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Capítulo 1

Estar no centro das atenções nunca foi a minha parte favorita de participar do time de basquete da escola, mas infelizmente era necessário, como agora na cerimônia de abertura do nosso último ano letivo.

– SEJAM BEM-VINDOS, LEÕES SELVAGENS! NOSSO TIME FAVORITO!

A Diretora Lenzetti nos convocou e nós saímos correndo até chegar no centro da quadra, de uniforme, prontos para mais um jogo que na verdade nem aconteceria.

– Esse é o ano mais importante da vida acadêmica de vocês, cheio de decisões a serem tomadas e grandes metas a serem alcançadas! Confiamos no potencial de cada um aqui!

A escola inteira gritou de animação e a diretora esperou que fizéssemos silêncio novamente para voltar a falar no microfone, com uma empolgação ainda mais fora do comum pra um início de ano.

– Como prometemos no fim do ano passado, devido ao bom desempenho de todo o segundo ano, tanto acadêmico quanto esportivo, nós conseguimos organizar a viagem para o Recanto das Araras, todas as autorizações precisam ser entregues até a tarde de amanhã! Não esqueçam!

O terceiro ano todo ia pra essa viagem, e depois desse anúncio tudo que se ouvia eram as pessoas fazendo planos, prometendo mil coisas pra festa que teríamos lá e tudo que eu conseguia prestar atenção era nas meninas a minha direita, sorrindo e acenando, me chamando para "conversar".

– Ei, Gustavo! Nós podíamos combinar de nos encontrar na festa, o que acha? – Amy parou de me beijar para tentar combinar algo sobre a viagem e eu ri, achando meio cedo para fixar uma programação, a viagem seria apenas daqui a dois dias.

– Vamos ver, gatinha! Ainda tem tanto tempo né?! – A puxei para mais perto de novo e ela voltou a se entregar aos nossos beijos. Esquecendo todo aquele papo.

Mais umas duas garotas tentaram me segurar em seus convites mas eu não gostava de me prender a nada disso, quanto mais livre melhor. Por isso que quando nós partimos rumo a essa viagem, eu fui com o time no nosso ônibus, sabendo que teria algumas opções das garotas mais gatas para mais tarde.

– Cara, a Brenda me segurou antes de entrar no ônibus só pra te dar um recado: "Tô te esperando no fim do dia" – Marcelo, meu melhor amigo, fez aspas com a mão e começou a simular um amasso, superexagerado e idiota, me fazendo rir das besteiras dele.

– Ah, fica quieto! E senta aí! – Puxei ele pra sentar de uma vez e a gente poder sair com o ônibus.

– Sério, se você não quiser ela, tem gente bem interessada viu.... Lembra do amigo aqui! – Ele me jogou a bola de basquete e eu apenas balancei a cabeça negando, devolvendo a bola com rapidez, quase batendo com ela em seu nariz.

Quando finalmente chegamos naquele recanto, cheio de árvores e atividades radicais senti um leve arrepio na espinha, logo todos foram se dispersando em vários grupos pra aproveitar tudo, por mim eu ficaria tranquilamente na área dos jogos de mesa mas o plano dos meus amigos era bem diferente.

– Galera! Vamos pra trilha, no meio dela tem vários desafios e se tudo der certo, chegaremos em uma cachoeira! Quem topa? – Marcelo que estava com um mapa das atividades olhou para nós e a grande maioria dos nossos amigos amou a sugestão. Tentei disfarçar e ficar mais pro final, mas Marcelo fez questão de me puxar para perto dele.

– Bora lá, Capitão! Vamos ver quem chega mais rápido na cachoeira, beleza?! – Ele estendeu a mão e eu a apertei rindo, grande parte do time de basquete se enfiou no meio daquela mata, seguindo a trilha e tentando cumprir todas as etapas.

Eles foram para a direita, eu e mais algumas pessoas fomos para esquerda seguindo uma segunda trilha, enquanto estávamos apenas na mata estava tudo tranquilo, fomos subindo e subindo, com alguns trechos mais íngremes, outros mais escorregadios, até que chegamos em uma ponte de madeira, digna de filmes de aventura que alguém sempre se dá mal ao tentar atravessar.

– Mano, eu não vou morrer sozinho não.... – Um garoto da outra turma disse e puxou seu amigo pra ir com ele, passaram correndo e gritando, morrendo de rir ao chegar do outro lado.

– Vem, gente! É de boa! – Eles gritaram e todo mundo foi se enfileirando e imitando os dois, passando rápido sem olhar para baixo e gritando pela adrenalina.

Eu já suava frio só de imaginar quando chegasse a minha vez, nunca fui muito fã de altura, muito menos de passar em uma ponte que não inspirava nenhuma confiança, consegui ficar por último sem que ninguém me percebesse. Quando todos já estavam longe decidi arriscar e chegar mais perto do limite onde começava a ponte, sentindo minha respiração ficar mais difícil e meu coração acelerar gradativamente.

– Puta merda! Como eu vou fazer isso? – Passei a mão no rosto me sentindo patético, mas, ao mesmo tempo, fraco, senti meu celular vibrar e era uma mensagem do Marcelo:

"Cara!! Acabei de fazer uma escalada e falta pouco pra chegar na cachoeira, e vocês? Onde estão?"

Olhei para a ponte e tentei respirar fundo, não respondi nada a ele e guardei meu celular tomando coragem para dar o primeiro passo. Fechei os olhos e fui, depois de dois passos e um vento vindo de não sei onde, eu senti a ponte balançar e toda minha estratégia ir pelo ralo, quando eu abri os olhos a primeira coisa que vi foi o chão lá embaixo e paralisei. Um desespero tão grande tomando conta de mim que eu já me imaginava sendo resgatado pelos bombeiros diante de toda a turma, virando a piada do colégio e acabando com tudo pra mim por causa de uma ponte estúpida!

– Porra, Gustavo! Vamos lá, você consegue! – Tentei dar mais um passo mas não consegui, já estava a ponto de chorar de desespero quando senti uma mão no meu ombro.

– Ei, tá tudo bem? Precisa de ajuda? – Não consegui olhar pra dona da voz, mas só de saber que não era nenhum dos meus amigos já era um alívio e tanto. Fiquei com vergonha e não disse nada mas também não consegui me mexer.

– Ei, garoto! Você tá bem? – A menina veio para mais perto e eu só fechei bem os olhos quando ela passou do meu lado, eu achava aquela ponte tão frágil que nem mesmo nosso peso ela aguentaria – Você não quer voltar? – Ela disse pegando em meu braço, me fazendo sentir sua mão quente em contraste com a minha pele gelada.

Abri os olhos e me deparei com uma menina que não me era estranha mas que eu nem sequer sabia o nome. Ela sorriu pra mim, e apontou com a cabeça para o início da ponte, a pouquíssimos passos atrás de mim e eu apenas neguei com cabeça.

– Eu... Eu.... Preciso chegar a .... Cachoeira – Tentei deixar a minha voz firme mas estava impossível. O medo já era maior do que eu.

– Tem certeza? – Eu apenas acenei que sim e ela suspirou antes de endireitar sua postura e me estender sua mão.

– Posso te ajudar então? – Como não peguei sua mão porque estava grudado na ponte, ela segurou na minha e me olhou nos olhos – Gustavo, você precisa respirar fundo!

– Você me conhece? – Acabei me distraindo e soltei uma das mãos, antes de me apavorar ela foi mais rápida e segurou essa mão, piscando para mim em seguida.

– Conheço, toda a escola conhece! Mas eu já estudei em alguns anos na mesma sala que você! – Ela disse segurando com firmeza em minha mão que deveria estar suando de nervoso – Agora, respira! Devagar, bem devagar, assim a gente vai conseguir aos pouquinhos sair daqui!

– Eu tô tentando....

– Vamos fazer assim, um passo de cada vez, sem olhar pra baixo, bem devagar....

– Vamos tentar.... – Apertei de volta a mão dela e mexi a perna, a vontade era de olhar pra baixo mas ela ergueu meu rosto antes mesmo que eu conseguisse pensar nisso, me pegando de surpresa.

– Olha pra mim! – Ela sorriu e eu já não sabia o que era aquilo na minha barriga, se era medo ou nervoso por ter ela assim tão perto naquela situação – Eu vou com você até o final....

Quando me dei conta eu já estava no meu terceiro passo e aquela garota caminhando de costas, me fazendo olhar só pra ela, me distraindo do meu medo.

Já tínhamos passado do meio e eu me toquei que não tinha nem perguntado o nome dela.

– Preciso saber seu nome....

– Só te conto quando chegarmos do outro lado! – Ela sorriu ainda mais e deu uma piscadinha para mim. Aquele sorriso era tão sincero e passava tanta paz que eu me esqueci por cinco segundos que estava a metros do chão, que podia cair dali e morrer a qualquer instante.

– Vem, Gustavo! – Ela puxou minha mão me acordando do devaneio e eu a segui, a poucos passos do fim um vento forte começou a balançar aquela ponte e eu senti aquele pavor querer me dominar novamente. Respirei fundo e apertei ainda mais a mão dela, com um aceno de cabeça nós nos entendemos e ela se virou de frente, saiu correndo de mãos dadas comigo até o fim daquela tortura.

– CACETEEEEE! – Quando eu vi estava correndo como se minha vida dependesse disso e berrando como um louco, ouvindo a risada daquela garota ao fundo. No momento em que eu finalmente pisei em terra firme novamente me joguei no chão, e acabei levando ela junto comigo.

– Eu nem.... Acredito – Comecei a rir de alívio e me virei para aquela garota que ainda era uma desconhecida – Desculpa te puxar pro chão! – Me sentei e vi que no cabelo dela tinha algumas folhas enroscadas, me aproximei para tirá-las e ela me olhou desconfiada.

– Acho que já podemos seguir a vida, né?! – Ela nem me deixou chegar perto, logo se levantou e começou a limpar seu shorts, antes que ela saísse correndo consegui segurá-la pela mão, atraindo sua atenção.

– Pelo menos me fala seu nome, por favor! – Sorri pra ela que parecia ainda mais acanhada – Eu só quero te agradecer, de verdade!

Me levantei e consegui ficar na altura de seus lindos olhos castanhos e ver mais de perto aquele sorriso e a covinha que aparecia em sua bochecha toda vez que ela sorria tímida, agora tudo estava mais nítido, eu conseguia prestar atenção na garota a minha frente.

– Luíza! – Ela estendeu a mão para mim e eu a apertei, dando o meu sorriso mais sincero antes de falar.

– Bem, Luíza, muito obrigada por tudo! Se não fosse por você eu ainda estaria ali no meio daquela ponte, prestes a desmaiar ou me borrar de medo! – Ela sorriu balançando a cabeça e eu apenas dei uma piscadinha, ainda segurando sua mão – Posso te pedir mais um favor?!

– Não se preocupe, não falarei nada a ninguém, Capitão! – Foi a vez dela piscar pra mim, puxou sua mão das minhas e saiu, sem me deixar falar mais nada.

Eu estava tão imerso em meus pensamentos seguindo aquela trilha que quase morri de susto quando Marcelo apareceu tentando me empurrar pra dentro da mata, rindo sem parar.

– Cara, onde você se meteu? Pensei que ia ter que chamar um resgate.... – Ele riu apontando pra uma área mais aberta perto de onde estávamos – Você está perdendo a melhor parte!

Ele me abraçou pelo ombro e abriu espaço afastando um galho de árvore do caminho, a visão da cachoeira a nossa frente era tudo que eu queria, Marcelo apontou para um canto onde estavam todas as líderes de torcida de biquíni nos chamando para nos juntarmos a elas.

– Vamos, Gustavo! Hoje promete..... – Marcelo riu e acenou para uma das garotas na água. Brenda, uma das líderes de torcida, me chamou com a mão e eu acenei de volta, comecei a ir até ela, com Marcelo em meu encalço quando vi de relance Luíza com uma amiga, em cima de uma das pedras enormes daquela cachoeira.

– Cara, por que você parou? – Marcelo deu um leve empurrão no meu ombro e olhou em volta – As garotas estão esperando!

– É, vamos! – Tentei afastar qualquer distração e fui em direção a área onde estavam o time de basquete e as líderes de torcida, fazendo várias guerrinhas de água e brincadeiras nada saudáveis naquela cachoeira.

– Ei, porque demorou pra chegar Capitão? – Me sentei ao lado de Brenda, sentindo ela sorrir mais e endireitar sua postura.

– Me atrapalhei ali no meio da trilha, sabe como é.... – Sorri sem graça e Brenda veio me abraçar, voltei a olhar pra frente e automaticamente meus olhos voltaram a procurar por Luíza, quando a encontrei estava tirando sua camiseta e seu shorts, pronta para entrar na cachoeira e eu não estava preparado pra vê-la daquela forma. Ela era completamente linda.

Claramente com vergonha, ela riu e apenas pegou na mão de sua amiga, pulando as duas juntas na água.

– Acredita que o Marcelo quase caiu no meio da escalada, seria o maior mico da história – Brenda me tirou da cena que estava vendo quando começou a rir e apontar para meu amigo dentro da água – Você tinha que ver.... Ele soltava vários gritinhos.....

Ela debochava dele, me abraçando e achando a maior graça, enquanto Marcelo apenas mostrava o dedo do meio pra ela. Só imaginava o quanto eles não zombariam se me vissem na ponte.

Me chamaram para cair na água mas eu preferi ficar em cima daquela pedra assistindo de longe tanto meus amigos quanto o mais novo mistério da minha cabeça: Luíza.

O guia da reserva depois de algumas horas apareceu nos orientando a voltar para a área aberta, longe das trilhas antes que escurecesse, e nós fomos nos organizando para voltar, afinal a melhor parte ainda estava por vir: A Festa.

Marcelo, obviamente já tinha batizado as bebidas quando cheguei na área da festa, nossa professora estava muito feliz dançando com um dos instrutores para se importar, a música era animada e a primeira coisa que eu fiz foi ir buscar a minha bebida, pra ajudar a me soltar e curtir ainda mais a festa.

– Te achei! – Amy sussurrou em meu ouvido me fazendo rir e virar para ela – Pensei que nunca fosse aparecer, meu jogador favorito!

– Ei, gata! – Puxei-a pela cintura e ela sorriu me dando um selinho, me puxando para a pista de dança que começava a ficar mais cheia.

Meu copo já estava quase vazio, dançar já era bem mais fácil e até as piadas sem graça do Marcelo já estavam mais toleráveis, resolvemos fazer uma rodinha num canto da pista onde nossas maravilhosas líderes de torcida dançavam como se não houvesse amanhã, dando um espetáculo para toda a turma do terceiro ano.

No meio da pista, toda sorridente, eu vi Luíza dançando, como se não tivesse mais ninguém por perto, me peguei rindo quando ela e a amiga resolveram fazer uns passinhos desajeitados e engraçados, Amy que estava dançando na minha frente achou que estava rindo pra ela e veio me beijar com toda vontade.

– Hoje você não me escapa, Guga! – As mãos dela foram para o meu pescoço, arranhando e puxando os cabelos da minha nuca, me fazendo rir em meio ao nosso beijo.

– Nem quero, gata! – A prendi em meus braços e aquela pista pegou fogo, Amy era gostosa demais pra ficar em um simples beijo, nosso amasso já estava avançando para algo mais quando uma amiga dela veio chamá-la, cortando completamente nosso clima.

Aproveitei para ir pegar mais uma bebida numa área menos cheia quando vi Luíza passando por entre algumas árvores segurando seus sapatos nas mãos, andando devagarinho até um lugar escondido, não resisti e fui atrás dela, por pura curiosidade.

– Onde você vai? – Cheguei mais perto e Luíza me olhou assustada, deixando seu calçado cair.

– Quer me matar do coração! – Ela virou a cabeça e ficou me olhando de lado desconfiada – O que está fazendo aqui?

– Te vi saindo da pista e vindo pra cá, fiquei curioso.... – Olhei para onde ela estava olhando antes e ela continuou a me olhar desconfiada. Daquele ponto dava para ver um lugar com vários bancos e até redes de descanso, algumas tochas iluminavam tudo, o barulho ali era bem menor e trazia uma estranha calma comparado a bagunça há alguns metros dali.

– Ótimo, não tem nenhum casal aqui! – Luíza passou por mim e foi direto pra uma das redes, se jogou nela e eu sem nem saber o porquê a segui, me sentando em um dos bancos perto da sua rede.

– O.k.! O que foi? Eu não falei pra ninguém da ponte, não precisa ficar me seguindo, não vou contar! – Ela sentou na rede e começou a se balançar levemente enquanto falava comigo.

– Eu só queria te agradecer melhor! Não estou te seguindo.... – Dei de ombros e ela riu irônica antes de parar e ficar me olhando fixamente.

– Ahan, sei..... Gustavo, você nem falava comigo antes, isso tá bem estranho.

– Mas você nem me deixou falar nada hoje mais cedo, não quero nada de mais, só conversar.....

– Uma pergunta, a garota que está com você na festa não vai ficar com ciúme né? Tipo, começar a me perseguir e tudo mais.

– Claro que não, eu não estou com ninguém realmente! E ela sabe disso! – Pisquei para Luíza que riu balançando a cabeça em negação.

– Claro que sabe né! – Ela se jogou um pouco mais pra trás na rede, voltando a se balançar levemente – Já que estamos conversando posso perguntar uma coisa que eu sempre quis saber?

– Pode! Manda ver – Ela sorriu antes de me olhar levemente envergonhada.

– Você ainda escreve? – De todas as coisas que se passaram pela minha cabeça, aquilo era totalmente o contrário, olhei para ela levemente boquiaberto.

– Uau! Por essa eu não esperava....

– É que há uns anos você era o melhor da turma nisso, lembro que fiquei muito impressionada com um dos seus trabalhos, foi um pouco antes de você conseguir entrar para o time de basquete – Luíza sorriu tímida e deu de ombros, sem olhar pra mim diretamente.

– Tudo bem, nossa faz tanto tempo que não sei o que é escrever..... Acho que com os treinos, eu uso o pouco tempo que sobra pra não reprovar nas outras matérias mesmo! – Foi a minha vez de sorrir meio tímido ao ver o sorriso dela murchar levemente – Agora fiquei curioso, qual trabalho?

– Ah, agora eu não vou lembrar! – Luíza ficou corada e eu sabia que ela deveria saber certinho do que eu estava falando – Era só uma curiosidade mesmo, nada demais!

– Você disse que já estudamos juntos, certo?! Por acaso, eu fui meio babaca com você em algum momento? Porque eu tô achando bem ruim não me lembrar....

Luíza começou a rir e eu parei de falar, sem saber se aquilo era um bom sinal, ou se ela podia me bater a qualquer instante.

– Você é muito metido mesmo! – Ela riu ainda mais e me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas – Mas não, 'senhor tenho que conhecer todo mundo', eu só tive que mudar de escola durante um tempo, voltei e as turmas já estavam bem mais misturadas! Fica tranquilo aí!

– Vai saber né! Tudo é possível naquela escola! – Dei de ombros e ela devolveu com uma piscadinha marota.

– Eu tô sempre pelas salas de artes, talvez seja isso....

– Isso é o que você quer fazer na faculdade? Ou sei lá, vai cursar direito – Chutei dando de ombros e Luíza gargalhou negando com toda força, me fazendo rir junto dela.

– Seria o sonho do meu pai mas não, vou continuar nas artes, talvez curse cinema, ainda não decidi, e você? Vai fazer o quê? – Ela parou de rir e me olhou curiosa, mesmo que quisesse disfarçar, eu sentia o seu interesse na minha resposta.

– Vou participar de algumas peneiras ao longo do ano, enquanto vou estudando pro vestibular, ainda não faço ideia do que cursar – Ri e ela esticou a mão para um high five bem desajeitado.

– Bem-vindo ao clube! – Luíza deu uma piscadinha pra mim e eu não consegui parar de pensar que eu deveria me lembrar dela, como eu nunca tinha reparado nela, nem naquele sorriso?

– Oi? Tem alguém aí? – Ela começou a balançar a mão na minha frente acordando dos meus pensamentos e eu ri sem graça, procurando uma desculpa.

– Estava me perguntando se vamos ser da mesma turma esse ano.....

– Creio que não, pelo que a Lívia estava me contando vocês ficarão juntos novamente.

– Vocês quem?

– O time e as líderes, pelo menos, foram esses os nomes que ela citou – Luíza voltou a se balançar na rede tranquilamente, e eu lembrei da Lívia, a melhor amiga, a garota das danças estranhas e que vivia ao lado de Luíza.

– Viu, só! Nada de estranho no paraíso! – Ela disse ironicamente e eu entendi aquela indireta, algo que a minha irmã vivia me dizendo, que os jogadores e as líderes se achavam os donos do colégio e eu sempre tentava argumentar contra, mas na grande maioria das vezes era o que de fato acontecia.

– Ah, não é bem assim! Eu adoraria qu...– Fui interrompido pela voz de Brenda gritando 'achei' para alguém, nos fazendo olhar para ela.

– Finalmente! Guga, porque está escondido aqui? – Ela veio com a mão estendida para mim, ignorando completamente a presença de Luíza a minha frente, entrelaçou nossas mãos e começou a me puxar. Antes de sair de perto, olhei para a garota sentada na rede e sorri.

– Até mais, Luíza!

Ela respondeu apenas com um aceno de cabeça e eu não a vi mais naquela noite.

Quando voltamos para nossos dormitórios Marcelo na cama ao lado só sabia roncar e babar, tentei dormir mas não conseguia de jeito nenhum, me lembrei da ponte e do meu ataque de pânico, pensei que todas aquelas sensações fossem voltar, mas quando fechei novamente os olhos eu só consegui me lembrar de Luíza me ajudando, seu olhar fixo ao meu, seu sorriso e seu toque.

Ao cair no sono, todas aquelas sensações pareciam ainda mais reais, eu estava em uma praia incrível, o sol forte não me deixava ver as coisas com clareza, eu só sentia que estava perto, muito perto. Forcei meus olhos e a vi saindo de biquíni do mar, linda, sorrindo para mim como nunca ninguém fez, me chamou pelo nome antes que eu acabasse com a distância entre nós e puta merda, como era bom beijá-la. Luíza me beijava como se só existisse aquilo para fazermos, nenhuma pressa, ninguém olhando, só a gente ali e o mar.

No momento em que ela me soltou eu senti um arrepio tão forte que acordei, assustado e vendo que ainda eram quatro e meia da manhã, e eu só conseguia pensar nessa garota.

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