Capítulo 20 - Marcando Território
Sinceramente não conseguia entender os homens e suas manias de marcar território. Edu e Pedro pareciam que estavam num ringue, pois os assuntos que deveriam ser tratados giram em suma sobre o funcionamento do escritório. Edu queria saber de tudo nos mínimos detalhes e Pedro dava informações superficiais e eu não entendia o porquê de tal atitude, pois ele era o mais capacitado, e me substituía no escritório, nas minhas ausências quinzenais.
Sendo assim decidi ser a mediadora da reunião, porque sinceramente não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando.
- Doutor Eduardo – ele me olhou bem sério, demostrando todo o seu descontentamento com minha intromissão. – poderia me dar a oportunidade de expressar minha opinião?
- É claro que ele permite Malu. – Pedro falou de forma bem divertida. – Não é mesmo doutor Alcântara?
- Sim. Até porque fui ensinado, que uma mulher merece sempre a nossa atenção.
- Que bom, que terei a atenção total de vocês. – falei bem séria.
- Pedro, o Doutor Alcântara precisa estar a par de tudo o que acontece no escritório, pois não estarei mais no comando em dois meses. Então peço, por favor que solicite a sua secretária, os relatórios necessários e ao final do dia tornaremos a nos reunir.
- Certo, Malu. – Ele coloca sua mascara profissional, percebo pelo modo como ele fecha os botões do terno já de pé. – Desculpe doutor Alcântara, por não ter conseguido me expressar, causando dúvidas, mas prometo que no fim da tarde conseguiremos concluir nossas pendências.
- Até mais tarde, doutor Fernão.
- Até doutor Alcântara.
Após a saída de Pedro tivemos uma reunião geral no escritório. Edu fez questão de conhecer cada pessoa que trabalharia com ele, do faxineiro até os advogados associados. Ele agia com desenvoltura, era educado e prendia a atenção das pessoas. Explicando o porquê dá mudança de comando, reafirmou que ninguém seria mandando embora, pois muitos funcionários temiam que o escritório poderia estar fechando as portas e ninguém queria contar.
A reunião deve ter tido a duração de mais ou menos duas horas, mas como aconteceu na matriz do Rio, muitos após a reunião queriam conversar com ele e trocar ideias. Saber como era a forma de trabalhar do desembargador, as experiências jurídicas adquiridas com o tempos e outras coisas mais. E eu assistia, e estava babando meu namorado... meu sais, eu devia estar com cara de idiota, porque Edu me olhou de relance me dando um sorriso de canto e uma piscadinha. Não tardou muito para ele se juntar a mim.
- O que faremos agora doutora Botelho? – ele estava sério, mas senti uma gotinha de humor em sua fala.
- Almoçar, uma vez que você foi monopolizado – olhei-o, levantando minha sobrancelha em desafio.
- Hum, ciúmes? – Ele falou bem perto do meu ouvido.
- Aqui não, doutor Alcântara.
- Ok.
Seguimos para um restaurante, próximo ao escritório. Não podíamos perder tempo, ainda tínhamos outras duas reuniões que demandariam muito tempo. Como Edu, não era familiarizado com a culinária local fui ajuda-lo a escolher seu prato. Então sugeri que nós degustássemos o "barreado¹" que é um prato típico, mas quando eu falei que o prato era acompanhado de pirão e banana ele não quis. Sendo assim, pedi "Nhoque de batata com carne e pinhão¹", pedimos uma "Perrier²" para acompanhar.
- Nossa isso está divino, Malu.
- É o que temos para hoje, já que você não quis provar o barreado. – fiz uma cara de entediada.
- Nunca gostei de pirão, a Maria sempre que fazia algum peixe, tentava me empurra isso, escondendo embaixo do arroz, mas eu sempre achava. – Ele dizia isso com tanta admiração, que eu ate tinha impressão que o Edu considerava, muito mais a Maria do que sua própria mãe.
- Agora já sei o que fazer para você comer quando me deixar chateada. – Eu comecei a rir e ele fechou a cara.
- Você está muito engraçadinha hoje, não é doutora Botelho?
- Por que você acha isso querido? – olhei bem em seus olhos.
- Malu, não gostei desse Pedro. – Bingo eu sabia, que Pedro seria problema.
- Eu sei que o Pedro estava sendo um chato, mas é que nós começamos isso aqui juntos. Ele se sente com certeza ameaçado por você, mas pega leve com ele por favor.
- Então você esta defendendo ele? – Deus qual parte da frase ele não entendeu?
- Eduardo Alcântara, pode parar! – falei sério – cena de ciúmes? Sério isso?
- Ele estava dando em cima de você descaradamente! – Ele estava alterando a voz.
- Edu, pelo amor de Deus, começamos a namorar ontem. Não aguento pressão no dia seguinte. Nem tão pouco vou deixar nosso namoro influenciar meu trabalho.
- Mas... – Eu o cortei.
- Não tem mas ou menos mas, eu me dou bem com todos e sei lidar perfeitamente com homens que se acham os garanhões. Edu, não posso mudar as pessoas, mas espero que você se comporte como o cavalheiro que você é – ele deu um suspiro longo, e soltou um sorriso fraco.
- Desculpa, mas aquele cara parece até um amigo meu de colegial, sempre tentava roubar as minhas namoradas. – Eu quis rir, com tal comentário. – Mas enfim, prometo não ser um ogro.
- Isso é bom – dou um sorriso travesso – agora que meu namorado entendeu minha posição, ele merece um beijinho.
- Mereço? – Eu balanço a cabeça – Isso é bom. Então vem cá, pois quero mais que um beijo. Porque assim vou poder esquecer aquele, barbudo sem graça. – Eu só pude rir da cara dele.
- Hum, então vem aqui rapidinho – como estávamos sentados um ao lado do outro, Edu colou a cadeira basicamente a minha.
- Então namorada se prepare. – E meu coração vibrava pela excitação de ser beijado por ele.
Edu, bem devagar colocou sua mão em minha nuca e aproximou nossos rostos. Eu já estava eufórica só de ver aquela boca, macia e que tinha o gosto do pecado, "menta"! Quando nossos lábios se encontraram, deixei de pensar, só conseguia sentir. Eduardo foi aprofundando o beijo e pude ouvir um gemido, que me despertou, para o lugar que nós estávamos.
Quebrei o contato entre nós me afastando e tomando fôlego, pois eu estava completamente entregue.
- Edu, estamos num lugar público – eu estava morrendo de vergonha, meu rosto queimava e eu era grata por ser negra – o que as pessoas vão pensar.
- Não me importo, com o que as pessoas dizem, entretanto acho que vão pensar: "nossa aqueles ali, exalam amor". – Ele riu.
- Você me faz perder a sanidade, seu menino travesso – dou um sorriso de canto.
- Que bom, pois eu adoro você assim. Descontraída, leve, sem aquela máscara de grande advogada. Amo ver seus sorrisos marotos e seus olhos que brilham em expectativa aos meu beijos de menta. – Edu sorria.
- Convencido, hein.
- Sim. Porque tenho a namorada mais linda do mundo – Ele me deu outro selinho e nossa comida chegou.
Começamos a degustar nossa refeição quando, vejo alguém chegar. Só podia ser castigo, ou algo assim.
♥♥♥♥
Ai meu Deus!!!!! Quem chegou???
♥♥♥♥♥
Olá!!!! Fofilindas do nosso coração!
Estamos de volta, não vou falar muito aqui, porquê hoje é dia de capitulo duplo!!
Isso mesmo então preparem o coração!!!
* 1 - Comidas tipicas do Estado do Paraná
* 2 - Aguá com Gás Francesa
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