ele sentia medo.

Não, medo não era a sensação certa, ele já havia sentido medo, portanto tinha certeza de que aquilo devia ser algo maior, como se Deus tivesse entrado em sua mente e sussurrado os segredos mais obscuros do universo e depois apagado, deixando um vazio imensurável dentro dele. Ele se sentiu mais vulnerável do que uma folha de papel no mar, como se qualquer sopro fosse extinguir ele. E ao ouvir uma risada, tudo em seu corpo gritou como se estivesse sendo atacado.

— Hahahaha, e ai, eu tava mentindo? — a mesma voz que ele ouviu instantes ou épocas atrás ressoava do outro lado da barra. Quando ele tentou se lembrar de quanto tempo fazia desde que estava naquela floresta, seu cérebro doeu e ele urrou pela dor repentina. — Pelo visto não. Credo, eu não queria ser você agora.

— O que você fez comigo?!

Peter questiona enquanto procura forças para se manter acordado. Ele sentiu como se toda a sua existência tivesse sido desintegrada e reformada a partir do nada, e seu corpo ainda estava se reajustando a isso. A pior parte de todas: ele não fazia ideia de como isso tinha acontecido. Ele havia tomado um tiro? Ela deu a porrada mais forte de todas na sua testa e ele tinha tido um traumatismo craniano ou algo parecido?

Ele não fazia ideia.

— Te dei mais um motivo pra me respeitar, e agora vou fazer um jogo com você. Antes você tinha que me fazer algo pra eu te dar uma resposta, né? Agora eu vou fazer algo diferente.

Peter vê Laura tirando aquele mesmo revólver de antes do coldre e segurando ele com a mão esquerda, e o rapaz treme só de imaginar o que ela vai fazer com aquilo. Seus olhos se encontram com os dela e ele tenta implorar só pela sua expressão, mas a frieza dela respondia que ele não teria tanta sorte.

— Por favor, eu não achei que você queria tanto ela morta, por favor...

— Ela? A fujona? — Laura questiona e parece sentir vontade de rir novamente, o que surpreende o rapaz. — Eu não dou a mínima para ela ou a namorada, muito menos o filho das duas. Minha ideia com isso era ver se você era um idiota ou se você tinha entendido como as coisas funcionavam, e agora eu tenho a minha resposta.

Não dava a mínima? Peter pensa e novamente ele parece ter sido atingido, caindo a ficha de que se isso era verdade, então ela não só tinha executado alguém a sangue frio sem motivos, como tinha feito isso apenas para testar ele. A morte daquela mulher estava nas mãos dele.

Antes que ele possa entender tudo que estava sentindo, Laura puxa outra coisa com sua mão livre, e ele reconhece com o dispositivo que James e Emma recuperaram na instalação subterrânea. O jeito que ela segurava aquilo fazia parecer que ela considerava ele tão ameaçador quanto a arma.

— Moleque, toda noite a gente vai fazer um jogo de adivinhação até eu sentir que eu posso confiar em você. Na minha mão esquerda eu tenho a mesma arma que apontei na sua cabeça, lembra? — ela questiona e ele concorda com a cabeça, se afastando das grades da cela como se isso fosse mudar algo. — E na mão direita eu tenho aquilo que mandei vocês buscarem, mas você não faz ideia do que isso faz.

Pelo contexto que estava, ele certamente não queria saber o que faz, e dessa vez sua curiosidade nem faz esforços para tentar convencê-lo a descobrir.

— Um desses dois fez você sentir o que você sentiu hoje, um deles te fez passar pelo inferno. Você deve achar que consegue responder isso fácil, mas eu recomendo que você pense muito bem antes de responder. — Laura afirma como se estivesse lendo a mente dele, que nesse momento havia acabado de deixar de considerar que só tinha como ter sido a arma. — Se você errar, eu vou fazer o que eu fiz de novo. Então, vamos começar, um tiro na cabeça ou um segundo com esse dispositivo ligado, Peter Walker?

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