20/9/19
Eu perco de vista o que realmente importa com facilidade. Ainda é certo dizer que meu coração é míope. Eu preciso de muita misericórdia para que minha ingratidão corriqueira não engula o que é precioso sempre.
E há tantos motivos para gratidão. Viver, respirar, é razão para agradecer, porque eu ainda estou aqui. Porque as escadas e as janelas deixaram de ser uma ameaça.
Fico aterrorizada de pensar que algumas pessoas me enxergam como modelo. Eu ainda estou aprendendo, eu ainda erro o tempo inteiro. Tenho a tendência de me excluir e alimentar a crença de que só eu sou profunda, só eu fui ferida. Mas, o mundo é feito por oceanos profundos de incertezas, desesperos, saudades, alegrias. Tudo isso, dentro da gente. O ser humano implica em pensar além da superfície.
E é fato que todos temos nossas feridas particulares. Mas, eu quero acreditar que o amor e a esperança podem ser a cura genérica para todos os nossos males.
Eu não sei se um dia vou sentir que realizei o sonho de ser escritora, mas eu cheguei a um ponto no qual eu não quero mais sangrar pelas páginas, não quero mais alimentar parágrafos com minhas lágrimas. É meio insensato escrever só sobre a tristeza. E, por o que eu crio vir tanto disso, talvez eu não escreva mais. O ponto é que vai ficar tudo bem, talvez assim eu consiga manter a felicidade por mais tempo quando ela der o ar da graça.
No fim, vale a pena. Amar, esperar, sonhar. Vale a pena acreditar, mesmo nos dias ruins.
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