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1. Os Sonhos e a Menina

- Boreal? Boreal, onde te escondeste?

A risada musical da menina ecoou pela floresta silenciosa. Apenas ela e o seu melhor amigo se movimentavam, como se apenas eles existissem em Nárnia. Um silêncio profundo pousava sobre o reino, como as camadas de neve e gelo que o embelezavam. Chiara inspirou profundamente, passando a ponta dos dedos pelos galhos dos arbustos, observando a neve acumulada nas folhas cair ao chão pesadamente.

- Estou aqui! Não me vês?

A menina dos cabelos brancos e pele pálida esboçou um sorriso, inclinando a cabeça e semicerrando os olhos, procurando distinguir os contornos do seu amigo. Branco como a neve, Boreal esticara-se no chão, completamente imóvel, perfeitamente camuflado com as camadas fofas de neve que cobriam o solo. Apenas os pequenos olhos negros se distinguiam quando os abriu, fitando a amiga com um ar visivelmente satisfeito.

- Ah! Sou o melhor a jogar às escondidas!

- Isso é batota! - protestou Chiara, agachando-se para pegar num bocado de neve e atirar na sua direção, forçando-o a erguer-se e desviar-se - Eu não consigo esconder-me assim!

- É estratégia! Não é batota!

          Chiara lançou um olhar cortante ao lobo, que se esfregou na neve, divertido. Depois, correu para longe, deixando-a para trás absorta nos seus próprios pensamentos.

           Sentia-se inquieta. A mente tendia a fugir do presente, regressando às imagens que se esforçava por esquecer todos os dias. Levou a mão ao rosto, apreciando a pele fria e lisa que nunca ficava com marcas do tempo ou do cansaço, agradecendo mentalmente por ser como era. Assim não tinha olheiras escuras pela falta de sono, já que fazia semanas que não dormia uma noite descansada.

Sonhos atormentavam-na. Pesadelos, na verdade, de um mundo muito diferente de Nárnia, de rostos que Chiara não conhecia, da figura distante de um animal que tentava se aproximar dela. Parecia... Um leão. Todas noites o leão tentava aproximar-se mais e mais dela, a voz sussurrando palavras incompreensíveis nos seus ouvidos, a sua presença trazendo um desconforto que Chiara não reconhecia.

Depois, aquela melodia. Ressoava na sua mente com frequência, surgindo sem que ela quisesse, um som tão antigo como o tempo. Ecoava uma e outra vez dentro de si e, ao mesmo que a fazia sentir-se viva... provocava-lhe medo.

A sua mãe contara-lhe histórias sobre o início dos tempos, já que era uma das poucas criaturas vivas que assistira à criação de Nárnia. Contara-lhe sobre Aslan e a Canção do Leão, uma Magia tão Antiga como o próprio Tempo. Se havia algo que a Feiticeira Branca temia era o Grande Leão, a voz sempre fraquejando ao mencioná-lo. Chiara herdara esse medo da mãe, temendo tal criatura. Se fazia Jadis tremer...

Por isso, Chiara sabia dizer que quem a queria visitar em sonhos era nada mais nada menos que Aslan, cuja Canção a envolvia cada vez mais. E ela estava assustada. O Leão não era visto em séculos  e o seu nome fora banido da boca dos Narnianos quando a Feiticeira Branca se auto-proclamara Rainha de Nárnia. A mera ideia de que o Leão estivesse presente, mesmo em sonhos... Chiara tremia só de imaginar como a sua mãe ficaria se soubesse. Poderia achar que era algum presságio. Um sinal do destino.

Abanou a cabeça, afastando aqueles pensamentos para longe. Boreal afastara-se e ela começou a correr para tentar alcançá-lo, apreciando o silêncio e o frio de Nárnia. O Inverno Eterno era tudo o que Chiara conhecia e sentia-se confortável com isso, achando extremamente desagradável a ideia de ter o Sol a despontar no céu e derreter todo a neve, colorindo o mundo. Era tudo muito mais bonito em tons de branco, prata e azul-gelo.

- Boreal? - chamou Chiara, girando sobre si mesma - Boreal, onde estás?

           A menina dos cabelos brancos franziu o sobrolho ao ver algo estranho brilhar no meio da floresta. Aproximou-se, intrigada, os olhos arregalados de compreensão ao notar que era... um candeeiro. Como é que ela sabia o que era um candeeiro? Chiara não tinha ideia. Nunca vira tal objeto, não tinha livros no castelo onde vivia e Jadis nunca lhe mostrara aquilo na vida. Encolheu os ombros, passando os dedos na superfície fria do ferro, pestanejando fortemente ao ficar incadeada de olhar fixamente para a lâmpada. Era senso comum, ousou pensar, um pouco intrigada, talvez todos soubessem instantaneamente o que era um candeeiro.

           Era caricato ver um objeto tão diferente no meio da floresta cerrada de pinheiros. Mais caricato era nunca ter passado por ele nos seus passeios com Boreal. Ela e o lobo gostavam de preambular pelos arredores do castelo e explorar o pouco que conheciam de Nárnia, já que não estava autorizados a ir muito longe. Sabia que passara ali diversas vezes, reconhecia aquela parte do castelo, sabia que vivia por ali um fauno... Mas nunca dera pelo candeeiro. Nunca sequer tivera um vislumbre dele. Era como se...

          Como se só estivesse destinada a vê-lo naquele momento.

Algo dentro do peito de Chiara se remexeu, fazendo-a ofegar e dobrar-se sobre si mesma, abruptamente. Levou a mão ao lado esquerdo do peito, sentindo o frio acutilante do medo tomar conta de si. Inspirou profundamente, acalmando-se e virou as costas ao candeeiro, furiosa por estar a provocar-lhe sensações tão esquisitas.

- Olá?

O som fê-la estacar, forçando-a a dar meia volta e erguer as mãos defensivamente. À sua volta, a neve girou, respondendo aos poderes da menina. Uma fina camada de gelo cobriu as palmas das mãos da filha da Feiticeira Branca, os olhos azuis fitando com um ar de ameaça a criatura que se dirigira si.

- Desculpa! Não te queria assustar.

Chiara pestanejou, observando a desconhecida com atenção. Era estranha, diferente de tudo o que já vira em Nárnia, embora fosse de certa forma semelhante a si. Era mais baixa que ela, com cabelos pelos ombros cor de chocolate, olhos redondos fixos com gentileza em Chiara, duas pernas, dois braços, roupas estranhas...

- És uma anã? - questionou a loira, baixando um pouco as mãos.

- Desculpa?

- O que és tu?

A desconhecida esboçou um sorriso, encolhendo os ombros.

- Sou uma menina. Como tu.

- Eu não sou uma menina. - disse Chiara, friamente - Uma menina... - engoliu em seco, um pensamento toldando-lhe a pena - Como uma Filha de Eva?

Filhos de Adão e Filhas de Eva. Chiara conhecia a antiga profecia que afirmava que dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva chegariam a Nárnia de outro mundo para salvar o reino da Feiticeira Branca. A mãe contava-lhe essa história desde que se conhecia e Chiara sempre achara aquilo um absurdo. Jadis era uma mulher de poder, reinava com firmeza e não permitia que lhe desobedecessem. Poderia haver melhor Rainha?

A sua mãe era tudo o que Chiara tinha e iria segui-la até ao fim, cegamente. Por isso, a jovem ergueu um pouco mais as mãos, os olhos cor de gelo cortantes ao fitar a desconhecida.

- Não sei o que isso é mas... Bom, talvez? Sou uma menina. Como tu.

- Eu não sou uma menina. - rosnou Chiara, ameaçadora- Responde-me, criatura: és humana?

- Sim! - respondeu, vivamente - Sou humana. Chamo-me Lucy Pevensie. - estendeu a mão, baixando-a quando percebeu que a outra recuara, afastando-se dela - Eu gostava de saber... Onde estou?

A filha da Feiticeira Branca prensou os lábios, pensativa. Primeiro os sonhos, depois aquilo... O que fazer? Matar a Filha da Eva para que os restantes não viessem atrás dela? Ir contar a Jadis tudo o que vinha a acontecer? Afastar-se e fazer de conta que não vira nada para poder continuar a sua vida com tranquilidade, rezando para que a Filha da Eva nunca mais regressasse?

- Estás em Nárnia. - respondeu, notando o olhar expectante da menina.

Chiara tomou uma decisão. Num gesto rápido demais para o olho humano acompanhar, aproximou-se da humana com uma lança de gelo na mão, apontando-a à garganta dela sem piedade. Quando falou, a voz saiu-lhe baixa e letal junto ao ouvido da outra, cujo gemido de dor e medo a fizeram sentir-se satisfeita consigo mesma.

- Nunca me viste. Não vais contar a ninguém que me viste. Vais sair de Nárnia e nunca mais regressar. Estamos entendidas?

Antes que a outra pudesse responder, Chiara afastou-se, virando-lhe as costas sem ver a menina caída na neve com o rosto em lágrimas e o corpo a tremer como varas verdes. A loira desapareceu rapidamente entre as árvores, deixando aquele "incidente" para trás e recusando-se a pensar sobre isso.

Chiara era filha da Feiticeira Branca. Caso algo acontecesse, ficaria ao lado da mãe e mataria quem fosse preciso para a proteger. Congelaria o Inferno se fosse necessário.

No entanto, não iria despoliras a fúria de Jardis por sonhar com um qualquer leão e ter encontrado uma miúda humana na floresta.

Fora tudo uma alucinação, convenceu-se.

- Boreal? - chamou, procurando pelo amigo - Onde estás Boreal?

Estava tudo bem no reinado da Bruxa.

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