Capítulo 43 - Pondo as Manguinhas de Fora
Pude perceber que minha sogra, durante o tempo em que estava conversando conosco, ficava me olhando diretamente como se me analisasse. Mas me mantive firme e vez ou outra quebrava o contato visual com a dita cuja, olhando para meu lindo namorado. E este, por sua vez, apertava minha mão e beijava meu pescoço a todo momento para quebrar o gelo.
- Boa tarde! – Nesse momento seu João Alcântara adentrava a sala com um sorriso estonteante e cheio de vigor. – Nossa! Eu sabia que viria essa bela jovem novamente. – Ele parou em frente a mim.
Levantei-me e ele de pronto me abraçou, não deixando espaço para dúvidas quanto sua aprovação pelo nosso relacionamento.
- Pai, não esprema a Malu assim, ela vai ficar sem ar.
Seu João sorriu e sussurrou em meu ouvido:
- Querida, ele é ciumento, então acostumasse. – Ele olhou para Edu. – Meu filho teve a quem puxar, mas realmente tem razão em ter ciúme, você é um broto!
- Pai!
- Eu sei, filho, já estou largando sua amada. – Meu sogro me deu um beijo na testa. – Cuide bem do meu garoto, Malu, pois ele é meu maior patrimônio.
- Pode deixar, senhor Alcântara – falei envergonhada.
- Ah não, me chamou de senhor Alcântara? Menina, já lhe disse que meu nome é João! – Ele fez cara de aborrecido e sentou-se ao lado da mulher.
- Desculpe, Senho..., seu João. É que para mim e meio difícil não usar determinadas formalidades.
Edu e Eu nos sentamos novamente.
- Mas acho bom esquecê-las, você já é da família! – Meu sogro olhou para sua esposa. - Não é mesmo, querida?
E lá estava aquele sorriso diabólico de novo.
- É claro meu bem! Ela é a namorada do nosso filho.
- Sim, mas creio que não será por muito tempo, pois Edu não é homem de namoricos. Ele é para casar – falou seu João com ênfase.
- Pai, não precisar tentar me vender. – Edu começou a rir. – A Malu já me conquistou e estamos muito felizes e isso é o que importa.
- É verdade seu João. Não queremos atropelar as coisas. Tudo ao seu tempo. – Olhei para Edu e ele deu um sorrisinho sacana; já tínhamos atropelado as coisas a uns meses atrás e agora um serzinho lindo crescia dentro de mim.
- Bem, acho que podemos almoçar! – disse minha sogra.
- Ainda não, mãe. – Edu olhou sério para dona Helena. – Ainda falta a Maria.
Minha sogra olhou com fúria para Edu, mas o mesmo fingiu não ver. O pai para espantar o mal estar que se alojou no ambiente, começou a falar sobre a video-conferência que teve. Ele estava eufórico, pois tinha recebido uma proposta para assessorar um amigo nos EUA. Seu João disse que estava lisonjeado, mas que dependia de vários fatores para aceitar a tal proposta e uma delas era sua esposa.
- João, meu querido não tenho planos de sair do Brasil, pois nosso filho regressou de uma viagem tão longa; que quero curti-lo mais um pouco.
- Helena, você só pode estar brincando! Edu já é um homem e sempre que você estiver com saudades e só vir ao Brasil.
- Acho que essa conversa tem que ser deixada para depois, já que não quero discutir isso com a criadagem - nesse momento Edu olhou para a porta de entrada e Maria estava parada estática.
- Helena, que comentário de mal gosto! Já deixamos claro que a Maria não é da criadagem, ela é da família! - Meu sogro se levantou e foi ate a senhora gentil.
- Desculpe, Maria, Helena tem horas que se excede. - Meu sogro tentou amenizar a situação
- Tudo bem, seu João já estou aconstumada com isso.
- Agora vai ficar de drama, querida Maria? Foi só um comentário sem maldade.
E naquele instante vi que aquela mulher era maldosa mesmo.
- Mãe, chega! - Edu falou baixo, mas enfático. - Maria é da família e é aqui junto de nós que ela deve ficar.
- Okay, foi só um comentário! Me desculpe, Maria, querida, todos sabem como sou.
A pobre Maria assentiu.
- Venha, Maria, vamos nos sentar e esperar o almoço.
- Eu só vim avisar que o almoço estava servido, pois a Diana teve que sair as pressas - ela falou envergonhada.
- Então vamos almoçar - meu sogro determinou e fomos todos seguindo até um outro ambiente.
A sala de jantar era um mimo à parte; ficava em um cômodo lateral de frente a uma parede de vidro, que era disfarçada com uma cortina fina de organza com a tonalidade branca e cinza esverdeada médio. Sobre a mesa tinha um candelabro simples e de bom gosto. A comida estava posta de forma luxuosa, com utensílios em prata, prato de porcelana e taças de cristais.
Dava para ver pela cara da minha amada sogra que ela tinha certeza que eu me perderia nas belas comidas que estavam diante de mim. Mas coitada, ela não sabia que eu tinha uma arma. Meus enjoos que me consumiam em várias horas do dia e para meu deleite estava se mostrando naquele exato momento.
Mas me mantive firme passei todo o almoço me desvencilhando de comentários sultis que continham mensagens bem claras. Minha sogra tinha uma concepção sobre peso, comida e outras coisas que se ligavam a mim. Mas meu belo cavaleiro e namorado, Edu, sempre estava atento e alerta para responder a altura da mãe e eu poucas vezes precisei intervir. Maria estava a mesa conosco e me sorria gentilmente, me passando força, mesmo que eu tinha certeza que ela mais do que eu gostaria de ficar longe daquela mesa com minha sogra.
Após o almoço, quando achei que ficaria livre e voltaria para meu lar, pois eu estava com um sono daqueles, meu sogro recebeu uma ligação e pediu que Edu o acompanhasse até o escritório. Dona Helena a princípio reclamou, dizendo que era domingo e não seria o momento de discutir de trabalho, mas meu sogro só a olhou e ela calou-se. Eu eu pensei com meus botões o quanto eu gostaria de ter esse poder sobre determinadas pessoas, e ri mentalmente com meus devaneios.
Então, Maria se retirou dando a desculpa que precisava resolver algo na cozinha; deduzi que a mesma queria era fugir da megera. Entretanto, Maria me tranquilizou dizendo que retornaria para a sala, porém, dona Helena soltou seu veneno dizendo que se Maria quisesse eu a encontraria depois na cozinha. Maria não respondeu meu entendi muito bem o que ela quiser dizer.
A mocréia queria que ficássemos a sós, eu tinha certeza. E no momento em que Maria sumiu de nosso campo de visão a mulher se mostrou a que veio.
- Enfim, sós! - ela exclamou de forma maquiavélica.
- Nossa isso soou como quando um casal chega em seu quarto nupcial - fiz a pequena piada, mas a mulher simplesmente manteve seu sorriso.
- Bem, como não sou uma mulher de rodeios, quero saber exatamente o que pretende com meu filho. - Ela foi direta.
- A senhora não entendeu? - Ela me olhava seriamente - Somos namorados, como seu filho disse, e espero que fiquemos juntos, pois esse é o nosso desejo.
- Desejo de vocês dois? Ou só seu? - Dona Helena me olhava atentamente.
- De ambos - fui enfática.
- Hmmm, vejo que meu querido filho continua fazendo caridade. - Nesse momento ela sorriu. - Primeiro foi aquela biscate rica da Penelope, que eu jamais aprovei, porém, Edu sempre foi voluntarioso e impôs a presença daquela energúmena para nós.
- Eu não...
A mulher cortu minha fala.
- Eu ainda estou falando moçinha ou posso dizer senhora? Porque você é mais velha que meu filho? Eu sei disso, porque sua aparência denuncia.
Vaca! Velha miserenta! Isso era para me por no chão!
- Para a senhora, eu sou senhorita, pois não sou casada. Sou mais velha que seu filho, sim! Dois anos para ser precisa. Mas minha aparência denuncia em que sentido? - Esperei a reposta da víbora.
- Bem... as pessoas que tem certo peso acabam aparentando ter mais idade do que tem realmente. - Ela fez uma pausa dramática. - Bem, sua cor em muitas pessoas favorece o não demostrar da idade, mas em você mon chéri, sua cor não a favorece em nada, pelo contrario só acentua todo esse formato arredondado e enorme que seu triste corpo possui.
- Bem, acho que a senhora já mostrou a que veio. - Respirei fundo. - Eu pensava que a senhora ainda demoraria para demostrar sua repulsa por mim e por meus defeitos, diga-se de passagem são os atributos que seu filho mais gosta em mim.
- Não me faça rir, sua criança birrenta.
- Pelo contrário. Não me faça rir a senhora, que paga de dondoca e filantropa, entretanto não passa de uma mulher amarga e preconceituosa. Eu esperava mais de uma mulher tão bem criada que faz parte da alta sociedade carioca. Mas como dizia minha avó: "tem pessoas que podem ser criadas em berço de ouro, mas sempre terão o coração mas sujo que um chiqueiro."
- Como você ousa a falar comigo desse jeito sua...?
- Eu acho bom a senhora nem terminar sua frase, pois eu não hesitarei em colocá-la em seu lugar, mesmo sendo a mãe do Eduardo. - Eu a olhava seriamente agora.
- Olha a negra, gorda e velha, pensa que pode me amedrontar ou me ameaçar dentro da minha casa? Querida, você é um peixe pequeno; e só eu mexer uns pauzinhos e você terá que sair dó pais para conseguir um emprego de novo na área jurídica.
- Negra, gorda e madura é o que sou, e me orgulho disso! Mesmo que pessoas como a senhora tentem me fazer enxergar de forma diferente. Mas o que posso esperar de uma pessoa preconceituosa? Nada menos do que isso.
- Ah, você é uma dessas bobinhas que se dizem bem resolvidas, com a mente, corpo, cor e algo mais... - Ela começou a rir. - Nossa, sinto em informar que vocês iram continuar feias e renegadas pela sociedade.
- Nossa, nesse exato momento eu me questiono se meu namorado saiu realmente de seu ventre! - exclamei alto. - Pois o homem que conheço tem valores e pensamentos diferentes da pessoa que se encontra em minha frente agora.
- Eu estou me fazendo a mesma pergunta, Malu!
Olhamos as duas para o lado e vimos Edu e seu pai em pé a nos olhar e eu pude ver o semblante que nuca gostaria de ver na face do meu amor. Decepção.
Continua...
♥♥♥
Esta ai mais um capitulo cheio de amor, para vocês!!!!
Importante frisar que estaremos caminhando logo, logo para um nova fase do livro que com certeza começara a dar uma nuance de alguns acontecimentos importantes..... Mas não vamos por a carroça na frente do boi, caminhemos como toca a musica.
♥Beijus Lu e Eliz♥
Essa semana novamente, meu amor e meu carinho vai para minha parceira, irmã e amiga elizangelamartins96.
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