Seria tão mais fácil se ele parasse de dizer meu nome. Seria tão mais fácil se ele parasse de me fazer sorrir. Seria tão mais fácil, tão mais fácil. 

Vai passar quando ele se for. Os dias vão levar qualquer sentimento residual. E mesmo que agora eu queira lembrar de toda vez que ele sorriu para mim, de todas as vezes que eu fui o foco de seus olhares, em um mês ou dois isso irá mudar.

E as frases que ele disse, aquelas que eu inventei significados implícitos, vão se esvair da minha memória. Tudo vai ficar bem outra vez. Talvez em um ano eu finalmente compre uma estante para colocar meus livros, arrume um lugar só para mim. Morar sozinha, sonhar sozinha, viver sozinha. Tudo bem, vai ficar tudo bem.

Ele foi só um delírio. Um delírio que eu tentei muito deixar para lá, sem sucesso até o momento. Em uma semana, quando a gente disser adeus, quando ele cruzar o oceano para outra vida, talvez eu comece a escrever outro livro. Nas minhas ficções sempre existem amores para toda a vida.

Mas, não aqui, não na realidade. Não. Por aqui, só o que temos são despedidas.

Adeus garoto-da-rua-dos-pomares. Espero que seus dias sejam cheios de alegria.