Eu só beijei um cara na minha vida. Tenho 23 anos e isso foi oito anos atrás. Eu não sei absolutamente nada quando o assunto são relacionamentos. Fico criando essas estorinhas fantasiosas, busco distrações e tento não pensar que existe algo de errado comigo.

Não é que eu tenha escolhido esperar. Na minha época nem existia isso. E a espera denota um período específico. Passa a ideia de que um dia terá fim. E eu não tenho esperanças concretas de que um dia a minha solidão findará.

E tudo bem. Tem sempre o período fértil do mês em que as coisas ficam estranhas. E na T.P.M. nem tento ser racional. Mas, eu sou mais do que hormônios. E sendo sincera, é uma posição confortável o celibato. Porque eu sempre fui assim. Sempre tive dificuldades em abraços. Imagine ir além, em uma relação física de fato, na qual é necessário se despir de roupas, orgulhos, vergonhas, inseguranças, do passado?!

Mas, por mais que eu não busque mudar minha situação atual, meu coração desconhece esses discursos pró solterice eterna. Ele fica disparando sem minha autorização. Daí, em uma noite eu desisto da paixão avassaladora para, na manhã seguinte o cara dar sinais de retribuição.

O que eu escrevo prova que no fundo eu quero um amor recíproco, mas é tão difícil acreditar que isso é possível. Eu posso tentar interpretar os sinais, mas, veja bem, eu só beijei um cara na minha vida, eu não sei realmente como tudo isso funciona!

Falando sobre a paixão atual, ouvi mais de uma vez que o cara tem sorte por eu querê-lo. Mas, ele não parece pensar o mesmo. Ele não parece pensar em mim. Mas, eu penso nele, mesmo quando tento evitar.