Capítulo 40 - Em Meio á Problemas, Meu Doce Segredo.
Quando estávamos chegando próximo a minha casa, algo martelava em minha cabeça. E precisava por em palavras. Eu tinha certos princípios, mesmo que esquecidos de certa forma isso refletiria na minha família. Então esse era o momento.
- Edu?
- Hum. – ele estava concentrado no transito.
- Eu...bem, eu queria... – eu não estava conseguindo falar, que idiota eu estava me tornando.
- Você quer esperar para contar sobre a gravidez? É isso? – Ele parou no sinal, que estava vermelho, e me olhou.
- Sim. Pode me chamar de boba, mas eu queria esperar. Estou na 12ª semana de gestação, quando completarmos a 15ª podemos dizer a todos. Ate lá acho melhor manter só para nós dois.
- Se isso te faz feliz, posso acatar sua decisão. – senti que ele não estava muito contente com isso.
- Amor, eu não quero esconder esse bebê, como se fosse um erro ou nada assim. Filhos são abençoados, mas como o médico mesmo disse precisamos ser cautelosos. Não sou uma menininha de 18 anos e é meu primeiro filho, existem riscos...
- Pode parar. – Ele me olhava intensamente – Vamos parar, não podemos conversar enquanto dirijo, não um assunto como esse.
- Está bem. – aguardei até que ele parasse o carro. Edu segui uns metros a frente e estacionou.
- Malu, qual o problema? – Ele estava bem sério.
- Eu quero esperar para contar da gravidez. Tem casais que esperam quase até parir para contar. Eu só quero esperar um pouco... estou entrando na 12º semana de gestação – respirei fundo – não quero que nada dê errado. É pedir demais? – uma lágrima escorreu.
- Olha, sei que estamos num período difícil, mas não fica colocando caraminholas na cabeça. Estamos juntos nessa jornada, e tudo que falei no hospital é pra valer. – Ele fez um carinho no meu rosto. – Eu te amo, complicada, cheia de neuras, braba, cabeça dura... Você é perfeita pra mim. – Ele me abraçou forte e pude me senti segura.
- Eu te amo. E Edu só quero esperar uns dias, depois contamos, prometo.
- Ok Doutora Botelho, depois da audiência da guarda da Lia contamos para todos. Combinado?
- Sim, combinado. – Dei um beijo suave, expressando toda a minha gratidão.
- Então agora vamos, ainda tenho que passar na casa do meus pais. Que ir junto?
- Não mesmo.
- Você vai ter que encarrar a fera da sua sogra algum dia.
- Okay. Mas não hoje.
- Tudo bem, vamos.
Então seguimos para minha casa, Edu me deixou e seguiu para a casa dos seus pais. Mas ao chegar na portaria, meu eficiente porteiro estava a postos. Dei boa noite a seu Barbosa, que me olhou como quem queria dizer algo. Entretanto fui mais rápida e segui direto ao elevador, não tinha ânimo nem força para as loucuras do meu prédio.
Quando estava entrando na sala de casa, via a Lia encolhida no sofá. Estranhei já que normalmente nesse horário ela fica ajudando a tia na cozinha. Dando uma de cozinheira, acho perigoso, mas minha tia sabia o melhor para nossa pequena.
- Oi, docinho! – fui até minha menina e sentei ao seu lado.
- OI. – ela ainda estava de cabeça baixa.
- Lia, o que houve? Por que está assim toda triste? – ela me olhou e percebi que tinha chorado. Abracei-a e puxei para meu colo. - Conta pra mim o que aconteceu?
- Você mentiu, Malu! Disse que o papai, tinha morrido! Mas ele veio aqui na porta de casa! Eu e o Toffi vimos! – Desgraçado! Como ele pode fazer isso com a minha menina?! Mas ele vai me pagar.
- Ah, meu amor! Não fica assim! Vamos conversar? Pode... – Lia nem deixou eu terminar saiu correndo em disparada para o quarto. Eu só pude ouvir a porta batendo, eu me levantei igual uma fera. Mais quando estava chegando próximo ao quarto da Lia minha tia me parou.
- Malu, deixa ela, por favor!
- Tia, eu sei que ela está chateada, mas não é batendo portas que ela vai resolver as coisas.
- Sim, mas de um tempo pra ela. Nem eu estou sabendo administrar essa visita. Ele aproveitou que hoje havia um porteiro diferente na portaria, ele contou uma história qualquer e o porteiro novo deixou ele subir.
- Como assim?! Se fosse um assaltante? Vou ter que conversar com esse porteiro! Tia você quer ir para um hotel até a audiência passar? – eu estava com os nervos a flor da pele.
- Nem pensar. Não vou sair da minha casa, pois é isso mesmo que ele quer. Desestabilizar a nós duas e assim mostrar que somos incapazes de receber uma visita de alguém doido como ele.
- Eu vou ter que pedir uma medida cautelar contra ele! Não quero esse homem rondando nossa casa nem a escola da Lia.
- Tudo bem! Faça como achar melhor, mas nada de sair de casa.
- Não vou dormir fora, enquanto essa situação não se normalizar. – Fui até ela e lhe abracei. – Vai dar tudo certo.
- Eu não posso mandar na sua vida, já é bem grandinha. Mas acho melhor você ficar por aqui mesmo, não sabemos o que esse homem pode aprontar. Entretanto se o Edu quiser ficar aqui, terá que dormir na sala ou no quarto de empregada.
- Eu nem cogitei a possibilidade de dormimos juntos aqui, tia! – se eu fosse branca estaria como um pimentão.
- Eu sei que vocês dormem juntos, mas minha casa...
- Suas regras... Eu sei e respeito isso. Até porque temos a Lia pequena aqui e não quero ser um mal exemplo para ela.
- Obrigada, querida, se ele quiser dormir aqui, não me importo, desde que seja nessas condições.
- Mas acho que não será necessário ele dormir aqui, já que na segunda-feira ele viaja para Curitiba e fica 15 dias por lá.
- Agora acho melhor pedirmos algo para comer, porque hoje não tenho forças para fazer nada – minha tia parecia exausta e pedir comida seria o menor dos nossos problemas.
- Claro, tia. Deita um pouco e assim que a comida chegar e lhe chamo.
- Obrigada, querida, você é tão forte, mesmo que ache o contrário. – minha tia veio até a mim e me abraçou. – Te amo.
- Te amo também, tia, e vou fazer o possível e o impossível para mantermos nossa paz e integridade.
- Só espero que possamos sair disso tudo.
- E vamos... Tenho fé! – Ela me beijou e se foi.
Depois de pedir a comida, precisava de um banho, afinal, o dia tinha sido puxado. Mal estar, enjoo, médico, um bebê, não contar sobre a gravidez, a visita desastrosa do meu progenitor, o acesso de raiva da Lia e minha tia vivendo todo esse turbilhão chamado Bernardo Antunes Botelho.
O banho realmente foi uma ideia genial, estava perdida em pensamentos durante esse momento. Avaliando todas as possibilidade e probabilidades possíveis, sobre o caso da Lia. Eu tinha um bom advogado e isso contava bastante, assim que saísse do banho iria ligar para o Edu e falar sobre a medida cautelar. Pois se Bernardo pensava que podia brincar comigo ele estava redondamente enganado.
Coloquei um pijama confortável já que a noite estava agradável e rumei para a sala de jantar. Porém para minha surpresa a mesa já estava posta, e quando olhei para a direção Lia vinha com o refrigerante e o suco. Ela deixou o que carregava na mesa e veio até mim, fiquei esperando o que viria a seguir.
Lia me abraçou forte, chorava e pedia desculpas. Meu coração estava quebrado diante desta situação, ver minha menina tão pequena e já ter que travar uma luta terrível era realmente dilacerante. Depois que vi que seu choro estava cessando, sentamos em duas cadeias de frente uma para a outra na mesa de jantar.
- Lia, olhe para mim – seu rostinho lindo estava banhado de lágrimas.
- Mana, me perdoa, e-eu não queria fazer aquilo. Eu estava muito brava, porque aquele homem gritou com a tia e quando me viu tentou disfarçar mas não sou boba, eu vi, juro.
- Eu te amo, Lia, com todo o meu coração e fiquei muito triste com sua atitude. – Ela abaixou a cabeça. – Sinceramente espero nunca mais ver tal atitude vinda de você.
- Hurum..., não vou fazer mais isso. Mas por favor, não deixa ele me levar embora, porque senão vou fugir! Não quero ir com aquele homem ruim.
- Ei que conversa é essa, você não vai a lugar algum. – até eu queria acreditar nas minhas palavras. – Vem aqui pertinho de mim, quero conversar com você. – Ela sentou no meu colo – Olha, aquele homem de fato é nosso pai e está tentando se aproximar. Vai ter uma audiência com o juiz, mas não fique nervosa, tudo vai ficar bem.
- Mas não quero morar com ele, não mesmo! Já sou grande e posso escolher. – tão determinada, mesmo com pouca idade, minha irmã era meu orgulho. – Você pode falar com o seu juiz que eu, Lia Botelho, escolhi minha família e não ele.
- Olha, não vamos sofrer por antecipação, só peço que você obedeça e cuide da tia. Tudo bem? Você pode fazer isso? – Ela afirmou com a cabeça. – vamos viver cada dia de uma vez.
- Mana, eu te amo. – Ela me abraçou forte e começou a chorar novamente.
- Eu te amo, meu solzinho, e o que estiver ao meu alcance farei para te proteger. - beijei sua cabeça. E no mesmo instante a campainha tocou. – Vamos, deve ser nosss comida.
- Vou chamar o Toffi, porque ele também esta muito triste.
- Está bem! Você e o Toffi são o drama em pessoa! – Ela correu para a área de serviço e eu fui atender ao interfone.
Recebi a comida e coloquei tudo na mesa, quando estava com tudo pronto fui até o quarto da minha tia. Dona Edna estava deitada, me pareceu que estava chorando mais não quis falar nada. Eram muitas dores que ela suportava, minha tia era uma guerreira e eu a admirava. E meu bebê seria muito amado por ela quando soubesse que essa era uma certeza real em meu coração.
Chamei minha tia para comermos, eu só queria umas horas de paz porque realmente aquela sexta-feira foi totalmente atípica e anormal.
....
Depois de tudo, fui para meu quarto, fechando a porta com cuidado, respirei fundo... e por fim acariciei minha barriga. Um filho! Nosso filho! Já ama muito meu pequeno!
❤❤❤❤❤
Votos e comentários são super bem vindos!!
E até o próximo Capítulo.
Beijus Lu😘 e Eliz 😘
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