Ficaram em silêncio, trocando olhares por cima das taças. Jos avaliou os ombros de Christian, seu rosto quadrado e suas mãos fortes. Era inegável que o homem sentado à sua frente era um achado, o tipo refinado com o qual toda mulher já sonhara pelo menos uma vez na vida.

— Aliás, Meghan me falou que você trabalha com o comércio internacional, ou algo assim — disse Jos ao perceber que o silêncio crescia. Christian tomou mais um gole de vinho e assentiu, limpando a boca com o guardanapo. — Isso parece interessante.

— Ah, não se deixe enganar pelo o que vê nos filmes. — Ele sorriu. — A maior parte do meu trabalho consiste em viajar, preencher papéis e tratar diretamente com empresários apressados que desconhecem a definição de finais de semana e horários de expediente.

Ela riu, tomando um gole de vinho.

— Meghan me contou que você é jornalista? — perguntou Christian, inclinando a cabeça.

— Sim, trabalho numa revista. Na verdade, é o que eu sempre quis fazer depois da...

— Entendo — ele interrompeu com outro sorriso encantador, pegando um pãozinho da pequena cesta da mesa. — Você é fascinante, Joséphine.

Jos corou. Detestava ouvir seu nome completo e preferia mil vezes que as pessoas adotassem seu apelido, mas a voz de Christian era tão envolvente que ela não se importou. Sorriu sem graça e agradeceu timidamente com um gesto de cabeça.

— Bem, eu gostaria de... — começou ele, entretanto o celular tocou. Christian olhou o visor rapidamente, fazendo uma careta. — Sinto muito por isso. Não posso deixar os japoneses esperando, não é mesmo?

Ele se afastou da mesa e Jos olhou o cardápio, sentindo as mãos tremerem.

De onde Meghan conhecia esses caras ricos e importantes que pareciam saídos da capa da maldita Vanity Fair?