Meu corpo está todo dolorido. Essa coisa de dançar realmente não era para mim. Tudo bem que a companhia fez tudo ser mais fácil, Eduardo era um dançarino exemplar e me senti segura com ele. Infelizmente a noite não foi totalmente perfeita, mas no geral dou nota dez para mim.

Nesse momento, Lia entrou em alta velocidade no meu quarto, e, sinceramente não sabia da onde essa menina arrumava energia tão cedo.

― Bom Dia! ― Ela se jogou na cama.

― Oi, linda. Bom Dia!

― Que horas você chegou, mana? Porque eu não te vi. Fiquei te esperando, e esperando, e nada de você chegar. ― A carinha dela era muito engraçada.

― Eu sei docinho que você me esperou, a tia me disse.

― Ela te esperou também?

― Sim e não. ― Vi uma ruguinha de dúvida se formar entre seus lindos olhos cor de mel.

― Acho melhor você me explicar, mana, por que não entendi nada.

― Eu liguei para casa e a tia Edna me disse que a senhorita ― apontei para ela ― estava dormindo no sofá, a minha espera, então ela achou melhor ficar com você até a minha chegada.

― Eu não me lembro disso. ― Ela fez uma cara de preocupada.

― Claro que não, Lia, você estava dormindo. Deixa-me terminar de contar. ― Ela sorriu. ― Como eu não queria nenhuma das duas dormindo no sofá, expliquei que iria demorar, porque o Eduardo iria me dar carona. Sendo assim, mandei ela levar você para cama e ela ir também.

― Aaaaahhhhh! Você veio com ele?! ― Ela começou a pular eufórica na cama. ― Ele vai namorar com você? Eu gosto dele, ele é legal!

― Ei, ei! Para menina, vai cair da cama! Que namorar o quê! ― Mas nada fazia a menina parar de pular. ― Lia, para! Lia Antunes Botelho para já com isso! ― Ela parou, e vi surgir uma lágrima. ― Lia, me perdoa, eu não queria ter gritado com você. ― Mas o estrago já estava feito e eu sabia o porquê. Ela tinha pavor de gritos, por isso meu quarto era afastado do dela. Para não ter problemas quando eu tivesse alguma crise e ela se assustasse.

― Minha linda, não chora. ― Ela se agarrou a mim e só eu conseguia ouvir seus soluços. ― Lia, me perdoa, não fiz por querer. ― Eu acariciava seu cabelo tentando acalmá-la. ― Pare de chorar, você sabe que te amo. Não sabe? ― Ela fez que sim com a cabeça. ― Então olha pra mim. ― Ela olhou. ― Me desculpa, pequena.

― Sim. ― Seus olhos estavam tão vermelhos.

― Então pare de chorar e vamos tomar um belo café da manhã, o que você acha?

Nesse momento meu celular toca. E estendo o aparelho para ela que me olha assustada.

― Pode atender, não tem problema.

― Alô? – Pausa.

― É a Lia que está falando. Oi, Edu!

O que ele queria em um domingo?

― Sim! ― Ela estava dando altas risadas. ― Quando? Eu vou adorar! Hmm... Beijos... Vou passar para ela... Tchau. ― Ela me estendeu o telefone com um sorriso que estava de orelha a orelha.

― Alô?

― Bom Dia! ― Ele estava desconcertado.

― Oi, Eduardo, espero que esteja mais calmo. ― Meu tom era firme.

― Desculpa, eu não sei o que deu em mim ontem.

― Ainda estou tentando entender o que aconteceu.

― Malu, eu preciso desligar, estou saindo para pescar, porém amanhã nos vemos e acertamos tudo.

― Você só ligou para isso? ― Estranho, muito estranho.

― Eu não quero um mal estar na nossa viagem, então... lhe devo desculpas a você.

― Tudo bem. Amanhã nos vemos. Tchau.

― Tchau, Malu.

Fim da ligação.

― Ele desligou tão rápido, mana. ― Tinha até esquecido da Lia.

― Sim, docinho, ele estava com pressa.

― Poxa, que chato. O Edu e muito legal!

― Sim, ele é. Mas agora vamos escovar os dentes, lavar o rosto e depois vamos tomar café.

― Vamos! ― Lia saiu do meu quarto do mesmo jeito que entrou, como o típico "trem bala".

Fiz a higiene matinal e fiquei me olhando no espelho, como eu tinha mudado. Não de uma forma ruim, eu realmente estava precisando descansar, as noites mal dormidas estavam cobrando um preço alto, com as olheiras que teimavam em não me abandonar.

Quando cheguei à sala, minha tia e a Lia já estavam a minha espera com a mesa posta e um café da manha digno de uma rainha.

― Nossa, que banquete! ― Elas começaram a rir. ― Tem até cereja, e olha que o natal ainda nem chegou.

― Malu, para de palhaçada, sempre compro suas frutas preferidas. Você é que nunca tem tempo para sentar e comer.

― Eu sei, tia, estou brincando.

― Hoje o dia está lindo, não é titia e mana?!

― Sim, Lia, mas não venha com essa cara de gatinho do shrek.

― Vocês duas são uma comédia mesmo! Lia, não adianta tentar se esquivar, vamos à igreja agora pela manhã.

― Mas, tia, eu queria ficar com a mana. Amanhã ela viaja e eu vou ficar sozinha de novo.

― Não mesmo. Quando chegarmos ela estará aqui, então sem enrolação.

― Poxa vida. ― Ela cruzou os braços e fez bico.

― Ei! Não tem graça esse bico! Você ainda é pequena e tem que fazer o que achamos melhor. Quando crescer vai ver que só queríamos o seu bem. ― Passei a mão em seus cabelos, e imediatamente ela me olhou.

― Desculpa, tia.

― Tudo bem minha flor. E você Malu, não disse nada da festa. Como foi?

― Foi boa. ― Fingi desinteresse para ver se ela esquecia o assunto.

― Só boa? Pare de enrolação, você e péssima nisso. Conta logo!

― Está bem. Tudo estava muito lindo, perfeito para ser mais exata. Mas nem tudo são flores... Conheci os pais do Eduardo.

― Ele já te apresentou aos pais?! ― Minha tia estava com uma expressão de surpresa. ― E como eles são? Conta logo, menina!

― O pai dele é uma pessoa muito simpática e gentil. Entretanto, a mãe... nossa é uma doida que queria a todo tempo ser chamada de senhora. Mas o que realmente me deixou surpresa foi a senhora, que pelo que entendi, trabalha para família, porém o Eduardo tem ela como uma mãe.

― É mesmo?! Filha, cuidado com essas mulheres ricas, elas são meio doidas. ― Ela estava rindo, mas senti certa seriedade em suas palavras.

― Só a mãe dele é doida, entretanto a Maria é uma fofa.

― Fico feliz, querida.

― Nossa, tia, ela é uma senhora muito educada, senti uma coisa muito especial ao ficar próxima dela. Não sei como explicar, mas eu fiquei feliz em conhecê-la.

― Mas tirando isso, como foi à festa em si? ― Ela estava ansiosa.

― Bem, no geral foi boa.

― Você já disse isso, parece uma vitrola arranhada? ― Ela começou a rir.

― Está bem, eu conto. A festa estava maravilhosa, a organizadora se superou... ― Contei a minha tia tudo o que aconteceu na festa desde o momento que entrei. Ela estava muito empolgada dizendo que quando eu resolvesse casar deveria chamar a tal Emilly Portié. A cada parte detalhada da festa, ela vibrava. Mas quando cheguei na parte chata ela ficou indignada.

― O quê?! ― Ela estava quase gritando.

― Tia, fala baixo, a Lia pode se assustar. ― Eu comecei a olhar para ver se Lia estava por perto.

― Me conte exatamente como isso aconteceu.

― Está bem. Eu estava em pé, próxima a uma das portas que dava para área externa. Meus pés doíam, mas não queria ficar sentada, então, de repente, senti mãos me abraçarem por trás. Quando tentei me soltar, a pessoa começou a me pressionar junto ao seu corpo e enrolou os braços na minha cintura. Tia, eu fiquei apavorada!

― Quem era? ― ela me perguntou com um olhar sombrio.

― Era um homem com o qual estamos negociando um novo contrato. O nome dele é Blake.

― Porque ele estava na festa?

― Lauro o convidou, também não entendi, mas não cabe a mim ir contra as decisões do meu chefe.

― Como você conseguiu se desvencilhar do abraço dele?

― Me deixa contar, assim a senhora vai entender tudo. O idiota do Blake começou a falar no meu ouvindo, dizendo que eu estava muito gostosa e, que estava querendo dançar. Mas percebi que o idiota estava bêbado. Pedi em vão para que ele me soltasse. Estava ficando sem ar de tanto ser apertada. Mas de repente senti um solavanco e os braços dele me soltaram. Quando olhei para trás, Eduardo estava segurando um dos ombros do Blake e sua face estava vermelha.

― Tia, o Eduardo estava como uma expressão de raiva sabe ― continuei. ― O Blake começou a dizer um monte de besteira... Eu fiquei preocupada, e se aqueles dois resolvessem se atracar na festa?! Então fiz sinal para um segurança que veio até nós.

― Meu Deus, Malu! E o que vocês fizeram depois disso?

― O segurança vendo que o cara estava bêbado, chamou imediatamente outro para ajuda-lo. O Eduardo estava uma fera! Até me acusou de ficar de conversinha com o tal Blake! Imagina, Tia. Eu estava sendo basicamente assediada e o Eduardo ainda brigou comigo!

― Ai, minha filha, cuidado com esse tal de Braike.

Eu comecei a rir.

― Tia, é Blake.

― Isso ai... Blake. Tome cuidado, querida. ― Pelo olhar da minha tia eu entendi exatamente o que ela queria dizer.

― Tudo bem, tia. Eu vou ter cuidado. Prometo!

― Você sabe que eu te amo e me preocupo contigo. ― Ela pousou a mão sobre a minha. ― O Eduardo é um anjo e sempre aparece nos momentos certos.

― Aquele cabeça dura nem me deixou explicar nada! ― Agora era minha tia quem sorria.

― Nossa, como vocês brigam. Desse jeito vai dar casamento.

― Eu hein, vira essa boa pra lá! ― Levantei da mesa, deixando ela sozinha. ― Até porque não acho boa essa aproximação do Eduardo, sinceramente não sei o que ele quer comigo, mas não vejo essa aproximação como algo bom.

― Minha menina, você tem que parar de pensar que todas as pessoas irão se voltar contra você.

― É mais forte do que eu, tia, não dá para evitar.

― Tudo bem, você quem sabe, minha filha. Vou me trocar para ir à Igreja e voltar antes do almoço.

― Até mais tarde, tia.

O dia foi realmente de muito descanso, nem minha tia cozinhou. Como ela e Lia, tinham saindo para a igreja, achei melhor pedir comida em um restaurante italiano, que ficava próximo a nossa casa. Dona Edna reclamou um pouco, mas depois foi só alegria. Passei à tarde assistindo filme com minha irmã e, no fim da tarde, fui preparar a mala para a viagem do dia seguinte.

☺☺☺☺

Eu estava a quinze minutos esperando um taxi. Sei que poderia ter ido com meu carro até o aeroporto, porém as diárias de permanência do veículo seriam exorbitantes. Após olhar pela centésima vez meu relógio, vi um carro parando na minha frente, um motorista saiu e disse que foi enviado pela empresa. Como não queria me estressar, adentrei no carro e fiz uma ligação para cancelar o taxi, e foi aí que vi a mensagem da dona Rejane, informando que estava sendo direcionado um carro para me pegar.

O trajeto até o aeroporto foi tranquilo e cheguei ao destino em tempo recorde. Segui direto para fazer o check-in, demorou um pouco, pois a fila estava enorme. Chegando à sala de embarque, vi Eduardo sentado. Ele vestia um terno preto e gravata azul. Parecia de longe estar atento em sua leitura e quando me aproximei, vi que estava com um Ipad em uma mão e o celular em outra.

Ao me aproximar mais, ele levantou a cabeça e me deu um largo sorriso, mesmo ainda estando um pouco chateada com ele, eu não podia deixar de observar, que suas covinhas eram a coisa mais linda do mundo.

― Oi ― ele me cumprimentou.

― Bom Dia, Eduardo. ― Eu sorri, e me sentei ao seu lado.

― Muito cansada?

― Não, eu sinceramente gosto de viajar, porém, fico triste de deixar minha tia e Lia.

― Vocês são apegadas demais não é mesmo? ― Ele me olhava sério.

― Sim... ― Não pudemos continuar a conversa, pois ouvimos o chamado do voo:

"Atenção senhores passageiros do voo 7432, com destino a Curitiba, por favor, se encaminhem ao portão de embarque."

― Está na hora ― ele disse já em pé.

Após entrarmos no avião e nos posicionamos em nossos respectivos lugares, fui verificar meu celular antes de levantarmos voo, já que sua utilização é proibida. Tinha algumas mensagens, da minha tia e da Lia, Teresa e Melanie, todas me desejando boa viagem e, por incrível que pareça, tinha uma do Blake. Contudo, eu a apaguei, pois não tinha a menor vontade de saber seu conteúdo. Na volta eu resolveria essa questão, então decidi que por hora eu não queria pensaria em mais nada, só apreciaria o trajeto até meu segundo lar.

― Verificando as mensagens? Alguma em especial?

Quando olhei para o lado Eduardo me olhava sério.

― Sim, de casa e de algumas amigas.

― Malu, acho que precisamos conversar.

E nesse momento, em minha cabeça, mil coisas se passavam.

"Pelo jeito a viagem vai ser interessante..."

* Leiam até o final

*******************************************

Olá, nossas fofolindas!!!!!!!!!!!!!!

Está ai mais um capitulo, da nossa historia. Assim como diz o titulo, fiquem atentas muitas coisas iram mudar e que seja para o bem da personagem ou não. rsrsrsrsrs.

Votos e comentários são super bem vindos!!! quero conhecer as novatas que estão chegando agora!!!

Cantinho das indicações: Para achar cada livro indicado é so entrar no perfil das Autoras:

1- O Editor , da Beta fofa BeccaBonetti, o Livro de se apaixonar. André♥♥

2 - A Bella Arrependida, de ClysOliveira é uma ficção adolescente leve e divertida.

3 - A Última chance, é o conto que saiu esse final de semana que é de Autoria da minha mana na

ficção, Anne_tho. Então linda arrasa!!! to torcendo por você e sei que vai ser um sucesso.

4 - Como o final de semana foi de lançamentos a queridíssima Lenarossi, está com uma obra nova também O brilho da Acácia, - ficção adolescente.

5 - A Trajetória da minha conterrânea, CamilaWad - Romance Gospel que vai te emocionar.

Indicação Ficção Histórica

* A Maravilinda da Camila-Antunes, esta com uma historia soberba que se chama "Dia 12 Para Sempre"

Obrigada por nos acompanhar, beijus Lu e Eliz ♥♥♥

E até o próximo capitulo de EPTA.

PS: BeccaBonetti, você nos salvou obrigada!!!!♥♥♥♥