Capítulo 13| The truth.
Eu estava acabada.
Não era proposital, mas nenhum garoto podia me encostar. Os calafrios que eu sentia, me traziam péssimas lembranças daquela noite. Sempre que eu fechava os olhos, eu sentia as mãos agressivas dele.
Eu quase não saía do quarto para não ter a chance de me trombar com ele, pois não sei o que vai acontecer quando o ver.
Me doía ver o Peter, o John e a Lily tão preocupados assim... mas eu não podia nem pensar em colocar a vida do Peter em risco. Já perdi muita pessoas na minha vida, não posso perder ele também.
Estava deitada em minha cama, fuçando o instagram, quando ouço batidas na porta. Meu coração dispara e eu me encolho na cama.
"Mila? É o Peter." Admito, eu nunca fiquei tão feliz e aliviada em ouvir a voz dele. "Posso entrar?"
"Sim..." respondo baixo e me sento na cama.
"Você está bem?" Seus olhos claros penetram nos meus, fazendo meu coração disparar. Eu ainda era apaixonada naqueles olhos.
"Sim... digo, mais ou menos." Suspiro.
"Eu vi que você não estava bem... então pensei no que fazer para te animar. Mas sem saber o que aconteceu, fica difícil."
"Não precisa se preocupar, Peter. Eu... vou ficar bem."
Vou?
Eu queria contar pra ele, eu precisava. Tenho certeza que ele me ajudaria, mas... não posso.
"Eu tenho uma surpresa pra você." O encaro confusa. "Pode entrar..." Ele chama alguém do lado de fora, o que faz meu coração disparar...
"Oi Mila!"
"Jackson!" Abro um sorriso pulando da cama e corro até ele.
Eu consegui abraça-lo. O que eu senti, diferente do que eu andava sentindo, foi alegria.
"Minha pequena! Eu estava morrendo de saudades!" Deixo uma lágrima escapar dos meus olhos e então olho o Peter, que também estava sorrindo.
"Obrigada por chamar ele!"
"Eu sabia que isso ia te ajudar... bom, vou deixar vocês a sós. Até mais tarde!"
Assim que ele saí do quarto, abraço o Jack novamente.
"O Peter me ligou desesperado... falou que você estava mal, que não queria falar com ninguém... o que aconteceu?" Engulo seco com a pergunta e me sento na cama.
"Não posso contar... não aqui. Podemos ir pra outro lugar?"
"Claro... na casa dos meus pais, o que acha?"
"Acho ótimo!" Sorrio fraco e calço meus sapatos. "Vamos."
. . .
Após comprimentarmos seus pais, que estavam morrendo de saudades do filho, subimos para o seu quarto que ainda estava vazio... mas assim que a porta fechou, eu comecei a ficar nervosa, minha respiração começou a acelerar... eu não sabia se eu estava pronta para contar.
"Ei, calma Mila." Ele segura minha mão. "O que foi?"
"Eu não sei se consigo." As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto de forma descontrolada, enquanto ele alisa minha mão com o polegar. A preocupação é nítida nos seus olhos e o desespero é nítido nos meus. "Sábado passado... todos... foram viajar para a praia." Gaguejo respirando fundo. "Eu não pude ir, pois tinha um evento para cantar, era um cachê bom e era para o meu chefe." Encaro o chão. "Eu estava pronta pra ir, quando... quando...." Minha mão e minha voz trêmula, deixava claro a agonia que eu estava sentindo. "Um homem entrou no meu quarto."
"O que ele fez, Camila?"
"Ele me estuprou." Concluo com um grito de desespero e me apoio em seu ombro chorando da mesma forma que chorei aquele dia. Ficamos longos minutos em silêncio, mas era exatamente isso que eu precisava. "Você não pode contar isso pra ninguém, entendeu? Ninguém."
"Por que, Camila? Você precisa depor contra esse homem! Ele precisa ser preso!"
"Não, Jack! Não! Ele falou que se eu contar para alguém sobre isso, ele mata o Peter sem dó."
"Como ele sabia do Peter? Quem é esse homem?" Os olhos dele estão coberto por lágrimas, assim como os meus. Abaixo a cabeça e encaro o chão.
"Eu não posso falar... por favor, não pergunte mais."
"Tudo bem... mas Camila, com esse homem solto, você pode estar correndo perigo. Às vezes ele não mata o Peter, só fez isso para te ameaçar, por medo de você contar, entende?"
"Esse homem é louco. É capaz de tudo."
. . .
Aquela noite não teve mais nenhuma risada, nenhum sorriso. Ficamos em silêncio na maior parte do tempo, mas só de estar ao lado dele, eu já sentia uma paz dentro de mim, eu me sentia segura e também amada.
"Quer que eu te leve pra casa ou prefere dormir aqui?"
"Será que seus pais não se importariam?"
"Claro que não! Eles adoram você! Sem falar que insistem que namoramos escondido!" Ele fala e eu solto uma leve risada.
"Com certeza! Eles estão certíssimos! Como nos descobriram, Jackson? Somos tão discretos!" Brinco.
"Eles são muito espertos, Mila! Você nem imagina!" Ele sorri. "Eu senti tanta a sua falta que você não faz ideia!"
"Eu também senti demais." Me jogo nos seus braços e sou envolvida em um forte abraço. "Eu te amo!"
"Eu também te amo pequena! Me desculpa não estar aqui com você..." Jack abaixa a cabeça, mas a ergo com o dedo no mesmo instante.
"Ei! Não peça desculpas! Você não tem culpa de nada!" Suspiro. "E o importante é que você está aqui agora." Abro um leve sorriso.
. . .
Eu havia pedido uma licença no trabalho de uma semana. Expliquei para o meu chefe que estava passando por problemas pessoais e ele entendeu, mas a verdade que eu não sabia se esses 5 dias seriam o suficiente.
O Jack ter vindo, foi com certeza a melhor coisa que me acontece a dias. Eu conseguia tocá-lo, conseguia ser tocada.
Passei aquela noite na casa dele, mas mal conseguimos dormir. Ele ficou me contando das suas emocionantes experiências na universidade, o que me deixou com mais vontade ainda de ir.
Por algumas horas, eu consegui esquecer de tudo. Consegui pensar que sou uma pessoa normal, que tenho problemas comuns e fáceis de responder. Mas isso acabou quando eu acordei.
Saí cedo da casa do Jack, pois ele iria sair com os pais. Quando cheguei em casa, John estava sentado no sofá. O loiro escuro se levanta no mesmo instante que me vê.
Eu estava sendo injusta com ele... o coitado não sabia de nada e estava apaixonado por mim. Não fazia sentido eu literalmente o deixar de lado.
"Oi." Ele fala colocando as mãos no bolso. "Como... como você está? Está melhor?"
"Sim." Minto e forço um sorriso.
"Que bom... podemos conversar?" O loiro estava completamente sem jeito, o que me deixou incapaz de negar. Consinto com a cabeça e me sento próximo dele ao sofá, mas sem nenhum contato. "Eu não sei o que aconteceu com você naquele fim de semana... nem o que você pensa que aconteceu..." Franzo a testa o encarando. "Mas... eu amo você, Camila. E não saber o que está acontecendo, está me matando." Seus olhos estavam marejados, o que fez os meus transbordarem também.
Como que eu pude alimentar o amor da parte dele... sem amá-lo? Como pude cometer esse erro de novo? Ano passado foi com o James e agora com ele.
"John, eu... O que eu passei, é maior do que você pensa e... eu não posso contar. É maior do que eu e se eu contar, pode colocar outra pessoa em risco. Mas calma, que já passou e vai se resolver. Mas não há nada que você possa fazer. Eu preciso que você entenda isso."
"Tudo bem." Ele para pra pensar um pouco e ri nervoso. "Você não precisa de mim, né? Não se importa comigo... Você... Você não me ama! Nunca me amou!" Ele cospe aquelas palavras.
"John, você estava me fazendo muito bem! Eu estava realmente me apaixonando por você."
"Mas não estava me amando... paixão e amor são diferentes. E eu te amo, Camila! E você sabia disso. Você brincou comigo."
"Eu não fiz por mal." Minha voz saí trêmula e lágrimas escorrem. "Eu estava tentando... tentando me envolver com alguém, mas eu não consigo, John. Não assim." Respiro fundo. "Você é... um cara incrível! O nosso amor de verão foi ótimo e tua amizade é muito importante pra mim. Mas você merece alguém que te ame de todo o coração... esse alguém não sou eu."
Ficamos longos segundos nos encarando, até que ele consente com a cabeça.
"Então... acabou?" Sua voz soa falha.
"Eu acho que sim." Afirmo e então ele sobe as escadas rapidamente. Após perceber o que eu acabei de fazer, bufo. "Merda!" Reclamo sozinha e vou para a cozinha. Mas antes que eu entre, me trombo com o Peter, que estava escorado na porta. Naquele momento, sinto minha respiração parar e não sinto nenhum arrepio ao notar que nossos corpos estavam colados, o frio na minha barriga era maior.
"Você... está bem?" O dono dos meus sentimentos mais profundos, pergunta encarando meus olhos.
"Você ouviu tudo?" Ele afirma com a cabeça e então eu forço um sorriso me afastando. "Eu fiz a coisa certa... não posso ficar com alguém... sem amar, certo?" Ele consente e em seguida me encara novamente.
"Pensei que você o amasse."
"Eu só amei uma vez na vida, Peter." Engulo seco ao falar aquilo, ao falar a verdade. Seus olhos brilham, mas logo ele desvia o olhar, o que fas eu entender que é minha deixa para sair dali.
Eu, com medo de me magoar e de assumir o que eu sinto pelo Peter... acabo machucando outras pessoas.
Não posso mais enganar ninguém.
Não posso mais me enganar.
Desculpa a demora do capítulo, estava super ocupada! Mas aí está, espero que vocês gostem! Não esqueçam de deixar seus comentários e seu voto! Boa semana a todos!
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