As vezes estamos tão envolvidos com a dor, com o sofrimento...

E quando menos esperamos algo de sublime acontece, mostrando nos que, aos que amam e crêem, nada é impossível..

Por Edu

Colo de mãe é o melhor lugar do mundo para se estar, então adormeci com minha cabeça no colo de Maria. Entretanto, isso só aconteceu depois de chorar muito e de pedir ao Pai Celeste que cuidasse de mim e de minha família. Eu me encontrava esgotado, porém, ao acordar e me dar conta que Maria ainda estava do meu lado, a felicidade foi grande.

O que eu não esperava era ver meu pai sentado em uma poltrona a nossa frente. Ele me olhava tão ternamente, como um pai olha seu filho pequeno que acabou de cair. Levantei-me e fui até aquele homem que daria a vida por mim... E o abracei... Bem forte.

Podem me achar um fraco, mas não sou. Sou um ser humano que sente e sofre como qualquer outro e deixo minhas emoções aflorarem mais rápido. Mas, até aqueles que se dizem fortes, um dia sucumbem devido à dor e ao sofrimento.

Depois de um tempo que ficamos abraçados, sentamos no mesmo sofá que estava momentos antes com Maria. Ele olhou fixamente para mim.

- Filho, por que não me contou?

- A Malu queria esperar um pouco, e estávamos planejando contar logo após essa maldita audiência de hoje.

Meu pai me olhou sério.

- Bem, para início de conversa, meu rapaz, a audiência foi ontem. – Olhei-o assustado. – Você dormiu mais de quatro horas no colo da Maria e como já são duas e vinte da manhã, estamos em outro dia.

- Não acredito! – E a primeira coisa que veio em minha cabeça foi que o médico já deveria ter vindo.

- E já antecipando seu pensamento, o médico veio, entretanto, falamos que assim que você acordasse o procuraria. – Eu já ia me levantar. – Eu ainda estou falando com você, Eduardo, sente-se.

- Desculpe, pai. – Eu estava me sentindo um menino sendo repreendido.

- Bem, Edu, eu posso respeitar a decisão da Malu em esperar para contar. Mas não posso entender porque nem uma ligação sua recebi para que pudesse vir até você e poder ser seu pai.

- Eu não pensei em nada, pai. Foi tudo tão rápido.

Ele me olhou sério.

- Desde pequeno eu sempre soube que você e Maria tinham um vínculo de mãe e filho. Mas, Edu, você não deve esquecer nunca que eu o amo e que farei tudo para vê-lo feliz. E se não puder, quero pelo menos consolá-lo.

- Eu sei, pai... E me desculpe mais uma vez. É que são tantos problemas que o senhor já teve comigo, acho que não deveria mais dar dor de cabeça ao senhor.

- Ah, meu filho... Que problemas você nos gerou? Penélope foi quem quase o destruiu... E você simplesmente se foi. A única coisa que você gerou em nós, Edu, foi a saudade por estar tão longe. Nada mais.

- Eu te amo, pai! – Abracei meu velho com força. Ele era meu herói.

- Eu te amo, filho! Nunca se esqueça disso.

Depois de nossa conversa, fui até o médico da Malu que prontamente se dispôs a conversar comigo, entretanto, me disse que outras duas médicas estariam presentes. Ele pediu para que sua secretária solicitasse a imediata presença delas em seu consultório. Eu até achei normal, mas depois que vi as pessoas que entraram, fiquei em pânico.

- Lídia?

Por que a sobrinha da Maria estava ali?

- Olá, Edu. – Ela me cumprimentou, mas não olhou em meus olhos.

- Vejo que você e a Drª Batista já se conhecem. - O médico sorridente levantou-se para cumprimentar as colegas. – Essa aqui é a ginecologista que atendeu a sua noiva quando ela teve o aborto.

- Como assim?

- Calma, Eduardo, vamos te explicar a situação. – Eu estava atônito. - E aquela ali é a doutora Solastres, psiquiatra e psicóloga, que cuida da Malu há algum tempo.

- É um prazer conhecê-lá. – Estendi minha mão educadamente, mas meu coração estava a mil.

- O prazer é meu em conhecer aquele que tem sido um agente motivador da Malu. – Ela sorriu-me.

- Bem, agora que fizemos as apresentações, vamos começar com as informações sobre o estado físico da senhorita Malu Botelho. Ela esta estável, respondendo muito bem aos medicamentos ministrados para combater a dor de cabeça, que nesse momento é o único problema que temos.

- Mas ela caiu! Não tem nenhuma escoriação ou outro problema?

- Como lhe falei, Eduardo, estou falando do estado físico da paciente, mas como você percebeu, eu tenho mais duas médicas e elas vieram colaborar para que mapeássemos toda a situação clínica que a paciente enfrenta nesse momento. Sendo assim, passarei a palavra para a Doutora Batista.

- Para início de conversa, queremos te informar, Edu, que Malu ainda está grávida.

Eu a olhei incrédulo.

- Como você pode brincar com uma coisa dessas?! - Gritei. – Ela abortou! O próprio Doutor Carvalho me confirmou isso. – Levantei-me.

Eles estavam brincando comigo?

Isso era uma piada de mau gosto?

Alguém queria me enlouquecer!

Comecei a passar as mãos pelo cabelo freneticamente.

- Peço que se acalme, Eduardo, e deixe a Doutora Batista terminar de falar.

- Tudo bem, desculpem-me

- Como eu estava dizendo, a Malu ainda encontra-se grávida. Você deve estar se perguntando como isso aconteceu e vou lhe explicar.

Então Lidia começou a me contar o ocorrido. Disse que há exatamente uma semana Malu a procurou dizendo que passou horas sentindo dores e logo após começou um sangramento. Imediatamente, atendeu-a e foi constatado que ela estava abortando realmente. Diante da situação que se encontrava, pediu que fossem realizados cinco ultrassons que atestaram o resultado final, anteriormente diagnosticado.

A doutora Batista disse que depois de ter confirmado com Malu o aborto, minha mulher começou a agir mecanicamente e pediu que fosse feito o que era necessário. Então, Lidia prescreveu dois remédios abortivos para que assim fossem expelidos os restos do feto. Malu foi instruída a voltar para uma consulta na data de ontem, mas não voltou.

- Mas você não explicou ainda como ela ainda pode estar grávida?! – questionei-a.

- Milagre, Edu... Eu como médica não posso explicar cientificamente como isso aconteceu, mas depois que a Malu veio para cá e começou a me chamar... Umas das enfermeiras achou meu cartão na bolsa e me ligou perguntando seu eu conhecia a paciente. Informei que sim e o que tinha ocorrido.

- Ela estava fazendo acompanhamento médico com você Lidia?

- Não, Edu, ela estava insegura em relação a um profissional bom e diante da gravidade da situação ela me procurou.

- Ok!

- Ao chegar aqui no hospital, me deparei com a equipe médica alarmada, pois constataram um ruído na barriga da Malu. Então o Doutor Carvalho gentilmente me incorporou em sua equipe para ajudá-lo com a situação uma vez que a médica que avaliou a paciente primeiro teve uma emergência médica. Depois de muito verificar os vários ultrassons, contatamos dois pequenos corações batendo bem baixinho, quase imperceptível.

- Dois corações? Eram três? – Eu não podia acreditar... Deus tinha feito um milagre!

- Bem, os bebês estão no mesmo saco amniótico. Então só podemos concluir que o outro feto estava em um saco diferente. Mas o que é um mistério para nós e não termos vistos esses pequenos quando fizemos os ultrassons semana passada.

Nesse momento foquei meus olhos em Lidia.

- Deus, Lídia! Foi ele quem fez esse milagre acontecer. Vocês que são médicos não tem uma explicação e eu sinceramente não quero mais entender. - Uma lágrima escorreu do meu rosto. - Eu só quero crer. 

"Dois Bebês"

- E desculpe-me, Edu, eu sinceramente pensei que você sabia sobre o ocorrido. – Levantei e abracei a moça que tanto Maria amava.

- Tudo bem Lidia, você não tinha como saber – falei para ela ainda a abraçando.

- Espero que Nana seja tão compreensiva como você. – Ela sorriu envergonhadamente. – Ela com certeza ira dizer que minha orelha vai arder um bom tempo.

- Ela só ameaça, fique tranquila – falei, mas Lidia negou com a cabeça. Eu bem sabia que ela tinha razão, Maria às vezes era muito rígida.

- Nana pensa que sou criança ainda... E díficil esconder qualquer coisa dela.

Depois do que Lidia falou, minha mente começou a processar tudo. Três bebês, um perdido... Ainda haviam dois... Meu Deus, isso parecia até coisa de filme... Se fosse, em outras circunstancias, meus amigos me diriam que eu era o cara, fez três bebês de uma só vez. Mas um deles se perdeu, é isso estava me doendo bem no fundo da alma. Eu já amava meus filhos de forma incondicional e faria tudo para que estes dois seres que permaneciam no ventre da mãe tivessem todo amor e carinho possível.

- Bem, já que a parte da Doutora Batista foi esclarecida, passemos a Doutora Solastres que também tem alguns pontos a esclarecer.

- Eu ainda não consegui digerir todas as informações, mas prometo ficar atento a tudo que a Doutora Solastres me disser.

- Doutora Solastres, a palavra é sua.

- Boa noite, Eduardo, e sinto que tenhamos nos encontrado em uma situação tão delicada. Ouvi falar muito de você através da Malu e sei que teremos tempo para podermos conversar de forma mais tranqüila. Mas agora temos que tomar decisões.

Olhei para aquela mulher negra, alta e de um falar suave e doce. Ela era o retrato da serenidade assim como Malu me descrevia sempre que ela vinha do consultório. 

Mas o que me deixou em alerta foi ela usar a palavra "decisões"... O que eu deveria fazer? Que decisões tomar? Eu estava absorto com tantas informações... E a única coisa que queria mesmo era poder ver a mulher que tanto amava.

Fiquem calmas, todas as explicações sobre esse Milagre da Malu serão dadas no próximo capitulo. Mas de ante mão queremos informar que esta caso vivido pela personagem Malu foi algo real.

Esperamos sinceramente que todas tenham gostado.

E agora o que será que vem por ai?

Como Malu vai reagir a tudo isso??

Quando ela acorda??

E Lidia como será que vai safar sua orelha das garras de Maria? LidiaFBatista, me diga o que tem achado de sua personagem???

Esperem o proximo capitulo!!!!

Beijus lu e Eliz!!!!!

E bem vindas as Novatas......

 AndressaGuerreiro2, AlexssandraJeronimoM, thathi12233444, Ludu345, alip40, KenyaLeal8, DanusiaPereira, NatyyySilva, vitoria156, EricaLamoniellyDaSil, rafaellamendes73, AlineReis5, 

E um mega Feliz Aniversário - ATRASADO - para nossa amada AngelaCristina3...Beijus sua linda!!!