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Eu quero que os humanos virem dinossauros.

Estou sentado na laje de um prédio meio abandonado e sujo, localizado em um beco onde ficam os fundos de minha loja de comida preferida. Está de noite e o clima é absurdamente frio. Mesmo que os humanos considerarem 35 graus uma temperatura alta, eu estou batendo o queixo.

Encaro a Topic branca estacionada bem embaixo dos meus pés, já que estou sentado na beirada de uma laje.

Estou com frio.

Um calor sai do meu ombro, correndo até a ponta dos meus dedos, e eu posso ver a lataria do veículo ficando incandescente aos poucos, mesmo que eu esteja um pouco longe.

Bum.

Faço da Topic uma fogueira. Ela explode de forma muito bonita (a atmosfera da Terra realmente me impressiona), e o calor das chamas esquenta um pouco os meus pés. Não estou mais com frio. Um alarme de um dos outros veículos da rua soa, e o barulho dói em meus ouvidos, pois os sons da Terra são muito altos e tenebrosos. Encolho-me um pouco, aproveitando o calor de minha fogueira gigante e me esforçando para ignorar o alarme, voltando a ler o meu gibi do Homem-Aranha, retirando-o de cima da montanha de duas dúzias de gibis do Homem-Aranha que estavam ao meu lado. Eu gosto muito dele.

Vejo Waldisney sair correndo da porta dos fundos de minha loja de comida preferida, segurando duas sacolas com sanduíches em uma mão e um refrigerante de uva na outra. Ele usava sua camisa do Guitar Hero e estava ofegante, pois era sedentário demais para corridas desesperadas. Lembro que, na última vez em que ele tentou fazer com que eu jogasse Guitar Hero, acabei explodindo o controle sem querer, e ele saiu correndo da sala da mesma forma que saiu correndo da loja agora. Ele ficou muito assustado e demorou mais de meia hora para recuperar o fôlego. Eu espero que isso não aconteça agora.

— O QUE EU DISSE SOBRE EXPLODIR CARROS?!?

Waldisney gritou, me olhando de lá de baixo. Droga, ele está bravo de novo. Waldisney sempre fica bravo quando eu explodo as coisas, e apesar de eu sempre explicar que eu só as explodo por causa do frio, ele sempre me dá um sermão dizendo que eu não posso fazer carros de fogueira. Nem árvores. Nem casas.

— Disse que eu não podia explodir um sempre que você me deixasse sozinho. - Eu respondo prontamente, mesmo que eu odeie ouvir o som esquisito de minha voz por debaixo da máscara de gás. Posso não obedecer o que Waldisney diz, mas tento sempre responder as perguntas que ele faz, para que ele continue me dando gibis do Homem-Aranha.

Continuo lendo. Droga. Dr. Octopus possuiu o corpo de Peter Parker.

— SE SABE QUE NÃO PODE, POR QUE CONTINUA FAZENDO? - Waldisney grita de novo, e consigo ver as gotas de suor escorrendo em seu rosto, logo se alojando em sua barba por fazer. Parece que ele vai ter um troço. Eu espero que ele não morra. Humanos tendem a morrer fácil, e o corpo deles começam a feder também.

Apesar do descontentamento de Waldisney com minhas explosões, minha Topic/Fogueira continua queimando lindamente, enquanto esquenta os meus pés.

— Eu estava com frio. - Respondo. Estou com medo de que Dr.Octopus fique no corpo de Peter para sempre, pois eu gosto do Peter e quero que ele fique em seu próprio corpo.

Acho que ouço Waldisney suspirar, e retiro os olhos do Peter, que agora é o Octopus. Também ouço sirenes de polícia, e elas são estridentes. Alguém deve ter chamado os policiais, ou eles podiam estar perto e ouviram a explosão e vieram, pois explodir coisas é crime ou algo do tipo, e os humanos sempre se assustam com explosões de carros. E de árvores. E de casas.

— Vamos, Io. Desce daí.

Agarro minhas duas dúzias de gibis do Homem-Aranha e pulo da laje do prédio, caindo em pé ao lado de minha fogueira gigante. Quando Waldisney viu eu fazendo esse tipo de coisa pela primeira vez ele achou incrível. Falou que eu era que nem um gato. Nunca entendi o porquê dele achar incrível, já que ele também podia fazer coisas bem incríveis, como ligar o microondas. Da última vez em que tentei ligar o microondas, ele explodiu, então eu tinha o direito de admirá-lo por seus pequenos feitos.

Waldisney abre a porta de seu Gol quadrado de cor cinza-azulado. Como eu ficava dentro da casa dele o dia todo, comecei a gravar o nome dos carros. Sei o nome de 2579 modelos de carro. Waldisney descobriu isso ao ver o histórico do Google de seu notebook. Ele começou a comprar gibis do Homem-Aranha para mim quando percebeu que gravar nomes de carros era um passatempo meio estranho e preocupante, já que eu era conhecido por fazer fogueira deles.

Ele entra no carro, e senta no banco do volante. Eu entro e sento ao seu lado, segurando meus gibis. A sirene da polícia fica mais alta. Waldisney ainda está ofegante, e sua camisa do Guitar Hero está encharcada de suor. Seus cabelos pretos, compridos e desgrenhados estão grudados em sua pele, e eu quase penso que ele irá dar o seu último suspiro ali. Waldisney não gostava de quando éramos perseguidos pela polícia, pois ele não gostava de mostrar que tinha os mesmos poderes que o Super-Homem, pois pensar em usar seus poderes o fazia hiperventilar de nervoso.

Eu não o julgo. Ele me comprou um gibi do Super-Homem, e eu odiei. Eu odeio o Super-Homem, e com certeza os policiais odiariam também.

Waldisney bebe o resto do refrigerante de uva e arremessa a lata para trás, no banco de passageiro, e depois acaba jogando as sacolas com sanduíches em cima dos gibis que estão em meu colo, logo colocando seus fones de ouvido para ouvir metal pesado. Ele gosta de ouvir metal pesado enquanto dirige. Gosta de gritar coisas irreconhecíveis com os cantores de metal pesado enquanto dirige, também. Antigamente, ele ouvia as músicas no rádio, mas da última vez que tentei ligar o rádio ele explodiu. Não me arrependo, apesar de ter sido um acidente. A música do rádio era muito barulhenta e me dava dor de cabeça. Os fones de ouvido tornaram nossa convivência mais agradável.

— Da próxima vez que explodir um carro, ou uma árvore, ou uma casa, eu lhe jogo no primeiro buraco que eu achar. E nunca mais lhe compro gibis do Homem-Aranha.

Waldisney está realmente bravo. Ele tem cara de bravo. Assisti a filmes o suficiente para saber o que é uma cara de bravo. Ele franziu o cenho e semicerrou os olhos, exatamente como as pessoas bravas fazem. Não me importo de ser jogado em um buraco, mas fico quieto pela parte em que ele ameaça meus gibis.

Gibis são a única coisa de que eu gosto na Terra. E Waldisney, mas eu o considero um meio-termo.

Tento pensar em alguma frase que vi em algum filme para me desculpar. As pessoas dos filmes, quando estão se desculpando de coisas, sempre falam frases de efeito. Não lembro de nenhuma, portanto falo uma frase que me soa legal.

— Luke, eu sou seu pai.

Waldisney começa a dirigir rápido, fazendo uma curva para sair do beco. A curva faz um barulho estranho, que aprendi se chamar "pneu cantando". Olho pelo retrovisor. A polícia estava perto da gente.

— VOCÊ SABE QUE ISSO NÃO FAZ SENTIDO, NÃO SABE, IO?

Ele grita, por estar ouvindo metal pesado em fones de ouvido. Ouvindo metal pesado muito alto. Eu sei que não fez sentido, mas eu gosto do Darth Vader e eu também uso uma máscara de gás então houve todo um contexto por trás de minha fala.

Coloco meu capuz, pois está frio de novo e ele me esquenta um pouco. Não respondo Waldisney. Não quero atrapalhar o seu trabalho como piloto de fuga. Waldisney dirige muito mal. É perigoso conversar com ele enquanto dirige.

Descubro que a polícia não está nos perseguindo. Ela virou em uma outra rua qualquer, e o barulho estridente da sirene está sumindo. Talvez os humanos tenham perdido o medo do fogo, já que os mesmos aprenderam a manejá-lo faz milhares de anos, então pararam de chamar a polícia toda vez que eu explodo um carro. Ou uma árvore. Ou uma casa.

Waldisney parece perceber o sumiço da polícia, mas o carro continua rápido. Já vi muitos filmes humanos, pois Waldisney me deixou usar sua conta da Netflix, na esperança de que eu aprendesse melhor como lidar com a humanidade, e sei que carros rápidos e pessoas desesperadas não combinam bem.

Waldisney acaba batendo o carro em um poste, apesar de não estar mais em uma fuga da polícia.

É a terceira vez no mês que ele bate o carro em um poste.

Droga. Nós não colocamos cinto de segurança. Minha testa está sangrando pois eu devo tê-la batido no porta luvas, ou no vidro do carro, ou no próprio poste. Não sei. As sacolas caíram no chão junto com meus gibis.

A cabeça de Waldisney bateu contra o volante. O volante afundou na carcaça do carro de uma forma estranha. Coitado do volante, mas não estou surpreso. Waldisney nunca iria se machucar por causa de um carro. Sempre o carro se machucava mais, já que ele era invulnerável como o Super-Homem, e o Super-Homem quase sempre ganha as lutas, mesmo que contra objetos inanimados.

— Desce do carro, Io. - Waldisney diz, em um tom derrotado, ainda com a testa no volante e os fones de ouvido em que eu podia ouvir metal pesado tocando, mesmo que baixinho. Tento abrir a porta. A porta do carro não abre.

— A porta do carro não abre. - Digo em voz alta.

— Chuta. - Ele ordena.

Chuto a porta do carro como Waldisney disse para fazer. Ela continua sem abrir.

— A porta do carro ainda não abre. Posso explodir a porta?

Waldisney rosna e bate a cabeça contra o volante afundado mais uma vez. A buzina quebra. Agora ela está buzinando pela eternidade. Eu odeio o barulho da buzina.

Waldisney arranca a porta do carro como se ela fosse feita de papel, e desce, resmungando coisas estranhas. Ele dá a volta e vai para o lado onde eu estava sentado. Ele arranca a porta do meu lado também. Pego os gibis e as sacolas de sanduíches e saio do carro. Penso em algo para falar em agradecimento para Waldisney, mas não consigo lembrar de nenhuma frase de filme que se encaixe.

A buzina continua ligada. O barulho me mata por dentro.

Não aprendi muito bem sobre a contagem de tempo humano, mas acho que estamos na madrugada. Não tem outros humanos na rua, pois nesse horário eles dormem, e o céu está escuro.

Waldisney pega o carro e o levanta acima da própria cabeça, começando a andar no meio da rua, aproveitando que todos os humanos dormem. Waldisney é forte, que nem o Super-Homem. Quando eu cheguei na Terra, pensei que Waldisney não era desse planeta. Ele não parecia um dinossauro (mas essa parte eu já havia superado) e não parecia muito com os substitutos majoritários dos dinossauros, que descobri se chamarem humanos, pois Waldisney sabia voar. E era muito forte. Também era quase indestrutível e soltava lasers pelos olhos, além de que tinha unhas naturalmente pretas. Nunca entendi a parte das unhas, mas combinava com o visual dele.

Andamos duas quadras até chegarmos aonde Waldisney mora. Ele joga o carro que buzina infinitamente no chão, e a buzina para de forma brusca. Ele me olha, e eu olho de volta, pois ele comprou uma presilha para que eu prendesse minha franja, que ficava o tempo todo na frente dos meus olhos, e agora eu posso olhar para ele o quanto eu quiser. Eu estou segurando os meus gibis e os sanduíches, e ainda sinto o sangue quente escorrendo pela minha testa. Estou tremendo muito. Talvez seja por isso que Waldisney esteja me encarando tanto.

— A gente tá no sereno. Se tu continuar aqui fora, morre de hipotermia. Bora entrar.

Concordo com um aceno de cabeça, como aprendi que os humanos fazem, e começo a andar com Waldisney.

Subimos a escadaria pequena, que dá em uma quadra aberta, cheia de prédios grandes e mal cuidados. Waldisney abre o portãozinho de ferro de um dos prédios e entramos, logo começando a subir escadas. As casas humanas são fedorentas. E ultrapassadas. E esquisitas. Termino de subir a quarta leva de escadas e sinto que mal estou me aguentando em pé. Está mais frio. Ouço um barulho baixo vindo do lado de fora. Está caindo água do céu, mas pouca água. Esqueci o nome que eles usam para chamar isso.

Chuva.

Passamos da sexta leva de escadas e chegamos em nossa porta. A porta tem uma grade enferrujada do lado de fora, e a madeira cheira mal. Waldisney à abre e nós entramos.

Estou batendo o queixo. O planeta dos falecidos dinossauros é muito mais frio que o meu, e está tentando me matar congelado. Provavelmente ele está conseguindo. É a décima terceira vez que passo mal assim, e sinto que a Terra deve me tratar como um organismo não identificado e usa todos os seus anticorpos para me eliminar. Eu devo ser como um vírus. Ou algo pior.

— Jesus, Io. Você tá péssimo.- É o que Waldisney diz assim que me sento no sofá com cheiro ruim, quase caindo de tanto que tremo.

Coloquei as revistas no chão, junto com a comida. Waldisney está com o cenho franzido. Ele sempre fica com o cenho franzido quando diz "Jesus, Io", e eu acho que é porque a mãe dele dizia que ele era o Anticristo, e Jesus é um tipo de Cristo. Eu vi quem era Jesus era na internet. Eu soube que talvez Waldisney fosse o Anticristo pois ele me contou quando estávamos presos no lugar onde os humanos prendem quem eles acham estranhos por terem poderes ou por serem estrangeiros. Ou por transformarem um humano em dinossauro. Não tenho nada contra Anticristos, mesmo não achando que Waldisney seja um, mas realmente deve ter algum motivo por trás dele franzir o cenho.

Waldisney coloca um band-aid cor de rosa na minha testa para conter o sangramento e depois coloca um cobertor em cima de mim. Eu já uso muitas roupas para tentar me manter quente, e Waldisney se esforça para que eu não morra de hipotermia, o que nem sempre funciona pois eu acho que já devo ter morrido umas cinco vezes, mas aprecio o seu cuidado.

Agora Waldisney sentou do meu lado. Eu virei um bolo de cobertores, e apenas minha cabeça juntamente com a máscara de gás não estão cobertas. Ele pega os sanduíches amassados jogados no chão e os come. Nunca comi comida humana pois tenho medo de tirar a máscara e morrer, então injeto minha própria comida na veia. Funciona. Estou bem nutrido e vivo.

Começamos a assistir My Little Pony. Waldisney gosta muito de My Little Pony. É a coisa preferida dele, depois de metal pesado e livros de aventura juvenis.

Eu me encolhi nos cobertores.

***

No primeiro dia em que vim para a casa de Waldisney, eu estava com medo. Eu havia vindo para a Terra ao mando do Imperador de meu planeta, que queria que eu capturasse dinossauros para o seu zoológico particular, mas quando cheguei aqui, percebi que talvez os nossos registros sobre o planeta estivessem errados. Os dinossauros não existiam mais. Mesmo assim, resolvi continuar na Terra, pois voltar para o meu planeta sem um pterodáctilo seria como assinar minha própria sentença de morte.

Até que no mesmo dia de minha chegada, entrei em uma loja esquisita.

Uma loja muito esquisita.

Os humanos ainda não haviam me percebido, ou talvez pudessem ter percebido, mas não disseram nada. Eu era bom em ficar quieto e camuflado sem levantar suspeitas, mesmo tendo 1,90m de altura e uma pele azul-clara, pois quando criança eu havia sido espião para um dos príncipes.

Na loja, encontrei o que viria a ser a minha primeira revista do Homem-Aranha. Homem-Aranha e os X-Men. O vilão da revista, Sauron, era um físico que tinha poderes de sugar energia alheia, e quando o fazia, virava um dinossauro. Fiquei encantado por saber que humanos podiam virar dinossauros e perguntei para a vendedora da loja onde eu podia encontrá-lo, para que eu o sequestrasse e o levasse para meu planeta. A mulher ficou meio apavorada e não respondeu, talvez por perceber que eu não era humano, e também por eu ter dito que iria sequestrar Sauron em voz alta. Talvez sequestros não fossem aceitos na sociedade humana.

Roubei a revista.

Sauron tinha o plano de transformar as pessoas em dinossauros, e fez isso redesenhando o DNA alheio. Como seria difícil de eu encontrá-lo sem nenhuma pista, resolvi tentar usar as mesmas técnicas que ele para conseguir meu objetivo. Eu iria transformar alguns humanos em dinossauros, e os levaria para o zoológico, e ficaria tudo bem.

Redesenhar o DNA alheio não era difícil.

Quando saí da loja, humanos de preto me prenderam e me colocaram em um veículo esquisito e ultrapassado que depois descobri ter sido batizado como carro. Fiquei quieto no carro, com minhas mãos e pés algemados e um capacete esquisito na cabeça.

Me tiraram dali depois de algum tempo e colocaram-me em uma sala branca, agora sem o capacete estranho.

Eu não gostava daquela sala, então explodi as minhas algemas e fui até a porta. Explodi a porta.

Me prenderam de novo e isso continuou por algum tempo. Eu explodia as algemas e a porta. Não cheguei a explodir nenhum humano pois eles eram meio assustadores.

Um dos homens de preto me perguntou depois da décima terceira porta explodida o que eu havia ido fazer na Terra. Eu disse sobre os dinossauros. Depois sobre como eu redesenharia o DNA humano para o transformar em dinossauros. Ele me perguntou se eu realmente sabia fazer aquilo e eu disse que sim. Ele disse que eu podia curar o câncer com aquela tecnologia. Eu retruquei dizendo que eu não queria curar o câncer, e sim transformar os humanos em dinossauros.

Os homens de preto aparentemente desistiram de mim. Vinte e duas portas arrombadas depois, eles entram na sala com um humano que também estava de preto, mas era diferente, pois ele não usava terno, e sim calça e camisa comuns como todos os outros humanos normalmente. O cabelo era comprido e as unhas pretas.

Pelo o que entendi na época, me manter em cativeiro era um custo muito alto, já que eu explodia portas e algemas caras. O humano de cabelo comprido também estava preso como eu, e também explodia portas. Eu não sabia que humanos podiam explodir coisas com o poder da mente, mas tudo fez sentido agora, já que, no gibi do Homem-Aranha, humanos tinham poderes.

Eles decidiram se livrar de mim colocando-me sob a responsabilidade do humano que explodia portas. O nome dele era Waldisney. Waldisney pareceu meio aliviado de estar livre também. Ele perguntou meu nome e eu disse que era Io. Ele perguntou se era que nem a lua de Júpiter, e eu concordei, o explicando que Io era a única lua do sistema solar que tinha atividades vulcânicas. Eu gostava do meu nome. Me fazia parecer explosivo como um vulcão, mesmo que eu me considerasse alguém estável, e era meio engraçado, já que eu realmente conseguia explodir coisas.

Eu e Waldisney viramos colegas de quarto.

Demorei para me acostumar com a terra, e descobri que o Sauron e o Homem-Aranha não existiam. Chorei um pouco a descobrir que meus ídolos eram invenções do imaginário humano. Talvez não desse para executar o plano de Sauron.

Desisti e me acostumei com a vida na terra, pois Waldisney era legal comigo, e talvez, eu precisasse de um Waldisney na minha vida.

Vejo pela janela que o céu está ficando laranja, o que me tira dos meus pensamentos nostálgicos. Um novo dia. Waldisney não dormiu, nem eu. Ficamos maratonando My Little Pony enquanto eu me mantinha aquecido durante o frio da madrugada. Parou de cair água do céu faz um tempo, e o frio não está mais tão ruim. O ar-condicionado da cela que me colocaram era pior. Lembro que achei o nome ar-condicionado engraçado, pois nunca pensei em condicionar ar. Nem sabia como algo assim funcionaria, mas odiei, pois ar-condicionado é uma máquina de tortura das mais cruéis, mas mesmo assim Waldisney sempre brigava comigo quando eu explodia um.

— Hoje de noite é minha formatura de Administração. Vou entrar ao som de Iron Maiden. E Seu Jorge. Sim, ao mesmo tempo, em um remix, QUE EU MESMO FIZ. - Waldisney anunciou com orgulho, me retirando dos meus pensamentos novamente.

Ele parecia muito orgulhoso de suas escolhas musicais, então eu concordei com a cabeça como os humanos fazem pois queria que ele ficasse feliz, mesmo que eu nunca tivesse ouvido Iron Maiden ou Seu Jorge. Eu sabia que Waldisney não se importava com Administração, então não havia o porquê se preocupar com a qualidade das músicas escolhidas. Eu li no Google que a opinião da maioria dos humanos sobre o curso de Administração era de que apenas fracassados o faziam, então acredito que essa seja a opinião dele, mesmo que seja contraditório, portanto não o parabenizo pela conquista.

— Vou ficar em casa?- Perguntei.

O carro estava quebrado agora, e eu não sabia se era bom eu ir para a coisa de administração. Eu também não queria ir, pois tinha planos de explodir o carro quebrado para fazer uma fogueira, e poderia fazer isso enquanto ele estivesse fora, já que ele não veria e não brigaria comigo.

- Não. Você vai.

Droga. Meus planos haviam sido arruinados.

Fiquei quieto. Apesar de não poder explodir um carro, fiquei feliz de participar do evento. Quando voltamos, ele comeu miojo e jogamos Uno. Eu era muito bom no Uno.

Eu gostava da companhia de Waldisney e não queria que ele virasse um dinossauro. Talvez isso fosse suficiente para aguentar o frio da Terra sem morrer de hipotermia.

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