Capítulo 16 - Eles Combinam Mais Do Que Pensam
A eletricidade que pairava no ar, era latente. Eu não tinha a mínima noção do que Eduardo queria, mas antes mesmo que eu formulasse uma pergunta, ele sussurrou meu nome:
― Malu. ― Seu olhar era intenso e queria de alguma forma me dizer algo.
― O que foi? Eu me esqueci de falar algo?
― Não! Imagina! Você já me passou tudo que eu deveria saber.
― Então eu vou entrar e descansar. ― Ele me olhava de forma estranha.
― Eu... Hmm... ― Ele pigarreou, pois a tensão era palpável ― Poderíamos ir ao Jardim Botânico, já que temos um tempo de sobra esta tarde?
― Sim, acho legal a ideia, mas eu preciso de um banho e me arrumar. ― Ele sorriu para mim.
― Ok, nos encontramos daqui à uma hora.
― Sem pressa Edu, até porque lá fica aberto ate às 19h30minh.
― Nossa! Você sabe mesmo tudo sobre Curitiba!
― Não, apenas conheço alguns lugares, mas nunca fui lá, acredita?!
― Ele me olhou com espanto. ― É sério. Sei disso por que alguns clientes sempre tentavam me convencer a ir lá, entretanto eu estava sempre muito cansada, sendo assim vamos conhecê-lo juntos.
― Que bom! Assim será uma descoberta nova para nós dois. ― Seu sorriso se alargou de uma forma tão ampla que fiquei feliz por isso.
― Então até mais tarde, Eduardo.
― Até mais, Malu.
Depois que me despedi de Eduardo, fui em direção ao meu merecido banho. Eu tinha uma banheira maravilhosa a minha espera, então nada de me fazer de rogada. Passei pelo menos quarenta minutos em um banho relaxante, quando estava quase dormindo dentro da água me celular tocou.
― Alô?
― Malu?
― Sim, quem fala?
― Sou eu, Júnior! ― O cara achava mesmo que eu me lembraria de quem era Júnior?!
― Desculpa, Júnior de onde?
― Nós nos conhecemos há um tempo, na festa da Lizandra, que é irmã do André. ― Bingo! O cara era louco! Festa da Lizandra?!
― Eu acho que você esta me confundindo.
― Não mesmo, você é aquela advogada gostosa, que não dava mole pra ninguém. ― Como assim? Agora eu tinha mega certeza, o menino era louco.
― Meu querido, não me lembro de nenhum Júnior, muito menos um que me chama de gostosa, sem ao menos pensar que posso usar isso contra ele em um tribunal.
― Nossa! Mulher brava é dessas que eu gosto! Calma linda, sua amiga, a Penélope, me passou seu telefone.
― Ah! Você está ligando a mando da Jaburanga!
― Não, ela só me deu seu número, mas eu já estava atrás de você há um tempo.
― Olha, querido, eu não sei quem é você, mas está tomando meu tempo precioso. Sendo assim, um conselho: da próxima vez quem vai atender você será meu namorado e ele não será tão bonzinho.
― Eu não me importo. Adoro triângulos amorosos. ― Ele gargalhou do outro lado da linha telefônica e eu já estava perdendo o resto de paciência que ainda existia em mim.
― Olha, de boa, para mim já deu! Segue seu caminho e não volte a me ligar. E se você tentar serei uma menina muito má, e com certeza, meu queridinho, você nem vai lembrar quem te atropelou ― ele ficou mudo ― e outra, quando você for fazer prestar serviços para a lacraia da Penélope, cobre adiantado, normalmente ela demora em seus pagamentos. ― E finalizei a ligação. Povo que não tinha o que fazer!
Já não tinha mais ânimo para ficar na banheira, e também já estava toda enrugada. Meu calvário começaria, pois com que roupa eu iria sair?
O dia estava agradável, mas no sul as pessoas tinham mania de dizer que o clima sempre estava ameno ou ótimo, mesmo eu estando congelando.Depois de pensar bastante, lembrei que eu tinha a roupa perfeita para a tarde, até porque eu não tinha intenção de agradar ninguém, só a mim, só que não.
Então comecei a montar meu look, sempre me disseram que gordinhas não podiam usar sobreposições, porque com certeza ficariam maiores. Mas eu iria fazer uma combinação doida que aprendi em Nova Iorque, blusa cinza soltinha, um coletinho de malha preto e um casacão acinturado para valorizar a silhueta. Na parte de baixo, escolhi uma calça de tom terroso com caimento soltinho e barra dobrada para dar um charminho a mais e assim deixando a botinha à mostra, que por sinal era linda.
Depois de toda a composição e mais a maquiagem bem suave, fiquei sentada esperando Eduardo vir me chamar. Como eu não conseguia ficar parada olhando para o nada, fiquei brincando com o celular para me distrair. Tinha mensagens da Beth e da Mel, quando eu retornasse de viagem eu iria me encontrar com elas. De repente ouvi uma batida na porta, mas não a abri.
― Quem é?
― O lobo mal. ― Ouvi uma risada do outro lado da porta.
― É mesmo? Diz para vovozinha que eu não tenho paciência para lobos bobos.
― Nossa, essa chapeuzinho vermelho é muito má. Vai Malu, sou eu, Edu, vamos já são quase quatro horas.
― Que bom, o lobo trouxe outra pessoa junto? Eu só vou sair quando o Eduardo chegar. ― Agora quem estava rindo era eu.
― Ok, Malu, sou eu, Eduardo, vamos?!
― Agora ele estava falando sério.
Nesse momento eu abri a porta e me deparei com um Eduardo totalmente diferente, ele estava vestido com sobreposição - eu não estava acreditando! - blusa azul, jeans desgastado e dobrado como o meu - dei pulinhos, mentalmente, alguém sabia fazer sobreposições como eu! -, mostrando uma bota de cano curto que ele estava usando, ele finalizou o look com um blazer preto, cachecol e bolsa de lado. Nosso esse homem tinha o meu respeito no quesito moda.
― Vamos. Gostei da roupa! - Ele estava sorrindo.
― Que bom! Gostei da sua também, parece que combinamos! Mas você não vai levar uma bolsa? ― ele me perguntou alarmado.
― Não, já tenho tudo que preciso. ― Mostrei uma bolsa tira colo escondida dentro do casacão. Ele começou a rir.
― Cheia de truques, Doutora Botelho. - ele me deu passagem - Vamos?
Chegar ao nosso destino era muito rápido, então fui falando alguns lugares que eu conhecia de vista, e ele me ouvia atentamente, mas quando chegamos à entrada do Jardim Botânico, Eduardo sacou uma maquina fotográfica profissional da bolsa.
― Você vai fotografar? ― Eu estava estática. Como assim ele ainda fotografava?
― Sim, esse foi um hobbie adquirido com minha última viagem. Isso relaxa. ― Ele sorriu.
― Que bom. Contanto que não se atreva a tirar nenhuma minha, não teremos problema.
― Não acredito? Nada de fotos? Como vamos lembrar esse momento?
― Estará nas nossas mentes, agora vamos começar esse passeio. ― Sai andando, mas pude ouvir que ele estava rindo.
― Ok, Malu, você manda. ― Ele correu e segurou meu braço e começamos a nos olhar. ― Agora eu quero desvendar esse lugar, e sinceramente, não creio que aja companhia melhor que a sua.
Eu sorri ante seu comentário, e então seguimos lado a lado para desvendar os mistérios daquele lindo lugar.
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Oi gente, desculpa a demora!
Esperamos que vocês gostem!
Bjs Lu e Eliz
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