Flash off:

Meus pensamentos são interrompidos por uma batida na porta, permito a entrada da pessoa e vejo que é a senhora Rejane, ela já se direciona a mim de forma gentil:

- Dr. Alcântara, gostaria de saber se precisa de algo? Vi que o senhor saiu da reunião, mas não seguiu com os demais para o almoço, não se sente bem?

- Obrigado pela gentileza, mas no momento não preciso de nada. Estou um pouco cansado, essa semana não foi fácil - ela me olhou com carinho e me disse as seguintes palavras:

- Então vou saindo, mas gostaria de informar que enquanto não é disponibilizada uma secretária para o senhor, eu farei este papel. Sendo assim, o que precisar estarei às suas ordens. - nesse momento eu pensei em perguntar sobre a Malu, entretanto desisti.

- Obrigada dona Rejane, a senhora é muito gentil - ela concorda positivamente e sai e eu volto novamente aos meus pensamentos.

Flash on:

O lugar exalava sofisticação e bom gosto, totalmente diferente do antigo escritório do meu pai que era sem sombra de dúvidas horrendo. Fui ate o balcão de atendimento e lá instruído a me dirigir ao 12ª andar, para me encontrar com Lauro. Chegando ao andar Daiane secretária setorial, já estava a minha espera e me cumprimentou de forma muito gentil e direcionou-me ao escritório correspondente.

Quando adentrei na sala de Lauro, encontrei um homem muito cordial que veio ao meu encontro procedendo com os devidos cumprimentos:

- Bom dia Dr. Alcântara! - ele apertou minha mão.

- Acho que podemos deixar tanta formalidade de lado Lauro, uma vez que somos sócios - ele me direcionou um sorriso enigmático.

- Sim, você tem toda razão Eduardo, seja bem vindo e fico feliz que seu pai o tenha escolhido.

- Eu também estou feliz, e estou animado para começar - Lauro entendeu a deixa e se prontificou de imediato a fazer um tour comigo por todas as dependências da empresa.

Eu questionei sobre o funcionamento da empresa e de toda a estrutura organizacional, Lauro respondia a tudo da melhor maneira possível deixando apenas algumas questões que seriam tratadas em reuniões posteriores, uma vez que em um dia eu não conseguiria absolver tanta informação.

Combinamos que na sexta-feira ele me apresentaria oficialmente na empresa, pois já tinha solicitado junto a sua secretária uma reunião com todos os advogados associados e que também ligou para Beth, a outra sócia para comparecesse nesta reunião.

Sendo assim a terça e a quarta eu tirei para revolver diversas pendências pessoais, na quinta fui ao gabinete do ministro que eu prestava assessoria, ele precisava conversa comigo umas questões de direito privado área que eu dominava muito bem. Nesses dias também pude matar a saudade da praia que era meu lugar favorito, saindo bem cedo para surfar.

A sexta-feira chegou como um relâmpago, como eu só iria ao escritório a tarde então levei minha mãe para ver o apartamento que um amigo corretor estava vendendo. O imóvel ficava localizado no bairro do flamengo, mas minha mãe imediatamente vetou dizendo que o lugar era um cubículo, que ali nem dava para se sobreviver, pois até ar poderia faltar, e eu pensei comigo: "mães sempre dramáticas". Fomos almoçar juntos e depois me direcionei ao escritório e ela voltou para casa

Quando cheguei, a secretária de Lauro levou-me para a sala que fora reservada para ser o meu escritório, e lá encontrei Lauro me aguardando. Ficamos conversando sobre o papel que eu desempenharia no escritório de Curitiba, fiz algumas ponderações relativas a essa filial e das demais, pois a minha preocupação era saber a real situação da empresa e também falei que queria manter meu anonimato durante um tempo. Lauro prontamente disse que não haveria problema algum já que seria apenas omitido o fato de ser eu sócio.

Às dezesseis horas fomos chamados via telefone para comparecer a sala de reuniões, entramos juntos e verificamos que todos já estavam nos aguardando, ao entrar na sala fiquei admirando todo espaço, mas de repente me deparei com uma mulher linda, não linda como o estereótipo que a sociedade impõe, mas ela era uma mulata estonteante, mais ou menos 1,75 de altura, cabelos castanhos bem escuros abaixo do ombro e era curvilínea com as gordurinhas nos lugares certos, meu Deus pirei, como assim eu salivando por uma gordinha (e que gordinha) me sentei mais ao fundo da sala para poder me recompor e assim esperar pelo pronunciamento de Lauro.

Tentei inutilmente me concentrar na reunião, mas eu não conseguia, eu a olhava de relance, tentando decifrar a enigmática mulher, que tinha uma presença forte. Lauro começou as apresentações me levantei e cumprimentei a todos. A conversa transcorria e eu não parava de olha-la, não diretamente, mas a fitava. Em dado momento percebi que Lauro e ela entraram num embate e pelo que percebi o causador era eu. Lauro dizia a ela que eu ficaria sobre sua responsabilidade, para me familiarizar com a empresa e com o escritório de Curitiba.

Lauro era incisivo, mas ela não se deixava abater, entretanto reparei que em dado momento, ela olhou para uma mulher que estava na outra extremidade da mesa, no lado oposto ao meu e deduzi ser Beth, pelas características que Lauro havia me dado mais cedo. Por fim Lauro de forma dura, e a meu ver desnecessário, falou que o pedido dele era uma ordem, e Malu, sim Malu esse era seu nome, se deu por vencida.

Ao fim da reunião, sou anunciado como o novo responsável do escritório de Curitiba. Os advogados presentes vêem me parabenizar e me dar boas vindas, Lauro foi me levando para fora da sala e nem tive a oportunidade de cumprimentar a Malu, porque ela ficou conversando com Beth.

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O final de semana transcorreu agitado uma vez que Max resolveu dar uma festa em Búzios, por ser juiz seria algo bem privado, mas não deixaria de ter muita mulher linda. Dessas que se expõem como carne em açougue, eu particularmente me sentia velho para esses programas doidos que o Max inventava. Por incrível que podia parecer, as pessoas achavam que eu era o louco do trio, porque eu tinha o jeito mais despojado, entretanto Max apesar de nerd era o "cara" em várias situações.

Por diversas vezes me peguei pensando em Malu, e isso era muito louco, por que não trocamos nenhuma palavra, mas ela povoada minha mente e eu não estava gostando disso. Eu tinha feito uma promessa que não iria me envolver com nenhuma mulher, só queria coisas passageiras no máximo uma noite e nada mais.

Meu pior defeito foi deixar uma mulher entrar em minha vida e depois me destruir de forma baixa e desleal. Não que eu considere que todas as mulheres sejam iguais, mas não poderia nunca mais, deixar alguém se aproximar ao ponto dela conseguir ter poder sobre mim, não mais.

Flash off:

Estava olhando pela janela, com um cenário maravilhoso em minha frente, mas eu não estava admirando nada, meus pensamentos vagavam nesse dia e tudo que aconteceu. Na forma como ela me recebeu em sua sala, brava, mas linda ao mesmo tempo.

Adorei sentir toda sua dedicação e amor pela empresa, o carinho e companheirismo entre ela e sua equipe, entretanto a reunião era o que mais me causava raiva, será que Malu não via como o australiano, que por sinal muito do sem graça, estava literalmente se jogando para cima dela, mulheres!

Eu precisava mesmo era parar de pensar nela, não tinha cabimento. Ela não gostava de mim, além do mais nossa relação deveria se limitar empregada e patrão mesmo que ela não soubesse disso. E além do mais eu não estava pronto e não queria nenhuma mulher em minha vida.

Malu Narra:

De última hora decidimos partir para o bairro de Botafogo, precisamente para a churrascaria Fogo de Chão. O lugar era divino, com entrada majestosa, que continha um lounge totalmente disposto de frente à praia, assim que chegamos o maitre, sugeriu que ficássemos nesse ambiente degustando de aperitivos e bebidas, até ser disponibilizada uma mesa para nós.

Os homens a minha volta ficaram extremamente animados com o ambiente, e por serem quase duas da tarde, o cenário era deslumbrante, pois a churrascaria ficava diante do pão de açúcar.

Andrew, Blake e Ryan, olhavam a tudo fascinados e então percebi que minha mudança de planos foi uma jogada de mestre. Eu já tinha enviado uma mensagem ao meu querido chefe sobre a mudança e ele adorou.

O garçom chegou e nos perguntou o que queríamos pedir, os "gringos" falaram em coro caipirinha, eu pedi uma água tônica e também petiscos bem brasileiros, para que eles de cara pudessem começar em alto estilo degustando nossas mais variadas iguarias.

O diferencial do lugar a qual eu escolhi para o almoço era o seu forte era as carnes, não existia aqueles buffet enormes com várias comidas, até japonesas, não mesmo! Você tinha a disposição acompanhamentos e vários tipos de saladas. O intuito não era encher os clientes de vários tipos de comida mas, sim faze-los se renderem aos prazeres da carne e quando nossa mesa foi liberada foi isso que os rapazes comprovaram.

Andrew era o mais animado com aquele festival de carnes, cordeiro, picanha, bife ancho, shoulder steak e fraldinha eram as mais cobiçadas e pedidas pelos clientes ali e eu assistia a tudo.

Dado momento senti um aperto no peito, pois Lauro acabara de se juntar a nos, e para meu desespero ele solicitou um rodízio de caipirinha e uísque. Eu tentei não ficar intimidada, pois é difícil estar num ambiente cercado por bebidas, mas eu me segurei e continuei sorrindo e tentando me manter sã, mas Blake percebeu que eu só estava ingerindo suco e me lançou a seguinte pergunta:

- Malu, posso te chamar assim né!? Já estamos fora do escritório então deixemos as formalidades - eu sorrio meio sem jeito.

- Claro Andrew, pode me chamar de Malu. - Ele sorri de uma forma tão sexy que eu quase me perdi nele.

- Eu acho que você deveria tomar uma bebida conosco? Quem sabe uma Marguerita para começar- nesse momento, me senti inclinada a aceitar e minha mente começou a travar uma guerra interior horrível, beber ou não beber, e isso perdurou por segundos intermináveis, todos estavam a me observar. Eu me lembrei de algo importante "um passo de cada vez", e nesse momento a única resposta que eu poderia dizer era não.

- Andrew, infelizmente ainda trabalho hoje e ademais não sou dada a bebidas, mas fico feliz que vocês estejam gostando deste lugar. O que vocês acham de estender esse dia com uma visita ao Pão de Açúcar? - nesse momento recebi olhares de adoração e surpresa.

- Lauro, você tem uma joia! Malu você é perfeita, como pensou nisso? É claro que adoraremos ir ao Pão de Açúcar - disse Ryan, de uma forma muito gentil e doce. Lauro ficou totalmente feliz e soltou mais uma de suas pérolas.

- Malu é um tesouro sim, mas ela aprendeu muito comigo. - Eu faltei pouco a dar uma gargalhada, tudo que sabia aprendi com Beth, que foi realmente minha mentora e leal amiga durante todo o tempo que estava na empresa.

- Eu espero imensamente que vocês gostem do passeio, quando quiseram ir, haverá um van na saída, com uma guia, que irá acompanha-los durante todo o trajeto até o local, e depois ao hotel em que vocês estão hospedados.

- Obrigada Malu, você é uma anfitriã exemplar, mas você não nos acompanhará mesmo no passeio? - Blake perguntou todo manhoso e eu estava me derretendo em seus olhos, que pareciam duas lagoas de um azul que jamais vi.

- Não posso mesmo, voltei tem só uma semana de viagem, e tenho dezenas de relatórios, pendências que precisam de minha total atenção, deixemos para outra ocasião.

- Você não vai se safar de mim Malu, eu gostaria tanto de poder conversar mais com você, o que acha de sairmos à noite? Tenho certeza que poderíamos nos divertir intensamente, sou uma ótima companhia. - Ele sorriu como um moleque travesso e eu sabia o tipo de diversão que ele queria. Fingi que recebi uma ligação, me dirigi até o lounge e mais ou menos uns dez minutos, elaborando uma desculpa e retornei a mesa.

- Senhores a tarde foi agradabilíssima, entretanto sou requerida no escritório, mas tenho certeza que Lauro ficara feliz em despender um pouco mais de tempo com vocês, não é mesmo Lauro? - Meu chefe sorriu, e como percebi que ele já tinha tomado umas doses a mais de uísque.

- Claro Malu, sinta-se a vontade para ir, sei que você é responsável e eu fico aqui com nossos convidados - Blake fez uma cara de chateado, mas os outros de despediram e eu falei que adorei conhecê-los.

Se eu pudesse iria para minha casa, mas meu carro ficou na empresa, para falar a verdade eu não ia trabalhar tanto assim, mas eles não precisavam saber disso. Queria ficar longe daquele loiro de olhos azuis que pareciam ser uma perdição, não podia mais me deixar levar pelas emoções, isso era sempre uma péssima escolha.

Escolhas nos levam a buracos que são difíceis de sair e eu não queria voltar para nenhum dos quais eu havia caído. E de repente lembrei-me de algo que minha mãe falava pra mim. "Filha as consequências das escolhas que fazemos hoje, não serão evidentes imediatamente, entretanto quando essas mesmas consequências se manifestaram poderá ser tarde para se remediar a situação", e me deixei ser levada por um torpor de dor e saudade, que perdurou durante todo o trajeto de retorno ao trabalho e ao chegar me deparei com uma situação a qual eu não podia acreditar.

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Oi gente!!!!

Capitulo saindo do forno, desculpem o atrasado mas minha companheira elizangelamartins96, estava dodoi, então sem ela, a lu aqui não funciona. rsrsrsrs.
😘😘😘😏😏😏😏😏😏
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Estamos muito felizes por vocês estarem acompanhando toda essa louca história de Malu e Edu. O capítulo foi pequeno, mas era para finalizar esse pequeno bônus de Edu. Aguardem cenas dos próximos capítulos porque nossa moçinha estará mais brava do que nunca.

Não posso deixar de agradecer a todos que votam e comentam isso é de grande importância para nós. Mas os comentários nos alegram muito, digam se estão gostando e se quiserem deixar estrelinhas tudo bem.....Beijos aos fantasminhas.

Unidas Pela Leitura Amamos Vocês!!!!!

Lu e Eliz