Capítulo 9| Lake House
Aquele beijo, aquele jantar, aqueles sorrisos, aqueles elogios... é, estava tudo bom demais para ser verdade. Não demorou muito para ele voltar ser o mesmo Peter de sempre. Só teve uma coisa que mudou com tudo isso: Eu.
Todos os dias antes de dormir eu costumava a pegar um livro e ler, mas dessa vez isso não foi possível. Não foi possível por que aquele arrogante coberto por tatuagens não saía da minha cabeça. Cada palavra do livro que eu lia, eu conseguia remeter em algo ligado a ele, então chega um ponto em que eu desisto e fecho o livro o deixando do lado da minha cama. Vou até o banheiro faço minhas necessidades e então me deito.
Viajo um pouco nos meus pensamentos, mais especificamente penso em coisas que eu SEI que não vão acontecer e logo acabo dormindo.
Acordo com o sol batendo na minha cara e já sinto aquela preguiça de levantar. Um sorriso se forma no meu rosto quando lembro que era um feriado nacional e que não teria aula nem hoje e nem amanhã e que iria emendar com o fim de semana.
Fecho meus olhos na intenção de voltar a dormi quando alguém bate na porta do meu quarto. Eu ignoro, mas a pessoa insiste batendo mais três vezes. Me levanto lentamente e abro a porta coçando os olhos. Era o Peter.
"Se arruma." Ele fala com a maior normalidade do mundo.
"Que?" Minha expressão confusa o faz rir.
"Se arruma. Vamos viajar." Arregalo os olhos.
"O que? Pra onde?" Pergunto animada.
"Só se arruma e confia em mim. Você não vai se arrepender." Ele sorri.
"Tá mas eu preciso ligar para o meu pai!"
"Ai Camila você realmente acha que ele está pensando em você agora? Ele e minha mãe devem estar transando. Se eles não ligaram até agora não vão ligar."
"Tá." Reviro os olhos e fecho a porta na cara dele. Pior que ele estava certo. Meu pai estava cagando pra minha existência naquele momento.
Pego a menor mala que eu tinha. Aliás não é uma mudança, é apenas uma viagem. Como o Peter não queria me falar onde íamos eu não sabia muito bem o que levar, mas coloco três blusas, um shorts, uma calça, uma saia, um casaco, pijama e minhas lingeries. Acho que eu estava preparada para qualquer coisa que pudesse estar por vir. Pego minhas coisas para higienes pessoais e me arrumo. Coloco uma calça de moletom cintura alta com a estampa camuflada e uma blusinha preta curta. Faço uma trança boxeadora no meu cabelo, coloco um tênis e desço para a sala. O Peter me olha com um sorriso no rosto.
"Uau, olha ela!" Sinto que viro um pimentão. Espero que seja só impressão minha. "Parece até uma noiva de tanto que demorou."
"É difícil de arrumar uma mala sem saber pra onde está indo, sabia Peter Mallark?" Ele dá risada, pega minha mala e então vamos até o carro.
A risada dele me fez ficar com um sorriso bobo no rosto. A verdade é que ele estava me fazendo agir como uma boba e eu não estava gostando nada disso.
Passamos o caminho todo cantando alto as músicas que tocavam no rádio. Eu sempre me animo muito quando toca alguma música que eu goste e começo a exagerar e foi exatamente isso que eu fiz, matando ele de rir. Eu não sei de onde tiramos a intimidade que estávamos naquele momento, mas eu estava adorando aquilo. Queria que fosse sempre assim.
Depois de três horas de viagem chegamos ao local. Era uma casa enorme no meio do nada. Cheia de árvores em volta. Na frente dela havia uma piscina e mais pra frente uma tirolesa. Pendurado na árvore havia um balanço para duas pessoas, sem contar no espaço gigante para andar a cavalo.
Eu estava impressionada. Saio do carro boquiaberta. As flores coloridas tomavam conta do local.
"Peter, isso... isso é maravilhoso! Isso é seu?"
"Era da minha mãe. Mas como ela tem más lembranças desse lugar por causa do meu pai, ela passou para o meu nome. Agora é minha!" Ele fala me encarando observando detalhadamente a minha reação.
"Nossa, que incrível! Você deve ter feito várias festas incríveis aqui, estou certa?" Ele solta uma risadinha negando com a cabeça e olhando para o chão. "Não?" Pergunto sem acreditar muito. Aquele lugar era um lugar perfeito para fazer uma festa.
"Você é a primeira pessoa que eu trago aqui, Cami. As únicas pessoas que já vieram pra cá foi minha mãe, meu pai e eu. E agora você."
Não sei por qual motivo mas aquilo me deixou nervosa e ao mesmo tempo muito feliz. Não consigo disfarçar um sorriso e nem minha respiração meio alterada. Isso faz ele rir.
"Vem, vamos entrar!" Sinto sua mão se entrelaçar na minha e me puxar para dentro da casa. Ao entrar, me deparo com uma jacuzzi, uma TV enorme e uma pista de dança que havia até um globo. Exatamente, uma boate dentro da casa. Subindo as escadas havia dois quartos, um deles era simples, apenas com uma cama de solteiro e um guarda-roupa. Já o outro... era todo decorado com quadros e a decoração era linda. Ao lado da cama tinha um frigobar, ele abre para me mostrar o que tinha dentro e me surpreendo ao ver do vinho mais caro. Ele aperta um interruptor e a iluminação muda para uma mais romântica e então começa a tocar Ed Sheeren.
"Que casa incrível! Eu estou completamente apaixonada!" Falo atordoada pela beleza e pela modernidade daquele lugar.
"Apaixonada pela casa ou por mim?" Olho para ele meio pálida. "Estou brincando, óbvio que pela casa!" Solto um suspiro de alívio.
"Óbvio." Falo baixinho e me sento na cama e quando eu o olho percebo que ele me encara fixamente, o que faz eu virar um pimentão no mesmo instante e sorrir. Ele solta uma risadinha e segura minha mão me puxando.
"Vai Cami, se troca! Está sol, vamos na piscina." Sinto meu corpo congelar e se arrepiar por completo. Fecho os olhos tentando não lembrar do que aconteceu naquela tarde, fecho os olhos na tentativa de afastar aquela maldita lembrança de mim.
"Eu não posso." Falo e abro os olhos o olhando. "Me desculpe mas não posso entrar na água."
"Ué, por que não?" Ele dá risada, provavelmente achando que estou brincando. "Eu sei que não está tão calor, mas é aquecida! Você vai gostar, eu juro." Engulo seco, eu não queria ser chata de não fazer a primeira coisa que ele me propõe, mas eu sei que eu não conseguiria entrar na piscina.
"Olha, faz assim, eu vou com você, você entra e então se eu me sentir a vontade, eu entro. Ok?" Ele acha estranho, mas concorda.
"Vou me trocar e pegar toalhas. Quer tomar alguma coisa? Eu posso fazer uma limonada, você gosta?" Sorrio para ele. Ele estava sendo tão... diferente do normal! Estava até estranhando.
"Eu adoro!"
"Então me espera lá fora que eu já volto!"
Concordo com a cabeça e vou até a área de fora. Eu ainda estava impressionada com a beleza do local. Era incrível. Um bom gosto que nem eu teria. Me sento na cadeira de sol e o espero.
Quando ele aparece sem camisa, sinto um sentimento diferente dentro de mim aflorar. Não consigo disfarçar o meu olhar sobre o seu corpo e isso me faz ficar vermelha de vergonha. As tatuagens se destacavam na pele, deixando-o ainda mais sedutor. Ele me olha com um sorriso de lado e me entrega o suco.
"Obrigada!"
"De nada. Vou entrar, tem certeza que você não quer?" O olhar dele estava quase me convencendo, mas eu não podia.
"Eu tenho certeza! Está frio!" Ele da risada e então eu tomo um gole da limonada. "Nossa que delícia!"
"Essa é a parte boa de ter um pé de limão!" Ele da risada e mergulha, me dando uma brecha para suspirar.
Peter não era o tipo de cara pelo qual eu me apaixonaria. Babaca, egocêntrico, galinha e arrogante nunca fizeram parte das características que me agradam. Mas com ele é diferente. Ele despertou em mim sentimentos que eu não sabia que era capaz de sentir. Ao mesmo tempo que eu quero distância, sinto que preciso dele por perto. As vezes tenho vontade de matar ele, mas segundos depois o ódio se transforma em desejo e eu quero beija-lo.
Ele chegou na minha vida e confundiu todos os meus princípios. Ele chegou na minha vida e... tudo mudou.
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