Capítulo 19 - Felicidade Que Não Cabe no Peito
Depois que Edu e eu nos despedimos, fiquei um tempo encostada na porta do quarto, tocando minha boca de leve, um sorriso bobo pairando em meu rosto. Decidi que um banho de chuveiro seria o ideal para relaxar os nervos, mas acabei novamente dentro da banheira. Depois de devidamente vestida com minha roupa de dormir, segui para minha cama.
Eu estava deitada, mas só conseguia pensar em tudo que aconteceu: o beijo no jardim botânico, nossa conversa, o pedido de namoro, será que era certo dar uma oportunidade ao Eduardo? Isso tudo me parecia uma loucura e eu mais do que ninguém sabia disso, pois eu era complicada e cheia de traumas a ser vencidos e sem dúvidas, esses seriam obstáculos que Eduardo iria ter que lidar.
Se eu contasse para minha tia e para minhas amigas ninguém iria acreditar, eu dando uma chance para um homem entrar na minha vida. Eu Malu Botelho, namorando um advogado lindo de doer. Dormir, isso é o que eu iria fazer, no dia seguinte eu teria tanto trabalho para fazer, mas só de pensar em como agir com o Edu e como me portar junto dele já me dava um frio na barriga. Aonde fui me meter? Mas, eu queria sentir sua boca.
Ah, como gosto de menta!
*****
Acordei bem antes do horário, fiz toda a higiene matinal e ainda sobrou tempo para ler umas noticias no Ipad. Como eu estava feliz, resolvi fazer uma combinação de roupa mais jovial, coloquei uma calça social justa com uma pulôver branca e por cima um sobre-tudo cor goiaba que era uma fofura de tão delicado.
Deixei os cabelos soltos e fiz uma maquiagem discreta, porque já era informação demais numa gordinha só. Quando estava pegando minha pasta executiva feminina, pois nela cabia tudo e mais um pouco, o telefone tocou. Quem seria tão cedo?
– Alô?
– Bom dia. A doutora Botelho, por favor.
– É ela – Pensei idiota, se ele ligou para meu quarto só podia ser eu, mas não ia rir do coitado, tinha uma voz engraçada.
– Poderia, por gentileza abrir a porta, tem uma entrega para você.
– Entrega? De quem? Eu não pedi nada – Mas o telefone ficou mudo, o povo devia ser louco. Depois iria falar com as meninas da recepção, será que o serviço tinha mudado e eu não sabia?
Bateram na porta e fui atender, quando me deparo com a personificação da beleza, que tinha em suas mãos uma rosa e no rosto o sorriso mais lindo do mundo.
Eu queria me beliscar para ver se não estava sonhando, porém decidi que não era uma boa ideia, pois eu poderia ser tachada como louca.
– Bom dia – Foi a única coisa que veio na minha mente, eu estava virando uma idiota.
– Bom dia, doutora Botelho. – A voz era igual a do telefone.
– Não acredito que era você ao telefone Dr. Alcântara? – Ele estava sorrindo.
– Não sei do que você esta falando. – Ele ainda sorria, e eu tinha certeza que era ele.
– Tudo bem, mas o que lhe trás tão cedo até meu quarto. – Ele se aproximou.
– Vim dar um beijo de bom dia na minha namorada, mas pelo jeito encontrei a chefe dela. – Ele me analisava de um jeito engraçado.
– Ah, você veio ver sua namorada? Então acho melhor você entrar, porque só aqui dentro e que poderá vê-la. – Ele soltou uma gargalhada.
– Que bom. – Ele entrou, encostou a porta. – Essa flor é para você. – Ele me entregou a rosa, e segurou na minha cintura. – Agora eu preciso lhe dar um beijo antes de sairmos.
– Hmm, que fofo. Mas só um selinho, acabei de me maquiar, e não quero ter que retocar – eu disse de forma travessa – e rápido que meu namorado pode chegar.
– Então vem aqui, porque eu estou com um gosto de menta bem acentuado. – Ele riu e me beijou, seus lábios eram de uma suavidade, e o gosto de menta estava predominando na boca dele. Nos separamos e ele me olhou nos olhos. – Deus me ajude, por que será um martírio passar o dia todo com um pedaço de mau caminho ao meu lado. – Eu só pude rir do jeito maroto, com o que Eduardo falou.
– Eduardo... – ele uniu as sobrancelhas de forma interrogativa – Edu, mas só vou te chamar assim quando estivermos nós dois, não se esqueça.
Além do que, em nosso local de trabalho seremos somente colegas e nada mais.
– Ok, doutora. Vou até o meu quarto pegar a minha pasta e já volto.
– Edu – ele olhou para mim, e segui até onde ele estava –, nós ainda temos uns minutos como namorados. – E então eu o beijei, com intensidade, pois se isso era um sonho, não queria acordar dele.
– Nossa! Essa minha namorada, beija muito bem. – Nós estávamos abraçados. – Mas agora vamos, porque ainda temos que tomar café.
– Sim, vamos – Eu me soltei, meio sem graça, como eu fiquei atirada assim.
– Ei, não precisa ficar envergonhada, nós somos namorados e gosto quando você demonstra que está nessa relação tanto quanto eu. – Ele me abraçou de novo. – Eu acho que estou sonhando, e se estiver você é o melhor sonho que eu poderia ter. – Me deu um selinho e saiu.
E eu fiquei ali, estática, como nós estávamos pensando parecido. Parecia loucura, mas então eu iria me jogar nesse sonho bom. Peguei minha pasta, o Ipad que estava jogado na cama, o cartão da porta e fiquei esperando pelo Edu no corredor.
– Vamos doutora? – Ele está sorrindo.
– Ah, antes que eu me esqueça, você está linda nessa roupa.
– Obrigada, você é muito gentil.
– Não é gentileza, é verdade. Você é linda e perfeita pra mim. – Ele me abraçou. – Nunca se esqueça, tudo que falo para você é porque quero. Tudo bem? – Eu encostei minha cabeça em seu peito.
– Hoje tinha que ser feriado, queria ficar assim o dia inteiro. – Eu o abracei mais forte. – Estou com medo, mas confio em você.
– Pode confiar. – Ele segurou meu queixo e olhou nos meus olhos. – Eu sou um homem de palavra Malu, mas agora temos que ir. – Concordei.
E como prometido, mantivemos a posse de colegas no trajeto até o taxi, mas dentro do veículo, parecíamos dois namoradinhos do colegial. Fomos todo o trajeto abraçados, e hora ou outra, roubávamos beijinhos e isso era muito bom.
Mas como tudo que é bom dura pouco, chegamos ao escritório e seguimos para sala que eu usava. Mas previamente já haviam feitos várias mudanças, conforme meu pedido, colocando outro mobiliário, para que o Edu fizesse uso da sala junto comigo.
O escritório era mais simples do que o do Rio, mas eu sentia como se estivesse em casa, pois era aconchegante e as pessoas interagiam mais por ser menor.
– Bom dia, doutora Botelho. – Era Maximus, o meu secretário e braço direito.
– Bom dia, Max. Gostaria de te apresentar o doutor Alcântara, que será o responsável por esse escritório a partir de hoje.
– Bom dia, doutor, seja bem vindo. Estou à disposição para o que precisar.
– Bom dia, Maximus, é um prazer conhecê-lo.
– Maximus, avise a todos que daqui à uma hora, começará a reunião. – Ele anotava tudo com precisão.
– Doutores, eu tomei a liberdade e pedi que fosse feito um coffe-brack.
– Obrigada, Maximus. – Edu respondeu.
– De nada, doutor.
– Maximus, providencie para mim e o doutor Eduardo, dois copos de suco de laranja e um pão com bolinho – Edu me olhou desconfiado –, peça para por queijo suíço também e salada.
– Sim, doutora, mais alguma coisa?
– Avise o Pedro que já chegamos e queremos falar com ele antes de todos.
– Está bem, vou avisá-lo. – Depois que Maximus saiu, Edu me olhou de forma interrogativa.
– Pão com bolinho, doutora Botelho? – Eu sorri para ele.
– Sim, ninguém vem a Curitiba e deixa de experimentar essa delícia. Eu não como com frequência, mas no meu primeiro dia fui apresentada a essa iguaria.
– Ah, e isso tem que ser acompanhado por suco de laranja? – Eu balancei a cabeça em afirmação. – Hmm, então hoje teremos variação no sabor de nossos beijos. Gosto de laranja, isso deve ser ótimo. – Ele estava sorrindo de modo travesso.
– Edu, não se esqueça de que estamos no nosso local de trabalho.
– E quem disse que esqueci, mas eu vou precisar de um beijo seu depois do suco.
– Nem brincando. – Eu estava rindo quando ouvimos uma batida na porta do nosso escritório.
– Salva pelo gongo. – Ele falou baixinho.
– Pode entrar. – E nesse instante Pedro entrou.
Ele estava muito elegante, bem diferente da ultima vez que o vi, tinha deixado a barba crescer, estava um gato. Mas era um solteirão convicto. Ele já tinha tentado investir em mim um tempo atrás, contudo, como não dei bola, ele desistiu.
– Bom dia, doutora Botelho. Que bom que está de volta, senti sua falta. – Ele sempre falava isso, então para mim era normal. Mas o atrevido dessa vez veio até mim e me beijou no rosto. – Espero que tenha feito uma boa viagem.
– Sim, ela fez. Bom dia, sou Eduardo Alcântara. – Nesse momento Pedro percebeu a gafe.
– Me desculpe, sou um mal educado. Prazer, sou Pedro Fernão.
Eu olhava de um para o outro, e percebi na hora que deveria intervir. Edu estava com uma cara de poucos amigos e Pedro mantinha o sorriso debochado nos lábios.
– Bem, senhores, se já se apresentaram, podemos começar nossa reunião. Sente-se Pedro, temos questões a tratar.
– Sim, é claro. – Ele se sentou em frente a minha mesa.
– O doutor Alcântara, vai presidir essa reunião, já que como você bem sabe, será a ele que todos os funcionários do escritório deverão se dirigir daqui por diante. Eu serei apenas a pessoa que vai ajudar na transição.
– Okay, doutora.
– Doutor Eduardo, sinta-se à vontade.
– E nesse momento, pude ver que Edu mantinha-se muito sério.
– Então agora somos nós, doutor Fernão.
Meu coração estava palpitando de ansiedade, o que Edu iria fazer?
💗💗💗💗
Pedir perdão e pouco, o capítulo esta atrasado, sim está, mas varias coisas aconteceram.
Entretanto, vamos tentar realmente voltar a regularidade das postagens....
Gostariamos de dizer olá, as novas fofilindas que estão lendo o livro . Mas o capitulo de hoje é dedicado a uma fofa que disse que acorda, almoça e dorme lendo o livro.
Ficamos felizes por saber que de alguma forma, nossas palavras tem sido como vento que leva a mente das pessoas a um
lugar onde Existe
Malu e Edu.
Seja bem vinda querida
@Rohorb
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