III. Endorfina (Querubim sentimental e vicioso)
TW: Prostituição, uso excessivo de drogas ilícitas, sexo e violência explícita.
O capítulo a seguir é uma obra de ficção e não possui qualquer vínculo com pessoas, eventos ou locais reais. Caso sinta desconforto durante a leitura, recomendo que pare imediatamente.
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J E O N G G U K
Isso é bom pra caralho. Tudo isso.
Minhas veias se desfazem em uma dose de morfina pura, tão cheias dessa sensação igualmente prazerosa que parece que todos os meus orgasmos se transformaram em um líquido precioso, correndo livremente por elas já no primeiro pico do dia.
O alívio começa na ponta da minha língua, enroscado em um nó minúsculo, que desce pela garganta e, aos poucos, me vira do avesso, me queima por inteiro e então me dá um barato quase mágico. Arregaça as portas do nirvana, me chuta para dentro de um paraíso sujo e não me deixa sair de lá.
Afundo vagarosamente no abismo cavado dentro de mim mesmo, descendo e descendo em um redemoinho fatal.
São como mil bocas me sugando por todos os lados ㅡ ao redor dos meus lábios, orelhas, dedos, do meu pau ㅡ engolindo minhas bolas em um processo lento e excruciante de prazer elevado à décima potência. É tipo a porra de um sonho erótico, sabe? Uma merda bem fodida dessas, onde todo mundo mete em todo mundo, numa sinfonia infernal e estridente de gemidos que percorrem meus ouvidos como um eco, uma memória. E quase me sinto em casa de novo.
Tudo permanece aqui só por um microssegundo ㅡ o mesmo tempo que a agulha leva pra achar uma veia visível depois de uns tapinhas que dou na minha coxa direita à procura delas, quando desço as calças até os tornozelos e faço a magia acontecer. Empurro o êmbolo e vejo o conteúdo no tambor da seringa deslizar pra dentro de mim, deixando uma réstia de sangue lá dentro.
Caralho! Caralho! Caralho!
Tenho evitado ser um filho da puta falocêntrico, qualquer merda desse tipo que não convém, mas parece que todas as minhas sensações se concentram na minha pica e então se esvaem do meu corpo como um jorro de porra esguinchando pelo chão, assim, no duro.
Nem o melhor boquete do mundo se compara ao prazer dessa merda purinha entrando pela minha corrente sanguínea, tá me entendendo?
Respiro fundo, puxo todo o ar que resta ao meu redor, engulo tudo e me preparo para imergir.
O efeito do fentanil é rápido e me deixa levemente tonto, recostado no sofá, desmanchando em êxtase. Talvez porque o barato do Molly ainda esteja festejando dentro do meu corpo em uma onda de euforia duradoura, mas o fenta me relaxa quase que imediatamente, me silencia, deixando aquela sensação de que, mesmo que o resto do mundo esteja gritando e se contorcendo em agonia lá fora, aqui dentro eu tô a salvo.
Me torno um egoísta nato, pouco me fodendo pro resto. Dominado pelo pressentimento de que tudo, absolutamente tudo, tá certo. E de um jeito certo. Mergulhando sozinho no meu próprio mar de endorfina.
E, vagarosamente, tudo escorrega para o limbo dentro de mim, para a lama cinzenta e fétida onde todas essas partes ruins vão, momentaneamente, quando tô curtindo o barato pra caralho.
Fui ao inferno e voltei. Provei a tinta, o medo, a escuridão, o vazio — meu presente e meu passado.
Meus músculos, até então duros como pedra, tremem, se esfarelam, como se eu tivesse a capacidade de me transformar em areia movediça, derretendo feito heroína dissolvida numa colherinha a fogo baixo.
Vou abandonando a minha forma humana e o controle sobre ela. Passo a me ver pelos olhos de outra pessoa, ouvindo minha voz demoníaca escorregando pela boca de um espectador externo: o sujeito que dirige minha trama, já que eu não sou o narrador mais confiável no momento.
Toco o céu e desço ao inferno, me converto em demônio e invado peles e corpos, tomo espaços que não me pertencem como se fossem minha propriedade. Incorporo, atiço, revido e castigo. A moeda de troca do amor que conheço é essa: buscar e obter prazer. De qualquer tipo, a qualquer custo. E este é o método mais fácil que encontrei: injetado direto na veia.
Esse foi o amor que me foi repassado, herdado como herança.
Trepando com quem estivesse a fim. Corpos nus em camas, esparramados pelo chão, nos carpetes. Minhas mãos na pele de alguém. Evaporando no calor de desconhecidas. Não me importava com nomes ou histórias, desde que estivessem dispostas a foder. Meu corpo sempre foi um templo para adoração, aberto a visitações, recebendo todos voluntariamente e de bom grado.
Acompanho Dylan se movendo ao redor de Jimin, quase em câmera lenta, sigo meu plano-sequência mental, captando primeiro os relâmpagos que clareiam o espaço pelas frestas de uma janela de vidro verde-mar, dando a sensação de que estamos submersos no oceano, cercados de água por todos os lados, em uma espécie de cidade subaquática. Três peixinhos dourados vivendo um verão no aquário.
Então sua postura de femme fatale, que apenas o Molly trazia à tona, acaba transfigurando-a em outra mulher, com ares de deusa, nos levando para uma cena excessivamente erótica, aguda e teatral que quero captar a todo custo: seu cabelo negro, úmido de suor, recaindo sobre o peito de um Jimin ofegante e letárgico, curvando-se para trás de uma maneira quase performática cada vez que ele a toca. Minha mente superaquecida e alucinada transforma aquilo em uma perspectiva perfeita. E esta é a minha cena de abertura: amantes se tocando no silêncio.
Eu que propus o desafio. Movimentei o jogo. Queria assistir em primeira mão, e de perto, o que acontecia quando os dois ficavam a sós na casa. Como se fosse a porra de um segredo que se comiam achando que eu não sabia. Puta merda, como adoro isso, todo o controle que a situação me dá. Me sinto a porra de uma divindade diabólica: ouvindo, vendo, sabendo e controlando o lance todo.
Assistir à foda alheia me causa uma estranha sensação de familiaridade, déjà-vu e essas merdas, uma lembrança instintiva, como um vestígio que retiro de um fosso de melancolia do qual tentava me manter afastado. Estava acostumado ao voyeurismo desde moleque, mesmo que naquela época nem soubesse o que essa merda significava. Ver gente trepando, mandando ver, se comendo, tá me entendendo?
Costumava acordar com homens diferentes ao lado da mamãe na cama, com seus corpos imensos, suados e sujos por cima dela. E otosan, por muito tempo, fazia questão de repetir isso aos quatro ventos: minha mãe era puta.
Uma puta barata de um clube vagabundo de entretenimento adulto nas vielas de Hokkaido, os mil ienes mais caros que ele já pagou por uma buceta.
Às vezes, duvidava que realmente pudesse ser considerado sua prole, como se pudesse negar que havia herdado seu gene fodido. Mas tinha os mesmos olhos castanho-claros de um gaijin como prova, olhos de mestiço, que bastavam para o meu selo de filho bastardo.
Meu pai era um filho da puta desprezível, e eu continuava reproduzindo seu ódio em retorno, como um reflexo, sempre condicionado a odiá-lo. Viver com ele nos últimos anos da adolescência só me fez perceber o quanto desejava que fosse para o inferno o mais rápido possível.
Mas não era mentira, se tiver tempo para mais uma digressãozinha de merda sobre o assunto.
Tsunade era puta mesmo, e não custava caro. Como nenhuma das garotas que trabalhavam na casa de Kadomoto-sama. Todas com aquele aspecto cansado e infeliz que eu já considerava habitual.
Acabei crescendo nesse território hostil com insígnia de vira-lata, entre os letreiros néon, apáticos e crepitantes das ruas sujas daquele lado da cidade, e o perfume barato e vulgar das putas que carinhosamente recebiam títulos de obasan. Entre elas, a mulher que me pariu.
Costumava condenar "mãe" como a palavra proibida da casa, e, para mim, ela também era a Tsunade-san, estirada em lençóis vagabundos, debaixo dos corpos de desconhecidos – um ou vários, ao mesmo tempo, numa cena de pornô Bukkake – enquanto eu ficava separado do cômodo, por um lençol fino e pela TV no volume máximo, exibindo cenários indecorosos com a normalidade de sempre.
E dizem que todas as crianças nascem como anjos. Rá. Conversa fiada do caralho!
Seguindo essa lógica cretina, devo ter sido o querubim que arrancou as próprias asas, o sentimental e vicioso, que despencou do céu cedo demais, traçando um caminho indecoroso até o meu inferno particular, aprendendo a sobreviver no meio de paraísos artificiais na Terra, aqueles que criei com minhas próprias mãos, enquanto mamãe fodia com estranhos por trás da cortina que dividia os cômodos de um quarto e sala vagabundo nos fundos de um puteiro.
Sei que essas lembranças voltam de forma horrenda e catalisadora no fim da trip, me deixando nervoso e ansioso pra cacete, revivendo essa porra. A dádiva do esquecimento era algo que só o barato poderia oferecer, dependendo do seu grau de imersão. Às vezes, ele te dava tudo, mas sempre te tirava muito mais.
Odeio essa sensação violadora, mas permaneço ali, não me movo mais do que o necessário até que elas se dispersem como demônios feitos de fumaça, e continuo observando as mãos de Jimin se enroscando no corpo de Dylan, numa cena sensual pra cacete.
Trepar com Dylan me deixava maluco. Consumava meu desejo de posse, algo que quase nunca mantive. Gostava de pegá-la por trás, assim, vê-la se curvando contra o tecido dos seus lençóis, gemendo meu nome baixinho, mas em proporções venusianas, de força agregadora. Adorava ser tocada com cuidado, chupada devagar, com a boca inteira em movimento, depois de acender um beck e ficar tonta de tanta maconha estourando os miolos. Era exigente e inflexível.
Já conhecia seus processos e, consequentemente, seus segredos. Ou parte deles. Sentia que sempre passeava pela superfície dela, até onde sua permissividade me deixava alcançar. Sabia que odiava o pai ausente, típico. Não tinha uma boa relação com a mãe e tinha uma pira funerária. Creepy as fuck! Era meio obcecada por gente morta, pela ideia de estar cercada de um ar fúnebre. Mas aquilo, descobri sozinho, depois de muito observá-la.
Me disse uma vez, louca de DMT no sangue, que procurava alguém que desejava ver morto. Queria confirmar que teria o prazer de ver o nome dele escrito em uma daquelas folhas de obituário, nem que ela mesma fosse a causa para isso.
Já Jimin, com sua delicadeza hipnotizante e triste, e que tinha um rabo maravilhoso, gostava mesmo de foder. De ser fodido. De me atingir até me tirar do eixo. Atirando nos meus pontos invulneráveis, como se quisesse descobrir o meu calcanhar de Aquiles, qualquer fraqueza que me deixasse rendido. Ele me rendia, de certo modo.
Era uma fonte inesgotável de desejo, insaciável pra caralho, tá me entendendo? Seus segredos consumiam suas forças até deixá-lo faminto. Cheio de uma ira passional que se desmontava só quando minhas mãos estavam nele. Uma arrogância que sumia feito fumaça quando minha boca tocava o lugar certo. Mas chorava depois de gozar, quase sempre. Afundando em culpa. Falava de céu, inferno e pecado, toda essa porra religiosa que tava pouco me fodendo em saber. Escutava o choro, a prece carregada de penúria. Todavia, bastava pedir com jeitinho, acariciando seu cabelo macio, para vê-lo se ajoelhar de novo e fazer de mim o seu deus particular, me encher de devoção e da adoração que merecia. Porque porra, ele me fazia sentir que merecia.
Gostava dos dois, mesmo que de formas diferentes. Era divertido que não soubessem que o que fazíamos juntos, em consenso, fazíamos também separados. Era um constante perigo que me excitava muito. Dylan era inacessível, reservada, e Jimin, durão, porém vulnerável. E tudo parecia um desafio proposto constantemente. Não me arrependia. Admito mea maxima culpa. Trepávamos à três com a mesma constância com que fingíamos esquecer disso na manhã seguinte, quando o assunto nunca era mencionado, como se todos tivessem sido atingidos pela porra de uma amnésia conveniente.
Hipócritas pra caralho. Os dois.
Meus sentidos vão aos poucos sendo minados, todos indo pro caralho, e me torno o epicentro de um furacão quando um tesão fodido me domina, quando penso nisso. Esse é o resultado de encher o cu de ecstasy, uma merdinha de primeira, refinada mesmo. Hipersexualiza qualquer sensação, me deixando igual uma cadela no cio.
Tava duvidando do potencial disso aqui. Mas não era como aquelas porras de quinta importadas não sei de onde. Essa era pura. Boa. O que me custaria ao menos alguns dias de serviço para Kadomoto-sama se quisesse repor mercadoria. Ser traficante e viciado me fazia da pior estirpe, tá ligado? Mas quando não tava me picando, cheirando ou fumando, até que vendia bem. Fazia um bom dinheiro.
E eu sei que o caralho da regra é que não se caga onde você come, mas eu já tava comendo merda há tempo demais pra parar agora.
Provavelmente mandaria algum drogadinho do caralho pro inferno mais cedo do que o esperado outra vez, como o último, que Jaebeom fritou com água quente e ácido sulfúrico garganta adentro. Assisti o cara agonizar na minha frente por uns trinta minutos antes de ir pra puta que pariu. Dei sorte de não ter que apagá-lo na porrada como aconteceu com o anterior. O desgraçado não estava disposto a morrer e continuava me encarando como uma criança lobotomizada, mesmo depois de ser carcomido no soco. Mas Kadomoto manda e a gente obedece. É assim que funciona. Era um recado simples, claro e óbvio: hoje é esse pobre filho da puta, mas amanhã pode ser você.
É que sei lá, quando se chega nesse nível de débito, não tem mais nada que possa ser feito: o vício não te deixa ir muito longe, não te deixa escapar. É como uma corrente invisível que se estica até o limite do efeito do último pico, você saboreia e ama, mas quando ele passa, sempre te obriga a voltar por mais. Não existe negociação amigável. Essa expressão anda em desuso por aqui.
Ao menos sabia que Jaebeom era mais fodido que eu. Também era cria de puta. Éramos muitos, uma geração inteira deles, como costumavam dizer pelos arredores. Crescendo juntos nessa realidade paralela, batendo carteiras de estrangeiros entusiasmados, velhinhas distraídas em filas de mercado e mijando nas frutas dos donos fodidos das lojas de conveniência que comiam nossas mães. Eu roubava qualquer coisa: cigarros, dinheiro, comida, até mesmo cartas. Correspondência dando mole nas caixas de correios era foda. Não fazia absolutamente picas nenhuma com elas, mas as mantinha colecionáveis como qualquer outra criança com suas latinhas de refrigerante, livros e papéis coloridos. Inclusive, devo ter arruinado meia dúzia de Natais por aí, com presentinhos que nunca chegaram. Mas também dane-se.
Roubar me dava a sensação de que era invencível, forte o suficiente para sobreviver sozinho, aquele barato de adrenalina que também se tornou vício, até tudo sempre parecer um desafio e me elevar a outro patamar de necessidade.
Ao menos, nunca tive que me vender quando era moleque, sabe? Tsunade-san considerava a possibilidade disso acontecer completamente nula, embora tenha sido sugerida uma ou duas vezes por um daqueles clientes imundos estirados no meio da sala. Se fosse hoje, não pensaria duas vezes antes de meter um berro na fuça e estourar os miolos de qualquer um desses sujeitinhos.
Mas para Jaebeom, as coisas foram diferentes. Ele se vendia para homens, mulheres, quem estivesse disposto a pagar. A mãe não se importava muito, no fim das contas, gostava do dinheiro e gostava de como pagavam bem por Jaebeom.
Éramos invisíveis, dispensáveis e completamente inúteis. Como souvenirs de visita, deixados pra trás por clientes descuidados que nunca mais voltariam para reaver o que haviam perdido.
Talvez isso justifique o motivo dele ser desse jeito agora. Violento e impiedoso. O favorito de Kadomoto-sama quando o assunto era cobrar dívidas, resultado de uma cabeça fodida demais, cedo demais.
Começo a ficar sonolento antes mesmo de Dylan gozar, e mantenho o equilíbrio com duas linhas de pó pra me manter alerta. Quero assistir o clímax e tô nauseado pra porra.
Cheiro tudo de uma vez e deslizo os dedos pela gengiva com o que sobra na mesinha, antes de alcançar a garrafa de vodka no canto da sala. A porra é tão pura que, por um segundo, tenho a sensação de que uma bala atravessou meu crânio, deixando pele, ossos e massa cinzenta espalhadas pela casa.
Caralho!
Respira fundo, porra. Respira fundo e engole tudo.
Começa com uma dormência na ponta dos dedos que se alastra por braços, pernas e o caralho à quatro. Meu coração pulsa forte ao ponto de me ensurdecer, ardendo, queimando quando uma náusea paralisante me faz vomitar minhas entranhas. Tudo que tenho entra em colapso. Tenho certeza que caguei nas calças e tô me esvaindo por tudo quanto é buraco.
Me vejo em segundo plano, através das lentes do meu espectador externo: meus olhos revirados para trás e o sangue escorrendo pelas minhas narinas, babando como um cachorro raivoso. Não respiro, não consigo respirar. Esqueci como se faz essa merda.
Outra vez, sou nada. Nunca fui muita coisa nessa porra de vida, mas agora me sinto um verme. Me mantendo acoplado ao chão, a ponto dele ter a capacidade de me engolir. Frágil e minúsculo, me debatendo como uma criatura marítima definhando na areia da praia, arremessando para fora do oceano onde tinha mergulhado. Cada movimento mínimo faz com que as balas imaginárias sigam penetrando meu crânio estraçalhado em um loop cretino. Se eu me mover de novo, vou me foder mais ainda. A dor aguda perfura, de novo, de novo, de novo.
ㅡ Puta merda, Jeongguk! Puta merda! ㅡ Jimin estapeia meu rosto, enquanto Dylan me percebe e lentamente me observa. ㅡ O que a gente vai fazer agora, caralho? ㅡ Jimin continua.
Cada vez mais forte. Parece sincronizado com alguma coisa dentro de mim, latejando no centro do meu estômago.
Dylan permanece em silêncio e me assiste. Curiosa e atenta. De perto. Tenho só mais alguns segundos e quase posso ver um meio sorriso no seu rosto enquanto segura minha cabeça em seu colo.
ㅡ Traz a injeção de Narcan. ㅡ Dylan grita, quando pela primeira vez verbaliza algo nos últimos minutos. ㅡ Anda, Jimin! A injeção na porra da mesa. ㅡ Esfrega seus dedos no topo de meus lábios, incansavelmente me chama pelo nome.
ㅡ Tem certeza que é essa?
ㅡ Ele usou um monte de porra, a gente vai ter que arriscar!
Dez.
Seus olhos continuam fixos em mim, seus movimentos lentos e precisos.
Nove.
Meu corpo retorcido e esmagado definha, lentamente.
Oito.
Tô quase indo pra puta que pariu.
Sete.
Desmancho, em silêncio, um pouco mais.
Seis.
Lábios sem cor. Olhos sem cor.
Cinco.
Dylan injeta Narcan direto na minha veia.
Quatro.
E de novo.
Três.
Três.
Três.
Três.
Como se tivesse emergido de uma camada de lama escura e densa, respiro outra vez, como se fosse a primeira. Quase rompendo os pulmões de tanto ar que consigo puxar para dentro novamente. Estou vivo. Ainda.
ㅡ Essa foi do caralho!
。 ・: *: ・ ゚ ★。 . . . •。 ゚ ・ ★ ゚ ・. 。 ゚ ・. °. ★
* Querubim sentimental e vicioso: é uma referência ao trecho da obra de Jorge Amado chamada Tereza Batista Cansada de Guerra.
"O ar ambíguo de querubim libertino, sentimental e vicioso, possuindo todos os conhecimentos necessários ao nobre ofício."
*Endorfina: A endorfina é um hormônio, assim como a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina, e é uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso. É uma hormona, uma substância química que, transportada pelo sangue, faz comunicação com outras células, este é o hormônio do bem estar.
*Nirvana: significa o estado de libertação atingido pelo ser humano ao percorrer sua busca espiritual. O termo tem origem no sânscrito, podendo ser traduzido por "extinção" no sentido de "cessação do sofrimento".
*Fentanil: O fentanil é um opioide que é utilizado como uma medicação para a dor e também pode ser usado juntamente com outros medicamentos para a anestesia. Ele tem um rápido início de ação e os seus efeitos geralmente duram menos de uma hora ou duas.
*Gaijin: Substantivo pelo qual pelo qual os japoneses chamavam estrangeiros ou pessoas não nascidas puramente japonesas.
*Obasan: Tia em japonês.
*Berro: Revólver.
*Narcan: ou naloxona é indicado para reversão completa ou parcial da depressão causada por opioide, inclusive depressão respiratória, induzida por ingestão de narcóticos opioides naturais ou sintéticos.
*Bukkake: é um ato sexual retratado em filmes pornográficos, nos quais vários homens ejaculam sobre uma mulher ou outro homem.
*Mea maxima culpa: Expressão em Latim que significa "minha máxima culpa", popularizada através da oração católica, na Missa de Rito Latino, em que aquele que ora manifesta a sua culpa.
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Antes de tudo, mais uma vez, muito obrigada a todos que estão lendo e gostando de Euphoria. Sei que esta história foge um pouco do que costumo escrever, mas tenho me esforçado para explorar algo novo e espero estar conseguindo fazer isso de maneira coerente.
Lembrando que a intenção desta história não é romantizar nenhum tipo de violência, seja física, psicológica ou até mesmo o abuso de drogas. Meu objetivo é mostrar como os personagens são afetados por essas questões de diferentes formas e em vários aspectos de suas vidas, e de maneiras totalmente destrutivas.
A primeira parte de Euphoria chega ao fim hoje. Nos próximos capítulos, vamos entender o que aconteceu antes desse fim de semana caótico — e, sinceramente, acho que são os capítulos que mais me deixam ansiosa para postar!
Obrigada pela chance que vocês deram a Euphoria!
Até breve.
— S.
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